Em momentos de escalabilidade de mortes de pessoas e de empresas, casa de leilões e agências funerárias prosperam.

Por tristes e dolorosos motivos, mas, oportunidades são oportunidades, e serviços, por mais constrangedores e indesejáveis que sejam, fazem-se necessários.

Assim, e enquanto as fábricas de móveis começavam a sentir uma queda brutal na procura por seus produtos, as empresas de leilões não tinham mais como conciliar as datas de leilões de tantos produtos que receberam nos últimos meses. Algumas nem mais aceitam por falta de espaço para guardar, e também falta de novas datas para leilões.

A demanda que mais vem surpreendendo os leiloeiros, nestes tempos de pandemia, demanda de seus serviços, são a de milhares de empresas querendo colocar parte ou a totalidade de seus móveis e até mesmo equipamentos para leiloar.

Isso posto, as casas de leilões de novembro para cá passaram a ser mais seletivas, e em muitas situações recusam-se a aceitar o serviço.

Um dos milhares de compradores em leilão dos móveis e equipamentos que sobraram das empresas, disse, em matéria recente do jornal O Globo, “Comprei por R$ 300 uma cadeira que custa mais de R$ 1000, além de duas mesas por R$ 100, cada, e que custariam, individualmente, na faixa de R$ 500… No total das compras economizei mais de 70%…”.

Enquanto isso, fábricas de móveis de escritório seguem muitas, ou com a produção sensivelmente reduzida, ou parada, e, algumas, fecharam para sempre.

E sobre as funerárias quase desnecessário comentar. Dia sim outro também e em meio a dezenas ou centenas de caixões ocupam as primeiras páginas dos jornais.

Se, no século passado, autores famosos diziam que enquanto as pessoas choram pelas tragédias era oportuno vender lenços. Se, em grandes ventanias nos mares, navegadores enfunavam as velas, se nosso adorado mestre e mentor Peter Drucker recomendava que nas chuvas as pessoas recorressem às bacias.
Hoje, funerárias e casas de leilões prosperam absurdamente, prestam um serviço social da maior importância, ainda que e em decorrência de uma tragédia.

Quem diria que um dia essas instituições iriam recusar clientes…

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