Categoria: Negócio

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Concorrência genérica e concorrência específica

Grosso modo, e sem maiores refinamentos, no marketing e na vida nos defrontamos com dois tipos de concorrência. A genérica e a específica. Na genérica, todos concorrem com todos. O dinheiro da viagem, é o mesmo dinheiro que poderia dar entrada numa casa, num carro, mobiliar o quarto do casal, comprar caixas de uísque e vinhos. Já a específica, é quando concorrem dois produtos que prestam o mesmo serviço. Comprar um carro da GM ou da FORD, ou da BYD, ir nas férias para a Bahia ou Caxias, comprar um sapato novo, ou, um tênis. E foi assim, entendendo que grosso modo tudo concorre com tudo, e que o dinheiro das apostas de hoje, e que não para de crescer, é o mesmo dinheiro que respondia por parte do sucesso de milhares de negócios e empresas. E assim, despertando de um suposto pesadelo, mas que é real, todos agora começam a se dar conta do preço que já estão pagando pelas marcas de Bets nas camisas dos clubes de futebol, no patrocínio de campeonatos, na chuva torrencial de propaganda nas diferentes plataformas. Até mesmo os bancos que finalmente se dão conta que os investimentos estão sendo devorados pelas Bets. E daí? Daí que o cofre já foi arrombado e as perdas, mais que significativas, consumadas. E o pior ainda está por vir, na medida em que a partir deste ano, com a regulamentação, é que o fluxo de investimento em publicidade deve ser multiplicado por muitas vezes. Por enquanto, cálculos otimistas, dizem que apenas 1% do PIB foi desviado das compras e dos investimentos para as Bets. Mas muitos calculam que em pouco tempo esse 1% será multiplicado, no mínimo, por 3. É isso, amigos. Concorrência genérica e específica. Muitas vezes aquilo que te dá prazer, diversão, alegria, e até algum ou muito prejuízo como os jogos, pode estar acabando com o seu negócio e contando com sua adesão e cumplicidade. Assim, nunca mais se esqueça. Tudo concorre com tudo. Em tempo: água, luz e gás concorrem com as Bets, ou, vice-versa. Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, 11% das pessoas deixaram de pagar essas contas para jogar nas bets… Presidente da Febraban propõe a proibição do uso dos cartões de crédito para pagar as Bets… Caiu a ficha! E estamos apenas no começo…
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Vivendo de bico

Dentre as chamadas novas profissões decorrentes do tsunami tecnológico, que provocou a disrupção dos sistemas convencionais de prestação de serviços, duas em especial, o de transporte de passageiros e de comida pronta, traduzem-se, na solução encontrada para as pessoas sobreviverem e pagarem as contas. E as duas, emblematicamente representadas em duas empresas, ou marcas, que se converteram em designações do fenômeno: “uberização”, ou “ifooderização…” Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre essa nova realidade, a entrevista de Diego Barreto, sucessor do Fabricio Bloisi no comando do iFOOD, e à Veja Negócios, é mais que esclarecedora. Em determinado momento da entrevista, e falando sobre as pessoas que prestam serviços através do iFOOD, Diego disse, “A maioria dessas pessoas não têm o iFOOD como fonte de renda principal, mas como um complemento da renda. Muitos pensam, “Poxa, este mês faltou grana para pagar a conta de luz. Vou trabalhar no aplicativo por algumas semanas e pronto…”. Às vezes nem voltam porque têm outros empregos. Quase 70% mantêm esse tipo de relação com nossa plataforma. Assim, não querem contribuir para a previdência a partir do que ganham com a gente, mas sim de seus outros trabalhos”. E, perguntado por Veja Negócios qual seria a solução para esse conflito, sob a visão do iFOOD, Diego respondeu, “Acredito que o Brasil já resolveu problemas semelhantes, como no caso das empregadas domésticas. Se uma pessoa trabalha três dias na sua casa e um dia na minha, não faz sentido a gente contribuir igualmente se as relações são totalmente diferentes. É plenamente possível considerarmos um modelo progressivo: quem trabalha menos e ganha menos contribui pouco, quem trabalha mais e ganha mais faz pagamentos maiores…”. E por aí vai. Em passado recente bico era uma prestação de serviços genérica. Hoje, com a disrupção digital, com a tecnologia, com os smartphones, com a angústia decorrente de todas essas possiblidades que hoje pertencem às expectativas nossas, consumidores modernos, e que queremos tudo da maneira mais prática e no menor tempo possível, o bico institucionalizou-se através de diferentes plataformas, e vem sendo um amortecedor ainda que precário, da crise social que seguimos mergulhando em decorrência do fim dos empregos. É o que temos, por enquanto…
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Sanha empreendedora

Quem nasce com o vírus e a energia empreendedora segue assim até o fim. Não obstante todos os tropeços, eventuais crimes e ilegalidades, acusações e críticas, Mário Bernardo Garnero, 87 anos, e Eike Batista, 68, acabam de assinar protocolo comprometendo-se a uma série de novos e relevantes projetos em conjunto. Tinham todas as razões, para como se costuma dizer, “sossegarem o facho”. Mas, não conseguem. A energia empreendedora é mais forte. A esses dois malucos, e aos milhões de outros mais, micro, macro, mega empreendedoras, todas as minhas homenagens e reconhecimento. Sem eles não teríamos o carro, as vacinas, as pontes, o smartphone, as roupas, as casas, os shoppings, ruas e avenidas, a paçoquinha, o milho cozido, o caldo de cana, o pastel, Frank Sinatra no Maracanã, o Rock in Rio e agora, o Imagine, o novo empreendimento de Roberto Medina, 77 anos. Um empreendimento que segundo cálculos da FGV terá um impacto econômico anual na economia de mais de R$ 9 bi, mais de 274 bi em 30 anos, gerando 143 mil novos empregos. Medina, Garnero e Batista, não obstante os eventuais e naturais tropeços e escorregões inerentes ao ato de empreender, são algumas das melhores referências para todos os jovens brasileiros. Assim como Gorki Starlin Oliveira. Num mercado – o de livros – onde quase todos os movimentos são de retração e quebras, uma exceção. Gorki Starlin da Costa Oliveira, que em 2002 criou a Alta Books, editora de livros de computação e negócios, e segue sendo salvo raríssimas exceções, o último dos empreendedores a acreditar nos livros de papel. Desde então, e em pouco mais de 20 anos, converteu-se no Grupo Alta Books, pós sucessivas aquisições, totalizando 16 selos diferentes, e um catálogo com mais de 4 mil títulos. Uma espécie da Velhinha de Taubaté, personagem emblemática de Luis Fernando Veríssimo, a última a acreditar nos governos militares. Gorki, salvo poucos e raríssimas exceções, é um dos últimos editores do país, a acreditar no livro de papel, mesmo com o debacle da FNAC, Cultura, Saraiva, Laselva, dentre outras. No domingo, 8 de setembro, Gorki, generosamente, escancarou números e detalhes do desafio que os sobreviventes, e os novatos no território, vêm enfrentando, em entrevista a Ruan De Sousa Gabriel, de O Globo. “Em 2018, com a recuperação judicial da Saraiva e da Cultura, percebemos que o número de livrarias ia diminuir, as lojas iam ficar menores e haveria menos prateleiras para livros de computação e negócios. Os livros técnico-científicos representavam metade de nosso faturamento. Nossa estratégia foi apostar na bibliodiversidade comprando editoras pequenas e médias de outras áreas. Hoje, em todas as prateleiras, há livros de nosso catálogo…”. E, na sequência, foi revelando as táticas de sua estratégia, ‒ “Compramos editoras porque não compramos apenas o catálogo, e sim, toda a experiência de erros e acertos ao longo de anos…”. ‒ “Honramos tudo o que está contratado e procuramos manter o editor na mesma posição para planejar o catálogo para os anos seguintes. Se ele decide sair, procuramos um profissional com o mesmo perfil para substituí-lo”. ‒ “Com o fechamento de livrarias percebemos que os espaços iam diminuir. Assim, compramos editoras para não só expandir o catálogo como também para brigar por prateleira e dar continuidade a projetos editoriais que pareciam inviáveis na nova configuração do mercado”. ‒ “De nosso faturamento 60% vêm de livros de negócios e desenvolvimento pessoal, 15% de técnico-científico, e os 25% restantes de literatura e gastronomia… e, um terço de nosso faturamento vem da Amazon… mas, para lançar um livro ainda precisamos de livrarias. No meio de tanta informação na tela, ninguém vê o lançamento…”. Ele, Gorki Starlin Oliveira, talvez o último dos editores de um negócio próspero durante décadas, e que mergulhou de cabeça e de forma irreversível na chamada Cauda Longa. São os malucos que giram a roda da economia, produzem riquezas, criam empregos, e assumem os riscos de quebrar e serem execrados por todos os demais. Mas a energia interior, a sanha empreendedora, é mais forte… Thanks God! God Bless You!
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Geração Z, de “anziozos”, cuidando de velhos e obesos

Estadão, 16 de agosto de 2024. Chamada de capa “Número de jovens internados por ansiedade sobe 136% em 10 anos”. Mesmo não sendo médico tinha total certeza que isso ia acontecer. Os nascidos de 1995 para cá encontraram um mundo radicalmente diferente de seus pais e avós, e ainda em processo de formação. Foram crescendo na medida em que esse mundo evoluía, aceleradamente. Assim, a chamada Geração Z não tem absolutamente nada a ver com as que a precederam. Pais e avós aquietados com “pacifiers” – chupetas. Geração Z, aquietada com smartphones… Assim, mais que óbvio que existe uma brutal discrepância entre o sentido de tempo e ritmo que tem em si, e o sentido de tempo e ritmo das pessoas que as rodeiam e amam. Todos, amor, compreensão e paciência. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 10 anos os registros de internações relacionadas a estresse e ansiedade mais que dobraram, 136%. Segundo a coordenadora do estudo sobre a ansiedade na Universidade Federal de Uberlândia, Luciana Saraiva, hoje, em Minas Gerais, 60% dos estudantes revelam muitos graus acima das médias anteriores de ansiedade. As pessoas, muitas, colocam a culpa no smartphone, nas redes sociais, e em outras manifestações e gadgets. É muito mais profundo. Como tenho comentado com vocês a causa é Estrutural. O tsunami tecnológico que destruiu o mundo onde nós, mais velhos nascemos, dando lugar, e em processo de construção, um mundo absolutamente novo. Nós, mais velhos, não sentimos tão fortemente embora o nosso grau de ansiedade tenha aumentado, também, porque fomos nos adaptando, em paralelo às mudanças que iam acontecendo em nosso entorno. Diferente da geração Z que quando abriu os olhos o caos já estava instalado, e olhavam para nós e não entendiam, como seguem não entendendo, porque nos comportamos do jeito que nos comportamos… É isso, amigos. Os chamados gadgets – computadores, tablets, smartphones, e outros, são a ponta do iceberg. O iceberg de verdade é o tsunami tecnológico, a crise estrutural e não passa daqui a pouco. Só cresce, acelera, e prevalece… Isso posto, e Repetindo, paciência, amor, compreensão… Enquanto isso, nós… e além de…Velhos… Obesos! Em poucos anos a população do Brasil passa por um envelhecimento radical, e a caminho de um crescimento espantoso da obesidade. Em síntese, uma maioria de velhos e obesos. Sobre o envelhecimento todos os dias as plataformas repercutem os resultados do Censo, onde segue despencando o número de filhos por casal, enquanto vivemos mais, e assim, o envelhecimento da população é definitivo, irreversível, e, acelerado. Agora a informação é de que caminhamos inexoravelmente para a obesidade. Dentre centenas de informações separei a do Doutor em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, Antonio Carlos do Nascimento. Em artigo em O Globo, e onde diz, “A Obesidade não tem cura mas é tratável”, ou seja, tudo o que podemos ambicionar é convivermos em paz e harmonicamente com nossa obesidade. Diz Antonio Carlos do Nascimento, “Estudo recente projeta que a população brasileira crescerá apenas até 2041, enquanto outro levantamento elaborado pela Fiocruz concluiu que metade dos brasileiros será obesa em 2044. A primeira sacramenta a perda definitiva do bônus demográfico, e a segunda a prevalência da obesidade entre adultos, de 11,8% em 2006, para 22,4% em 2021. O mais trágico dessa análise que faltou iluminar a terceira e cruel decorrência, Velhos, Obesos, e, Pobres! Mais velhos e mais obesos, aceleram-se as necessidades de mais recursos para a saúde, o que significa mais impostos, e jogar a renda média do brasileiro para baixo. Talvez, e numa espécie de premonição coletiva, é o que faz da chamada Geração Z, a quem sobrará essa conta, tão desproporcionalmente ansiosa, ou como se brinca hoje, “Anzioza”, em relação às gerações anteriores. Curto e grosso, sem querer ser alarmista ou trágico. Está ruim e difícil, e mais para frente, vai ficar pior. Não colhemos o tal do bônus demográfico quando devíamos, mas nossos filhos e netos arcarão com os ônus da velhice e da obesidade. Em termos estruturais, esse, de longe, o maior desafio do marketing dos próximos anos…O desafio das empresas adequarem-se a uma nova realidade. A um mercado menor, obeso, e pobre… Por favor, não me venham dizer que sou pessimista…
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Os elevados riscos do chamado naming rights

Os riscos de uma empresa, produto, instituição, depositar ou conectar o sucesso, valor e brilho de sua marca a uma outra pessoa, é sempre muito elevado. Porque pessoas são mortais, e susceptíveis das derrapadas, fracassos, e cometimentos de crimes. O mesmo acontece em relação a obras, prédios, estádios, teatros, times de todas as modalidades de esportes e muito mais. No dia da decisão da compra dos direitos sobre a marca tudo é ótimo. Horas depois, tudo pode converter-se num pesadelo. Neste preciso momento uma organização inovadora, revolucionária, disruptiva, assumiu riscos desproporcionais e desnecessários depositando sua marca para abençoar e reverenciar o estádio municipal do Pacaembu, e ainda cometendo a imprudência e temeridade de comprar uma propriedade que, eticamente, jamais poderia ser vendida: Uma edificação, Pacaembu, que já tivera seu naming rights concedido a uma pessoa, o Marechal da Vitória Paulo Machado de Carvalho. Pois bem, e como ensina a vida e a música, pau que nasce torto não tem jeito morre torto, o Mercado Livre depositou suas conquistas e realizações – de forma eticamente mais que discutível – a uma obra que desde seu anúncio já incomodava toda a vizinhança e as demais pessoas que prezam instituições, acreditando que o combinado, prometido e contratado seria entregue. E assim não foi. Toda semana uma nova surpresa péssima em relação às obras do Pacaembu que não terminam nunca, e os adiamentos seguem sucedendo-se. Sábados atrás o Estadão anunciava mais uma trapalhada para dizer o mínimo. “Quase sete meses após a primeira previsão de inauguração o estádio do Pacaembu – agora rebatizado de Mercado Livre Arena Pacaembu – continua sem uma data prevista para seu primeiro jogo oficial. E revela, Pacaembu tem nova rachadura enquanto segue com obras atrasadas”. Aconteça o que acontecer, e independente da análise de mérito se fazia algum sentido sob o viés e ótica do MEQ – Marketing de Excepcional Qualidade – o Mercado Livre ter comprado o naming rights do Pacaembu, pura e simplesmente uma organização moderna, de conquistas extraordinárias, e benchmark obrigatório para as novas empresas que estão nascendo, cometeu um erro crasso e bisonho. E, ao invés de agregar pontos positivos a sua marca mais que consagrada, só cria desconforto, constrangimentos e, porque não dizer, vergonha.
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Decisões na emoção do momento

Talvez, provavelmente, certamente, com certeza, muitas decisões, em especial as que mexem com a essência da empresa a partir de sua denominação, deveriam ser tomadas passado o vendaval das conquistas e celebrações. Em situação de calma, normalidade, consciência plena, e lucidez. Mas, não necessariamente é assim que acontece. Recentemente testemunhamos a derrapada monumental da Mondelẽz, não pelo valor que despendeu, mas pela escolha que fez de suportar todo o seu investimento num trocadilho pífio e irrelevante: MorumBis, enfatizando da pior maneira possível um de seus produtos e marca legendário. A decisão foi tão tola, para não dizer o mínimo, que em muito pouco tempo, hoje, meses depois, as pessoas retomaram a forma de falar a denominação do estádio do São Paulo. Apenas, e como de verdade é, Morumbi. Agora, e no mês de maio, diante de um grande negócio, da fusão da Arezzo&Co com o grupo Soma, outra decisão precária que brotou em momento de forte emoção. Conforme o noticiário da imprensa, “O novo nome, Azzas 2154 SA, faz alusão ao mantra recitado por Alexandre Birman controlador do grupo nas reuniões – Arezzo Rumo A 2154, pensando na perpetuação da empresa…”. Definitivamente, e em algum momento, a denominação será reconsiderada. Ou não, mas, deveria. A duplicidade de ZZs remete a outras e trágicas recordações, e 2154, além de absurdamente distante, e até por isso, não quer dizer nada. Na medida em que é o controlador do grupo, não havia necessidade de defenestrar uma marca conhecida e consagrada, e assim, Arezzo deveria ter permanecido. Talvez com o tempo isso acabe acontecendo. Mas, em meio a fortíssimas emoções, muitas vezes não consegue se respirar fundo, conter o entusiasmo, e tomam-se decisões que só deveriam acontecer em momentos de absoluto equilíbrio e total lucidez.
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21 anos da Rede Vanguarda, e, a palestra do Boni

“Madia, vamos completar 21 anos e queria oferecer uma palestra sua a comunidade do marketing de São José e região, – empresários e profissionais da Vanguarda – e a minha equipe, pode ser?” Assim, e no dia 21 de agosto tive o privilégio e a honra de palestrar para a comunidade empresarial de São José e Região, atendendo ao convite dele – Boni – o brasileiro que mudou, reeditando, a história do Brasil. Com competência, sensibilidade, acurácia e técnicas de ourivesaria; o que nós, brasileiros, hoje somos, na visão do mundo. “Madia, preciso que você conte onde estamos e para onde vamos, nós, nossas empresas, o mercado, e o que precisamos saber e fazer, pode ser?” Os presentes receberam o livro dele, O Lado B de Boni – já e pela segunda semana dentre os 10 mais vendidos do Brasil – e um pequeno livro meu, Madia Marketing e Branding Plan Guide – com todo o conhecimento, lições, metodologias, essenciais para as empresas enfrentarem e sobreviverem ao Tsunami Tecnológico que deu fim ao mundo em que nascemos, e começa a esboçar um novo e admirável mundo. O maior desafio, disse aos presentes, é que não estamos nem acostumados e muito menos preparados para enfrentar uma Crise Estrutural da dimensão da atual. Precisávamos, como nos ensinou Peter Drucker, saber “refratar como prismas”, e não “refletir como espelhos”, e que é o que a vida nos ensinou diante de infinitas crises conjunturais que enfrentamos e superamos. Quando refletimos como espelhos, planejamos com os olhos grudados no retrovisor, e projetamos o passado em direção ao futuro. Quando refratamos como prismas, ignoramos o passado, só olhamos através do para-brisa, e como nos ensinou Drucker. Essa palestra a partir de agora está à disposição de todas as empresas, e se chama, “A Palestra do Boni”, com um aposto de Peter Drucker, “A melhor forma de planejar o futuro é criá-lo”. O Boni é uma referência. A referência. Em 1971 fui contratado para reposicionar o Itaú América Federal de Crédito, pelo dr. Olavo Setubal, que queria adotar o marketing naquele banco de 300 agências para um dia alcançar a liderança. Fizemos o primeiro planejamento estratégico do Itaú em 30 dias, e começamos a execução no dia 1 de setembro de 1971, com um prazo inicial de 120 dias para os primeiros resultados. Mudamos a comunicação interna, contratamos a DPZ, colocamos no ar uma primeira campanha mais que agressiva e desafiadora – “Ajude o Itaú a Ser o Primeiro, Um Dia Poderá Ajudar Você”, mudamos a ótica dos computadores do banco que deixaram de ser máquinas de fazer economia de mão de obra e passaram a produzir informações de qualidade, fizemos a primeira convenção de gerentes no Cine Regina, na Avenida São João, e faltava um grande encerramento. Que, finalmente, fizesse da equipe do Itaú, embora cada um viesse de um banco diferente, uma equipe única, motivada, vencedora e mais que comprometida. E para isso contei com o Boni. Que nos possibilitou ‒ pela primeira e única vez, a uma organização – o Itaú ‒ ser parceiro da Globo em sua primeira mensagem de Natal, “Hoje é um novo dia…” composição legendária dos irmãos Valle e do Nelson Motta. Os 300 gerentes do Itaú tiveram o melhor Natal da vida deles, eram parabenizados pelos clientes e invejados pela concorrência, começando a nascer ali o novo líder de mercado, três décadas depois… 1981 contei, uma vez mais, com o talento, apreço e amizade do Boni, num momento em que ainda não existia a Apoio e o merchandising não era vendido, resolver um desafio descomunal. A rejeição que as famílias da cidade de São Paulo passaram a ter sobre seu mais novo e fascinante Shopping Center, o Eldorado, uma pirâmide na marginal, caótica internamente, e onde as pessoas tinham dificuldade para entrar, e maior de encontrar a saída. Pela primeira vez uma novela inteira teve como cenário principal um Shopping Center, “Guerra dos Sexos”, que quebrou todas as resistências e preconceitos da família paulistana em relação ao Eldorado, e até hoje, na medida em que a novela foi exibida em dezenas de países, estrangeiros vêm conhecer o Shopping da Novela… Assim, impossível não aceitar o convite de um mestre. E, neste artigo, reverenciar aquele que seguiu ao pé da letra o ensinamento de Drucker, construindo um legado monumental e que deixará para todos nós. “A melhor forma de planejar um Novo Brasil é criá-lo”. E é o que fez e segue fazendo em toda a sua legendária trajetória profissional e empresarial. Ele, O Boni! Valeu, amigo Boni. Sou seu fã. Para sempre… Francisco Madia.
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Casas Bahia, uma nova tentativa…

Depois de renegociar suas dívidas com seus principais credores – Bradesco e Banco do Brasil – R$4,1 bi, defender e preservar um caixa de R$4,5 bi, reduzir o custo da dívida e aumentar o prazo de seu pagamento de 22 meses para 72 meses, e trocar o comando há um ano, a Casas Bahia se diz pronta para retomar sua trajetória de sucesso. Não será fácil, mas… Há um ano com um novo profissional no comando, Renato Franklin, e que traduz a revisão na estratégia no mote, “saímos de uma estratégia de crescer para dar lucro e colocamos em prática o plano de dar lucro para crescer”. O tempo dirá se essa nova estratégia não passou de um jogo de palavras… Toda a gestão de Franklin começa com dar um passo para trás antes de dar muitos à frente. Isso implicou no fechamento de 55 lojas e quatro centros de distribuição, mais 8,6 dispensas de funcionários. Redução em 1/3 do valor dos estoques, de R$6.5 para R$4.4 bi. Desistir da venda de alguns produtos no digital, que brilham os olhos e sangram os bolsos, como bebidas, brinquedos, fraldas, produtos de higiene, que, e segundo Franklin, “Vender no digital é fácil. Difícil é vender ganhando dinheiro…”. Nesta derradeira tentativa de resgate e recuperação a Bahia, descartando definitivamente uma tolice chamada VIA, concentra sua atuação no que deu origem a empresa: eletrodomésticos – linha branca, televisores, smartphones – mais móveis. Segundo Franklin, “desistimos de vender tudo e nos concentrar no que somos mais que competitivos e sabemos ganhar dinheiro…”. Se tudo caminhar conforme o previsto, e na próxima fase dessa espécie de operação resgate, a Bahia pretende concentrar-se no analógico, ao contrário de seus principais concorrentes, e conforme matéria em Dinheiro. A partir do próximo ano, 2025, voltar a abrir lojas físicas, e assim evoluir durante 5 anos. É isso. Não será fácil. Reverter o processo de derretimento de uma empresa que chegou a ter um valor de mercado ainda em 2023 de R$4 bi, e hoje mal alcança os R$ 500 milhões…
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Investindo no futuro, com os pés fincados no presente, e os olhos grudados no passado

Em momentos de ruptura e transição radical, de ordem estrutural, como estamos vivendo, e sendo otimistas, 50% de tudo o que está sendo decidido hoje tem elevadíssimos riscos de não fazer o menor sentido amanhã. Muito especialmente as decisões que envolvem a gestão de países, estados e cidades. Decidimos investimentos monumentais cujos resultados e conclusões acontecerão num horizonte não inferior a 5 anos, com elevadíssimos riscos de, e quando prontos, concluirmos termos protagonizados uma tolice absurda. De termos investido tempo e bilhões em decisões e obras que perderam, por completo, a razão de ser. Assim, com esses olhos e entendimento, leio, preocupado, a decisão da Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô, ter assinado um novo contrato para a linha 2, e no valor de R$1,98 bi. Em meu entendimento, e por sensibilidade, comedimento e cautela, todos os novos investimentos em grandes obras deveriam ser congelados até termos uma visão mais clara do que acontecerá com nossas cidades e ainda no correr desta década, em decorrência do tsunami tecnológico, acelerado pela pandemia, que muda por completo a forma de acessarmos serviços, empregos, realizarmos compras, morarmos… Mas, e infelizmente, isso não irá acontecer. E acordaremos na próxima década descobrindo todas as tolices que cometemos, e o dinheiro que enterramos em obras deletérias e perfunctórias, que, e a luz de uma nova realidade, não fazem mais o menor sentido. Que nascem, mortas. Isso posto, e se tivéssemos juízo, deveríamos evitar qualquer investimento maior projetado para o atendimento de uma necessidade futura que muito provavelmente não acontecerá. Mas, e repetindo, não é assim que funciona nossa cabeça coletiva, e por essa razão, estamos condenados a protagonizar tolices monumentais, com consequências trágicas, mais adiante. Ou seja, esse contrato de R$1,98 bi para Linha 2 do Metrô jamais deveria ter sido assinado. Nem mesmo sabemos se o Metrô, continuará fazendo sentido diante de uma mais que novíssima realidade. Mas, e infelizmente, é assim que funcionam nossas cabeças, coletivamente. Como disse Scott Fitzgerald, em sua monumental obra The Great Gatsby, “Barcos contra a corrente arrastados incessantemente para o passado” …
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Dormir bem

Tenho certeza que não exista um único empresário e profissional, um único ser humano, que não saiba quão importante é dormir bem. O peso que se carrega por uma noite mal dormida. Mas o dormir bem não depende exclusivamente de cada um de nós. É uma resultante de tudo o que acontece conosco no correr do dia, da vida, e das surpresas e tropeços pelo caminho. De qualquer maneira, todos deveríamos investir o tempo necessário na busca de um dormir com um mínimo de qualidade. Os resultados em nossos desempenhos são imediatos. No ano de 2010 a AHA – Associação Americana de Cardiologia – definiu o que viria a ser as melhores referências para uma Simple Life, uma Vida de Qualidade. Mas não tratou do desafio do dormir bem. No ano passado, ao divulgar as métricas da Simple Life devidamente atualizadas, incluiu o desafio do sono, tendo como base mais de 2.400 estudos científicos. Nas versões anteriores eram 7 os fatores decisivos para uma Simple Life: tabagismo, alimentação, atividade física, nível de colesterol, glicose no sangue, IMC – Índice de Massa Corporal e Pressão Arterial. Agora, são 8, e a oitava, sete a nove horas de sono por dia. Comentando os resultados divulgados, o Dr. Luciano Drager, Cardiologista e integrante da SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia disse, “Precisamos reconhecer os distúrbios do sono e parar de falar que dormir é perder tempo…”. Reflexão decisiva e necessária para todos nós. Dormir é ganhar tempo e garantir melhor performance e desempenho. Todos correndo atrás… Mas, que não é fácil, definitivamente não é…