Categoria: Negócio

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Quando o líder se reposiciona, formalmente, indica o caminho para os concorrentes, e assume uma nova denominação

Num trabalho simplesmente brilhante, que vem sendo realizado com graus de consistência elevadíssimos, a RaiaDrogasil fecha uma longa etapa de mudanças, assume publicamente o que é daqui para frente, e obriga, no mínimo, toda a concorrência a repensar como será daqui para frente. Sem desrespeitar normas, regulamentos, costumes, a RaiaDrogasil foi preparando a virada, o bote, procedendo às mudanças de forma silenciosa e responsável, e agora, finalmente, revela-se RD Saúde. Segue sendo a rede de farmácias líder, de forma destacada, em nosso país, mas deixa bastante claro que vender remédios e ser farmácia é apenas a estrada que percorre para cuidar de uma forma mais completa e abrangente, da Saúde primária de todos os seus clientes, e que são milhões em todo o Brasil… E apenas seguindo o que a ex-Raia Drogasil até ontem, e RD Saúde, agora vem realizando muito especialmente depois que Marcilio Pousada assumiu o comando, mais que na cara e evidente que a ambição é muito maior, e mais novidades, todas, pelo caminho. Em algum momento, mais adiante, quem sabe, RD Saúde, a menor distância entre as pessoas e mais e melhores anos de vida. Confiram agora, o impacto da novíssima RD Saúde, sucessora da queridíssima RaiaDrogasil. Segundo Marcilio, em entrevista a Allan Ravagnani da Revista Dinheiro, “Os serviços de atenção básica nas farmácias têm potencial para reduzir em até 80% os atendimentos em Prontos Socorros das redes públicas e privadas…”. Ou seja, a novíssima e revolucionária RD Saúde mexe com toda a cadeia de valor da cidade. Dos consultórios médicos, passando pelos laboratórios de exames, culminando com os hospitais e prontos socorros e atendimentos, e… Atenção, Planos de Saúde! Marcilio revela alguns números. Somente no ano passado, 2023, os chamados serviços de atenção básica e primária, que a RD Saúde ofereceu, foram responsáveis por mais de 3,5 milhões de atendimentos. Segundo Marcilio, e na RD Saúde, a partir de agora a porta de entrada de milhões de brasileiros nos cuidados com a saúde, esses atendimentos iniciais contemplam quatro pilares, ou vertentes, “Promoção da Saúde, Proteção, Prevenção e Primeiro Atendimento…”. E, na entrevista, Marcilio anuncia a todos os planos de saúde que pretende visitá-los, e propor parcerias… “Pretendemos entrar em contato com os planos de saúde para que possamos aprimorar essa relação, onde nós fazemos o atendimento básico e eles nos repassariam um valor por vida, assim o paciente não pagaria nada na farmácia e ajudaria a desafogar os hospitais da rede…”. Curto e grosso. O Uber reinventou o negócio de transporte; o iFOOD, o de alimentação. O Airbnb de hospedagens. O Nubank o de bancos. A Amazon e o Mercado Livre, o do comércio. A RaiaDrogasil, agora RD Saúde, mesmo sendo uma empresa de gênese e cultura analógicas, diferente das demais que mencionei antes e que são digitais de nascença, está reinventando o negócio e a cadeia da saúde no Brasil. 10 com respeito, louvor e admiração. RD Saúde faz no negócio da saúde, o que outras e grandes organizações do varejo não conseguiram… e provavelmente, não conseguirão…
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Nem, Nem, NEM, Thanks, God!

Finalmente, mais que na hora, antes tarde do que nunca, o Nem, o Novo Ensino Médio. De verdade, essa mudança ganha corpo no governo de Michel Temer, e que tinha como ministro da educação, Mendonça Filho, hoje deputado federal, e relator do projeto, e que recebeu oportunas e consistentes contribuições do senador Pedro Chaves, educador de grande e notória experiência. Nas razões e motivos que Mendonça e Pedro elencam, todas de caráter conjuntural, e referem-se sempre – e faz todo o sentido – a frustração, decepção dos alunos diante da quase inutilidade prática do que aprendem, da qual decorre a absurda e monumental evasão escolar. De verdade, mesmo, embora essa dor seja muito forte, o tsunami tecnológico que vem implodindo a quase totalidade das instituições consagradas do velho mundo, não poderia e felizmente, não poupou, o ensino. Assim, e brevemente, muito brevemente, as grandes instituições de ensino que prevaleceram em todo o mundo nos últimos 500 anos, e decorrência mais que natural da epifania de Gutenberg e sua mágica prensa, despedem-se. Essas grandes instituições de 200, 300, 400, anos, todas, sem exceção, irão se converter em museus, bibliotecas, centros artísticos e outras manifestações. Mas, fim. Acabou, Se, conjunturalmente, faz todo o sentido a criação de um Nem – Novo Ensino Médio –, estruturalmente já deveríamos ter feito isso desde o início deste século. E se não fosse a pandemia, que apontou em direção a um ensino híbrido, presencial e a distância, ainda estaríamos postergando a mais que necessária e urgente reforma. No projeto da reforma de 2017, relatada por Mendonça Filho, a afirmação, “A reforma do ensino médio perpetrado pela Lei no. 13.415 de 2017 oferece aos estudantes a chance de refletirem sobre seus sonhos, acerca de quem são e o que desejam para suas vidas. O modelo foi construído para uma juventude criativa, participativa e atuante. A proposta foi concebida para promover uma educação contemporânea, que prepare os jovens para o mundo do trabalho e para uma vida significativa em sociedade…”. Finalmente, a primeira das mais que essenciais reformas prestes a ser aprovada e implementada. E seu poder sobre o futuro do país é revolucionário em todos os sentidos. Muito especialmente num mundo aonde os empregos vão chegando ao fim, e nasce a figura do Profissional Empreendedor. Exatamente todos aqueles que em poucos anos estarão recebendo seus diplomas do Novíssimo e Revolucionário NEM – Novo Ensino Médio. Até dias atrás comentávamos sobre a geração dos Nem, Nem, dos que nem estudam e nem trabalham. Perfeito. Só que agora ganha um terceiro NEM. Nem, Nem, Nem. Nem estudam, nem trabalham, mas, agora sim, farão o Novo Ensino Médio, e brevemente se apresentarão ao mercado como os novíssimos e mais que aguardados Profissionais Empreendedores. O capital humano essencial na SEKS – Knowledge Society, e Sharing Economy, A sociedade que estamos construindo, onde despendem-se os empregos, onde o principal capital das empresas, na Knowledge Society, é o Conhecimento, e a forma de empreender e produzir, na Sharing Economy, é por parcerias. Se tudo seguir como está caminhando, teremos muito a comemorar com os Nem, Nem, Nem… Nascendo um Brasil, finalmente, olhando para o futuro, e dando fim, para sempre ao vício e fascínio por retrovisores…
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Saudades de Abilio

Mesmo tendo partido há poucos dias, a imensa saudade permanece viva e tomando conta de todo o ambiente. Um empresário único, espetacular, referência obrigatória para todos que considerem empreender. O que, em verdade, considerando-se o Fim dos Empregos, e todos convertendo-se em Profissionais Empreendedores, referência para todos. Dentre as manifestações pelo seu falecimento, centenas ou milhares, um anúncio assinado pelo GPA – Grupo Pão de Açúcar. Fica a curiosidade, quem teria tomado a iniciativa de fazer o anúncio, quem teria pago, considerando-se o rompimento dramático que Abilio teve com o Grupo Casino. Diz o anúncio, publicado no Estadão do dia 20 de fevereiro, “Obrigado Abilio! Sua liderança genuína persistência e pioneirismo, somados às suas qualidades humanas e paixão pelo trabalho, farão parte para sempre de nossa história. Levaremos com respeito seu legado, que contribuiu significativamente para a formação e desenvolvimento dessa empresa, e a consolidação do varejo brasileiro. Que sua memória seja honrada e seus ensinamentos continuem nos inspirando. Assinado pelo GPA – Alimentando Sonhos e Vida…”. No mínimo curioso e intrigante. Abilio parte no exato momento em que o Grupo Casino, dono do GPA, vive sua maior crise, e colocou o GPA à venda. Imagino que o anúncio tenha sido uma iniciativa da direção local, e em nome dos milhares de profissionais que seguem trabalhando na empresa. Enquanto isso, o Carrefour que caminhava tão bem… Leio, perplexo, matéria no Estadão, falando sobre os planos de diversificação do Carrefour. Quer aproveitar alguns terrenos grandes que possui – 50 – para interessar outras empresas a implantar complexos multiuso em torno de suas lojas. Por enquanto, e segundo a matéria, são 50 projetos multiusos… A sensação que fica é que, para as pessoas que desenvolveram esse planejamento, o futuro é uma linha que começa no passado, atravessa o presente, e encaminha-se, naturalmente para o futuro. Foi, não é mais. E, portanto, a consistência desses planos é semelhante a uma pétala de uma rosa, cravo, margarida, ou uma folha de um trevo de quatro folhas… O subtítulo da matéria é revelador do desvario: “Varejista tem 50 projetos de complexos multiusos, com moradias, salas comerciais, hotéis e parques, para serem desenvolvidos nos próximos dez anos em seus terrenos…”. Dois dos muitos terrenos já foram vendidos para a incorporadora Riva, do Grupo Direcional, e que pretende erguer prédios residenciais ao lado dos supermercados da rede… Durante todo o século passado, com algumas interrupções em virtude das duas Grandes Guerras e outros movimentos sociais de porte, planejar-se o futuro era quase que projetar o passado e a probabilidade de fracasso era mínimo. Hoje, repetir-se essa receita, é, com raríssimas exceções, certeza de fracasso na certa. E aí vocês nos perguntam, porque as empresas insistem…? Porque e ainda leva tempo, para a maior parte de seus dirigentes entenderem a dimensão da disrupção que segue acontecendo em nossos tempos. Ainda, e desgraçadamente, os planos de novos negócios e empreendimento seguem sendo feito em pequenos cubículos mal iluminados, diante de uma nova realidade. Na maioria das organizações ainda, seus dirigentes não conseguem adotar o procedimento que nosso mais que adorado mestre e mentor Peter Drucker recomendou, advertindo, “Antes de colocar todos os novos gadgets, inovações, descobertas e conquistas na velha moldura que temos em nossas cabeças, primeiro jogar a velha moldura fora”. E não é fácil e exige muita coragem, desprendimento e sensibilidade proceder-se a essa recomendação. Por essa razão, e ainda hoje, 2024, mesmo o tsunami tenha começado entre os anos 1950 e 1960, na maioria das decisões, a velha moldura continua prevalecendo. E assim testemunhamos, patéticos, a recorrência de erros monumentais das empresas que, inconsciente e naturalmente, continuam planejando seus futuros com os olhos grudados no retrovisor.
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Os novos pobres

A dor da morte, e perdas emocionais, afetivas, são únicas. De repente, de um dia para o outro deixamos de conviver com pessoas com quem convivíamos a vida inteira. Esse o quadro e a situação de muitas famílias brasileiras. Quando o que parte não tinha uma participação decisiva e essencial na renda da família, segue-se chorando, com saudade, e gradativamente, ainda que com a sensação permanente e definitiva que está faltando alguém, retoma-se a caminhada. Mas nem sempre é assim. Em decorrência da pandemia temos hoje e no Brasil – e no mundo e demais países certamente, também, os chamados novos pobres. Nas famílias onde os que morreram respondiam por parcela importante da renda. Semanas atrás o Estadão publicou um estudo dimensionando o dinheiro que deixou de ser ganho e foi subtraído da renda de suas famílias. O valor total é da ordem de R$16,5 bilhões. É isso, amigos. Nessas famílias, passa a faltar tudo, além da perda do pai, irmão, filho, sobrinho, tio que partiu, porque carregaram consigo, a possibilidade de uma renda que integrava os ganhos da família. Famílias definitivamente marcadas e passando a integrar o grupo expressivo dos chamados novos pobres. COVID-19, o  vírus que determinou o empobrecimento de milhares de famílias.
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New York , State of mind, é inovar-se permanentemente

Se Inovar, permanentemente, é o tal dos segredos da eterna juventude, ou de se alcançar a imortalidade, não conhecemos nenhum outro exemplo melhor em todo o mundo que não seja NYC. Mesmo sendo – Manhattan, um pequeno terreno de 3 km de largura por 21 km de comprimento, é um espaço live, vivo, pulsante, instigante, em processo permanente de mudança. De longe, o maior museu de arquitetura moderna a céu aberto do mundo. Como dizia Tom Jobim, uma cidade para se visitar deitado na maca de uma ambulância com teto solar… Como nos ensinou na mais emblemática das canções que falam sobre a ilha Billy Joel, “New York State Of Mind”. Assim, mais uma ousadia foi dada como concluída meses atrás. A Steinway Tower, “The most slender skyscraper in the world”. Portanto, e antes de assistir qualquer filme ou série, hoje a noite, ou, depois, para relaxar, entre no YouTube e confira mais essa deliciosa maluquice e irresponsabilidade dela, NYC. Dezenas de reportagens documentando o evento. E, provavelmente, você vai querer ver mais de um… A esbelteza da Steinway deixa nervosos e inquietos alguns dos melhores arquitetos do mundo. Uma relação altura-largura de tirar o fôlego, e em termos de altura só perde na ilha para o One World e para o The Central Park Tower. E não para por aí. Mais e muitas novidades a caminho na cidade que nunca dorme. NYC, benchmark obrigatório para todos os nossos negócios. Inovar ou morrer, ou, o preço da sobrevivência é a permanente inovação. Assim como, e por assim ser, repetimos, a cidade que nunca dorme.
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Makro, ato final

Depois de 50 anos a rede de atacado Makro, uma das pioneiras no território, despediu-se do Brasil. Vendeu 28 lojas para o Carrefour em 2020, ficou com 24 lojas, todas no estado de São Paulo, e que também foram colocadas à venda. Em verdade, organização emblemática e pioneira no atacado, acomodou-se num país que imaginava hibernado e sonolento, e não se dando conta de uma nova concorrência, os Atacarejos, e que ofereciam tudo o que o Atacado vinha oferecendo, e, muito mais. Demorou para mudar e perdeu relevância. Quando decidiu se reposicionar em 2018, migrando gradativamente para o Atacarejo, era tarde demais. Novos e poderosos concorrentes já tinham tomado conta do mercado. Assim, realiza seu ritual de passagem com a venda do que sobrou das lojas. E sem conseguir concluir o processo de venda, 2022 marcou a despedida definitiva do Makro no Brasil. Fundada no ano de 1968 pela SHV Holdings, Amsterdã, investiu e cresceu no Brasil até 2020, momento em que decidiu jogar a toalha e dar-se por vencida. Chegou a ter 62 lojas por aqui, com presença em 23 estados, mas perdeu o tempo, errou o compasso, tropeçou no ritmo, e assim, e como mais que previsto, partiu. Makro, era uma vez…
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Chegamos lá; deveríamos?

Matéria na Veja de semanas atrás, e decorrente das monumentais conquistas dos últimos 20 anos, com a construção e domínio do Genoma Humano e de quase todas as demais espécies, anuncia a possibilidade de aqueles que viram partir, mais que emocionados, seus animais de estimação, os terem de volta mediante réplica, em tese, perfeita. Dentre as empresas que nasceram e prosperam a partir das conquistas da genética, só possíveis pela criação do microchip e da disrupção tecnológica de onde decorrem a capacidade quase que infinita de se fazer pesquisas e processar dados e informações, pontua a ViaGen. E, como os consumidores de droga costumam dizer, é o que sua denominação sugere e diz, uma Viagem… O que faz a ViaGen e outras empresas que oferecem semelhante serviço. Os cientistas dessas empresas coletam amostras do pet em vida, depois cultivam as células em laboratórios por meio de processos artificiais até que evoluem e convertem-se num embrião. Depois de algum tempo de gestação nasce uma cópia supostamente 100% igual ao pet que partiu. Para clonar um cachorro a ViaGen pede 8 meses. Já gatos precisam de 12 meses… em tese, são mais inteligentes, e por isso, demoram mais para serem clonados… Ainda no início, e assim, tendo que suportar todos os custos das pesquisas, um pet clonado sai em torno de R$200 mil. Mais adiante, em 10 anos, menos de 10 mil… Isso posto, encaminhamo-nos para uma quase imortalidade do ser humano, e das demais espécies. Dentre os dois caminhos possíveis, este agora revelado que é o da clonagem, e o outro, da medicina corretiva, que corrige os eventuais erros que a natureza comete, tornando as espécies imortais, me agrada muito mais a segunda alternativa. Em nosso sentimento, Consultores do MadiaMundoMarketing, uma alternativa natural. A que acaba de ser anunciada, a clonagem, uma alternativa que, no mínimo, constrange e causa desconfortos éticos e emocionais.
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Etna – nascimento, vida e… De uma empresa que jamais revelou consistência…

A Etna abriu as portas de sua primeira mega loja no dia 11 de agosto de 2004. Ao completar 18 anos, onde supostamente alcançaria a maioridade, era um organismo em decomposição… No dia 25 de março 2022 fechou as portas. Sob a liderança de Nelson Kaufman, Grupo Vivara, que visitou 7 países em busca de inspiração. Durante poucos anos a Etna deu algum sinal de vida. Depois estacionou e muito rapidamente mergulhou em decadência irreversível. Talvez, as tais das mega lojas, com a aceleração monumental do e.commerce, tenham perdido ainda mais a razão de ser. As grandes livrarias, todas, naufragaram – Cultura, Saraiva, Laselva – e a Tok&Stok procede revisão radical em seu modelo e parte para lojas de porte médio, com menos de 1000 metros quadrados. No Estadão, matéria a da Coluna Broadcast, antecipando o fechamento, trouxe uma sucessão de interrogações. Uma atrás da outra. Textos do tipo, “Fechando lojas desde o ano passado a Etna vive um momento melancólico de sua operação física. Em seu site uma relação desatualizada de suas lojas, sem canais de comunicação oficial, e por aí vai…” Ou seja, o sintoma, ou, os sinais eram, de abandono total. Aparentemente, a família Kaufman jogara a toalha e esperava por alguém interessado em arrematar o que sobrou. Não apareceu. A Etna, se tivesse analisado o mercado a fundo, teria descoberto e constatado que o momento em que decidiu decolar, era o momento que os demais players consideram a retirada e revisão radical do modelo. Nem lições como as da FNAC que já agonizava quando a Etna decolou, foram suficientes para chamar a atenção dos investidores para o desatino. Pela dimensão da loja, e o foguetório no lançamento, a Etna em sua loja de 12 mil metros quadrados – equivalente a dois campos de futebol – era o grande comentário da cidade de São Paulo durante alguns e poucos finais de semana. De tão grande, muitas famílias deixavam para conhecer a nova loja no sábado ou domingo. Terminada a fatídica Síndrome da Experimentação, o esvaziamento aconteceu no mesmo ritmo e velocidade. No portal o Mundo das Marcas, a última atualização sobre a Etna é de fevereiro de 2020, vésperas da pandemia. Naquele momento ainda mantinha 13 lojas e comércio eletrônico. Meses atrás, nem mesmo os funcionários remanescentes da Etna sabem responder quantas eram as lojas. Mas, e no máximo, talvez, restassem 5, com produtos faltando nas prateleiras… Dentre os grandes equívocos da história do varejo no Brasil, a Etna merece um capítulo especial. E, triste. O otimismo dos fundadores era de tal ordem que decidiram escolher como denominação do novo negócio, a mesma do maior vulcão da Europa. Etna. Originário do grego, da palavra Aitna seu significado é “Eu Queimo”. Exatamente o que aconteceu com a Etna.
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Tem gente que gosta

Tem pessoas que gostam de viver num mundo de fantasias. E assim batem o ponto todos os anos em um dos parques da Disney, que a Disney decidiu torná-los felizes para sempre. Começa a construir bairros planejados, tematizados, e climatizados no Jeito Disney de Ser. Essas pessoas, ao invés de uma semana ou quinze dias por ano, agora poderão passar os 365 dias morando em casas do estilo das de Branca de Neve, cruzando com Mickeys e Patetas todos os dias, e vivendo momentos de emoção com os Piratas do Caribe. O primeiro desses empreendimentos que, na sequência, serão replicados em diferentes lugares, incluindo uma possibilidade no sul do Brasil, levando em consideração a quantidade de brasileiros que comprou uma casa e mora em Orlando, será na cidade de Cotino, em Rancho Mirage, California. O primeiro dos DTNs – Disney Themed Neighborhood – está sendo construindo em terreno com 250 hectares onde serão edificadas 1900 casas. O Neighborhood terá centro comercial, restaurantes, espaço para divertimento e recreações, hotel, um Mini Park Disney, claro, tudo devidamente climatizado. Jamais Walter Elias Disney, da cidade de Hermosa, Chicago, Illinois, 5 de dezembro de 1901, poderia imaginar que sua primeira criação, Mickey, o levasse a um business dá dimensão que hoje alcança e segue crescendo. Em verdade, mais que um big business, definiu um posicionamento, construiu uma narrativa irresistível, e tudo o mais foi e segue decorrente…Simples assim. Mas, e por enquanto, e mesmo sendo simples assim, só ele Walt Disney foi capaz da proeza.
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Marcas em risco

Arezzo e Grupo Soma, decidiram somar-se. Tudo de bom?! Do lado da Arezzo marcas como Schutz, Anacapri, Carol Bassi e Reserva. Do lado do Soma, Animale, Farm, Dzarm e Hering. Segundo os dados disponíveis, a nova empresa nasceu com um faturamento de R$11,7 bi. Sinto dizer, nosso sentimento, consultores do MadiaMundoMarketing não é dos melhores. Praticamente impossível preservar e fazer crescer ainda mais MARCAS que deixam de ter um território específico e próprio, e passam a viver num coletivo, num espaço comum, por maiores que sejam os cuidados e providências. Nas primeiras horas o mercado reagiu positivamente, as ações das duas empresas subiram mais de 10%… Do ponto de vista financeiro, e no curto prazo um sucesso. Já no tocante ao Branding, riscos gigantescos e desproporcionais. Praticamente impossível conseguir oferecer, a cada uma das marcas, um cantinho, território, espaço específico, com todos os cuidados necessários, para, e no mínimo, preservá-las. Já vimos esse filme e o final é triste. Como um dia nos ensinou o arquiteto Ludwig Mies van der Rohe, “God is in the details”, ou, “Dieu est dans les détails, ou, no português, mesmo, “Deus está nos detalhes”, assim como a virtude, a sensibilidade, o respeito, o domínio, a gestão… Branding é ouriversaria. Bijoux de marque, ou, branded jewelery… O que uma Reserva, por exemplo, e depois de uma trajetória irretocável, vai fazer agora? Assim como uma Farm, ou a centenária Hering? Já a Boeing… Poucas vezes em toda a história da administração moderna e dos negócios assistimos uma Crise Cultural das dimensões que hoje vive a Boeing. Como diz a música gravada originalmente por Orlando Silva, e depois por João Gilberto, de autoria de Marino Pinto e Zé da Zilda, “Aos pés da Santa Cruz, você se ajoelhou, em nome de Jesus um grande amor jurou…” e foi o que fez a Boeing. Após a queda de dois Boeings 737 Max com centenas de mortos, e se ver obrigada a determinar às empresas aéreas clientes que mantivessem os aviões que compraram estacionados sem dar um pio e nem imaginar bater as asas, a Boeing prometeu que se emendaria e nunca mais submeteria seus queridos clientes a uma vergonha dessa dimensão, e prejuízos que certamente levaria muitas a falência. Juramento falso. Voltou a fazer o mesmo, e os compradores do novíssimo e supostamente a prova de todas as lambanças, Boeing 737 Max 9, todos, semanas atrás, foram obrigados a deixar seus pássaros estacionados, aguardando por uma solução. E que veio semanas depois, mas, com restrições!!! Socorro! A marca Boeing, nos últimos 6 anos, mergulhou de cabeça e segue perdendo sustentação. Desde a queda de 2 737 Max em 2018, e agora com os 170 737 Max 9 permanecendo muitos dias estacionados e a espera de inspeção. A credibilidade da Boeing se não chegou a zero está muito próxima de. E quando sabem que o voo é num Boeing as pessoas não conseguem sorrir. A Boeing, vive hoje a pior das crises que pode acometer qualquer empresa. Perdeu, o pouco que tinha de uma Cultura de Qualidade. A primeira vítima do 737 Max 9, a Alaska Airlines, que viu a porta de um de seus aviões despencar em pleno voo, e depois que a NBC noticiou ter a empresa encontrado muitos parafusos soltos em toda a frota de 737 Max 9, manifestou-se na pessoa de seu CEO, Ben Minicucci, “Minha pergunta para a Boeing é, o que pretendem fazer internamente para melhorar seus programas de qualidade?…”. E muitas empresas que compraram o Max 10, que por sinal está com seu cronograma de fabricação e entrega atrasado, reconsideram a decisão. E pensar que um dia, quando pretendíamos elogiar uma pessoa, ou um produto, dizíamos, ”É um Boeing…”.