Artigos, conferências, debates intensificam-se diante da perspectiva da volta das pessoas ao trabalho presencial, e nas empresas.

Falando sobre o tema, o presidente da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria, disse: “A volta ao trabalho presencial traz todas as dificuldades decorrentes da transição. As pessoas, depois de meses trabalhando a distância, revelam-se mais sensíveis a palavras, tons de voz, contrariedades, estímulos. Quando nos recolhemos em casa, controlamos melhor o ambiente. Quando saímos, é como se estivéssemos em carne viva. Precisamos de calma e tolerância. Estamos destreinados da vida social…”.

Repetindo, estamos destreinados da vida social…

Em matéria de O Globo, o depoimento da psicóloga Grazieli Campello, 40 anos, e que segue trabalhando de casa, e com sessões on-line desde o ano passado. Disse que dias atrás foi perguntada por um de seus pacientes: “Então, Grazieli, quando voltaremos para as sessões presenciais?” E ela conta ao O Globo: “Aquela pergunta me deu um ‘tremelique’ interno. Sinto falta do consultório, da poltrona, do meu espaço, mas seria angustiante se tivesse que voltar amanhã, pensar no encontro com outras pessoas, ficar de máscara, o medo permanente da contaminação…”.

Essa espécie de nova síndrome foi batizada nos Estados Unidos de FORTO – “Fear of Returning to the Office”.

Sintomas do F.O.R.T.O? Pessoas não conseguem dormir na véspera de retornar ao escritório, passam mal, têm dor de barriga, dor de cabeça, taquicardia, sudorese, falta de ar…

É isso, amigos. Ainda, e durante bons anos, e mesmo com a pandemia dominada, sua sombra permanecerá entre nós.

Na semana passada ouvimos, circunstancialmente, de três empresários um mesmo depoimento.

Profissionais que agradeceram e recusaram promoções temendo ter que retornar a práticas anteriores à pandemia, as chamadas práticas presenciais.

Alguns, mais que recusar, demitiram-se…

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