Aconteceu meses atrás em nosso país uma das decisões mais absurdas em relação à marca.

A toda poderosa Diageo, e sua marca fantástica, com uma narrativa brilhante, Johnnie Walker, ao invés de sorrir e ignorar uma manifestação folclórica e porque não dizer prosaica e simpática de um fabricante de cachaça, que denominou seu produto de João Andante, processou e conseguiu que a lamentável e tosca 3ª Turma do STJ – Superior Tribunal de Justiça – determinasse que o João Andante parasse sua singela caminhada e fosse atrás de uma outra denominação.

Em verdade, se alguém considerasse reclamar do João Andante, esse alguém seria Miguel de Cervantes, uma vez que a figura do João desenhada no rótulo, está muito mais para Dom Quixote do que para Johnnie Walker…

Uma pena! A Diageo perdeu uma chance única de permanecer silente e ignorar uma brincadeira de ótimo gosto, que mistura Dom Quixote com Jeca Tatu de Monteiro Lobato, e acabou por alavancar uma nova marca de cachaça em nosso país.

Um fenômeno semelhante que aconteceu com a Cachaça Havana de Anísio Santiago, que se esqueceu de providenciar o competente registro, acabou sendo contestada e perdeu nos primeiros julgamentos para uma indústria de rum cubana. E mais tarde, quando Anísio já tinha morrido, acabou vencendo nos tribunais e tendo a marca de volta.

A criação de Johnnie Walker, sua base conceitual é tão fantástica, que temos certeza que se o personagem pudesse se manifestar diria estar morrendo de vergonha do que a Diageo acaba de fazer, de tão estúpida e mesquinha, e, acima de tudo e principalmente burra, que foi sua decisão.

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