Ilusão de ótica, ou, erros clássicos e recorrentes das pesquisas

Nos jornais de um final de semana de pandemia veio a informação de uma queda significativa na frequência dos fiéis nas igrejas. Segundo as notícias, em algumas igrejas, a queda era superior a 70%.

Em matéria no Estadão, por exemplo, depoimento de um dos fiéis, Alzir Cardoso, 62 anos… “O movimento diminuiu bastante. As pessoas estão assistindo à Missa em casa com medo do contágio e preferem rezar seguindo as transmissões pelas redes sociais”.

E aí, e olhando para a Igreja, muitos apontam um fato positivo, concluindo e dizendo, “Agora testemunhamos um comparecimento maior dos jovens, temos mais jovens frequentando a igreja…”.

Em toda a nossa vida de consultores cansamos de ver erros monumentais na tomada de decisão, por percepção equivocada e semelhante nas empresas.

Em verdade não existem mais jovens frequentando a igreja. Apenas e que, com a ausência e diminuição gigantesca dos idosos, os mesmos jovens de antes agora passaram a ser vistos, dando a sensação que o número deles cresceu… Esse é um erro clássico que muitas empresas e pesquisas cometem.

Esquecem-se ou não estabelecem a comparação verdadeira com uma referência consistente. Mais ou menos como olhar dentro de uma pequena geladeira de sorvetes e depara-se com uma grande quantidade de sorvetes de Morango e concluir-se que agora é o sabor preferido. Não é. Apenas que os sorvetes de Coco, Limão e Abacaxi acabaram…

Com a ausência dos idosos, agora é possível de se ver mais jovens nas igrejas.

Não aumentaram em quantidade. São os mesmos de antes.

A igreja segue não atraindo os jovens…

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