Autor: Francisco Madia

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A segunda bolha. Silenciosa e horizontal

A primeira bolha da internet, do digital, da chamada Nova Economia eclodiu na virada do milênio. A segunda, agora, num universo muito maior, e pipocando todos os dias o que atenua seu impacto visual e sonoro. Mas, simplesmente, monumental. Nas duas bolhas um mesmo protagonista, Masayoshi Son, do Softbank. Da primeira bolha, trago para vocês o relato do livro do economista Sebastian Mallaby, “The Power Law” livro diminuído e mediocrizado no Brasil com o título pífio de uma tradução literal e burra, “A Lei da Potência”. Se, e para ser literal, o título deveria ser A Lei do Poder… Mas o melhor título seria mesmo Os Bastidores da Nova Economia… Na página 229 do livro Mallaby introduz Masayoshi, no eclodir da primeira bolha. Diz Mallaby, “Masayoshi Son, que por um breve período chegou a ser a pessoa mais rica do mundo, perdeu mais de 90% de sua fortuna. Munido de capital durante os anos de expansão, muitas sociedades de capital de risco não viam como movimentar o dinheiro. Alguns devolveram dólares não investidos a sócios externos, outros pararam de levantar novos fundos, e os poucos que tentaram arrecadar dinheiro foram rejeitados por financiadores… O Vale do Silício perdeu duzentos mil empregos entre 2001 e o início de 2004; os outdoors nas estradas ficaram sem anúncios, e os doutores em física passaram a trabalhar como garçons. Como disse na época um empreendedor, “estar no Vale do Silício é entender que só as baratas sobrevivem e você agora é uma delas…” Corta para segunda-feira, 8 de agosto de 2022. Masayoshi Son convoca coletiva de imprensa que abre, confessando, “Estou Envergonhado”. Ou seja, de novo, Masayoshi, um dos principais, talvez o principal protagonista do eclodir da segunda bolha do digital. No segundo trimestre de 2022, provavelmente, o ponto mais fundo da bolha, o conglomerado de investimentos e fundos sob a gestão de Masayoshi e seu Softbank registrou perdas da ordem de US$23 bilhões. Em suas declarações Masayoshi disse que seu Softbank está se impondo um exercício dramático de cortes de custos e de forma generalizada. Segundo ele, seus fundos foram fortemente impactados pela onda mundial da queda no valor das ações das empresas de tecnologia, mais as perdas cambiais que impactaram o iene – o iene atingiu sua pior cotação em relação ao dólar no mês de julho passado…. Ao terminar sua coletiva, e reconhecendo estar pagando o preço decorrente do açodamento e superficialidade nas decisões de investimentos e compras de participações, Masayoshi disse, “Se tivéssemos sido um pouco mais seletivos e investido apropriadamente não teria doido tanto…” Ou seja, amigos, estamos vivendo a eclosão da 2ª grande bolha da internet. Só que desta vez, e como o universo de novas empresas é muitas vezes maior do que quando eclodiu a primeira bolha, o barulho, os prejuízos, e as consequências, ficam mais diluídos, atenuados. Mas, as perdas seguem descomunais… Em tempo, dentre as empresas onde o Softbank investiu no Brasil figuram a Creditas, Kavak, Loft, Mercadobitcoin, Quintoandar, Olist, Vtex, Único, Madeiramadeira, Rappi, e outras mais, e que também e desde então, e em quase sua totalidade, seguem procedendo a cortes significativos em seus quadros e investimentos.
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Mais que na hora de os bancos e a Febraban assumirem a responsabilidade para atenuar as fraudes

Não é suficiente os bancos e a Febraban continuarem a apenas recomendar aquilo que seus clientes não devem fazer, restringirem-se à comunicação, e lavarem as mãos. Têm que assumir em maior dimensão e intensidade suas responsabilidades. Há anos venho defendendo que os bancos criem uma espécie de Central de Fraudes Febraban para onde todos os clientes de bancos desconfiados com as mensagens que recebem em nome dos bancos, possam reendereçar para essa central abrir e verificar se a mensagem é verdadeira, ou tentativa de golpe. Enquanto os bancos não assumirem suas responsabilidades os golpes bancários continuarâo escalando, como revelam os números divulgados. O Estadão obteve a estimativa dos bancos para a avalanche de fraudes no sistema financeiro, muito especialmente após o advento do PIX. Segundo os bancos, e na apuração do Estadão, apenas no ano de 2023 os golpes bancários superaram a casa dos R$2,5 bi. Dentre todas as novidades, a mais saudada e adotada, o PIX, sozinho, desses R$2,5 bi é responsável por mais da metade! Um outro dado levantado pelo Estadão, e tendo como fonte a Serasa, revela que apenas no mês de maio de 2021, 331,2 mil brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude sendo que mais da metade a partir das contas bancárias… Assim, mais que na hora das instituições financeiras assumirem suas responsabilidades. Lembram do Pequeno Príncipe, “Tu te tornas eternamente responsável por todos que cativas”? Mais que na hora das instituições assumirem suas responsabilidades e organizarem um sistema consistente e eficaz de prevenção e combate às fraudes. E não continuarem limitando-se a assoprar…
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Apartheid Educacional

Como temos comentado com vocês, hoje, um dos melhores analistas e estudiosos da cena brasileira é Fernando Luis Schüler. Professor, articulista, consultor, doutor em filosofia e mestre em ciências políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escreve pequenos ensaios todas as semanas para a revista Veja, leitura obrigatória de muitos brasileiros. Na edição de semanas atrás fala sobre o Apartheid Educacional. Talvez o maior desafio que nosso país enfrenta hoje, e que se não resolvido condena o Brasil ao perpetuar das chamadas desigualdades. Fernando contextualiza o Apartheid Educacional. “Nos últimos tempos convivi com famílias escolhendo a escola dos filhos. É uma maratona. Colégio laico ou confessional? Escola com pátio grande? Bilingue? Colégio que ensina por projetos, ou do jeito tradicional? No fim se mistura tudo, comparando-se os rankings, o preço, a distância de casa, e toma-se a decisão. É um mundo incrível feito de expectativas sobre o futuro e um discreto orgulho. Com um pequeno problema: ele só funciona para 16% das crianças do Brasil. Os outros 84% vão para escola pelo CEP. Por ideologia, pressão corporativa, ou pela simples omissão da sociedade, decidimos o seguinte: faremos um país separando as crianças e dois mundos, pelo critério de renda. É um tipo de Apartheid Educacional com o qual nos acostumamos a conviver…”. É isso, amigos. Esse é o olho do furacão, o ovo da serpente, o nó górdio, o pomo de Adão, o calcanhar de Aquiles do futuro de nosso país, da Construção de um Novo e Moderno Brasil. Ou desatamos esse nó, contemos o furacão, goramos o ovo da serpente, protegemos o pomo de Adão, e blindamos o calcanhar de Aquiles de nosso adorado país, ou não chegaremos a canto algum. O resgate do Brasil começa, indiscutivelmente, pelo fim do Apartheid na Educação, e pela semente da Justiça Social a partir da primeira escola. Nada mais urgente!
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A insegurança decorrente das descontinuidades

É rara a semana que uma plataforma de comunicação – jornais, revistas, sites de notícias – não traga mais e muitas novidades sobre o crescimento acelerado da ansiedade em todas as pessoas, muito especialmente nas crianças. No final de semana do natal, dentre outros, o Estadão colocou em manchete de capa, “Caso de ansiedade em crianças e jovens crescem 465% em São Paulo. Em números absolutos, e de acordo com a Secretaria da Saúde, dos 2.607 casos de 2015 para 14.748 em 2023. Segundo Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escola da Sociedade de Pediatria de SP, “Estamos em um mundo adoecido em que, muitas vezes, pais ou mães estão ansiosos ou depressivos. Com isso, há uma certa mudança de comportamento das crianças…”. É isso. Essa é a nova realidade. De certa forma, tudo isso remete ao ensinamento de Peter Ferdinand Drucker, no livro antológico escrito entre 1968/1969, “Uma Era de Descontinuidades”. No prólogo, na abertura do livro, Drucker fecha o diagnóstico do que viria pela frente, e sentenciava, “Atualmente nos defrontamos com uma época de descontinuidades na economia e na tecnologia mundial. Também poderíamos conseguir transformá-la numa época de grande crescimento econômico. Mas o certo até agora é que será um período de mudanças na tecnologia, e na política econômica, nas estruturas industriais e na teoria econômica, no conhecimento necessário a administração e ao governo e nos problemas econômicos. Enquanto estivemos ocupados no acabamento do grande edifício econômico do século XX, seus fundamentos modificaram-se sob nossos pés…”. E assim, nasceram pais inseguros, e crianças ansiosas… Apenas isso. Pais criados e aquietados com “pacifiers!” – chupetas, e crianças acalmadas com smartphones…
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Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

De certa forma, o que vem acontecendo hoje com a IA – Inteligência Artificial – faz parte da história da humanidade. À medida que novas leituras, compreensões, entendimentos, converteram-se em formas e métodos mais eficazes, usando menos para produzir mais, organizando-se de forma mais racional o processo, em algum momento isso acabou por repercutir nos postos de trabalho, determinando uma redução significativa no correr das décadas, e mais adiante, anos. E assim, e em ritmo moderato cantabile, a humanidade foi se movimentando. Deixando a terra, ocupando os galpões industriais, mais recentemente, os escritórios, e hoje, em decorrência da pandemia, trabalhando de suas casas. Em cada uma dessas evoluções, o tempo foi diminuindo, mas e ainda assim, demandava, décadas para ter expressão econômica e humana. Agora, o papo é outro. É tudo para ontem. Fala-se de forma mais consistente, com demonstrações acessíveis, sendo otimista ou benevolente, do início desta década para cá. E a cada novo dia, uma novidade. Assim, e como não poderia deixar de ser, um dos assuntos dominantes no Retail’s Big Show 2025, o maior evento em todo o mundo sobre varejo, e tendo o Brasil com a maior delegação, com mais de 2000 profissionais, foi a IA – Inteligência Artificial. E num dos momentos mais importantes do evento, conforme relato de Adriana Martins, do jornal Valor, a fala da VP da Nvidia, Azita Martin, em que, e relembrando uma declaração de Jensen Huang, CEO da empresa, que respondendo a questão, “O ChatGPT vai tirar nosso emprego”, disse, “O ChatGPT não vai tirar, mas alguém usando IA generativa pode roubar seu emprego”. E é esse o dilema que hoje prevalece não apenas no varejo, mas em todas as empresas, em todo o mundo, e pode se converter na maior crise social dos tempos modernos. Repetindo, de certa forma essas rupturas e evoluções vem acontecendo em toda a história da humanidade. E, como se diz, faz parte. O que não fazia parte é que uma inovação ganhe graus absolutos de eficácia em questão de anos, meses. E é esse o desafio que o mundo enfrenta hoje. Como amortizar ou atenuar os impactos devastadores, no curto prazo, de um monstro devorador de empregos chamado de IA, Inteligência Artificial. Nada contra a IA, seguramente e até agora, uma das mais importantes conquistas da humanidade de todos os tempos. Que, no final do dia e dos anos, prolongará em muitos anos nossa expectativa de vida com saúde. Mas, que no curtíssimo espaço, provocará, repito, uma devastação. Jensen Huang respondeu certo. De forma direta a IA não tira o emprego de quem quer que seja, mas, alguém usando IA, o concorrente de sua empresa, por exemplo, pode ser mortal para a sobrevivência da empresa onde você trabalha, num segundo momento. Mas, o que Jensen HUANG não disse, é que antes de acabar com seu emprego, ou simultaneamente, reduzirá e em muito os postos de trabalho das empresas que se antecipam e adotam a IA. Depois, sim, e como decorrência, acaba com os empregos nas empresas concorrentes, até mesmo acaba com as empresas. Mas antes, e pela adoção e domínio, acaba com os empregos nas empresas que mais rapidamente aderirem à conquista. Lembram, “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. É mais ou menos por aí.
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Agora as big techs são 7 e mudaram de nome

A nova denominação tem um inconveniente, estabelece um número fixo, 7. Assim, não podem ser nem seis nem oito. Se isso acontecer mudarão de nome, novamente. Agora são tratadas como The Magnificent Seven, um filme norte-americano do ano de 1960, recorde de bilheterias, e que no Brasil teve como tradução Sete Homens e um Destino. Em verdade, o filme dirigido por John Sturges é uma refilmagem do clássico japonês, Os Sete Samurais, do ano de 1954, sob a direção magistral de Akira Kurosawa. A nova denominação, para dizer o mínimo é curiosa. No filme de Kurosawa, e na versão americana de Sturges, os Sete somam-se para defender os habitantes de um pequeno vilarejo de bandidos agressores. Já as Sete Magníficas invadiram não um pequeno povoado, mas o mercado como um todo, e abocanharam uma grande fatia. As sete incluem Apple, Microsoft, Meta, Amazon, Alphabet, Nvidia e Tesla. Que somadas, responderam em 2024 por cerca de 50% dos retornos totais de todas as empresas listadas no S&P 500. É isso, amigos, caminharemos 2025 de olho nas Sete Magníficas sem nenhuma perspectiva de, no correr do ano, mais alguma empresa somar-se as 7. Enquanto isso, a empresa símbolo do tsunami tecnológico, a Intel, criadora do Microchip 4004, que mudou a história da humanidade em 1971, e que de certa forma deu origem a denominação Big Techs, vive sua maior crise. Ainda no ano passado, 2024, demitiu 15% de seu quadro – mais de 15 mil colaboradores por ter perdido o bonde, dentre outros e principalmente, da Inteligência Artificial. Nada é para sempre… como se traduziu o título do filme A River Runs Through It, dirigido por Robert Redford… Nada é para sempre…
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Os testes às cegas de produtos: catchup

Como temos comentado com vocês repetidamente, o chamado testes à cega, onde um grupo de especialistas reúne-se para escolher a melhor marca de uma categoria de produtos e avalia todas as componentes de cada um dos produtos sem saber quem assina, qual a Marca por trás dos produtos, é uma grande bobagem em termos de preferência do consumidor, mesmo porque e até hoje nós seguimos comprando e consumindo de olhos abertos, sem vendas e sem máscaras que nos ceguem. Mas, e no tocante a análise específica de determinadas componentes, faz sentido esse tipo de pesquisa. E via de regra, as surpresas acontecem. Vedando ou eliminando a marca, deixando apenas o produto, embalagem, cor, aroma, consistência, e outros fatores concorrerem, via de regra, e não necessariamente, a marca de maior reputação vence. O Estadão realizou mais uma dessas pesquisas tentando aferir qual o melhor catchup do mercado. Pela tradição, história, narrativa, pioneirismo, o Heinz deveria sagrar-se vencedor. Mas ficou apenas na terceira posição. O vencedor foi um Ketchup Qualitá, marca genérica durante anos do Pão de Açúcar, e que se sagrou vencedora. Enquanto o preço de mercado do Ketchup Qualitá é na média de R$10,00, o da empresa pioneira e líder Heinz custa ao redor dos R$13. De certa forma surpreendente na pesquisa a sexta colocação alcançada pelo Ketchup Hellmann´s, marca que jamais deveria ter sido usada para o vermelho e para o tomate, na medida em que se notabilizou por ser a verdadeira maionese, ovo e amarelo… Assim, e repetindo, os chamados Blind Test valem para muitas conclusões, mas não como sentença definitiva dos potenciais de sucesso de um produto/marca. Enquanto consumidores deixarem se orientar e sensibilizar – e assim serão para sempre, pela embalagem, formato, rótulo, cor, aroma, e principalmente marca, os Blind Test tem muitas utilidades, mas, jamais, cravar o vencedor. Definir a melhor marca…
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E o banco 24 horas, sobreviverá?

Essa é a pergunta que todos se fazem de dois anos para cá, e com a popularização das novas formas de pagamentos, muito especialmente o pix. Hoje o chamado Banco 24 Horas, é um serviço administrado pela empresa Tecban, que cuida dos 24 mil caixas eletrônicos tipo ATM, espalhados por todo o país. A Tecban teve como CEO Jaques Rosenzvaig, até meses atrás, formado pela Universidade do Rio de Janeiro em Administração, mestre em marketing pela Puc Rio, e especialização em negócios pela London Business School. Com passagens pela A T Kearney, iXL, VP Web, Mandriva Conectiva, desde novembro de 2006 no comando da Tecban como CEO, sendo substituído meses atrás pelo chileno Patricio Santelices. Nos meses que antecederam sua despedida concedeu uma série de entrevistas, na medida em que se começava a questionar a sobrevivência dos chamados caixas eletrônicos. Vamos conferir. Sobre a chegada dos novos meios de pagamentos “Novos meios de pagamentos sempre surgem e sempre estarão em vigência. Estamos vendo a aceleração de transferências e isso é positivo. Mas tem muitos lugares do país onde essa tecnologia não chega. Assim, tem espaço para todos. No setor de meios de pagamentos não existe um vencedor. Ainda existem milhões de cheques em circulação. É o direito de escolha do consumidor. E ele escolhe tendo como critérios conveniência e praticidade. Assim, cerca de R$369 bilhões foram sacados no Banco 24 horas em 2021…”.Se o dinheiro vai sumir no futuro… “Vemos a importância muito forte que o dinheiro ainda tem como meio de pagamento. O volume monetário em circulação no país equivale a 3,7% do PIB enquanto em outros países chega a 20%…”.O fechamento das agências e o 24 horas… “Trata-se de uma grande oportunidade. Quando um banco decide fechar uma agência e direcionar aquele ponto exclusivamente para negócios recorre ao 24 Horas. Assim, os bancos podem fazer esse movimento sem prejudicar a população. Enquanto os bancos voltam-se para o digital, para nós quanto mais transações no analógico melhor. Hoje, por exemplo, toda vez que uma fintech fecha uma folha de pagamento em um determinado município nos consulta para saber como estamos estruturados naquela localidade…”.O Banco 24 horas é mais que um banco… “Sim, temos mais de 90 serviços. Você, por exemplo, pode mandar dinheiro para alguém que não é bancarizado, através de um token enviado para um número de celular. E a pessoa pode sacar. Oferecemos uma plataforma aberta e cada banco define suas normas. E ainda, qualquer cartão do mundo pode chegar aqui e transacionar, temos soluções de saque para o comércio, agora estamos incluindo a função depósito, temos recarga para celular…”. É isso, amigos. Claro que em todos os próximos anos a Tecban registrará em seu Banco 24 horas uma sensível diminuição de saques, mas, em contra partida, e neste momento, aproveitando sua gigantesca base instalada, corre atrás de reinventar-se e poder dizer, mais adiante, que a crise provocada pelo Pix, revelou-se numa tremenda oportunidade. O tempo dirá se essa visão é correta, ou apenas, uma reação natural ao desespero da espada sobre o negócio, a partir de todas as inovações no território dos bancos em nosso país.
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Sentar, o novo fumar…

Em seu editorial de meses atrás, e na revista Você RH, a editora Marcia Kedouk escreve, fazendo um importante alerta. Diz Marcia, “Gurus da saúde dizem que Sentar é o novo Fumar. A comparação é um tanto injusta, pelo menos do ponto de vista da gravidade dos danos ao corpo. O tabagismo aumenta em 180% o risco de morte prematura por qualquer causa – já com a inatividade, o agravamento é de 20%. Sem contar ainda que o cigarro prejudica outras pessoas, conhecidas como “fumantes passivos…”. A revista confiou à jornalista Bárbara Nór a missão de fazer uma grande matéria sobre o tema Sedentarismo. Comportamento crescente na sociedade, e no ambiente corporativo. Segundo Bárbara, se todos vinham trabalhando nos últimos anos cada vez mais parados, com a pandemia esse comportamento escalou. E segundo pesquisa realizada pela Universidade de Pelotas, mesmo depois da pandemia, e ao invés de voltar aos níveis anteriores, a inatividade física aumentou em 46%. Segundo Luciana Vasconcelos, assessora técnica em saúde pública e epidemiologia na Vital Strategies, parceira da Universidade de Pelotas na pesquisa, o problema apontado por esses dados é da maior seriedade: Diz, “teremos uma população de doentes crônicos… E o Brasil está envelhecendo, o que torna o cenário mais difícil ainda…”. Segundo as principais instituições de saúde do mundo, “o sedentarismo é um dos maiores fatores de risco por trás das doenças crônicas que mais matam em todo o mundo, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão, além de estar relacionado ao Alzheimer e Parkinson… sem falar em manifestações de estresse, e até depressão…”. Na matéria de Você RH, também o depoimento de Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP, que lembra que os seres humanos não foram feitos para ficar parados. Diz Bruno, “Em nossa história evolutiva sempre estivemos em movimento – fazíamos atividades moderadas ou vigorosas em boa parte do dia ao plantar, colher, andar, caçar… temos um conjunto de genes que funciona bem em movimento, e nosso ambiente moderno não nos dá condição para isso…”. É isso, amigos. Se nas duas últimas décadas, fomos nos tornando seres mais estáticos, convergindo nossa atenção para as telas, que quase sempre acionamos sentados, e por decorrência eliminando substancialmente os movimentos que de forma natural fazíamos antes, sem nos darmos conta aumentamos nosso grau de sedentarismo. Em recente manifesto divulgado por importantes instituições de diferentes nacionalidades, a informação de que o Sedentarismos é, segundo a OMS, responsável pela morte de 3,2 milhões de pessoas em todo mundo. E que deverá chegar a 5 milhões/ano nos próximos anos. E a forma mais eficaz e angustiante de verificarmos nosso grau de sedentarismo é aferirmos o quanto passamos de nossos dias parados. Segundo essas instituições, o risco de morte aumenta em 20% para todas as pessoas que passam mais de 8 horas por dia sentados. É isso, amigos. O sedentarismo ainda não alcançou os índices de risco do tabagismo. Mas, a distância vem diminuindo, e assim, neste e em todos os próximos anos, conviveremos com campanhas globais tentando motivar as pessoas a tirarem a bunda da cadeira, os olhos das telas, e caminharem mais. Em busca de atenuar os riscos, e na busca de uma vida mais saudável e produtiva.
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Primeiras manifestações de um novo mercado imobiliário

De certa forma, os principais terrenos das principais cidades do Brasil estão tomados. Tomados, tragicamente, mas como era de se esperar, por edificações que perderam a razão de ser. Tanto residenciais como corporativos. Pessoas físicas e jurídicas reconsideraram o entendimento de espaço ideal. Assim, e como dezenas de hotéis com mais de 60,70,80 anos de vida, que se inviabilizaram em termos de acomodações. Isso posto, o novo mercado imobiliário tem no reaproveitamento de imóveis obsoletos em terrenos e localizações privilegiadas, o chamado Retrofit, como e talvez, o principal business deste momento específico. Claro, e só em imóveis onde essa técnica for possível. Um bom exemplo, do que estamos comentando vem da cidade mais linda do mundo, Rio de Janeiro. O tradicional Hotel Glória, que acabara de completar 100 anos de existência, foi comprado pelo fundo imobiliário do Opportunity e passa por radical Retrofit. Renasce pronto e zero bala no ano de 2026 como Residencial Glória. 266 apartamentos, na mesma e espetacular e histórica localização, com uma receita de vendas estimada em R$700 milhões, sendo vendida cada unidade na faixa dos R$17 mil o metro quadrado. Unidades entre 70 e 314 metros. No topo do Residencial Glória um Rooftop com piscina, e, no térreo, quatro lojas. Mesma destinação reservada a prédios históricos, abandonados, nas melhores localizações das principais cidades do Brasil e do mundo. Aos demais, quase todos, só resta o abandono ou demolição. A população do mundo em crescente desaceleração, e as necessidades de espaços relidas e reconsideradas.