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Abril 2022

BUT – BUSINESS TRENDS 03/2022 – ABR/2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos e registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing – a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – RESSUSCITAÇÃO, EM BUSINESS, É POSSÍVEL? Não, uma impossibilidade absoluta. Mas, como toda a regra tem exceção, vale a pena acompanhar e conferir. Durante meses, um recém-nascido, com poucos anos de vida, assumiu a liderança do mercado imobiliário do País. A PDG. No final de 2017 deu seu último suspiro, ingressou em estado dramático na UTI dos negócios, e, aparentemente, alcançou a tal da morte cerebral, a que verdadeiramente conta. Anos atrás, no início da década passada, era a empresa que mais brilhava. Fundada em 2003, lançou 709 projetos, 155 mil unidades habitacionais, alcançou a liderança de mercado em 2010 e chegou a manter simultaneamente 285 canteiros de obras. E, a partir desse cume, foi degringolando, perdendo o controle, caminhando em direção ao mais fundo do abismo. No final, tinha pendência ainda com 17 empreendimentos. Conseguiu compor-se com oito durante todo o processo de recuperação judicial, e agora segue em negociações finais com os nove restantes. E as perspectivas de resolver essas questões, em determinados mercados como o do RIO DE JANEIRO, agravaram-se, onde o preço dos imóveis literalmente veio a baixo praticamente eliminando qualquer possibilidade de composição. Em alguns empreendimentos, o preço hoje é a metade do momento em que foram lançados e comprados. Falando à ISTOÉ DINHEIRO, AUGUSTO REIS, CEO da PDG, pontua a empresa, no final de 2021, “Tivemos, inicialmente, de estancar a grave crise, realizando ajustes internos, promovendo duras negociações com credores e fornecedores. Tudo na tentativa de estabilizar a empresa e garantir sua sobrevivência… Agora, o desafio é retornar a atividade operacional e voltar a crescer…”. Se tudo der certo, e a PDG conseguir uma sobrevida, será como se nascesse, novamente. E assim, a volta será engatinhando. Para quem chegou a ter um VGV de uma dezena de bilhões de reais, se tudo der certo, repetimos, recomeça com um lançamento no bairro do TATUAPÉ, em São Paulo (SP), num dos terrenos que sobraram, torre única, com unidades de dois ou três dormitórios, e um VGV de R$ 60 milhões… Mas, e repetimos, se tudo der certo… 2 – CRISTO REDENTOR, BRAÇOS ABERTOS SOBRE A GUANABARA AOS 90 ANOS DE IDADE E aí, o CRISTO REDENTOR comemorou 90 anos e recebeu uma mensagem do PAPA FRANCISCO, no dia 12 de outubro, uma terça-feira. Mensagem enviada ao cardeal ORANI JOÃO TEMPESTA, arcebispo do RIO DE JANEIRO. Onde diz: “Esta imagem, com seus braços abertos num incessante apelo à reconciliação, retrata o convite à fraternidade que Nosso Senhor lança à cidade e a todo o País. Para que seja formada uma comunidade onde ninguém se sinta sozinho, indesejado, rejeitado, ignorado ou esquecido e onde todos se empenhem por um mundo mais justo, mais solidário e mais feliz”. O CRISTO REDENTOR é propriedade reconhecida da ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO, que responde por sua conservação e manutenção. Hoje CRISTO REDENTOR é uma importante fonte de arrecadação de recursos para obras e iniciativas ligadas a Arquidiocese. Sob a responsabilidade do padre OMAR RAPOSO, reitor do SANTUÁRIO CRISTO REDENTOR que se declarou, ao jornal O GLOBO: “Alinhado à defesa do PAPA FRANCISCO, de uma economia socialmente justa, economicamente viável. Ambientalmente sustentável e eticamente responsável…”. Nesse sentido, e para apoiar obras dentro do espectro da Igreja, hoje existe um FUNDO DE INVESTIMENTO do CRISTO REDENTOR, com registro na CVM, e que já conta com R$ 30 milhões de 26 cotistas. Segundo o padre OMAR RAPOSO, da TAXA DE ADMINISTRAÇÃO do fundo, 80% serão destinados às obras sociais. Mas o padre gestor anuncia para brevemente a criação da criptomoeda de Cristo, assim como já, por iniciativa do padre, licenciou a marca REDENTOR para uma cachaça. Segundo o padre, a inspiração em licenciar a cachaça decorre de uma brincadeira feita pelo PAPA FRANCISCO que disse sobre os brasileiros: “Vocês não têm salvação, é muita cachaça e pouca oração”. E aí, explica o padre: “A cachaça é uma bebida genuinamente nacional. Existe um contexto e o produto precisa seguir critérios estéticos e sacros que, e segundo ele, já levou uma garrafa de presente ao Papa. Cachaça Redentor fabricada em Quissamã, pelos 7 engenhos…” Estudo realizado pela FGV concluiu que o CRISTO REDENTOR é responsável por movimentar mais de R$ 1,4 bilhão na economia por ano e por gerar e manter 22 mil empregos diretos e indiretos, em 68 setores de atividades. Esse elevado valor parte do seguinte raciocínio: a existência do CRISTO faz com que os turistas que visitam o RIO permaneçam, no mínimo, um dia a mais para visitar a imagem… PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE e uma das maravilhas do mundo moderno… 3 – FAÇAM O QUE EU DIGO, NÃO FAÇAM O QUE EU FAÇO Está lá, na Bíblia Sagrada, Mateus 23, Jesus, diz: “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”. Essa é a melhor tradução e retrato dos dias que vivemos, e em especial da patética COP 26. Enfiam o dedo na cara do Brasil, cobram a todos nós pela devastação da floresta, e pela emissão de carbono. São ótimos, cínicos, canalhas para cobrar. Mas fazer, não só não fazem como ignoram e tripudiam. A emissão de gás carbônico não para de crescer. E o culpado, definitivamente, não é o Brasil. O maior poluidor do mundo é a CHINA, com 28% do total das emissões globais. Em segundo lugar, os ESTADOS UNIDOS, que ocuparam a primeira posição durante 160 anos, e hoje perdem para a CHINA. Os ESTADOS UNIDOS respondem por 15% das emissões. E depois, e na sequência, vêm: ÍNDIARÚSSIAJAPÃOIRÃALEMANHAINDONÉSIACOREIA DO SULARÁBIA SAUDITACANADÁÁFRICA DO SULe o BRASIL aparece na 13ª posição. Mas, pelo destaque que a maior parte da imprensa nacional garante e dá, ficamos com a sensação de sermos os maiores poluidores do mundo.Até quando vamos conviver com essa injúria, calúnia, difamação? Para que se tenha uma ideia do absurdo que é vendido pela imprensa brasileira aos brasileiros, os três maiores poluidores do mundo, CHINA, ESTADOS UNIDOS e ÍNDIA, recusam-se a conversar sobre qualquer tentativa de reduzir-se a emissão de carbono. Mas, para os idiotas do Brasil, somos os culpados. Um dos poucos países que preservou mais, ou destruiu menos, suas florestas. Como lembra com incomum propriedade, o jornalista JOSÉ ROBERTO GUZZO: “A conferência mundial do clima não é apenas um fracasso, mas uma exibição incomparável de hipocrisia, vigarice e arrogância de país rico. A realidade é que os grandes geradores de poluição recusam-se a poluir menos, não abrindo mão de seus hábitos de consumo e bem-estar. Só o Brasil precisa ser parado. Porque produz carne demais, soja demais, comida demais, e isso vai acabar com o planeta…”. Lembrando, a CHINA emite 10 bilhões de toneladas de gás carbônico/ano. Os Estados Unidos, 5,2 bilhões. A Índia 2,6 bilhões. A Rússia, 1,6 bilhão. O Japão 1,1 bi. E o Brasil, na 13ª posição, menos de 500 milhões. Mas, o Brasil é o culpado. E, pior, a imprensa brasileira sabe-se lá por quais razões enfia a carapuça e nos asfixia de culpa. Inacreditável! Chega de patifaria. 4 – NASCE UM BIG PLAYER O novíssimo negócio de carro por assinatura acaba de ganhar um BIG PLAYER.  Uma joint venture entre PORTO SEGURO e COSAN que, e segundo as partes, nasce lastreado em “fortes sinergias”, segundo declarações do presidente da COSAN, ROBERTO SANTOS. O business é batizado de CARRO FÁCIL, incorpora o braço de assinaturas já existente da PORTO SEGURO e a COSAN entra com um investimento de R$ 300 milhões. Explicando as “tais sinergias”, ROBERTO disse: “As duas empresas são muito fortes em mobilidade. A PORTO foi a pioneira em assinaturas de automóveis em 2016, e desde então o negócio tem crescido muito. Assim, chegou a hora de somar forças.” A soma, segundo PORTO SEGURO e COSAN, acontecerá em três etapas. Na primeira, foco total no negócio de assinatura.  Na segunda, gestão de frota de  veículos leves e pesados. E, na terceira, locação. 5 – PÉS, MÃOS, CABELOS, PELE, E, AGORA, A CABEÇA Muito brevemente, em todos os shopping centers do País, que como temos comentado com vocês, vão virar LIVING CENTERS, além dos tradicionais espaços para tratar dos pés, das mãos e dos cabelos, agora, espaço para o tratamento da cabeça, das emoções. A iniciativa pioneira é da MULTIPLAN, em seu shopping center de RIBEIRÃO PRETO (SP). A nova empresa foi batizada de MULTISER, e que tem como positioning statement: “o primeiro centro de gestão da emoção”. O comando da operação é do psiquiatra e escritor AUGUSTO CURY, tem 500 metros quadrados de área e nove salas de atendimento, mais uma sala interativa para até 70 lugares. Mais mezanino e praça de convivência. Equipamento obrigatório, daqui para frente, e na medida em que os SHOPPINGS vão deixando de ser SHOPPINGS e vão se convertendo em LIVING CENTERS. 6 – A FANTASMIZAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO CORPORATIVO DA CIDADE DE SÃO PAULO Conforme mais que previsto, aconteceu. E vai agravar-se ainda mais. A pandemia era o vendaval que faltava para assoprar de vez as empresas na direção de repensar suas estruturas e espaços. Ainda muito distantes do fundo do poço, o abandono e esvaziamento de imóveis comerciais na cidade é, simplesmente, devastador. Algumas das principais ruas com esses imóveis, hoje, tem quase a metade dos espaços vazios. Os números médios e no geral são os seguintes, e que foram aferidos em pesquisa realizada pela CANUMA CAPITAL. No universo de escritórios da cidade de São Paulo, a vacância comprovada no terceiro trimestre de 2021 foi da ordem de 22,7% e segue crescendo. No final de 2019, antes da pandemia, a vacância era de 8,9%. Detalhando a pesquisa, e procurando traduzir da forma mais precisa possível essa nova e desafiadora realidade, MARCELO VAINSTEIN, sócio e fundador da CANUMA, explicou: “No ano de 2019 os melhores prédios de São Paulo tinham 160 mil metros quadrados de área em oferta. Hoje são 477 mil, e, crescente…”. Semanas atrás, numa reunião com um querido amigo, mestre e líder absoluto em prestação de serviços de INTELIGÊNCIA COMERCIAL, os consultores da MADIA ouviram o seguinte depoimento: “Há um ano decidimos partir para o que chamaria de uma SHR – SOLUÇÃO HÍBRIDA RADICAL. Nossa empresa, com mais de 100 profissionais, ocupava três andares num prédio da BERRINI. Isso representava custos diretos e indiretos/ano superiores a R$ 1 milhão. Decidimos entregar todos os imóveis, todos se equiparam e trabalham de casa. E alugamos uma sala num prédio de escritórios compartilhados. Isso nos dá direito a sempre que precisarmos, de alugarmos, também, por horas, salas de reuniões de diferentes tamanhos. Assim, hoje trabalhamos da seguinte maneira. Uma reunião semanal presencial de diretoria, e uma mensal com a equipe. Tudo o mais acontece a distância. Todos estão mais felizes, produzem mais e melhor, as reuniões são no mínimo o dobro mais ricas e criativas, e estamos economizando – embora essa não fosse a razão – mais de R$ 800 mil/ano…”. Deu para entender? Deu para entender porque não existe volta ou retorno à situação anterior à pandemia…???!!! 7 – FAKE NEWS, MANCHETE DO CADERNO IMÓVEIS DE VALOR Nem todas as pessoas, por maiores cuidados e advertências, sabem que matérias produzidas por equipes do estúdio comercial das plataformas de comunicação, são publicidade. Que essas aparentes e supostas matérias não fazem parte do editorial. Lembram da música, cantada pelo QUATRO ASES E UM CORINGA, “EU VI UM LEÃO”? A história é a seguinte. No ano de 1930, chega à cidade de Fortaleza (CE) um novo funcionário da Alfândega, PONCE DE LEON, transferido de Manaus (AM). Grande folião carnavalesco. Em 1936 é eleito, por aclamação, REI MOMO DO CEARÁ. E, para o Carnaval de cinco anos depois, 1941, é homenageado com uma canção composta por LAURO MAIA, cujo título era EU VI UM LEÃO… Na letra, “Hoje eu vi um leãoLeão, leãoMas não era um leãoNão era um leãoE o que era então?Não digo, nãoTinha corpo de leãoTinha jubaJuba de leãoTinha caraCara de leãoTinha boca de leãoTinha pataPata de leãoTinha unhaUnha de leãoTinha cheiroCheiro de leãoTinha roncoRonco de leãoRooooooommmm!!!Então era um leãoNão, não era não,Mas então o que era?Não digo, nãoDiga, diga, diga, diga,Pois era o Ponce de Leão,Ai, era o Ponce de Leão”A parte final da música foi mudada, gravada e se tornou um grande sucesso pelo conjunto QUATRO ASES E UM CORINGA. E, na gravação, ficou: “O que era, então,Era a mulher do leão”.A música fez sucesso não apenas no Brasil como em outros países… Retornando ao VALOR e seu caderno IMÓVEIS DE VALOR. A maior parte das pessoas imagina que seja editorial de verdade, e assim, a manchete, supostamente verdadeira, converte-se em grave FAKE NEWS. Diz a manchete: “CASA EM CONDOMÍNIO É O NOVO OBJETO DE DESEJO DO PAULISTANO…” E o texto completa: “A busca por condomínios horizontais em São Paulo cresceu 102% entre os 10 primeiros meses de 2021 e o ano inteiro de 2020. Imóveis acima de 300 metros quadrados foram os mais procurados por 59% dos paulistanos…”. É o que aponta levantamento exclusivo da DATAZAP+, indicando a preferência dos paulistanos por mais espaço e conforto no pós-pandemia…”. Perceberam, 59% dos paulistanos, segundo a aparente matéria editorial, procurando por imóveis acima de 300 metros… SOCORRO. VALOR, em seu publieditorial ou caderno de BRANDED CONTENT, fez da população de São Paulo, claro, apenas por algumas páginas e minutos, a população mais rica e com maior poder aquisitivo do mundo… Essa falta de cuidado, mesmo em se tratando de caderno publicitário, é inaceitável. 8 – O REPOSICIONAMENTO RADICAL E COMPLETO DO GRUPO ACCOR ROBERTA VERNAGLIA, está há oito anos no GRUPO ACCOR. Hoje é vice-presidente de marketing e estratégia digital do grupo na América do Sul. Nos últimos anos, o GRUPO ACCOR – empresa líder global em hospitalidade – já vinha passando por um reposicionamento radical. E que, e com a pandemia, acelerou. Em entrevista à TAIS FARIA de MEIO & MENSAGEM, ROBERTA detalhou esse reposicionamento e que agora compartilhamos as principais mudanças com os devidos comentários. – O GRUPO ACCOR – diz, ROBERTA, “Tem mais de cinco mil hotéis em todo o mundo. Mas, e não apenas, hotéis. Temos diversificado nossa atividade agora incluindo bares, restaurantes e outros negócios. Nosso portfólio hoje é constituído por 40 marcas globais. ACCOR segue sendo o nome do grupo, mas, no ano de 2019, adotamos uma nova denominação, ALL – ACCOR LIVE LIMITLESS – e que passa a ser nossa marca B2C, além de rebatizar nosso programa de loyalty. Deixa de ser LE CLUB ACCOR HOTELS, e converte-se em ACCOR LIVE LIMITLESS. O LIMITLESS – sem limites ou fronteiras – na medida em que a ACCOR não mais se limita a quartos e hotéis. Estamos oferecendo uma infinidade de experiências e esse é o universo da ALL – ACCOR LIVE LIMITLESS. Bares, restaurantes, vida noturna, wellness com spas, coworking, e muitas outras iniciativas mais…”. – OFERECER SEGURANÇA DIANTE DE UM AMBIENTE, AINDA, DE INSEGURANÇA “Flexibilidade é outro ponto da maior importância. Garantir que o cliente tenha segurança por conta de toda a parte de biossegurança, claro, mas também a segurança de poder mudar de planos. Com tamanha instabilidade nos últimos tempos, é importante garantir ao cliente no caso de eventual necessidade de mudanças de planos que possa fazê-lo. Precisamos adaptar nossas ofertas para adequá-las a este momento tão específico que estamos vivendo…”. – 2022 “Depois de um momento peculiar, com os hotéis fechados, onde todos os players sofreram muito, nosso maior desafio é, de um lado, colocar as viagens como um sonho possível, e, em paralelo, e na medida em que a ocupação cresce, acelerar no processo de treinamento dos times. Garantindo o padrão ACCOR de entregas. Estamos otimistas, um bom terceiro trimestre, um quarto surpreendente. Assim, nosso foco é garantir a todos os nossos hóspedes os produtos certos e bem comunicados. O que mudou na jornada do viajante pós-pandemia, e o que é relevante e conta, daqui para frente, para nossos clientes…”. Dois comentários. Sensacional o reposicionamento do GRUPO ACCOR para ALL – ACCOR LIVE LIMITLESS – e muito decidida e corajosa a postura do grupo no processo de retomada das atividades. A única observação é que ao adotarem o tudo, ou, o limitless, assumem um compromisso mais que desafiador de ser cumprido. Mas, devem ter discutido esse tema exaustivamente, e sentindo-se seguros, adotaram esse novo POSITIONING STATEMENT. 9 – AS ÚLTIMAS DÉCADAS DA AGROPECUÁRIA DE GRANDES EXTENSÕES DE TERRA, OU, O QUE VAMOS FAZER COM NOSSAS TERRAS Semanas atrás a JBS comprou a startup espanhola BIOTECH FOODS. Dando sequência a seus planos de assumir a liderança do território da chamada CARNE CULTIVADA, isso mesmo, como se fosse uma planta. Mas, é carne! Mesmo ainda não conseguindo a chamada escala comercial, a CARNE CULTIVADA é mais que uma certeza e vem atraindo investidores de diferentes territórios e em todo o mundo. Dentre outros, personalidades como BILL GATES, RICHARD BRANSON, LEONARDO DI CAPRIO. A JBS é hoje a maior indústria global da chamada carne bovina, com um faturamento, em 2021, muito próximo dos US$ 70 bilhões. Falando à imprensa a propósito do investimento e aquisição, EDUARDO NORONHA, executivo responsável pela área de inovação da JBS e que já provou o hambúrguer da BIOTECH FOODS e mais que aprovou, disse, “é exatamente a mesma coisa que um hambúrguer de carne”. Como sempre, o maior desafio de uma inovação como essa é alcançar uma escala econômica. A preços de hoje, o quilo de um produto como esse não sai por menos de US$ 600. Mas, e há 10 anos, quando um primeiro lote foi produzido, o custo de 1 quilo era da ordem de US$ 280 mil. Isso posto, precisamos decidir com urgência o que faremos com nossa imensidão de terras, a partir de 2030/2040… 10 – CENAS DO PASSADO, NO PRESENTE, OLHANDO PARA O FUTURO Não tem jeito. Leva tempo, e muitas vezes é quase impossível, para empresas e empresários, conviverem e aceitarem uma nova realidade. Ainda é comum assistirmos discussões infindáveis no plano de negócios que estão sendo atacados pelo digital 24X24X12. Como acontecia no passado, onde as pessoas brigavam no corpo a corpo, e, um dia assustaram-se com índios que venciam batalhas disparando flechas a distância. No ESTADÃO, entrevista de ROLF BUDDEMEYER na seção PRIMEIRA PESSOA. ROLF comanda o conselho da tradicional e respeitada fabricante de roupas de cama, mesa e banho BUDDEMEYER. ROLF fala do desafio que é manter lojas nos shopping centers, muito especialmente em decorrência da devastação provocada pela pandemia. E anuncia os planos de sua empresa de ter mais lojas de rua. Diz ROLF, “Vamos continuar ampliando nossa rede de lojas, mas substituindo unidades de shoppings por lojas de rua em função dos custos. A correção do aluguel foi muito forte e, por mais que se negocie, é difícil para os shoppings abrirem mão do que se encontra nos contratos. Hoje temos 14 lojas sendo oito em shoppings. Das oito, vamos levar duas para as ruas.” E ROLF justifica, “Ainda que o custo da operação na rua seja maior – tem de ter mais segurança, por exemplo –, corresponde a 35% do total de uma loja de shopping. É claro que a loja de rua demora mais tempo para fixar ponto. Em shopping, em dois anos você está estabelecido. Na rua, são três ou quatro. O difícil da rua é achar o ponto, mas ainda vale a pena”. Com total respeito, nós, consultores da MADIA, discordamos. Em primeiro lugar, e na entrevista, ROLF esqueceu-se dos chamados “índios”, o tal do comércio eletrônico, as vendas pela internet, que mereceriam alguma consideração e atenção maior pela empresa. E, em segundo lugar, existem shoppings e shoppings e ruas e ruas, e o desafio é rigorosamente o mesmo. A qualidade da escolha do ponto – em shoppings ou em ruas. O que importa não é o percentual de custo de uma loja em shopping ou na rua. É o resultado que deixa, independente do custo. DRUCKER´S MONTHLY Chegamos ao final desta edição com a oração e aprendizado deste mês, segundo nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER.         Quando já tinha cruzado os 80 anos, e olhando para frente, DRUCKER se perguntou e perguntou a todos nós, diante dos 40 anos a mais de vida que todos ganhamos, com raras exceções, nos últimos 100 anos, se tínhamos consciência dessa realidade, e se estávamos preparado para. Disse: “O que fazer com a segunda metade de nossas vidas? CLAUDE MONET, o maior dos impressionistas, ainda pintava obras-primas aos 80 anos e trabalhava 12 horas por dia apesar de já ter perdido a visão quase que por completo; PABLO PICASSO, o maior dos pós-impressionistas, pintou da mesma forma até morrer aos 90 e, aos 70, partiu para um novo estilo. O violoncelista PABLO CASALS programou-se para tocar uma nova peça musical e o fez no próprio dia de sua morte aos 97 anos”. Hoje, esse pensamento e reflexão é da maior importância, na medida em que caminhamos de forma consistente para ultrapassarmos a barreira dos 100 anos, e quem sabe, mais adiante, o ser humano caminhe para a imortalidade…
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Março 2022

BUT – BUSINESS TRENDS 02/2022 – MAR/2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – QUASE TUDO, NO LIMITE DO RISCO DE VIDA, FICOU PARA DEPOIS Os tais dos chamados procedimentos eletivos, aqueles que em tese aguentam um pouco mais, que podem esperar mais uns dias, semanas ou meses, quase todos, foram postergados em função da pandemia que ocupou a quase totalidade dos leitos hospitalares do país. Assim, e muito especialmente depois das festas de final de ano, filas e filas de pessoas que decidiram esperar, até mesmo porque não existia outra alternativa, nos hospitais tentando recuperar o tal do tempo perdido. As chamadas medidas de prevenção, os tais exames regulares, literalmente caíram quase que a zero. Segundo as últimas pesquisas, 90% dos exames que se realiza para detectar tumores precocemente deixaram de ser realizados. – Assim como 62% dos transplantes de rins; – 33% de exames oftalmológicos; – 32,8% dos exames de acompanhamento do HIV; – 23,4% dos exames para detectar complicações vasculares, e; – 23% dos transplantes de coração. No total do País, os cálculos referem-se ao adiamento de 2,8 milhões de cirurgias eletivas. Que terão que ser realizadas no correr dos próximos meses, fazendo com que os hospitais voltem a ficar lotados. Ou seja, amigos, atenuada, e mais alguns meses, espera-se, encerrada a pandemia, todos tentando colocar em dia os procedimentos adiados no correr dos últimos dois anos. 2 – A CRISE DO PETRÓLEO CHEGA ÀS RELIGIÕES Não todas, apenas as que têm por hábito recomendarem a seus seguidores e devotos que acendam vela. Com a disparada do petróleo, o preço da parafina, derivada do petróleo foi junto. E assim, e nos últimos 12 meses, o aumento no preço da parafina – matéria-prima principal das velas – bate em 100%. As famosas e tradicionais velas de 7 dias, saltaram de pouco mais de R$ 3,00 e agora já estão batendo nos R$ 8,00. Em alguns supermercados de São Paulo, já são vendidas por mais de R$ 10,00. Conclusão: absolutamente distante da realidade, mas, e por falta de velas que caibam no bolso, muitos fiéis fazem suas preces e pagam suas promessas acendendo velas no digital. Em seus computadores, notebooks, e especialmente smartphones. Existem duas dezenas de aplicativos para APPLE, e ANDROID oferecendo velas virtuais de diferentes tamanhos, formatos e luminosidades. Um dos mais populares, o VELA para ANDROID, e VELA VIRTUAL HD para iOS, promete: “você pode interagir com o fogo virtual de forma realista. A chama é viva e se movimenta o tempo todo, passível de ser controlada pelo movimento do celular e ainda, sua chama pode ser apagada se você soprar de forma sensível e respeitosa no microfone de seu aparelho…”. Já para os aniversários, a recomendação é usar velas antigas, já usadas, e guardadas de recordação nas gavetas. Muito especialmente a com números. Comemora-se o aniversário e não se envelhece… 3 – 10 anos em 2 Na expectativa dos especialistas, o comércio eletrônico responderia por 20% das vendas de todo o comércio, apenas e a partir de 2030. Porém, veio a pandemia. Por questões emergenciais e de sobrevivência grandes empresas pisaram com os dois pés no acelerador, na medida em que a venda a distância e pelo digital passou a ser a única alternativa. As grandes organizações de varejo, as maiores, do dia para noite tiveram que fechar a totalidade das lojas. Ou, no mínimo, 80%. E assim, e diante dessa nova realidade, empresas como VIA, LUIZA, MARISA, C&A, RENNER, PERNAMBUCANAS, AMERICANAS, e todas as demais, viram-se diante de duas alternativas. Ou improvisavam e aprendiam a vender a distância correndo todos os riscos, ou, segunda alternativa, não vendiam. Agora, os números mais recentes traduzem de forma precisa e objetiva, essa espécie de crescimento improvável e a fórceps, ou, maturação, ainda que de afogadilho, mais que precoce. Até fevereiro de 2020, o comércio eletrônico não conseguira ultrapassar, em termos de participação, a casa dos 10%. Segundo medida tomada pela FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, e para sermos mais precisos, o recorde era de 9,2%. Em quatro meses, esse percentual saltou para 19,8%, e hoje, pode se dizer consolidou-se acima de 20%. Ou seja, de cada cinco vendas, uma acontece no digital e a distância. O número preciso aferido pela FGV no mês de junho era de 21,1%. Olhando-se por um outro viés, e também sobre as medidas tomadas pela FGV, o que se observa é que antes da pandemia, 49,7% das empresas pesquisadas jamais fizera uma única venda pela internet. O índice específico é de 49,2% vendas zero pelo digital. 4 meses depois, julho de 2020, esse percentual despencou para 29,4%. E, na última medida, junho de 2021, 20,2%. Em síntese, amigos, e como era mais que previsível na medida em que o comércio analógico, em quase a sua totalidade, fechou suas portas, e tendo que consumir, comer, beber, manter seus hábitos de higiene, e caprichar na beleza, não restou outra alternativa às empresas do que aprender a vender a distância, assim com as pessoas de aprenderem a comprar a distância. E segue a vida, agora, e já com uma nova realidade e que só tende a encorpar em todos os próximos anos. 4 – O FIM DA SÉTIMA ARTE Em artigo carregado de emoção e fortes sentimentos, MARTIN SCORSESE, apontado em pesquisa como o nono maior diretor de cinema de todos os tempos, de certa forma, faz uma espécie de necrológio da chamada SÉTIMA ARTE. O CINEMA, como arte, deixa de existir, dando lugar à, e, exclusivamente, diversão. SCORSESE nasceu no QUEENS, NOVA IORQUE, no dia 17 de novembro de 1942. Já fez de tudo no cinema – produtor, roteirista, ator, e consagrou-se como diretor. Em 2011, e em pesquisa realizada pelo THE GUARDIAN, foi considerado o segundo maior diretor de cinema vivo, atrás apenas de DAVID LYNCH. Descendente de sicilianos, acompanhou, como rato de cinema que era, todo o eclodir da NOUVELLE VAGUE, do REALISMO ITALIANO, e agora, em artigo no LE MONDE DIPLOMATIQUE, coberto de razões, declara terminada a SÉTIMA ARTE, o cinema como manifestação de arte, que acabou sucumbindo e naufragando diante de todos os novos formatos em que se inserem mensagens e narrativas, através de som e imagem. No final de seu artigo, onde finaliza seu diagnóstico, talvez autópsia, SCORSESE diz: “Tudo mudou – tanto o cinema quanto a importância que lhe é dada em nossa cultura. Assim, não é de espantar que artistas como GODARD, BERGMAN, KUBRICK e FELLINI, que outrora reinaram como deuses da sétima arte, com o tempo acabaram nas sombras da memória. No ponto em que chegamos não há como garantir o que quer que seja. Não há como confiar à indústria do cinema a guarda do cinema. Hoje deixa de existir o cinema e prevalece o divertimento visual. O verdadeiro cinema, obra de arte, é esmagada e desaparece nas plataformas de streaming. Assim, só nos resta reprocessar e redefinir nossas emoções. O que é cinema, e o que não é cinema. E rever a obra de FEDERICO FELLINI pode ser um ótimo exercício. Pode se dizer muitas coisas sobre seus filmes, mas uma coisa é certa: são cinema. Federico Fellini percorreu um longo caminho para alcançar a posição de obra de arte. E aí fica a pergunta, como qualificaremos ou definiremos OBRA DE ARTE daqui para frente? Recorremos à sabedoria universal contemporânea, mais conhecida como WIKIPEDIA. E que diz: “Obra de arte é toda a obra criada ou avaliada por sua função artística ao invés de prática. E por função artística, se entende a representação de um símbolo, do belo. Apesar de não ser esse seu principal objetivo, uma obra de arte pode ter utilidade prática. Pode consistir num objeto, composição musical, arquitetura, pintura, texto, apresentação, filme. No entanto, o que é considerado uma obra de arte depende do contexto histórico e cultural, e do próprio significado de arte…”. Nesse sentido, e considerando-se o novo contexto, o cinema como arte morreu. Ou no mínimo, e sabe-se lá por quanto tempo, permanecerá hibernado. SCORSESE tem razão. 5 – A AGIOTAGEM, NOVA FORMA DE INVESTIMENTO Todos nós investidores, ou rentistas como gosta de falar PAULO GUEDES, depositávamos nosso dinheiro em confiança nos bancos, que assumiam o risco de administrar, emprestar, cobrar juros, e dividir conosco, uma parte do resultado. Não tínhamos a mais pálida ideia de onde ia parar nosso dinheiro. Sabíamos apenas que tínhamos confiado ao BRADESCO, ITAÚ, CAIXA, BANCO DO BRASIL, SANTANDER, e outros. Agora, com as fintechs, com a queda dos rendimentos, com juros negativos, passam a ser oferecidos investimentos, ou aplicações, “peer-to-peer”. Podemos, usando as plataformas das FINTECHS, nos convertermos numa espécie de NOVOS AGIOTAS, ou, se preferirem, e dada a conotação negativa que tem a palavra agiota, em AGIOTAS DO BEM. E os novos AGIOTAS DO BEM, além de alcançarem melhores rendimentos, ainda têm um ganho emocional, na medida em que investem suas economias em empresas que têm enorme dificuldade em conseguir dinheiro nos bancos. Numa matéria sobre o tema, em O GLOBO, o depoimento de um AGIOTA DO BEM, “Claro que o retorno financeiro foi importante, mas, tão ou mais importante, o propósito. O fato de saber que estou ajudando um pequeno empresário a melhorar seu negócio, fazer a economia girar, e que não consegue empréstimos no sistema bancário convencional…”. De qualquer maneira, e mesmo sendo através da plataforma de uma FINTECH, esse tipo de empréstimo não está coberto pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito, que em caso de quebras garante investimentos de até R$250 mil, por CPF e instituição financeira, em aplicações na poupança, LCIs, LCAs, CDBs, e outros títulos. Se o tomador dos recursos não conseguir pagar, e mesmo sendo um AGIOTA DO BEM, quem emprestou, o tal do AGIOTA DO BEM, vai ter que assimilar o prejuízo. 6 – E AGORA, PRA ONDE VENTA O VENTO? Para a surpresa de muitas pessoas, e em coletiva de imprensa, no dia 21 de setembro de 2021, o GOOGLE, talvez a estrela maior do DIGITAL, anunciou ao mundo ter comprado o edifício empresarial ST JOHN´S TERMINAL, na ilha de MANHATTAN, região central, Rua Washington 550, com 120 mil metros quadrados de construção, pela bagatela de US$2,1 bilhões, em frente ao Rio Hudson. Onde a empresa já se encontrava, mas, como locatária. E onde trabalham, próximos, num prédio também alugado, no CHELSEA, 12 mil profissionais. Uma lufada de esperança numa ilha, MANHATTAN, que viu seus prédios de escritórios, onde trabalhavam todos os dias mais de 1 milhão de profissionais, esvaziarem-se e permanecerem trancados, pela pandemia. Assim, e o ano entre maio de 2020 e abril de 2021 caracterizou-se como o de maior desocupação de espaços de escritório da capital do mundo, New York City. Nos planos do GOOGLE, e ao retrofitar o St. John’s Terminal, a criação de espaços híbridos de trabalho com novos espaços integrando as pessoas à natureza. Assim, o medo que muitos tinham, e ao comprar o que alugava e confirmando sua intenção de permanecer no analógico, o GOOGLE dá forte e consistente sinalização que continua apostando no trabalho presencial, não obstantes todo o arsenal tecnológico que é possuidor. 7 – PERDA DE TRAÇÃO Todos se acostumando. Essa a expressão que será mais ouvida neste ano em todos os setores de atividade. Por uma convergência de sucessivas circunstâncias e fatores negativos, a suposta forte tração que constataríamos na economia do País vai ficando para trás, enfraquecendo. Todos os dias, nas principais plataformas de comunicação, esse o assunto mais comentado. Semanas atrás, por exemplo, uma empresa que em todos os últimos anos só prosperou e se revelava infensa a crises, a MRV, campeã absoluta nos chamados IMÓVEIS DE ACESSO, acusa sintomas mais que evidentes de perda de tração em seu funcionamento, e joga para o próximo ano algumas das esperanças e expectativas e decorrentes metas para este ano. Falando ao VALOR, seu presidente, RAFAEL MENIN, disse, “Com a alta da inflação e o PIB – Produto Interno Bruto – ainda em processo de recuperação, o mercado imobiliário perde um pouquinho da tração no curto prazo. Mas, a expectativa é de seguirmos com o crescimento nos próximos anos…”. No terceiro trimestre encerrado em setembro a MRV lançou R$1,65 bi, 10% abaixo do mesmo trimestre do ano passado. Todas as demais construtoras e incorporadoras, com duas ou três exceções, acusam e alegam a mesma perda de tração a partir da metade deste ano. 8 – ESTADÃO, ESTADINHO O centenário ESTADÃO, segue ESTADÃO na cabeça e no coração de todos os seus leitores e assinantes que se habituaram com o jornal, de bisavô, para avô, para pai, para filho, só que a partir do domingo, 17 de outubro de 2021, o ESTADÃO virou ESTADINHO. No tamanho/formato. Do ponto de vista do leitor, só vantagens, em termos de facilidade e praticidade de transporte e leitura. No entanto, e na medida em que seus principais concorrentes, FOLHA, O GLOBO, VALOR seguem no formato STANDARD, o formato menor, BERLINER, não deixa de causar, no mínimo, um estranhamento. Muito especialmente para os que compram ou assinam dois ou três dos quatro jornais. Não deixa de intrigar na cabeça das pessoas, uma instituição que durante décadas acostumou-se a chamar ESTADÃO, agora apresentar-se numa versão ESTADINHO. Sim, e definitivamente, design e forma continuam valendo e muito no processo de BRANDING. Mas, muito provavelmente, mais cedo ou mais tarde, seus principais concorrentes, repetimos, provavelmente, seguirão o mesmo caminho. FRANCISCO MESQUITA, presidente executivo e membro do Conselho de Administração do Estadão, em entrevista à BÁRBARA SACCHITIELLO, do MEIO E MENSAGEM, posiciona este novo movimento do mais tradicional jornal brasileiro: “Parte de um processo de um conjunto de ações que visam transformar a empresa em uma NEWSTECH…”. Vamos conferir e refletir sobre algumas das declarações daquele que é carinhosamente chamado pelo mercado de CHICO MESQUITA. – SOBRE A ESSÊNCIA “Somos uma empresa jornalística, não abrimos mão de nosso core, de tentar impactar positivamente o País, mas utilizando as tecnologias que hoje estão à disposição. Depois de analisarmos todas as plataformas, concluímos que não é suficiente estar presentes nesses ambientes, mas, sim, disponibilizando um conteúdo de acordo com cada plataforma. Da mesma forma como procedemos com os produtos digitais fizemos cinco pesquisas para conhecer como os assinantes consomem o conteúdo no formato impresso e tradicional. E isso resultou numa mudança de formato, menor, onde a visão do produto segue vertical, porém mais adequado e moderno em relação à vida das pessoas.” – O FIM DAS FRONTEIRAS “Ao longo de nossa história, sempre nos defrontamos com novas maneiras de as pessoas terem acesso à informação. Com o rádio, televisão, cinema, TV por assinatura, e nós tivemos poucas oportunidades de entrar em cada uma dessas possibilidades.  Já o digital nos permite participar de forma mais competitiva. Estamos nos transformando numa empresa jornalística multiplataforma, de uma maneira mais próxima da sociedade, com a capacidade de atuarmos mais nacionalmente e sem as barreiras dos elevados custos de logística. Hoje é possível escalar sem fronteiras…”. – PRINCIPAL OPORTUNIDADE “A grande diferença entre o analógico e o digital é a possibilidade de escalar. Em nosso caso, somando conteúdo de qualidade, tecnologia, e pessoas adequadas, podemos ambicionar um volume de assinantes muito maior. Se hoje o ESTADÃO, entre impresso e digital, tem 200 mil assinantes, pensar em 500 mil não é impossível…”. – OS DESAFIOS DO IMPRESSO “Não é mais viável entregar jornal em qualquer lugar do País, ou até mesmo e somente no Estado de São Paulo. Os custos de logística são muito altos. No entanto, na cidade de São Paulo, temos uma população muito grande, com alto poder executivo e elevado nível de educação. Se tivermos um produto adequado com preço certo existem chances de crescimento. Mas ainda esbarramos num teto que é a idade das pessoas. As novas gerações não foram criadas consumindo produtos impressos; e sim, digitais…”. – A BUSCA PELOS ANUNCIANTES “Estamos conseguindo capturar resultados mais rápidos no mercado publicitário. Deixamos de vender uma página ou um banner no site e estamos nos aproximando cada vez mais da marca e dos negócios de nossos clientes. Criamos uma estrutura chamada BLUE STUDIO para trabalhar junto com as agências e com os anunciantes. Para apoiá-los na exposição de conteúdo através de nossas plataformas. Estamos muito felizes com os resultados dessa área. Trata-se de um trabalho mais consultivo, de parceria, e mais transacional – veículo, agência, anunciante, e onde atuamos como parceiros desde a concepção da ideia…”. – TRANSFORMAÇÃO E MUDANÇA “As histórias de sucesso em todo mundo são casos de transformação e não de mudança. Na mudança tento deixar de ser A para ser B. Na transformação sou A e vou me transformando em B, procurando preservar ao máximo tudo o que já foi conquistado, e, simultaneamente atraindo novos mercados. Esse é, ao mesmo tempo, o segredo ou receita, e o desafio…”. É isso, amigos. De novo, o ESTADÃO, agora no formato “Estadinho”, talvez em sua mais corajosa mudança, dentre todas que realizou em sua história. Votos de sucesso, toda a torcida dado sua importância à historia da democracia  em nosso país, mas, essa credencial é uma ótima credencial, mas não garante nada. Estadão, Globo, Folha, e outras empresas jornalísticas, ainda e por muitos anos, na tentativa de um atalho, de uma forma digna, consistente e sustentável, em busca de um lugar no Admirável Mundo Novo. 9 – VIDA DE ENTREGADOR, NO MUNDO DO DELIVERY O mundo do delivery já existia. Apenas, era menor e mais tranquilo. Com a pandemia, como acontece nos tempos de hoje, escalou. Agora temos um exército de milhares de brasileiros que vivem de seus desempenhos em motos, bicicletas, patinetes e celulares nas mãos, como ferramentas de trabalho. De certa forma, e mesmo sendo o que temos para hoje e para atenuar o desemprego, não deixa de ser uma espécie de VIDA DE GADO, da música do Zé Ramalho: “Vocês que fazem parte dessa massa, que passa nos projetos do futuro. É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais, do que receber. E ter que demonstrar sua coragem, à margem do que possa parecer…”. Numa matéria espetacular de duas páginas no novo ESTADÃO, agora compacto e carinhosamente chamado de ESTADINHO, BRUNO ROMANI, no texto, e TIAGO QUEIROZ, nas fotos, revelam a realidade. Nem triste, nem trágica, nem lamentável, e glamour zero; apenas a realidade. Tudo o que a dupla queria era mostrar a realidade dos celulares dos entregadores dos serviços de delivery. Mas, por querer, ou sem querer, e além daquilo que levam nas mãos, revelaram os braços, os corpos, a vida. Em termos de números, e na média, um entregador fatura por mês em torno de R$ 2 mil. Claro, dependendo do quanto aguenta trabalhar. Das empresas de delivery, tipo iFOOD recebe R$5,00. E o grosso, ou maior parte, vem das gorjetas, e excepcionalmente, de promoções realizadas pelos aplicativos. E quase todos trabalham com um celular médio, na casa dos R$ 1 mil e poucos. Até a matéria do BRUNO e do TIAGO olhávamos para esses entregadores de bicicleta e moto não respeitando os sinais e acelerando, com um certo sentimento de revolta, até mesmo raiva pela forma irresponsável como se comportavam no movimento. Não chegamos, com raríssimas exceções, a xingar nenhum deles. Hoje, depois da matéria, respiramos fundo e, total respeito. Continuam atropelando a vida, os sinais, as regras, mas, não gostaríamos nem por mil dinheiros de estar no lugar deles. Lembram, “vida de gado, povo marcado, é povo feliz”. É? Terminamos trazendo três depoimentos da matéria. – “Quando encontrou a reportagem, KAWANE BIANCA, 24, não tinha ainda pagado a primeira das 12 parcelas de R$100,00 de seu MOTO E7. Pouco tempo antes caiu na ciclofaixa da FARIA LIMA ao passar num desnível de pista com o patinete que aluga do iFOOD. Diz, “fiquei três dias com dor, mas não fui ao hospital. No tombo a tela do meu J5 trincou, e o celular começou a ficar lento. Minha amiga falou que podiam me bloquear, então, parcelei um celular novo…”. – “Romarinho, ERICK NOGUEIRA, 21 anos. Também com um MOTO E7, recém-comprado, e o terceiro na sequência. Diz ROMARINHO, “O primeiro caiu e parou de funcionar e fiquei uma semana parado. No segundo entrou água de chuva e estragou. Fiquei um mês parado até comprar este terceiro…”. – O terceiro depoimento é de GUILHERME, que não aparece na matéria, apenas a foto de seu celular com a tela queimada por infiltração de água. GUILHERME HENRIQUE, 20 anos, diz, “começo a trabalhar às 11h. Meu SAMSUNG J7 está com a carga total. Quatro horas depois faço uma pausa para o almoço e a carga está em 45%. Para voltar a trabalhar preciso recarregar… Uma vez estava na rua do cliente e fiquei sem bateria. Lembrava apenas que seu nome começava com M. Fiquei chutando para o porteiro até acertar…”. E aí vem e fica a pergunta martelando em nossas cabeças, É ISSO MESMO? 10 – NOME E SOBRENOME DE RESPEITO A marca WALITA foi construída no correr de décadas, em caravanas mais que aguardadas que todos os anos visitava as principais cidades do País com a sua ESCOLINHA WALITA. A WALITA, na cabeça de muitas avós de hoje, não apenas inventou o liquidificador, assumiu a responsabilidade de ensinar a todas como usá-lo, régua e compasso, receitas e treinamentos. E, um dia, ganhou um sobrenome global, PHILIPS, outra marca construída durante décadas no coração da família brasileira, e onde, durante muitos anos, o único canal de contato com a vida e com o mundo era através dos rádios Philips, que ocupavam um lugar de destaque nas salas de visita, e onde as famílias se juntavam para ouvir o REPÓRTER ESSO, pela Rádio Nacional, todos os dias, às 18h. 2021, uma nova realidade. Todos os serviços que ficavam concentrados em meia dúzia de aparelhos da PHILIPS e concorrentes pulverizados, milhares de novos concorrentes, e as duas marcas lutando bravamente para preservarem uma parte do mundo que construíram e conquistaram e a caminho de 100 anos. SILVIA TOSHIE TAMAI é a head of marketing para a América Latina da divisão de produtos para casa da PHILIPS e foi entrevistada pela KELLY DORES, do PROPMARK. Na entrevista, algumas revelações. – DEMANDA DOS CLIENTES “Em nossos produtos para os lares e para as famílias temos uma linha muito forte. Através de pesquisas, descobrimos, por exemplo, a necessidade de um liquidificador com uma jarra inquebrável. E que ainda possibilitasse uma melhor limpeza com a remoção das lâminas. E foi o que fizemos. Uma nova jarra, inquebrável, com outros benefícios adicionais. E comunicamos as novidades de forma irreverente com a presença e testemunhal de AMANDA RIBAS, uma das principais lutadoras globais do UFC. Mulher, que passa a certeza da robustez, agregando ainda a componente diversidade, e alcançando um público mais jovem… Ou seja, um casamento ideal…”. – O DESAFIO DOS MAIS JOVENS “A PHILIPS WALITA é, indiscutivelmente, a marca líder, quando se fala em imagem de marca, em todas as faixas etárias. Mas, nas faixas mais jovens, 25 a 35 anos, não tem a mesma performance que alcança junto ao público mais velho. Assim, nossa comunicação tem procurado aproximar-se de maneira mais forte e consistente com os principais valores dos mais jovens: saúde, bem-estar, e esporte…”. – COMPROMISSO COM A INOVAÇÃO “O liquidificador segue sendo um ótimo exemplo. A PHILIPS WALITA é a única que oferece um liquidificador com jarra que não quebra. Antes, o consumidor, quando a jarra quebrava acabava conformando-se em comprar um novo liquidificador. Era mais interessante. Isso é ruim para o consumidor e péssimo para a natureza que vê um lixo plástico avolumando-se. Fomos atrás da empresa que produz o polímero para as janelas dos aviões. Encomendamos uma jarra que não quebra… Outro exemplo é o AIR FRYER, mais uma inovação da PHILIPS WALITA. Depois a concorrência veio atrás, mas a tecnologia AIR FRYER está patenteada. Os concorrentes podem copiar nome e formato, mas o que está por trás, a tecnologia, não, tem proprietário, e somos nós. E a próxima inovação é a de um novo processador que as pessoas personalizam com os acessórios que mais precisarem…”. – OS DESAFIOS DE SILVIA TAMAI No final da entrevista, KELLY DORES perguntou à SILVIA quais os principais desafios que a ela foram colocados quando assumiu a posição de head do marketing da América Latina. Diz, SILVIA: “Meu maior desafio, ou, principal missão, é a de preservar e fortalecer tudo de bom e forte que a marca construiu em 82 anos. Um portfólio completo, entregando sempre inovação e qualidade, tendo o consumidor no centro de todas as decisões, e, gradativamente, aproximar a marca dos mais jovens…”. DRUCKER´S MONTHLY Chegamos ao final desta edição com a oração e aprendizado de hoje, segundo nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER.         Diferente dos trabalhadores da terra, das indústrias, e até mesmo os dos escritórios e serviços, o fator motivador dos TRABALHADORES DO CONHECIMENTO é outro e bem distinto. Conforme nos alertou nosso adorado mestre, antes da virada do milênio, quando escreveu: “Sabemos, há no mínimo 50 anos, que o dinheiro por si só não é motivação para um melhor desempenho. Mas, sua insuficiência, desmotiva. O que verdadeiramente motiva os trabalhadores do conhecimento é o mesmo que motiva os voluntários. Alcançar maior satisfação com seu trabalho que os trabalhadores remunerados. Precisam de desafios, de conhecer a missão da organização e nela acreditar, de treinamento contínuo, e de ver e alcançar resultados.” E, dia após dia, o único tipo de trabalhador que resiste e sobrevive é o trabalhador do conhecimento…
butnews

Janeiro/Fevereiro 2022

BUT – BUSINESS TRENDS 01/2022 – JAN/FEV2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – VAI ACABAR EM PIZZA, CASAMENTO, OU PORRADA? No jogo da concorrência vale tudo, por mais que se procure preservar as aparências. Assim, e diante de todas as empresas do território da aviação comercial absolutamente debilitadas, em maiores ou menores proporções, muitas passam os dias esperando por um milagre, outras em busca de uma tábua de salvação, e outras acreditando que poucas sobreviverão, e, assim, nada melhor que converter-se num problema/desafio maior, comprando empresas debilitadas. E aí a LATAM mergulhou em recuperação judicial nos ESTADOS UNIDOS, e, imediatamente, a AZUL decidiu partir para o ataque, dispondo-se, publicamente, a comprar a operação da LATAM no Brasil. E a LATAM engoliu essa manifestação pública durante dois meses, mas, e cansada de uma espécie de “bullying corporativo”, veio a público, através de seu presidente da LATAM BRASIL, JEROME CADIER, para manifestar a posição de sua empresa. Disse CADIER, “As provocações ou ofertas da AZUL estão fora de qualquer consideração. A AZUL faz isso porque morre de medo da concorrência…”.E procurou dirigir a opinião pública contra a AZUL, “A AZUL defende o monopólio, e isso é um absurdo. O que quer mesmo é aumentar as tarifas, e para isso precisaria diminuir a concorrência. Isso é bom para os acionistas da AZUL e péssimo para os passageiros, os que compram os bilhetes…”. A verdade verdadeira de toda essa questão é que estamos testemunhando blefes e contrablefes de rotos e esfarrapados. Empresas, como todas as demais, destruídas pela pandemia, e na busca de alguma tábua de salvação para uma derradeira tentativa de sobrevivência. A propósito, e em meio a maior crise da aviação comercial dos últimos 50 anos, no dia 2 de maio de 2020, absolutamente consciente da devastação que se abateria sobre as empresas aéreas em todo o mundo, o mais respeitado dentre os gestores de investimentos do ocidente deu a ordem: VENDAM TODAS AS AÇÕES DE AÉREAS DA CARTEIRA DA BERKSHIRE HATAWAY. Naquele momento, WARREN BUFFETT, declarou, “Decidi vendermos todas as ações que possuíamos das quatro empresas aéreas”. Depois de anunciar um prejuízo histórico de US$49,7 bilhões, declarou: “Durante anos evitei investir em empresas aéreas. Em 2016, não resisti e investi um bom dinheiro de nossos investidores em quatro empresas aéreas. ERREI FEIO. Não deveria ter investido nem na AMERICAN, DELTA, UNITED, SOUTHWEST e em nenhuma empresa aérea. É um risco gigantesco e desproporcional…”. 2 – A NOVA CAOA Nem melhor, nem pior, diferente. E, se maior, só o tempo dirá.A liderança de CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA ANDRADE, que faleceu na madrugada do dia 14 de agosto, sábado, e foi enterrado no Cemitério do Morumbi, criou enorme expectativa em relação ao desempenho do GRUPO que leva suas iniciais, CAOA, em todos os próximos anos. Uma certeza, não será igual. CAOA era único. E assim, e agora sob o comando de seus filhos e executivos, a expectativa é muito grande. De alguma forma, e como uma espécie de derradeira homenagem ao empresário que notabilizou-se por seu desempenho no complicado e concorridíssimo negócio de automóveis, nos jornais de semanas atrás um anúncio descrevendo a performance da CAOA em seu mercado de atuação. CARLOS ALBERTO despediu-se vendo sua empresa subir mais um degrau no ranking das marcas. Em 3 anos, foi superando algumas das principais marcas do mundo em nosso país. Em maio de 2018, ocupava a 20ª posição, com 0,26% de participação de mercado. Em julho de 2018, ultrapassou KIA, VOLVO e LAND ROVER, chegou a 17ª posição, com 0,41%. Um mês depois, agosto, supera a MITSUBISHI, MERCEDES-BENZ e AUDI, passa a deter 0,52% de participação, e ocupa a 14ª posição. No mês seguinte, passa a BMW, e chega a 13ª posição, com 0,58%. No mês de março de 2019, salta para a 12º posição com 0,83% de mercado, e supera a PEUGEOT. Já no mês de setembro de 2019, ultrapassa a CITROËN, com 0,98% de mercado e passa a ocupar a 11º posição. Março de 2021, supera a FORD, e assume a 10ª posição, com 1,73% de mercado. E, poucos dias antes da partida de CARLOS ALBERTO, ficava claro que a CAOA ganharia mais uma posição. E assim aconteceu. Contabilizados os dados de agosto de 2021, a CAOA saltou em participação de mercado para 3,93%, superando num salto só CHEVROLET e NISSAN com quase 4% de participação de mercado. E aí partiu CARLOS ALBERTO. Fica o desafio para seus sucessores e herdeiros. Filhos e profissionais. A trajetória dele, Sr. CAOA é recheada de histórias, acusações, e infinitas conquistas. Enquanto nenhuma das acusações converter-se em condenação, prevalecem seus feitos que são muitos e espetaculares. 3 – MC APRENDIZADOS Agora, que a pandemia ameaça iniciar o processo de retirada ou despedida, começamos a colecionar os sofridos aprendizados de dias difíceis e complicados. No final de 2021, PAULO CAMARGO, CEO da ARCOS DORADOS, leia-se McDonald’s, 53 anos, compartilhou alguns de seus aprendizados com os leitores da FOLHA, e em entrevista para DANIELE MADUREIRA. Separamos, analisamos e agora comentamos com vocês as declarações que consideramos importantes para todos que acompanham nossas reflexões. – COMO SE COMEÇAR NUMA EMPRESA que, de verdade, é um ponto de venda na sua expressão máxima. Conta PAULO, “Estou há 10 anos no McDONALD’S. Fiquei o primeiro ano todo praticamente em treinamento para assumir a vice-presidência de operações. Passei os primeiros seis meses dentro de um mesmo restaurante, até assumir a gerência da loja – somos assim, esse é o nosso jeito, treinamos exaustivamente até assumirmos a função. Na sequência contratamos uma empresa no sentido de criarmos uma nova estratégia e modernizarmos a marca. E é o que temos feito desde então…”. – A DECISÃO DE APORTUGUESAR O MÉQUI… “Gradativamente fomos ajustando nossa estratégia, nosso tom de voz, para permanecermos cada vez mais próximos do cliente. O Mc trazia alguns nomes complicados que provocavam certo distanciamento. Somos fanáticos por pesquisas. Fazemos mais de 1 milhão de entrevistas por anos. E foi ouvindo o cliente que constatamos ser MÉQUI a maneira natural das pessoas referirem-se ao McDONALD’S. Em verdade, nos últimos 5 anos, sentíamos o cliente pedindo por mudanças. Tinha a tal da fila 1, para pedir e pagar, e a fila 2 para receber o sanduíche, os funcionários tinham que repetir “batata acompanha?”… “Somos um negócio de gente, 50 mil pessoas no Brasil atendendo e servindo milhões de clientes por dia… Faltava mais autenticidade… Dar mais liberdade para o funcionário falar do jeito dele, por exemplo…”. – A PANDEMIA “Todo o planejamento que fizemos para 2020 foi jogado fora. Fomos ouvir franqueados, gerentes, aprender com a experiência da McDONALD’S CORPORATION da pandemia em países asiáticos, reunimos o time e refizemos os planos. No último trimestre de 2020, já estávamos com 90% do faturamento do mesmo trimestre do ano anterior. Adotamos a estratégia 3D – DELIVERY, DRIVE-THRU e DIGITAL. Até meses antes, delivery e drive-thru eram segmentos exclusivos dos restaurantes… – O FUTURO “O que antes era marketing massivo, agora é personalização massiva. O mundo do delivery veio para ficar enquanto muitas pessoas recusam-se a ser atendidas por totens. Querem gente. Assim, teremos que seguir respeitando as diferenças… Quanto ao cardápio, claro, sempre com novidades, mas, e não paramos de inovar, 80% de nossos clientes pedem BIG MAC, QUARTERÃO e CHEDDAR. Além de McFRITAS…”. 4 – O MAGNETO IRRESISTÍVEL Se há 30 anos alguém dissesse que passaríamos a maior parte do dia olhando para a palma de nossas mãos, onde se encontraria um objeto irresistível, não conseguiríamos imaginar do que alguns malucos estavam falando. Aconteceu, existe, chama-se celular ou smartphone, e ano após ano passamos mais tempo olhando em sua direção e fixados na sua telinha. Estudo divulgado no final do ano passado pela APP ANNIE INTELLIGENCE, revela que apenas nos últimos 3 anos, o tempo que as pessoas passam grudadas ao celular aumentou em 45%, e o Brasil – e os brasileiros – e de forma destacada, assumem a primeira posição do ranking global, ultrapassando os indonésios. Em 2019, os brasileiros passavam 3,8h por dia no celular. Em 2020, esse número subiu para 4,8h, e em 2021, totalizou 5,4h diárias. Depois, e pela ordem: Indonésia – 5,3h Índia – 4,9hCoreia do Sul – 4,8h México – 4,7hTurquia – 5,4h Japão – 4,4h Canadá – 4,1h Estados Unidos – 3,9h e, Reino Unido – 3,8h E, como não poderia deixar de ser, o celular é hoje disparado a causa número 1 de acidentes, trombadas, atropelamentos, quedas e mortes em nosso país. 5 – COMUNICAÇÃO ABAIXO DE ZERO As instituições financeiras, que mexem com o mais que sagrado dinheirinho das pessoas, têm habilidade próxima de zero no tocante a comunicação. E aí, meses atrás, algumas dessas instituições mudaram os cartões de plástico, pura e simplesmente mandaram os cartões novos, e as pessoas descobriram, mais que assustadas, que os pagamentos não precisavam mais de senha, e era suficiente aproximar o cartão das maquininhas. Não conhecemos uma única pessoa que não tenha levado um susto, ficado nervosa, e dado uns gritos de pavor. Em pleno pico de golpes e trambiques, bancos e administradoras de cartões brincam e desrespeitam seus clientes. De uns meses para cá, não se fala de outro assunto nas páginas de DEFESA DO CONSUMIDOR das plataformas de comunicação. No jornal O GLOBO, DEFESA DO CONSUMIDOR, de 15 de agosto o depoimento da carioca ROSANGELA DUARTE: “Levei um susto no caixa de uma lanchonete quando o atendente devolveu o cartão já com o comprovante da transação impresso pela maquininha, e sem que eu tivesse digitado a senha. Não sabia que estava ativada a função de PAGAMENTO POR APROXIMAÇÃO, não pedi para o ITAÚ fazer isso, o ITAÚ não me avisou, sequer sei o limite para pagamento sem senha… Vou desabilitar ontem…”. Assim, e sem que as pessoas fossem minimamente informadas, e segundo a ABECS – Associação de Cartões de Crédito, o pagamento por aproximação é a modalidade que mais cresce hoje no Brasil. Apenas no mês de junho passado foram registradas 112 milhões de transações, sete vezes mais do que um ano antes. O PROCON do PARANÁ decidiu conferir e fez uma pesquisa com 1.000 possuidores desses cartões. 77,4% disseram não ter recebido nenhuma comunicação do banco orientando sobre a nova modalidade, e 76,7% não tinham a mais pálida ideia do valor máximo para esse tipo de transação… Ou seja, e definitivamente, e fato esse que só se agrava, os bancos acreditam que as pessoas já nasceram sabendo e não necessitam serem comunicadas, muito menos orientadas. 6 – A JUSTIÇA VELHA E CAQUÉTICA Em sentença estapafúrdia, a GOL foi condenada a pagar maquiagem e depilação de suas profissionais. Mais adiante, e com esse tipo de estupidez monumental, a Justiça vai exigir de todas as empresas que paguem pela água do banho, sabonete e desodorante de seus funcionários. Amigos, a Justiça do Brasil é uma lástima. O mínimo que se espera de um ser humano com um mínimo de autoestima e alegria de viver, é apresentar-se, para os demais humanos, da melhor forma possível. Segundo a Justiça do Trabalho do Brasil, quando uma pessoa ingressa numa empresa, o contrato de trabalho cobre apenas a pessoa como chegou ao mundo. E é o que vai acontecer seguindo-se a decisão patética da Justiça. As empresas a partir de agora contratam as pessoas ao natural, como chegaram ao mundo. Nuas e sem as mãos nos bolsos. Peladas. Tudo o que trouxerem consigo, quando chegarem para o primeiro dia de trabalho, a empresa precisa pagar ou ressarcir. A Justiça brasileira vai conseguir o que nenhuma outra justiça do mundo conseguiu: convencer as empresas que o melhor a fazer é só contratar robôs… Claro, até o momento em que os robôs não descubram a patética e escatológica Justiça do Não Trabalho, e comecem a ganhar ações para a compra de óleo lubrificante, troca de chips, e outros penduricalhos mais. Na sentença histórica, que faz com que a Justiça do Trabalho do Brasil seja a maior inimiga das empresas, e a maior incentivadora da robótica, está escrito que a GOL terá que fazer o pagamento de indenização com despesas para apresentação pessoal, bem como fornecer meios para a observância de seu código de vestimenta e apresentação, inclusive quanto aos procedimentos estéticos… Assim estabelece o pagamento de uma indenização mensal de R$220,00 por mês a cada empregada aeronauta… Ah, mas na sentença a Justiça concedeu uma saída para a GOL. Caso não queira pagar é só abrir mão do mínimo que se espera de um ser humano que trabalhe e atenda o público. Que dispense seus profissionais de virem trabalhar vestidos, de dentes escovados, cabelos penteados, e desodorante dentro do prazo de validade… Como disse PEDRO MALAN, assim como outros economistas brasileiros, e definitivamente, “O Brasil é o país onde até o passado é incerto, o futuro imprevisível, e o presente, talvez…”. Quando se falava em insegurança jurídica até anos atrás eram de questões mais importantes. Hoje a insegurança jurídica começa nos mais básicos dos comportamentos. A higiene mínima que confere dignidade e apreço ao ser humano. A Justiça brasileira defende e promove que os brasileiros sejam praticantes fervorosos da autoflagelação… Como diz CHICO BUARQUE na canção, MEU GURI: “Eu não disse, seu moço, que chegava lá?”. Chegamos! O BRASIL e sua Justiça acabam de provar que o fundo não tem poço, ou melhor, que o poço não tem fundo… Ou melhor, acreditamos que da primeira forma estava mais certo, o fundo não tem poço… 7 – MANCHETE PATÉTICA No ESTADÃO de um domingo, a manchete de uma suposta grande matéria e defesa de tese. Diz: “DIGITALIZAÇÃO DA ECONOMIA LEVA DIRETORES DE TECNOLOGIA A ASSUMIR CARGOS DE CEOS…” Simplesmente absurdo. Bobagem descomunal. Nenhum diretor de qualquer uma das ferramentas ou áreas da gestão, pelo suposto domínio da ferramenta, está capacitado a liderar qualquer empresa. A condição maior, suprema, definitiva, acima de qualquer excelência numa das diferentes especializações, continua sendo, e sempre, a CAPACIDADE DE LIDERAR E COMANDAR SERES HUMANOS. Sem essa qualificação, nem os “Pelés da tecnologia”, estão preparados e têm a competência mínima necessária para comandar quem quer que seja. Muitas vezes, nem mesmo a área onde é craque, especialista, nem mesmo para ser CTO. Apenas isso. Para liderar, pessoas capacitadas a fazer com que seus comandados, empolgados, comprometidos, entusiasmados, e felizes, de forma natural, sigam seu direcionamento e comando. 8 – ESMOLA, BACIA DAS ALMAS, CALA A BOCA Sem pompas e muito menos circunstâncias, 20 organizações da imprensa brasileira fecharam parceria com o FACEBOOK. Briga que vinha de longe terminou num troco de R$13,7 milhões a serem divididos entre as 20 organizações, e o que resulta num valor pífio para cada uma delas. Dentre outras organizações, no acordo onde literalmente ”entregam a alma ao demo”, figuram, ESTADÃO, FOLHA, ABRIL, BANDEIRANTES, RBS e UOL. Três explicações para: A primeira é que com acordo ou sem acordo o “FEICE” continuaria a se apropriar do conteúdo editorial dessas empresas, e assim, melhor um acordo que uma interminável e péssima contenda. A segunda é que em tempos de seca, qualquer dinheiro ajuda. E a terceira é que se trata de uma trégua provisória, enquanto se aguarda por um maior e melhor acordo. Seja como for, é simplesmente patético testemunharmos organizações centenárias acordarem com redes sociais que nasceram anos atrás, e pela simples razão que as centenárias foram míopes, em todas as dimensões, possibilitando que as novas plataformas de comunicação alcançassem a importância e liderança que têm hoje. Especificamente em relação ao valor acertado, e diante dos números do “FEICE”, repetimos, uma singela e patética esmola. 9 – HOSPÍCIO PÃO DE AÇÚCAR Tudo bem que a situação do grupo CASINO, na FRANÇA e outros países, é difícil, mas deveria, se sobrasse um mínimo de juízo a seus dirigentes, preservar talvez a sua principal galinha de ovos de ouro, o PÃO DE AÇÚCAR. O PÃO DE AÇÚCAR sempre foi o sonho de todas as demais organizações supermercadistas. Construído e posicionado nos melhores e mais estratégicos espaços muito especialmente da cidade de São Paulo, totalmente voltado para as pessoas que têm dinheiro, classes A e B, nadava tranquilo e de braçada num quase que oceano azul. Verde, talvez, pelas cores do Pão de Açúcar. Depois que o CASINO conseguiu concretizar a compra, e não obstante todas as manifestações de arrependimento de ABILIO DINIZ, o PÃO DE AÇÚCAR do CASINO viveu seu ápice, momentos de glórias, e brilhava de forma intensa e espetacular. Tudo o que fazia dava certo, inclusive na melhor e mais bem-sucedida operação de vendas de produtos através de cupons de compras e álbuns, nos quais as pessoas iam colando esses cupons ou selos. E aí a crise na FRANÇA gradativamente foi chegando ao Brasil e os pés sendo enfiados pelas mãos. Durante duas décadas construiu, a partir dos tempos do ABILIO, o melhor e mais invejado programa de loyalty dentre todas as demais empresas. O Pão de Açúcar Mais. Hoje, seus clientes não sabem mais exatamente a que programa pertencem, na medida em que fez parceria com a RAIA DROGASIL e criou o programa STIX. No lançamento, o “release” das duas empresas dizia: “Com 60 milhões de clientes, a STIX opera como uma carteira única de pontos, e que conta com o EXTRA, PÃO DE AÇÚCAR, DROGASIL e DROGA RAIA.” Naquele momento o PÃO DE AÇÚCAR já anunciara uma nova promoção com a coleção de selos para a compra de talheres que foi cancelada para decepção e revolta de seus clientes mais que acostumados com os selinhos a cada final de compra. Mas, como caos pouco é bobagem, o PÃO DE AÇÚCAR, GRUPO CASINO no Brasil, conseguiu se superar. Mergulha no caos e tenta convencer seus clientes de décadas a mergulhar junto. Estadão, sábado, 18 de setembro de 2021, caderno Economia, página B7, matéria assinada pela jornalista TALITA NASCIMENTO. O título já provoca nos clientes normais do PÃO DE AÇÚCAR arrepios, comichões e perplexidades. E não por culpa da TALITA, que procurou desempenhar sua função da melhor maneira possível. É que o PÃO DE AÇÚCAR VIROU UM HOSPÍCIO mesmo. O título diz: “GPA FARÁ ENTREGA PARA LOJISTAS DE SEU MARKETPLACE…” E agora, e no texto, vamos transcrever um pouco para que vocês não sintam tonturas: “O GRUPO PÃO DE AÇÚCAR (GPA) anunciou ontem que seu marketplace terá uma plataforma que atenderá os lojistas que precisarem dos serviços de envio… No próximo ano, a companhia passará a oferecer a possibilidade de que os lojistas virtuais armazenem produtos nos centros de distribuição do GPA. Depois, e no estágio mais avançado do programa, lojas da rede serão transformadas em agências onde os parceiros poderão deixar seus produtos e os clientes, retirá-los…”. Mas, não para aí o que o PÃO DE AÇÚCAR anuncia que passa a fazer. Diz: “A princípio, serão dois serviços: o de entregas e o de postagem. No primeiro caso, a malha logística do GPA retira a mercadoria no endereço do lojista e faz a entrega ao cliente. No segundo, o vendedor pode usar a tabela de preços da companhia, que é mais barata, para enviar seus produtos pelo CORREIOS…!”. Pode gritar SOCORRO! Sim, bem alto… Mais alto ainda… SSSOOOCCCOOORRORORORO!!! Nossa total solidariedade à TALITA NASCIMENTO, que deve ter sofrido para escrever a matéria. Nem mesmo as pessoas que trabalham no PÃO DE AÇÚCAR – conhecemos algumas – conseguem entender o que é o PÃO DE AÇÚCAR hoje. E, concluindo seu esforço supremo, TALITA terminou dizendo: “A expectativa da companhia é de que os serviços diminuam em até 40% o custo do frete para os consumidores e em 25% os prazos de entrega atuais, além de possibilitar um aumento de 40% na capacidade de volume de entregas…”. TALITA, mesmo que aconteça alguma economia, esse valor e duas ou três vezes mais terá que ser investido no tratamento mental de todos os envolvidos. Terminamos com algumas palavras em francês em respeito ao momento que vive o PÃO DE AÇÚCAR no Brasil, em decorrência do desvario que hoje pontifica nas decisões do GRUPO CASINO: FOLIE, FOU, DINGUE, INSENSÉ, FOLLE, DELIRE, DEMENCE, CINGLE, DEBILE, IDIOT, BETISE, DELIRANT… 10 – MERCADÃO LIVRE Neste mês retornamos ao tema dos MARKETPLACES, e agora e mais especificamente do MERCADO LIVRE. A quantidade de SELLERS, vendedores, no MERCADO LIVRE, é absolutamente desproporcional em relação a todos os demais MARKETPLACES, e em decorrência de sua gênese. No início, qualquer pessoa que pretendesse vender o que quer que fosse poderia ser um SELLER no MERCADO LIVRE, e, assim, para lá embarcaram todos os tipos de vendedores, com e sem qualidade, e um número expressivo de bandidos, que, com o tempo, e processos rigorosos de saneamento, foram sendo excluídos. Para se ter uma ideia da desproporção, enquanto os demais MARKETPLACES falam em centenas de milhares de SELLERS, o MERCADO LIVRE fala de dezenas de milhões. E assim, e dando sequência a seu processo de limpeza ampla, geral e irrestrita, periodicamente, e seguindo sua COMPLIANCE POLICE, o MERCADO LIVRE divulgou resultados regulares de faxina. No segundo semestre de 2021, divulgou seu SEGUNDO RELATÓRIO DE TRANSPARÊNCIA NA AMÉRICA LATINA, e onde escancara seus números, e de certa forma dizendo a seus concorrentes, “vocês ainda não passam de pixotes diante de minha dimensão”. No primeiro semestre de 2021, o MERCADO LIVRE, em sua exuberância, registrou 267,4 milhões de anúncios ativos, exclusivamente no Brasil. E, desses quase 270 milhões, pouco mais de 3%, 9 milhões foram moderados – excluídos ou corrigidos – por infringirem as regras. Principais ocorrências, ou, onde os pequenos bandidos do digital e do comércio eletrônico atuam com maior frequência: – Cursos e livros digitais piratas; – Conteúdos adultos classificados de forma incorreta; – Venda de remédios que necessitavam de receitas; – Outros tipos de falsificações. Desses 9 milhões moderados, 8,5 milhões foram detectados automaticamente pelos mecanismos de proteção da plataforma, por seus algoritmos. E 500 mil decorrentes de denúncias. Segundo o MERCADO LIVRE, seu sistema de proteção e a qualidade e consistência de seus algoritmos, garantem o rastreamento e a detecção em menos de um segundo de cinco mil variáveis removendo no devido tempo toda e qualquer violação as seus TERMOS E CONDIÇÕES DE USO…”. Pelos últimos dados disponíveis, o MERCADO LIVRE possui hoje um total de mais de 300 milhões de anúncios ativos, sendo, mais da metade, no Brasil. DRUCKER´S MONTHLY No episódio deste mês, e dando continuidade ao tema recorrente de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, LEGADO, resgatamos uma importante reflexão e conselho de nosso adorado mestre, e para todos nós, profissionais, empresários, e acima de tudo, SERES HUMANOS. O mestre lembra-se e fala sobre seu professor de religião, dizendo: “Quando eu tinha 13 anos, um professor de religião, o Padre Pflieger, entrou na classe dos meninos perguntando, ‘Pelo que você deve ser lembrado?’. Nenhum de nós, evidentemente, respondeu. Então ele riu e disse, ‘Eu não esperava que vocês fossem capazes de responder. Se vocês não conseguirem responder a essa pergunta quando tiverem 50 anos terão desperdiçado a vida…’”. “Se você tiver sorte”, conclui DRUCKER, “alguém com a autoridade moral do Padre Pflieger lhe fará essa pergunta bem cedo, para que você a repita pelo resto da vida.” E vocês, queridos amigos que nos acompanham, já se fizeram essa pergunta?
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Novembro/Dezembro 2021

BUT – BUSINESS TRENDS 08/2021 – NOV/DEZ 2021 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – NO MEIO DA CONVERSA, A AFIRMAÇÃO, “MAIOR CLUBE DE VINHOS DO MUNDO”. Aconteceu, e foi em nosso país. O WINE, Clube de Vinho, que nasceu a partir do sonho de dois amigos de venderem vinho, direito e criando clientela, no país das cervejas, no ano de 2008, 11 anos depois já contabilizava 140 mil assinantes, e assim, tinha muitas razões para comemorar. O WINE, como temos comentado com vocês, foi uma das startups que formou mercado, que construiu mercado, e de quem se pode dizer, existia um negócio de vinhos no Brasil antes da WINE, e outro, depois. A WINE, e traduzindo numa pequena frase, “pegou o brasileiro pela mão e ensinou a tomar vinho”. No meio de sua trajetória, ganhou investidores, e muito rapidamente foi se aproximando da liderança total do mercado. E agora, e de forma espontânea e natural, em entrevista para ISTOÉ DINHEIRO, seu CEO, MARCELO D´ARIENZO, faz importantes revelações. Assim, vamos atualizar:  – Hoje, a WINE é o maior clube de vinhos do mundo, com 250 mil associados. – Nos últimos anos, abriu 13 lojas físicas em 10 cidades brasileiras. – O faturamento da WINE no ano passado foi de R$ 450 milhões, 66% maior que o de 2019. – A WINE acredita que ainda tem muito a crescer. – Dentre as razões de ter comprado a CANTU no ano passado, a principal é de estar com seus vinhos presentes e disponíveis em todos os momentos e situações: ter o cliente como assinante, colocar os vinhos da WINE à disposição dos sócios quando vão a um restaurante que se abastece com a CANTU, ou e, da mesma forma, quando em emergência compra um vinho no supermercado. Ou seja, o WINE, originalmente um CLUBE DE VINHOS, e hoje praticamente presente em toda a cadeia de valor – etapas de distribuição e venda  – quer se colocar presente e disponível em todos os momentos e situações que seus clientes decidam abrir e tomar um bom vinho. Não existe sensibilidade, inteligência e necessidade maior. De novo, o WINE dando lições espetaculares de marketing. 2 – TECBAN, ESPECIALIZADA NAS PONTAS O mercado faz ZIGUE, a TECBAN faz ZAGUE. É essa a missão que a empresa se propôs. Durante décadas, o único local para a retirada de dinheiro eram as agências bancárias. Até que os bancos se somaram e nasceu a TECBAN, uma espécie de caixa automático de todos os bancos que aderissem à empresa. E os bancos que tinham horário restrito de funcionamento passaram a funcionar 24x24x7. E, assim, seguia a vida e o mundo não fosse à disrupção, a tecnologia, a reforma radical do sistema financeiro global e, de forma especial do Brasil, a chegada das fintechs, mais openbanking, mais pix, e os grandes bancos saíram em disparada fechando agências que dia após dia iam ficando vazias. Ou seja, os bancos fazendo ZIGUE, e a TECBAN, de novo, e agora, fazendo ZAGUE. Está anunciando e cria, em dimensões maiores, e para cidades desassistidas, as AGÊNCIAS DE POUCA OU NENHUMA BANCARIZAÇÃO. As agências da TECBAN, além dos caixas e dinheiro, são uma espécie de último socorro de clientes de 150 instituições financeiras. Assim, e neste ano, a TECBAN inaugura seis dessas novas velhas agências, nas cidades de PARNAÍBA (PI), PARAUPEBAS (PA), BELFORT ROXO (RJ), CARAPICUÍBA (SP), CARUARU (PE), e, CAMPINA GRANDE (PB). Não existe atendimento humano nessas agências, onde as pessoas, além de depositar e sacar dinheiro, ainda podem recarregar celulares, e TVs por assinaturas pré-pagas. Assim, e às vezes, poucas vezes, dar um passo para frente é dar um ou dois para trás. Dependendo de qual seja o negócio da empresa. 3 – NÃO SE FALA NOUTRA COISA: VTOL – Vertical Take-Off and Landing – aparelhos de cargas e passageiros que decolam e pousam na vertical. E claro, entre um e outro, voam… No início, cinco anos atrás, e numa espécie de segunda geração dos DRONES – maiores e mais potentes – ainda causavam perplexidade, e, na maioria das pessoas, medo de despencarem. Mas aí os drones foram se multiplicando, e a quantidade de desastres registrados na mídia é insignificante, e as pessoas começaram a olhar com maior atenção. Agora, e em questão de meses, talvez até mesmo no embalo da falta de assuntos na pandemia, o tema decolou de vez. Semanas atrás era a AZUL anunciando que vai mergulhar de cabeça, coração e alma nesse território. Mais ainda, que já fechara uma primeira compra de 220 VTOLs, por R$ 1 bilhão, da fabricante alemã, LILIUM. Falando sobre a compra, o presidente da AZUL, JOHN RODGERSON, disse que sua empresa optou pelo VTOL da LILIUM pela autonomia de voo. 240 km, contra 100 km do VTOL da EMBRAER, grande parceira da AZUL. Como os VTOLs são movidos à energia elétrica, e a recarga é demorada, diferente dos helicópteros, e que, por decorrência, a autonomia do VTOL é de 25 minutos, enquanto a de um helicóptero, até 3 horas de voo, por esse quesito específico, e no início, em que dependendo das utilizações são eficazes as duas alternativas. O assunto ferve mais, e até semanas atrás, nenhum pedido de autorização tinha ingressado na ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Além das empresas de aviação, em especial as de táxis aéreos, algumas grandes transportadoras em todo o mundo começam a estudar a adoção dos VTOLs para determinados tipos de entregas de mercadorias. Ou seja, amigos, e dentro dos assuntos mais discutidos e comentados a partir de agora e em todos os próximos anos, eles, os VTOLs, finalmente chegando para valer, além das histórias em quadrinhos. 4 – SE OS JOVENS SÃO O FUTURO – E SÃO – A INDÚSTRIA DE AUTOMÓVEIS SÓ TEM DESAFIOS PELA FRENTE Anos atrás, o DETRAN fez uma surpreendente revelação. Muitos jovens decidiram despedir-se, como propriedade – dos automóveis –, a partir da virada do milênio e muito especialmente de 2001 em diante. E traduziu em números. Por exemplo, no ano de 2014, três milhões de jovens tiraram carta, a tal da carteira de habilitação. Em 2018 esse número despencou para próximo de 2 milhões, ou seja, em quatro anos, caiu, perdeu, despencou, 33%! Traduzindo isso em idade média em que as pessoas passaram a tirar carta, dos 17 anos, 11 meses e 30 dias de décadas atrás, quando ter e dirigir um automóvel era o grande sonho e objeto de desejo dos jovens brasileiros, subiu para acima de 25 anos aproximando-se dos 28 anos! 10 anos a mais! Alguns depoimentos dos jovens de hoje sobre suas relações com o automóvel. “Eu não preciso de carro e, quando tenho de sair, meu pai me leva ou uso transporte público ou os aplicativos…”, Milton Moreira, universitário, Santo André (SP). “Quando eu era mais jovem, e meu pai instrutor de autoescola, tudo o que ele queria é que eu tirasse carta. Ele morreu quando eu tinha 18 anos, hoje tenho 27, e jamais senti vontade de ir atrás da tal da carta… Para voltar das baladas, usava táxi antes, e agora Uber, ou venho de carona com amigos. Claro, desde que não estejam alcoolizados…”, Carolina Nogueira, professora. “Até para viajar uso aplicativos de carona. Vou para o Guarujá (SP) por R$ 20,00… Para que comprar carro e ainda arcar com despesas de manutenção? E, quando vou às compras, recorro ao UBER e demais aplicativos, e assim e se tiver trânsito vou falando com meus amigos no celular, e ainda não tenho que me preocupar com estacionamento e gastar com licenças e zona azul…”, Antonio Pedreira, corretor. Ou seja, amigos, mudou. Mudou radicalmente, e para sempre. O business de automóvel precisa urgente entender o que se passou com as pessoas, muito especialmente a partir do ambiente digital e todas as suas possibilidades. Curto e grosso, no shopping list dos jovens de hoje, o automóvel não figura em nenhuma das 10 primeiras posições. Até a virada do milênio ocupava a primeira posição e de forma destacada. 5 – A DESPEDIDA DE UM GIGANTE Depois de dois shows em Nova York em companhia de LADY GAGA, um novo disco em outubro com canções de COLE PORTER, TONY BENNETT, em progressão crescente de ALZHEIMER, anunciou sua aposentadoria na semana passada. ANTHONY DOMINICK BENEDETTO, que nasceu em NEW YORK CITY, no dia 3 de agosto de 1926, integrou o exército americano na 2ª Grande Guerra, e alcançou seu primeiro grande sucesso no ano de 1951, “Because of you”. Durante o prevalecimento do ROCK, sua carreira perdeu um pouco do brilho, e que voltou com tudo e mais um pouco a partir dos anos 1980. Sua presença ao lado de MARTIN LUTHER KING, em apoio e adesão irrestrita ao movimento pela não violência, é um dos episódios mais marcantes de toda a sua trajetória, tendo participado com LUTHER KING e HARRY BELAFONTE na jornada histórica de SELMA a MONTGOMERY no mês de março de 1965. Com a aposentadoria de TONY BENNETT encerra-se um ciclo de 110 anos onde a música americana, muito especialmente os standards, alavancados pela indústria do cinema, por Hollywood, mais os musicais da Broadway, ocuparam parcela expressiva da preferências das pessoas na maior parte dos países e do mundo. 6 – UBER JOGANDO A TOALHA? Um dos cinco maiores ÍCONES do universo de empresa da nova economia, o UBER, que disruptou o negócio de transportes urbanos de passageiros, que sangrou para sempre taxistas em todo o mundo, que até hoje não fez outra coisa que perder dinheiro de seus investidores, choca a todos com a declaração de seu CEO, DARA KHOSROWSHAHI, quatro anos depois de tentar dar uma ordem na casa. Se algum investidor ainda tinha esperança de lucro em algum momento, no modelo original do UBER, desistiu. A propósito, e desde o primeiro dia, o UBER não faz outra coisa que não seja perder dinheiro, muito dinheiro. Mesmo sob nova direção, há quatro anos, a de DARA, os prejuízos seguem. Perdeu US$ 8,5 bilhões em 2019, e US$ 6,7 bilhões em 2020. Em entrevista recente ao THE NEW YORK TIMES, e para a perplexidade de todos, DARA afirmou, e MAUREEN DOWD, do New York Times escreveu que: “A pandemia foi uma virada. DARA percebeu que todos os demais negócios do UBER eram distrações. Que o negócio do UBER é “receber toda e qualquer coisa em casa se tornando algo maior do que jamais poderíamos imaginar…”. Há cinco anos, quando ainda era o todo poderoso da EXPEDIA, e onde durante sua gestão de 12 anos quintuplicou as receitas, e recebeu o convite para comandar o UBER, disse que foi conversar com o pai dele. E que o pai teria dito a ele, “Se é uma companhia que é sinônimo de um verbo que lhe oferece um emprego, aceite…”. É verdade, UBER converteu-se num verbo, mas, de transporte de pessoas, jamais de sistema ou serviços de entrega. Impactado com a demanda pelo derivativo UBER EATS durante a pandemia, na cabeça de DARA, o negócio que deu origem ao UBER, transporte de pessoas está com os dias contados, face às regulações de toda ordem em todos os países e cidades do mundo onde existe o UBER. Esquecendo-se a gênese do UBER, do negócio que criou, e mergulhando de cabeça num território com milhares de concorrentes de todos os portes e dimensões. Curto e grosso, se a expectativa do UBER era ser uma empresa rentável, algum dia, ainda que a perder de vistas, hoje a única certeza é que o UBER, por total indefinição e inconsistência de seu eventual posicionamento, é um caos… Depois dessa entrevista, começamos a acreditar que o UBER terá que contratar um novo CEO. DARA não acredita na gênese da empresa que comanda. E como a vida nos ensina, há séculos, quem renega os seus degenera. 7 – BRASIL NA RUA De uma forma mais elegante, decidiu-se chamar as pessoas que moram e vivem na rua de PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA. Legal, já não é fácil e assim nada como um pequeno gesto de respeito. As pessoas de verdade, com raras exceções, não moram na rua porque querem. Moram porque não têm onde morar e assim não se trata de uma decisão, mas de uma decorrência. Portanto, melhor e mais verdadeiro, dizer-se dessas pessoas que se encontram em SITUAÇÃO DE RUA, e alimentando a esperança que em algum momento voltarão a ter um teto para elas e suas famílias. Agora acaba de ser divulgado um novo dado sobre os BRASILEIROS EM SITUAÇÃO DE RUA. BRASILEIROS e alguns estrangeiros que fugiram ou refugiaram-se no Brasil. Os dados são de responsabilidade do MINISTÉRIO DA CIDADANIA. Em janeiro de 2020, 60 dias antes da eclosão da pandemia, 140.199 famílias encontravam-se em SITUAÇÃO DE RUA. A partir de março, os números foram crescendo. 144 mil em maio, 151 mil em outubro. Aí um respiro, algumas famílias encontraram abrigos, e em novembro, o número caiu para 145 mil. Mas voltou a subir. E alcançou o pico em meados de abril deste ano – 154.794 famílias. E, mais recentemente, com a vacinação e algumas reaberturas, retornou ao patamar dos 140 mil. Ou seja, existia uma base de 140 mil pessoas em SITUAÇÃO DE RUA, antes da pandemia, e com o provável fim da pandemia nos próximos meses, os que se viram obrigados a ir para a rua estão conseguindo algum tipo de melhor alternativa, e retorna-se para o patamar original. Objetivamente, e por alguns meses, a pandemia intensificou as dores das pessoas em SITUAÇÃO DE RUA, mas, as razões da permanência desse tipo de comportamento e alternativa de vida, são de outra ordem e mais profundas que a pandemia, e demandariam um conjunto de medidas de médio e longo prazo. E o desafio não é exclusivamente nosso, Brasil. Em todas as grandes cidades do mundo PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA, em maior ou menor intensidade são uma realidade. E a principal razão é de ordem econômica, embora outras razões persistam. Pessoas preferem “morar” próximas do lugar onde conseguem fazer algum dinheiro, como ambulantes, conseguir alguma comida, encontram uma forma de tomar banho e resolver outras necessidades, do que ir e vir todos os dias passando parte do tempo espremidas em conduções… 8 – A PANDEMIA DE GOLPES O título deste comentário tanto poderia ser, como escrevemos, A PANDEMIA DE GOLPES – pois foi o que aconteceu, aumento absurdo de tentativas de golpes no mercado financeiro durante a pandemia –, como A PANDEMIA DOS GOLPES, uma pandemia que se caracterizou não apenas por perda de respiração, intubação, internações, mortes, como pela avalanche de golpes. Em evento anual sob a responsabilidade da FEBRABAN, o presidente da instituição, ISAAC SIDNEY, afirmou que durante a pandemia cresceu exponencialmente a ação dos criminosos, seja através de fraudes bancárias, seja através de esquemas para desvio de verbas públicas na aquisição de insumos e equipamentos médicos destinados ao combate à covid-19. Traduzindo em números, no ano de 2020 foram realizadas 248.989 comunicações de operações suspeitas ao COAF, 110% a mais que em 2019. Só nos primeiros sete meses de 2021, já foi comunicada quase a totalidade de tudo o que foi informado em 2020… Mas, a metralhadora giratória da FEBRABRAN estava voltada mesmo para as centenas de FINTECHS. Segundo SIDNEY, “Para que os esforços da PLD – PREVENÇÃO A LAVAGEM DE DINHEIRO – sejam eficazes, todos os segmentos da indústria financeira, sem exceção, precisam estar aparelhados com ferramentas que possam prevenir, identificar e denunciar os atos de lavagem, e, neste particular, é imperioso um olhar enérgico dos reguladores para a adoção de regras do PLD pelos entrantes, evitando assimetrias que acabam por ampliar riscos…”. Traduzindo, as centenas de fintechs que estão chegando ao mercado têm fiscalização próxima de zero, e os grandes bancos fiscalização radical… Ou seja, e diante de tantas novidades e disrupções do mercado financeiro, é bem possível que nos próximos meses e anos assistamos uma sucessão de denúncias, quebras, e golpes, dentre as chamadas fintechs. Que hoje trabalham com uma fiscalização muito próxima de zero, e onde os golpistas estão deitando e rolando… 9 – A PENÚLTIMA LINHA Muitas pessoas volta e meia nos perguntam sobre a entrega de compras através de DRONES. Quase todas, e como é natural, imaginam-se saindo na janela de suas casas, e recebendo a chegada das compras no bagageiro de um drone… Claro que essa situação poderá ocorrer, mas, e sempre, e durante anos, em caráter excepcional. Hoje, a grande expectativa pela chegada dos drones é para ocuparem uma nova e eficaz penúltima linha. Por exemplo, ao invés de um restaurante, ou uma rede de fast food precisar atender todos os pedidos de delivery em cada uma de suas lojas, todo esse processo poderá ficar centralizado em pontos estratégicos, e de onde partem os drones para colocarem em motos, bicicletas, e outros veículos, as entregas na etapa final. Essa penúltima linha resultará, depois de institucionalizada, ganhos expressivos econômicos, e ainda vantagens significativas em termos de trânsito e, ambientais. Neste momento, diferentes empresas realizam treinamentos para entregas por drones. Dentre as experiências, e em matéria do jornal VALOR, MANOEL COELHO, sócio da SPEEDBIRD, uma empresa de drones, detalhou uma das primeiras operações na cidade de Campinas: “No total, e neste período de experiências, já foram realizadas mais de 700 entregas e correspondentes a 1400 aterrissagens e decolagens”. Os voos acontecem no SHOPPING IGUATEMI de CAMPINAS, e onde o iFOOD tem um hub de operação. O drone retira o pedido numa área de decolagem e deixa no hub para que os entregadores terminem a entrega. Isso evita que os entregadores fiquem circulando pelo shopping, possibilitando uma queda média no tempo de entrega de 12 minutos… 10 – DOSSIER PRIÖUX A morte por violência inaceitável e criminosa de um negro, e a morte de uma cadelinha, derrubaram uma das mais brilhantes carreiras de gestores do varejo em nosso país. NOEL PRIÖUX, CARREFOUR, retorna à FRANÇA. E não sabe, ainda, qual será seu destino. Mas é protagonista de uma das mais que emblemáticas lições do ambiente corporativo de todos os tempos. De nada adianta tomar as melhores decisões, realizar aquisições monumentais e emblemáticas, apresentar crescimento e lucro fabulosos se não conseguir prevenir danos insuportáveis à imagem da MARCA. E assim, com seu CARREFOUR coberto de glórias e sucessos, mas sangrando, NOEL PRIÖUX, 62, arruma as malas e volta para a FRANÇA, PARIS, a tempo de passar o próximo Réveillon na Cidade Luz. Muito especialmente e devido às aquisições de peso como as do MAKRO e BIG. Assim, e hoje, PRIOUX despede-se deixando a CARREFOUR BRASIL como a unidade de maior importância de todo o grupo e em todo o mundo, e apenas atrás da FRANÇA. PRIÖUX chegou ao CARREFOUR anos atrás e para cuidar dos serviços financeiros do Grupo em Paris, e depois foi cumprir missões de comando na TURQUIA, COLÔMBIA, ESPANHA, SUL DA ÁSIA.  Em 2017, foi nomeado presidente do CARREFOUR BRASIL, e diretor-executivo do grupo para toda a América Latina.  Em seu lugar, STÉPHANE MAQUAIRE, 47, ex-presidente do grupo na ARGENTINA, no varejo alimentar. Preparando-se para a despedida do Brasil, ou, retorno à França, concedeu entrevista mais que emblemática à FOLHA, a DANIELE MADUREIRA, e que agora destaco os momentos que me impactaram mais e acredito ser da maior importância levar ao conhecimento de todos vocês: – O QUE ACONTECEU COM A CLIENTELA DO CARREFOUR NO BRASIL DURANTE A PANDEMIA? “Menos visitas às lojas, e mais compras. As saídas passaram a ser mais planejadas, para comprar o máximo de cada vez. Foi uma responsabilidade e tanto implantar e manter regras de distanciamento, contar o número de clientes dentro da loja, e seguir todos os protocolos de segurança. Também mudamos nossas promoções. Antes concentravam-se nos finais de semana, agora são distribuídas por todos os dias. Não existe mais o dia certo, ou, o melhor dia. Nos tornamos mais presentes nas redes sociais para anunciar nossas promoções, e na medida em que tínhamos menos público nas lojas para receberem panfletos. Tivemos que melhorar nosso desempenho no online. Em 15 dias, estávamos mais que preparados para responder às novas demandas dos clientes. Para toda a lista de compras, inclusive e principalmente comida. E fizemos parcerias com os aplicativos de entrega para abreviar o tempo das compras”. – O FENÔMENO ATACADÃO, CRIADO PARA ABASTECER O PEQUENO VAREJO, E HOJE TOMADO PELAS PESSOAS “Hoje”, diz PRIOUX, “temos dois movimentos diferentes e orientados a preço. No primeiro, a busca pelo ATACAREJO, as pessoas buscando maior quantidade pelo menor preço. E o outro a valorização da MARCA PRÓPRIA. Sintetizando, os clientes estão mais sensíveis ao preço”. – HERANÇAS OU MUDANÇAS INSTITUCIONALIZADAS EM DECORRÊNCIA DA PANDEMIA “Os clientes passarão a ficar em casa duas ou três vezes por semana. Assim, e mesmo num cenário de pandemia sobre controle, as pessoas vão cozinhar mais vezes. Outra e nova componente é a busca crescente por produtos naturais, associando produtos mais baratos e mais saudáveis. Com bares e restaurantes fechados, o consumo de bebida aumentou, muito especialmente o de vinho, 30%, e parte disso deve permanecer. Por outro lado, as pessoas preferem, no caso dos hortifrúti, tudo o que conte com produtores locais ou próximos. Nas lojas onde isso acontece, mais de 30% vem dos produtores locais”. – DIGITAL x ANALÓGICO Direto aos números.  Hoje, no CARREFOUR, nos produtos não alimentares as compras pela internet já representam 34% do total. Já os alimentos, e por enquanto e apenas, 6%. – A TRAGÉDIA DE 2020 Diz PRIOUX, “Realmente foi uma tragédia um homem negro ter sido morto por seguranças contratados em uma das lojas do CARREFOUR de PORTO ALEGRE. Assumimos nossa responsabilidade. Não podemos mais aceitar situações desse tipo. A primeira providência foi ajudar as famílias, fazer tudo o que fosse possível. Decidimos mudar por completo nosso sistema de segurança. Não queremos mais segurança, queremos pessoas ajudando e orientando pessoas.  Assim, encerramos com a terceirização, e já a partir de setembro a segurança do CARREFOUR será feita pelo CARREFOUR, com equipe própria, com exceção dos estacionamentos, onde somos proibidos por lei de cuidar da segurança. Na medida em que a função muda, o perfil muda. Estamos recrutando pessoas para nossa segurança que sejam capazes de dialogar com o cliente, que não se estressem diante de qualquer situação, e que ajam com tranquilidade, agressividade zero, mesmo diante de um furto…”. – E SOB O BRASIL E OS BRASILEIROS “A cultura brasileira é espetacular: as pessoas, a música, a comida. É um tesouro nacional, temos que preservar…”. Assim, fez e foi, em sua permanência vitoriosa como negócio em nosso país, e trágica por dois acidentes de percurso, NOEL PRIÖUX. DRUCKER´S MONTHLY Hoje, neste espaço reservado todos os meses a nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, o assunto, tema, desafio, é, COMUNICAÇÃO. Perseguir-se, permanente e exaustivamente, uma comunicação de qualidade, é o propósito comum a todas as empresas de todos os portes e de todos os setores de atividade. Assim, a pergunta que invariavelmente todos se fazem é, O QUE É, DE VERDADE, A COMUNICAÇÃO? Ou, QUANDO SE PODE DIZER QUE, E DE VERDADE, A COMUNICAÇÃO, ACONTECEU? REALIZOU-SE? Sempre que esse tema tomava conta das reuniões onde o mestre encontrava-se presente, e lhe eram endereçados os olhares em busca da luz, DRUCKER dizia: “Um velho enigma referido pelos zen budistas, sufis do islã e rabinos do Talmude, pergunta: – Há algum barulho na floresta, quando uma árvore cai e ninguém está perto para ouvi-lo? – Hoje sabemos que a resposta certa é não. Há ondas sonoras.  Mas não há som, a não ser que alguém o capte. O som é criado pela percepção. Som é comunicação. Embora isso possa parecer banal, as implicações dessa trivialidade são grandes. A começar pela consciência que quem comunica é o receptor. O emissor da comunicação não comunica, apenas emite sons.  E se não houver alguém para ouvir a comunicação jamais acontecerá. Existem apenas ruídos.” Mais que óbvio, mas estamos todos condenados, pela pressa, pela arrogância, pelo desrespeito aos que nos cercam, nossos semelhantes, a ignorar essa verdade absoluta. A de que a comunicação acontece no receptor, não no emissor. E, se o receptor não sorrir e demonstrar ter entendido, tudo o que se produziu foram ruídos, barulhos, irrelevâncias…
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Outubro 2021

BUT – BUSINESS TRENDS 07/2021 – OUT2021Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos e registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing.Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – FACA NOS DENTES Na terça-feira, 20 de julho de 2021, a B2W de certa forma deu por encerrado todo um ciclo de mais de 20 anos e decidiu concentrar todas as suas energias, competências, munições e armamentos numa única e mesma marca. AMERICANAS. Assim, Submarino submerge e todas as demais hibernam. Em verdade, AMERICANAS entra em campo, respaldada numa tradição de quase 100 anos, criada que foi no RIO DE JANEIRO, no ano de 1929, por JOHN LEE, GLEN MATSON, JAMES MARSHALL e BATSON BORGER – americanos –, e o austríaco MAX LANDESMANN. Marca mais que gravada no coração de três gerações de brasileiros, e agora conhecida por uma quarta por sua presença e relevância no digital. Desde 1982, os principais acionistas do GRUPO GARANTIA são os controladores da AMERICANAS. A formalização e institucionalização da estratégia foi documentada num anúncio na capa de O GLOBO e do VALOR e onde AMERICANAS diz que: “É TEMPO DE SOMAR.” E no texto: “Estamos celebrando o nascimento de uma nova empresa, a AMERICANAS, que no dia 19 de julho passou a operar na bolsa como AMER3. Resultado da soma da LOJAS AMERICANAS, com a B2W DIGITAL – uma marca que já nasce grande e com uma história para contar… “E o resultado dessa soma é muito mais que uma empresa de varejo, é uma plataforma de inovação tecnológica com infinitas possibilidades, que acelera o crescimento, nos torna mais ágeis e tem as pessoas no centro de tudo…”. E conclui afirmando: “Somamos mais de 1700 lojas físicas em todos os estados do País com as cinco plataformas digitais que atendem 100% dos CEPs brasileiros, e um portfólio único de marcas queridas por todos. Temos uma base de 90 milhões de clientes cadastrados, milhões de parceiros de negócios e um time de mais de 34 mil colaboradores…”. É esse o time, e um dos grandes e fortes concorrentes, e que tem como alvo: destronar o MERCADO LIVRE, e fortalecer-se para enfrentar AMAZON BRASIL, LUIZA, ALIBABA, dentre outros. Aos poucos, o palco da guerra vai se definindo… Mas a liderança do MERCADO LIVRE ainda é a perder de vista em relação a todos os demais MARKETPLACES concorrentes. 2 – CARLOS BRITO Ouvimos falar do BRITO pela primeira vez na agência de publicidade BRIDGE, de nossa querida amiga MARGOT SOLIANI, a BRIDGE, onde dividia o comando e a sociedade com o saudoso LUIZ CLAUDIO – CACAU – PAIVA DE AZEVEDO. Uma agência que nasceu para atender a AMBEV, e que era cliente da MADIA. MARGOT falava com emoção e esperanças sobre um jovem e talentoso estagiário da AMBEV, CARLOS BRITO, que passou uns dias trabalhando na agência. Semanas atrás, BRITO pendurou as chuteiras, aposentou-se. Depois de 15 anos na presidência da AB INBEV, despediu-se da empresa no dia 30 de junho. Na saída concedeu longa entrevista à EXAME, ao Diretor de Redação, LUCAS AMORIM, e fez uma síntese de seus 32 anos na empresa. Nessa síntese lições fantásticas de alguém que vestiu a camisa, mergulhou de cabeça, e só voltou à superfície de comprometimento, empenho e dedicação, 32 anos depois. Vamos tentar reordenar, com a licença do LUCAS e do BRITO, algumas das respostas em formato de lições. Vamos lá: A – OLHAR PARA FORA “Nós sempre montamos nossa empresa olhando para fora. Há muita gente lá fora e assim e quase sempre as melhores ideias encontram-se fora. Há 8 bilhões de pessoas tentando resolver problemas semelhantes aos nossos. Sempre visitamos muitas empresas e sempre tentamos comparar os talentos que estamos desenvolvendo com o que vemos lá fora. Essa sempre foi parte de nossa cultura. Somos muito modestos e sabemos que lá fora existem ideias muito boas…”. B – ORGULHO DE SER AMBEV “Orgulho-me de trabalhar numa companhia que vê as pessoas como única vantagem competitiva permanente. Orgulho-me de ter montado, junto com meus colegas, uma empresa em que nós resolvemos os problemas, nós corremos atrás das oportunidades, nós contratamos os talentos que vão ser melhores do que nós no futuro. Orgulho-me muito de ter princípios e não pegar atalhos… Queremos continuar a empresa para sempre. Assim, não tem jeito, temos que fazer as coisas do jeito certo, e do jeito difícil… Orgulho-me também de ser uma empresa eficaz na utilização dos recursos naturais… Arrependo-me de não ter ingressado na empresa cinco anos antes. Trabalhei em outras empresas muito bacanas, mas não eram tão espetaculares como a nossa…”. C – INOVAÇÃO E MUDANÇA “Chega um momento que a empresa fica tão grande que começa a resistir às mudanças. Construímos a empresa vendo nas mudanças oportunidades, e não ameaças. Como não somos perfeitos, em alguns mercados tentamos ir contra as tendências, contra algumas mudanças. Até que acordamos, abraçamos a tendência, e se revelou uma megaoportunidade de crescimento. Como a máquina é muito grande criamos uma unidade específica, a ZX VENTURES para as novas iniciativas. Uma equipe separada que só cuida de inovação. Quando os projetos são aprovados, voltam para a máquina e escalam. Foi lá que nasceu, por exemplo, o ZÉ DELIVERY…”. D – FUTURO “Depois que sair quero dar uma desligada. Vou tentar ter um pouco mais de tempo para meus quatro filhos e uma esposa com quem estou casado há 30 anos… A única certeza é que qualquer decisão que eu venha a tomar tem que cumprir três requisitos. Quero continuar trabalhando com pessoas que eu admire, respeite e aprenda. Quero trabalhar com um grupo de pessoas que tenham valores iguais aos meus. E quero trabalhar num lugar onde eu seja sócio… Meu pai é médico, 89 anos, e só fechou o consultório dele quando completou 86. Assim tenho mais 25 anos pela frente…”. E – ADMIRÁVEL MUNDO NOVO “O principal continuará valendo. O consumo nunca vai ter a vida baseada ou na loja da esquina ou na marca grande. As ocasiões se fragmentam cada vez mais. Tem hora que você olha preço, e hora que você não olha. Tem hora que você quer qualidade, e hora que só quer quebrar um galho. Hora que quer online, hora que não quer. A AMAZON comprou o WHOLEFOODS porque viu que em nenhum momento o consumidor resolveria 100% das coisas online; tem hora que ele quer pegar, testar… O que mudou é que há mais tecnologia e que permite fazer coisas que não conseguíamos. A vida está muito mais prática, mas as necessidades seguem as mesmas. Por outro lado, a tecnologia faz com que você, se bobear, perca muito tempo com besteira. Cria produtividade, mas produz distração. E os consumidores mais informados esperam das empresas não apenas produtos espetaculares, mas, e também, opinião…”. CARLOS BRITO, uma marca na espetacular história da AMBEV. Uma entrevista e matéria históricas, com ensinamentos espetaculares. 3 – AIRBNB E AS SOMBRAS Em entrevista à CNBC, no mês de junho 2021, BRIAN CHESKY, um dos fundadores do AIRBNB, quase em lágrimas afirmou, e referindo-se ao efeito da pandemia: “Levamos 12 anos para construir o AIRBNB e perdemos quase tudo em questão de quatro a seis semanas…”. Em verdade a pandemia causou um grande estrago no negócio do AIRBNB, mas as verdadeiras razões de preocupação dos fundadores da empresa bilionária são de outra ordem. É que dia após dia, a sucessão de problemas gravíssimos em decorrência do sistema de hospedagem tornam mais frágeis a sustentabilidade da empresa que encantou e ainda encanta o mundo. Os riscos inerentes ao produto AIRBNB são de grande dimensão e inadministráveis. E os problemas, acidentes, crimes, vão pipocando em diferentes lugares do mundo. Depois de anos de relativa calmaria, ou de pequenos acidentes contornados, algumas situações trágicas vão se revelando e multiplicando-se, expondo os elevadíssimos riscos que o sistema AIRBNB envolve. Na edição de EXAME do mês de julho, 2021, uma grande matéria da BLOOMBERG BUSINESSWEEK. E que começa com um crime ocorrido em Nova York, no primeiro andar de um prédio na rua 37, há poucos quarteirões de TIMES SQUARE. Um grupo de turistas australianas hospedou-se num edifício e em imóvel AIRBNB no ANO-NOVO de 2015. Terminado os festejos, uma das jovens deixou as amigas num bar e voltou ao apartamento. Não percebeu a presença de um homem, com uma faca, foi estuprada, acionou a polícia, conseguiram prender o bandido. Rapidamente a equipe de segurança do AIRBNB saiu a campo, levaram a vítima para um hotel, trouxeram sua mãe da Austrália… Dois anos depois, e em acordo, um cheque de indenização de US$ 7 milhões foi pago à vítima pelo AIRBNB… Casos como esse em outras e menores proporções repetem-se em todo o mundo e assim o AIRBNB vai constatando na prática, que as pessoas não são exatamente – todas – como idealmente gostaria que fossem, e que estranhos não necessariamente podem e devem confiar em estranhos. Some-se a isso a briga crescente de prefeituras em todo o mundo questionando a legalidade do tipo de serviço que o AIRBNB presta, e, que por sinal, não está previsto na quase totalidade das convenções de condomínios. Assim, mais que a pandemia, os fundadores do AIRBNB, hoje, convivem com consistentes dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo atual, da ideia original e genial que deu fama e fortuna a todos eles, em poucos anos… Na matéria da BLOOMBERG BUSINESSWEEK, publicada por EXAME, a informação que nos últimos anos, e em média, o AIRBNB vem gastando US$50 milhões/ano para pagamentos tanto a anfitriões e hóspedes, em decorrência de “acidentes de percurso” nessa relação de relativa ou pouca confiabilidade… Outros casos de assassinatos e crueldades são mencionados na publicação, que preferimos não relatar, mas que tornam extremamente complicada a abertura de capital e a continuidade do AIRBNB, nos termos atuais… Ou, o que trouxe o AIRBNB até aqui não o levará mais a canto algum… 4 – O PERFIL DO COMPRADOR De longe, disparado, a melhor e mais importante referência, o melhor e mais consistente benchmark de habitação de entrada em nosso país, chama-se, MRV. A empresa que decifrou a charada, desenvolveu o empreendimento perfeito, e por total merecimento, tomou conta e lidera, com vários corpos de diferença, esse território. Em entrevista para a FOLHA, totalmente descontraído, e aparentemente sem nenhuma preocupação com a concorrência distante, EDUARDO FISCHER, COPRESIDENTE da MRV – divide a presidência com RAFAEL MENIN –, revelou informações da maior importância, e descreveu, em detalhes, o perfil do cliente e comprador dos chamados imóveis de entrada, os concebidos, planejados, edificados, e comercializados pela MRV. Vamos tentar traduzir da melhor maneira possível a descrição realizada pelo EDUARDO, “O cliente padrão, ou heavy user, tem uma renda familiar de R$3 mil. Está se desprendendo da base da pirâmide e tem uma limitação gigantesca em termos de capacidade de crédito. Em suas limitações econômicas, não tem condição de comprar um apartamento maior que inclua, por menor que seja, um espaço para home office. É o primeiro imóvel que compra, sua capacidade financeira é limitada, muitos deles acabaram de se casar, e estão saindo da casa dos pais. Como há necessidade de um espaço para home office – é uma nova necessidade decorrente da pandemia –, a MRV procura em seus empreendimentos sacrificar alguma área de lazer para a criação desse espaço, no caso, de coworking. Até e antes da pandemia nosso cliente era assalariado ou autônomo e passava o dia inteiro na rua, de manhã à noite, assim a demanda era para uma piscina ou quadra para os finais de semana. Hoje, e se não der, troca a piscina pelo espaço de coworking… Apenas lembrando, hoje a MRV, a empresa referência do mercado imobiliário brasileiro, é uma empresa fundada em 1979, tem quase 20 mil funcionários, um faturamento em 2020 de R$8,7 bilhões, com um lucro de R$550 milhões, presente em 162 cidades do País, de 21 estados e o Distrito Federal. 5 – LOJAS DE COLCHÕES NA PAISAGEM URBANA Quem mora nas grandes cidades do País, muito especialmente na cidade de São Paulo, fica intrigado com a quantidade de lojas que vendem colchões nas ruas de maior movimento. Na cabeça das pessoas, colchão é um produto que se compra poucas vezes na vida. Duas, três, talvez quatro no máximo, com um valor unitário relativamente elevado, e assim, muitos se perguntam como essas lojas se viabilizam pagando por instalações, equipe e aluguel elevados, na medida em que se situam em ruas de grande fluxo. E é pouco comum uma empresa desse território divulgar dados e informações. Mas, e agora, a SLEEP HOUSE, uma rede pertencente ao grupo espanhol PIKOTIN, comentando sobre seus planos de expandir suas instalações industriais no Brasil, assim como o número de lojas, revelou alguns números, muito especialmente contemplando seu modelo de franquia. A SLEEP HOUSE tem sua fábrica em SANTA CATARINA, quer abrir mais 50 franquias, totalizando 200 unidades até 2024. E aí começa a revelar os números. O faturamento da empresa neste ano de 2021 deverá ser da ordem de R$300 milhões, ou seja, uma empresa de porte médio. E, no plano de franquias, mais números. O candidato a franqueado deverá investir entre R$150 e 300 mil. Em verdade, uma franquia mais para exposição e vendas na em medida que a entrega, estoque e instalações permanecerão sob a responsabilidade da fábrica. Pelos cálculos da SLEEP HOUSE, um franqueado terá um faturamento mensal entre R$80 a 300 mil, com uma previsão de resultado líquido para o franqueado entre 8% a 12%. E aí, e diante dos números, a perplexidade só cresce. Como pessoas motivam-se a investir talvez a totalidade de suas economias, para um negócio de baixa rentabilidade e alto risco, e ainda sujeito a sazonalidades e intempéries? Ou seja, o mistério sobre as centenas de grandes lojas nas grandes avenidas das grandes cidades, grandes lojas de colchão, prossegue… 6 – DECORRÊNCIAS DO AMBIENTE DIGITAL Com as plataformas digitais, com as redes sociais, com a internet, enfim, a relação entre pessoas de diferentes países e nacionalidades, e entre países, também cresceu de forma acelerada e não para de escalar. Conclusão, muitas novas palavras são incorporadas definitivamente à língua dos países, e isso acontece, claro, com o Brasil também. Compete à Academia Brasileira de Letras cuidar das inclusões. De tempos em tempos lança uma nova edição do VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA, mais conhecido como VOLP. O responsável pela atualização é a Comissão de Lexicologia e Lexicografia, sob o comando do professor EVANILDO BECHARA, hoje com 93 anos de idade e absolutamente saudável e lúcido. Semanas atrás, e depois de 12 anos – a última edição é de 2009 – uma nova atualização. Agora, e oficial e formalmente, nossa língua tem 382 mil palavras, na medida em que foram incorporadas, em relação à última edição, 1.160 novas. Dentre as novas, cunhadas localmente, figuram, judicialização, negacionismo, feminicídio, pós-verdade… Hoje, e apenas 0,5% de todo o nosso vocabulário oficial é constituído por estrangeirismos, e assim, e a partir de agora, e dentre esses, as novidades são, botox, bullying, compliance, coworking, crosfit, delay, home office, live-action, podcast, emoji, parkour… É isso, amigos. Mais alguns dias e algumas palavras que não apareciam nos dicionários eletrônicos passarão a aparecer… E a tendência, com a integração e globalização, é uma espécie de universalização de parte maior das línguas do mundo… 7 – A IMPORTÂNCIA DO CLIMA Claro, todos já se descobriram mais esfuziantes e felizes em dias de sol e temperaturas amenas, mais tristes e retraídos em dias de frio e chuvas, e, se pensaram e refletiram sobre esse comportamento, têm consciência da importância do clima em suas vidas. Assim, o clima corporativo, ou, o ambiente dentro das empresas, é de essencial importância para um comportamento mais integrado, positivo, colaborativo e feliz do capital humano dessas empresas, e que se traduz numa maior integração e compartilhamento de todos, como no sorriso detectável em todos os cantos, setores, divisões, unidades. Em síntese, pessoas felizes, produzem mais e melhor. Muitos estudos sobre a importância do clima já tinham concluído na mesma direção e sentido. Mas um estudo mais profundo e de maior duração acaba de ser concluído e traz relações da maior importância. De responsabilidade da UNIVERSIDADE DE YALE, que no correr de mais de 15 anos acompanhou regularmente exames de ressonância magnética de 3.279 pessoas. E concluiu que o CEREBELO, que encontra-se na parte posterior do cérebro e é o responsável pelos movimentos e controle das emoções, apresenta mudanças de tamanho no correr de um ano causadas pelas mudanças na temperatura. O cerebelo chega a crescer 8% no pico do verão, e a encolher os mesmos 8% no pico do inverno. Dentre outras conclusões, talvez a mais importante realizada pelos autores do estudo, é que esse encolhimento ou expansão é muito provavelmente a causa da mudança do humor das pessoas em função do clima. Como, e por exemplo, doenças como o TAS –  TRANSTORNO AFETIVO SAZONAL – muito comum em países mais gelados ou no inverno de outros países. Em verdade, esse tipo de documentação já vinha sendo colhido e organizado por outros pesquisadores. Quando o clima na vida, e nas empresas, excede, para cima ou para baixo, a normalidade, comportamentos semelhantes aos que se constata no TAS, constata-se, também, no capital humano das empresas: tristeza, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, cansaço excessivo, sono, aumento de apetite, sentimentos de culpa, e diminuição da libido, e da busca por atividades recreativas… Isso posto, e sempre, todos mais que concentrados em preservar o melhor clima dentro das empresas, para que todos possam oferecem o melhor de seus conhecimentos e contribuições. 8 – CONSEQUÊNCIAS DA PANDEMIA NUMA SEGURADORA LÍDER Em entrevista no ESTADÃO, BRUNO GARFINKEL, presidente do Conselho da seguradora PORTO SEGURO fez um pequeno balanço do que aconteceu com o território dos seguros, e em especial com a PORTO, nos primeiros 16 meses de pandemia. – DESAFIO PARA A PORTO – O primeiro de todos,  como implementar um home office em 15 dias e em larga escala. De 1.000 pessoas trabalhando em casa, saltou para 9.000. – SEGURO DE VIDA – Crescimento excepcional em função da pandemia. Por essa razão, uma carência de 30 dias foi criada especificamente em relação à COVID, para que algumas pessoas não caíssem na tentação diante da confirmação de estarem contaminadas fazerem um seguro de vida. Assim, o registro de um aumento nos seguros de vida, como no residencial, pelo fato das pessoas permanecerem mais tempo em suas casas. – LUCROS CESSANTES DOR PANDEMIA – esse seguro não existia e ninguém está contratando. Existia o seguro por lucros cessantes em decorrência de um evento imprevisto tipo incêndio, ou problema relacionado ao imóvel, ou outros fatores que se inserem na rotina do cotidiano. Não para pandemias. – INOVAÇÕES – Uma parceria com a PET LOVE para uma espécie de seguro saúde para pets. – VALORIZAÇÃO DE PRODUTOS – A PORTO já vinha oferecendo não apenas a seus segurados, mas a todas as pessoas que quisessem um serviço mediante assinatura – R$19,90/mês, batizado de REPARA CASA. O REPARA CASA, diz BRUNO, “ganhou tração com a pandemia”. Depois de mais de 200 anos desde a primeira empresa de seguros, a COMPANHIA DE SEGUROS BOA-FÉ, que começa a funcionar no dia 24 de fevereiro de 1808 – ano de abertura dos portos – o instituto do seguro vem apresentando uma evolução consistente e significativa no mundo e, especialmente, em nosso país. A história do seguro e sua evolução no Brasil passa pelo primeiro CÓDIGO COMERCIAL BRASILEIRO, de 1850, pela chegada das seguradoras internacionais que, pela LEI 294 de 1895, passam a ser obrigadas a aplicarem suas reservas no Brasil, e no ano de 1923 é instituída a Previdência Social. E a SUSEP, que regula o setor, é de 1901. E, em 1929, nasce a primeira empresa de capitalização, a SULAMÉRICA, seguros obrigatórios passam a fazer parte do ambiente de negócios no Brasil, e, em 1939, é criado o IRB. A partir de então, o negócio de seguro decola de forma consistente em nosso país, nascem as novas seguradoras, e dentre elas, e uma das mais inovadoras e criativas, a PORTO SEGURO, no ano de 1945. Hoje, e com a terceira geração no comando, a PORTO SEGURO é uma ótima reflexão e exercício sobre o verdadeiro entendimento de quais são os serviços que uma empresa como a PORTO presta. E, em todas as suas movimentações recentes, a PORTO vem demonstrando que, assim como na medicina, a BOA SEGURADORA não é apenas a que garante e cobre diante do sinistro, mas a que orienta e previne, permanentemente. Assim converteu-se, talvez, na mais importante referência em seu território. 9 – GOLDEN CROSS Lemos no O GLOBO que a GOLDEN CROSS tenta um lancinante “levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima”. Difícil, complicado, quase impossível. Nessa tentativa reencontra, ou melhor não reencontra um território que apenas se renovou… Encontra um mais que novíssimo território, um território da saúde que praticamente renasceu e é outro, muito melhor, mais competitivo,  do que o território onde um dia foi líder. Segundo O GLOBO, a GOLDEN CROSS, fundada há 50 anos no RIO DE JANEIRO, da família AFONSO, e na palavra de seu presidente FRANKLIN PADRÃO: “Estávamos estacionados há dois anos, tentando acertar processos internos. Agora fizemos uma mudança estratégica para acelerar a comercialização…”. Em verdade, a GOLDEN CROSS não está estacionada há dois anos. Parou no tempo há quase duas décadas. Já no ano de 1997, 24 anos atrás, FREDERICO VASCONCELOS escrevia na Folha do domingo, 31 de agosto: “A crise da GOLDEN CROSS reproduz, no mercado dos serviços de saúde, a decadência de outros impérios privados que cresceram graças à inflação e se mostram despreparados para manter a posição numa economia estável… Assim com uma MESBLA, a GOLDEN CROSS tinha graves problemas de administração de negócios, operava com custos elevados, mascarados pelos ganhos financeiros decorrentes da inflação…”. Na matéria de O GLOBO de agora, fala sobre a volta da GOLDEN CROSS, na propaganda com FERNANDA TORRES e a FERNANDA MONTENEGRO, mudança de sede, e muito mais. E lembra que no ano de 1977, quando a FOLHA publicou a matéria que citamos, ainda era líder do território dos planos de saúde com 2,5 milhões de clientes e faturamento de R$7 bilhões a valores de hoje. Nos números atuais da ANS – Agência Nacional de Saúde – a GOLDEN CROSS tinha em maio 318 mil beneficiários, contra uma AMIL com 1,2 milhão… Ou seja, amigos, muito difícil, depois de mais de duas décadas, conseguir-se agora, o tal da volta por cima… Existe um longo, gigantesco, concorrido e novíssimo caminho pela frente. 10 – FALA SÉRIO… Ainda, e por um bom tempo, todos os números referentes ao ambiente digital devem ser lidos e analisados com os dois pés atrás. Definitivamente falta consistência e seriedade. A começar que as BIG TECHS trilhonárias em duas décadas limitam-se a informar quantas pessoas viram posts e vídeos por 3 segundos… Algumas um pouquinho mais… É uma piada. Agora, por exemplo, e durante as Olimpíadas, atletas vencedores brasileiros viram o número de seus seguidores escalar nas redes sociais. Definitivamente não é consistente e muito menos sério. Não que não mereçam. São manifestações espasmódicas, em meio a forte emoção de uma manhã, tarde, dia, índice, recorde, medalha, que, assim como aconteceu, se não for sustentada por conteúdo minimamente de qualidade, desvanece-se em poucos dias, semanas, exagerando três meses. E assim, e de um dia para outro, nossos heróis olímpicos escalaram… RAYSSA LEAL, a skatista começou os jogos, e após toda a divulgação de seu nome e retrospecto com 870 mil seguidores. Veio a medalha, saltou para 6,5 milhões. DOUGLAS SOUZA, do VÔLEI, saltou de 1,8 milhão para 3,2 milhões. ÍTALO FERREIRA, surfista, de 1 milhão para 3,0 milhões. E REBECA ANDRADE, ginasta, de 250 mil para 2,2 milhões. Amigos, todas as emoções e felicitações a nossos heróis, queridos brasileiros que chegaram lá, mas, e definitivamente, mais que na hora das empresas pararem de se enganar levando a sério esses números como referência para a construção de estratégias e definição de políticas de comunicação. Com esses números, mesmo os recordistas, não figurariam nos rankings de influenciadores do Brasil. Hoje, por exemplo, e segundo o jornal EXTRA de semanas atrás, e referindo-se a uma espécie de ranking do primeiro semestre, a liderança disparada é de NEYMAR, com 150 milhões de seguidores, vindo RONALDINHO GAÚCHO na segunda posição, com um terço dos seguidores de NEYMAR, 53 milhões. E, depois, e pela ordem vêm ANITTA, WHINDERSSON NUNES, MARCELO VIEIRA JR., TATÁ WERNECK, BRUNA MARQUEZINE, GUSTTAVO LIMA, LARISSA MANOELA, MARINA RUY BARBOSA, MAISA SILVA, MARÍLIA MENDONÇA, WESLEY SAFADÃO, IVETE SANGALO, DANIEL ALVES, SIMONE MENDES, PAOLLA OLIVEIRA, LUAN SANTANA, SABRINA SATO, JULIANA PAES, KEVINHO, ELIANA, JULIETTE FREIRE, GIOVANNA EWBANK, e ISIS VALVERDE na 25ª colocação, com 25,3 milhões de seguidores… Muitas vezes mais que o primeiro atleta olímpico… Nossa recomendação às empresas clientes da Madia, jamais contratem qualquer suposto influenciador para incrementar o branding de sua empresa pelo número de seguidores. Apenas e pela qualidade da referência que é por todos os que verdadeiramente o admiram. E depois e ainda, tendo conseguido passar por uma série de outros filtros. DRUCKER’S MONTHLYPoucos temas mexiam com a serenidade de nosso adorado mestre e mentor PETER FERDINAND DRUCKER quanto a preguiça, ou incompetência das empresas de alcançarem o sucesso recorrendo exclusivamente à solução mais cômoda, e, sob todos os aspectos, devastadora. Tentar alcançar o sucesso mediante e, exclusivamente, o preço. Muitas empresas, quando o assunto era ganhar ou aumentar competitividade tinham sempre a mesma, medíocre e patética solução, REDUZIR O PREÇO. E o mestre, com muita paciência, mas  com profundo e indisfarçável incômodo, lembrava a todas que o PREÇO é o último e derradeiro argumento. Quando todos os demais já foram usados e mesmo assim o produto permanece inerme das gôndolas do mercado e da vida a espera de um cliente. DRUCKER, dizia, sempre, e quando o tema era esse, PREÇO: “Conquistar clientes jogando os preços lá para baixo só tem um efeito certo e mais conhecido como efeito bumerangue: a vítima será a própria empresa.” Como funciona a cabeça das pessoas, as nossas, e as de consumidores e clientes. Batemos o olho no preço apenas como referência. O preço em si não é caro e não é barato. É apenas e simplesmente o preço. Tomado esse número como referência nossa cabeça começa a funcionar, e ponderar sobre todos os features e values que o produto oferece: design, embalagem, acessibilidade física, empresa por trás e marca que assina, e todos os demais serviços que presta, além do principal, e que é sua essência. Depois que tudo isso foi considerado é que voltamos a nos referir ao valor cobrado, e imediatamente, nossa cabeça nos diz se o preço é razoável, se é uma pechincha por tudo o que o produto oferece e pela qualidade dos serviços que presta, ou se é um assalto. Assim somos nós. Assim nos comportamos em todas as compras que fazemos ou pretendemos fazer. Por essa razão, o mestre não se cansava de dizer: “Conquistar clientes jogando os preços lá para baixo só tem um efeito certo e mais conhecido como efeito bumerangue: a vítima será a própria empresa.”
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Setembro 2021

BUT – BUSINESS TRENDS 06/2021 – SET2021 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos e registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – SERENDIPISMO INTERNACIONALIZOU HAVAIANASA resiliência de HAVAIANAS é sensacional. Resiste a tudo e a todos.Filha de mãe centenária, ‒ ALPARGATAS ‒ de uma família pródiga de marcas de qualidade – RAINHA, BAMBA, KICHUTE – trocou duas vezes de mão nas últimas décadas e de forma temerária – CAMARGO CORRÊA e J&F – e hoje é uma empresa da CAMBUHY + ITAÚSA.  HAVAIANAS não só sobreviveu a tudo e a todos, repito, como conseguiu em plena pandemia crescer em sua performance – enquanto o setor global de calçados caiu 20%, no Brasil 22%, a HAVAIANAS cresceu 6%. Em entrevista à FOLHA, ROBERTO FUNARI conta do serendipismo – atirou no que viu e acertou no que não viu e nem mesmo imaginara ‒ da HAVAIANAS.Segundo FUNARI, “Em 1998, a HAVAIANAS fez uma coleção da COPA. Uma grande produção na expectativa da vitória do Brasil. Como é do conhecimento de todos, perdemos, e sobrava HAVAIANAS por todos os lados. O gestor da empresa na EUROPA pediu para mandar tudo para lá. Vendeu imediatamente… Hoje é nossa maior franquia e no início dos anos 2000 os artistas compareceram à festa do OSCAR com HAVAIANAS nos pés… Virou sinônimo ou benchmark de HIGH LOW, de autenticidade, acessório de moda.” Segundo FUNARI, o momento é extremamente favorável a HAVAIANAS, e que navega em três principais tendências. A onda “casual” relacionada a conforto.A migração para experiências online. E a onda ESG, de consumidores conscientes e responsáveis. A ALPARGATAS vem apoiando, cada vez mais, as causas sociais. É isso, amigos. Uma história de empresa centenária, e de uma marca resiliente e, merecidamente, abençoada. HAVAIANAS, o que os brasileiros, e muitos estrangeiros, também, usam em seus pés, em diferentes momentos, ocasiões e circunstâncias. 2 – MAS Sempre tem um, mas, e a situação das aéreas ainda apresenta um ou outro desafio monumental e que é recuperar os preços que cobravam pelas passagens de classe executiva e primeira classe. Além desses espaços permanecerem praticamente vazios, durante meses, agora e para ocupá-los as empresas aéreas, de forma controlada,  jogam os preços para baixo. E assim, e em muitos voos, os poucos passageiros da classe econômica acabam pagando mais que os passageiros das CLASSES EXECUTIVA e PRIMEIRA. De certa forma isso vinha sendo mantido em sigilo, mas os passageiros eufóricos, diante da possibilidade, não param de comentar sobre o assunto com seus amigos e foi parar na imprensa. No JORNAL VALOR, matéria assinada por CRISTIAN FAVARO, revela a situação desesperadora das aéreas. Dentre os entrevistados, FREDERICO LEVY, diretor da INTERPOINT VIAGENS E TURISMO – agência paulista especializada em viagens de luxo – e que declarou, “Passagens na classe executiva do Brasil para capitais da EUROPA, que custavam até US$4 mil, hoje são negociadas na casa dos US$1 mil, ida e volta”. E exemplificou, “Recentemente, trouxemos um cliente de Portugal por US$ 300 na executiva”… Assento que antes não saia por menos de US$1,5 mil. Segundo ele, hoje e para as férias de final de ano, passagens para NOVA YORK em classe executiva que estão na tabela por US$3,5 mil são vendidas por US$1,9 mil. Em síntese, amigos, 50% dos assentos ocupados, e dos ocupados, parcela expressiva a preços bem abaixo do que eram praticados antes da pandemia. Assim e hoje, as empresas aéreas trabalham com um horizonte de receitas ao redor de 30% do que tinham antes da pandemia, e mesmo assim com metade da ocupação. Para um negócio que só para em pé e dá algum lucro, com no mínimo 60% das poltronas ocupadas, e com tickets líquidos de, no mínimo, 80% dos valores da tabela. Curto e direto, quanto mais o tempo passa, mais cresce o buraco das empresas aéreas. Antes acreditava ser possível uma recuperação de equilíbrio nas contas até 2025. Agora, final da década… Nas aéreas o objetivo deixou de ser ganhar mais, e sim, perder menos… 3 – FINALMENTE OS STRIP MALLS NO BRASIL? Uma vez mais se volta a falar sobre os shoppings de rua no Brasil. No passado algumas tentativas ficaram pelo caminho, enquanto é um negócio próspero de sucesso em outros países, muito especialmente nos ESTADOS UNIDOS. Os que apostam nos STRIP MALLS dizem que agora as razões faltantes no passado hoje se encontram mais que presentes. E o racional para que finalmente se institucionalizem, cresçam e prosperem, são:- O crescimento do varejo de vizinhança, nas últimas duas décadas;- Quantidade maior de pessoas morando sozinhas;- Excesso de trânsito nas grandes cidades;- E, com a pandemia, outros fatores incorporaram-se como o prevalecimento do delivery, – A flexibilização do trabalho, – O crescimento do home office, – O elevado custo condominial dos shoppings. Em tese, as despesas comuns dos STRIP MALLS correspondem a 20% do que custam os shopping centers… Assim, e a caminho, e na reinvenção do varejo brasileiro, uma velha e consagrada instituição em outros países, agora e finalmente parece chegar ao Brasil pra valer. 4 – QUEM TEM MAIS DIREITOS SOBRE UMA MARCA? QUEM AJUDOU E PARTICIPOU DA CONSTRUÇÃO, OU, QUEM A HERDOU? A discussão ainda não terminou, mas, e por enquanto, e segundo decisão da semana passada da QUARTA TURMA do STJ, quem ajudou e participou da construção deve ter o direito de uso assegurado. O ano era de 1982. Na capital do País, Brasília, RENATO RUSSO, MARCELO BONFÁ, EDUARDO PARANÁ, e PAULO GUIMARÃES somam-se e nasce o LEGIÃO URBANA. 1996, 14 anos depois, grande sucesso e consagração nacional, RENATO RUSSO, em decorrência do HIV, morre no mês de outubro. Em 1987, 5 anos após sua constituição, o “naming” LEGIÃO URBANA é registrado pela empresa LEGIÃO URBANA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS,  controlada por RENATO na época, e hoje administrada por seu filho GIULIANO MANFREDINI. DADO VILLA-LOBOS e MARCELO BONFÁ decidiram anos atrás retomar a banda com a denominação e foram acionados na Justiça por MANFREDINI. Essa pendência provavelmente seguirá se a parte perdedora ingressar com recurso, mas, e por enquanto, DADO e BONFÁ têm o direito ao uso do nome garantido. Em voto de desempate, o Ministro MARCO BUZZI disse o seguinte: “Trata-se de um patrimônio imaterial, que também pertence aos músicos, e que sem eles não existiria…”. Vamos aguardar e seguir os próximos lances dessa curiosa e emblemática disputa. 5 – MEDIDA CERTA, DIAGNÓSTICO ERRADO Para surpresa de alguns, não de todos aqueles que leram o livro de Jeremy Rifkin, SOCIEDADE COM CUSTO MARGINAL ZERO, lançado no Brasil no ano de 2015, pela M.BOOKS, o custo da saúde no mundo todo, e de forma especial no Brasil, caiu e tende a cair mais nos próximos anos. Conclusão, os que não leram assustaram-se com, e pela primeira vez, redução nos valores dos planos individuais determinada pela AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. Uma redução ainda pequena de 8,19%. E aí, de forma açodada, jornais e demais plataformas de comunicação, equivocadamente e repercutindo manifestação de desinformados, atribuíram a queda à pandemia. Definitivamente, NÃO! A pandemia pode ter dado um assoprãozinho, mas a verdadeira causa foi a TECNOLOGIZAÇÃO DA SAÚDE. Finalmente, as conquistas da tecnologia literalmente “disruptando” os sistemas convencionais de saúde. Conclusão, e com o apoio e suporte da tecnologia nasce, prevalece e domina a MEDICINA A DISTÂNCIA, mais conhecida como TELEMEDICINA, as consultas presenciais despencam, as internações seguem na mesma direção, novos planos de saúde multiplicam-se, novos players ingressam no território, e com o adensamento da concorrência os preços convergem para baixo. Apenas isso e felizmente foi o que aconteceu. Impressionante o despreparo dos formadores de opinião. 6 – SABER PARAR Uma das virtudes de pessoas e empresas é SABER PARAR. Jamais ultrapassar o limite. Por apetite desmesurado e apostando que os ventos sempre soprariam a favor, o GRUPO CASINO saiu de forma açodada e inconsequente às compras nas últimas duas décadas. Totalmente diferente do procedimento adotado por seu vizinho CARREFOUR, também francês, que ajuizadamente deu um passo depois do outro. Hoje o CARREFOUR segue próspero e capitalizado, e o CASINO cambaleante e endividado, mesmo tendo dentre suas propriedades algumas pedras preciosas, como, e, por exemplo, a rede PÃO DE AÇÚCAR. Nos dois últimos anos, o CASINO vem sendo pressionado por investidores e gestores de fundo que proceda a uma revisão radical em sua estratégia. Mas, e com a lentidão natural que vem revelando na última década – cansou de ter prejuízo com a VIA VAREJO e só mediante pressão insuportável desfez-se do que incapaz de gerir – as previsões para seu futuro próximo definitivamente não são boas. Hoje o GRUPO CASINO, no Brasil PÃO DE AÇÚCAR, ASSAI, EXTRA, é uma megacorporação do varejo, com mais de 10 mil lojas pelo mundo, e com um faturamento de € 34 bi no ano passado. Mas com uma dívida líquida em 2020 de € 4,6 bi, desproporcional a sua capacidade de geração de caixa. Isso posto, tudo é possível de acontecer nos próximos meses. Em meio à crise, celebra uma parceria com a ACCENTURE e o GOOGLE CLOUD para rastrear melhor sua clientela. O que causa perplexidade, considerando-se que desde 2019 vinha desenvolvendo uma parceria com o ITAÚ e RAIADROGASIL no desenvolvimento de um ambicioso programa de loyalty, o STIX. O Programa foi lançado, o STIX FIDELIDADE, pelo comunicado divulgado no momento do lançamento pertencendo 67% ao PÃO DE AÇÚCAR e 33,7% a RAIADROGASIL, e, depois de um barulho inicial, não se ouve mais nada. Considerando-se que o PÃO DE AÇÚCAR era detentor do melhor e mais cobiçado programa de fidelidade dentre todas as organizações de varejo do País, o PÃO DE AÇÚCAR MAIS… Sintetizando, o GRUPO CASINO revela-se absolutamente perdido. Gerando insegurança na clientela de suas bandeiras e perplexidade em seus parceiros e fornecedores. Por enquanto, e para ninguém, quem sabe nem mesmo para seu comando, existe uma ideia mínima do que o CASINO pretende fazer. Vamos acompanhar. Ao anunciar a estranhíssima parceria com ACCENTURE e GOOGLE CLOUD, JEAN-CHARLES NAOURI, presidente do CASINO disse, “Isso nos possibilitará melhorar duas prioridades: melhorar continuamente nosso atendimento ao cliente por meio de inovações tecnológicas e acelerar o crescimento e a criação de valor de nossas atividades tecnológicas em dados e software…”. Melhor seria não ter dito nada, do que derramado meia dúzia de platitudes. 7 – IGNORÂNCIA, BURRICE, E PERDA DE TEMPO Poucas vezes nas últimas décadas testemunhamos uma atitude tão medíocre, em termos de negócios e marketing, como a decisão do todo poderoso da RÚSSIA, VLADIMIR PUTIN, que a partir deste mês de julho proíbe os verdadeiros champagnes, produzidos na região de CHAMPAGNE, na França, adotarem a denominação de champagne na RÚSSIA. Naquele país, pela decisão absurda e maluca de PUTIN, só poderão ter a denominação champanhe, os vinhos brancos espumantes produzidos na RÚSSIA, e por lá conhecido como SHAMPANSKOYE… Socorro. Ao invés de se aprender, se somar, aos legítimos e verdadeiros, escolhe o caminho de, segundo as leis internacionais vigentes que PUTIN rasga, institucionalizar uma contrafacção grosseira. Nesse ritmo, proximamente todos os visitantes da Rússia terão que adotar uma nova denominação, caso haja homônimos locais, e segundo determinação do governo Russo. Isso posto, e a partir de agora, MOËT CHANDON, DOM PÉRIGNON, VEUVE CLICQUOT, e demais campeãs de vendas na RÚSSIA, e para não perderem tempo com bobagem, pura e simplesmente vão eliminar a palavra champagne, que aparecia em letras miúdas nos rótulos, reservar a expressão “vinho espumante” exclusivamente para um pequeno espaço no contrarrótulo no verso da garrafa, e continuar vendendo o mesmo ou mais na Rússia. Mas, a marca da estupidez de PUTIN, essa é definitiva. 8 – 3 x 1 Algumas empresas pretendem desafiar os líderes de seus territórios em voo solo e ataque direto. Outras preferem dividir-se em forças diferentes, atacar pela frente, mas pelos lados também, na tentativa de minar as resistências, enfraquecer o líder, e assumir a primeira colocação, pela soma. Essa é a estratégia que a BURGER KING adotou no Brasil na tentativa de arrebatar a liderança do McDONALD’S. Poderia, por exemplo, concentrar-se na marca original, BURGER KING, e incluir outras alternativas de pratos em seu cardápio, mas tinha consciência que jamais conseguiria transferir para os demais e novos pratos a autoridade e reconhecimento que tem no território dos hambúrgueres, muito especialmente pelo seu diferencial e exclusividade de grelhar as carnes de seus sanduíches. Assim, num primeiro movimento somou a suas forças a rede de pizzarias DOMINOS, e na sequência, a de frangos, POPEYES. E assim, além de comprar a briga com o Mc nos hambúrgueres, briga com KFC. no território dos frangos, e com a PIZZA HUT, no das pizzas. Comprou briga com os três que atuam individualmente, e quer ser líder pela soma. Talvez, a mais ousada das estratégias até hoje nesse território e em nosso país. É isso, amigos. Dos três territórios, ainda e de longe o de hambúrgueres é o maior de todos, mas os outros dois não param de crescer. Vamos acompanhar permanentemente esse avanço do BURGER KING com uma estratégia inusitada, e permanentemente comentaremos com vocês vitórias e derrotas das duas partes. Hoje, em termos de lojas, e somando as três bandeiras, temos o BURGER KING com 1.221 lojas. 9 – COMEÇOU… A era dos veículos movidos à energia elétrica finalmente chegou ao Brasil. E a fita de abertura foi rasgada por um potente caminhão da VOLKSWAGEN, em verdade, VWCO – VOLKSWAGEN CAMINHÕES E ÔNIBUS. E o dia histórico foi terça-feira, 12 de julho, quando e finalmente, o primeiro veículo nacional movido a eletricidade e produzido em larga escala ganhou as ruas do Brasil. O caminhão é oferecido em duas versões. Com capacidade para 11 ou 14 toneladas. Com o sistema de tração localizado na traseira, e um motor com grande potência. Movido a baterias de íon de lítio e com autonomia para até 250 quilômetros com carga completa. O preço segue sendo o maior desafio. Na faixa dos R$ 800 mil, contra um equivalente, movido por motor a combustão, na faixa dos R$ 300 mil. Mais que 2,5 vezes mais caro. Mas, e enfim, o Brasil ingressa ou põe o primeiro pé no novo mundo dos veículos movidos à eletricidade. 10 – O “NÃO TENHO NADA COM ISSO”, ou, o “NÃO É DE MINHA CONTA” no digital começa a acabar. Redes sociais, bancos, marketplaces, comércio eletrônico, e outras organizações durante os últimos 20 anos não têm o menor constrangimento em dizer NÃO É DE MINHA CONTA, ou, NÃO TENHO NADA COM ISSO, ou, NÃO SOU RESPONSÁVEL… E por aí vai. Pedem os dados das pessoas, guardam os dados das pessoas, pedem cartões de crédito e códigos de segurança, promovem produtos e serviços, fazem transações, e no final, se algum golpe acontece, dizem, “não tenho nada com isso”. TÊM! E a cada dia que passa o cerco vai se fechando e as empresas – todas – vão ter que se preparar para assumir suas responsabilidades. Não só pelas regulamentações a caminho, mas por decisões em processos formando jurisprudência, e enquanto a regulação não chega. Um bom exemplo acaba de ser dado em decisão da 1ª Câmara de Direto Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que manteve a decisão de um Tribunal de Arbitragem que condenou uma rede social a fornecer dados de perfis responsáveis pela venda de produtos falsificados. Aquele papo de, mas não fui eu quem vendi, apenas promovi a aproximação entre as partes. É isso mesmo. E, por isso, e antes de promover o fantástico encontro entre quem quer comprar e quem quer vender, tinha mais que obrigação de verificar os antecedentes do vendedor antes de autorizar o uso da plataforma. E assim será, cada vez mais e em maior intensidade, daqui para frente. Quem pariu Mateus, Antônio, Pedro, Berenice e Terezinha não apenas que os embalem, como também se responsabilize pelas pontes que fez e encontro que proporcionou com novos compradores e futuros clientes. “Mas eu só fiz a aproximação não cola mais”. Sem a aproximação não existe negócio, e assim, como a vida nos ensinou, ao apresentarmos um desconhecido a um amigo ou cliente nosso, tácita e implicitamente estamos avalizando esse estranho. DRUCKER´S MONTHLY Durante muitos anos, e nas primeiras empresas a adotarem o marketing, todo o entendimento e definições restringiam sua atuação a determinadas funções, e a uma área dentro das empresas. Ou ao lado da área comercial, ou como staff da área comercial. Esse tipo de entendimento prevaleceu até o final dos anos 1950, quando e finalmente, as advertências de DRUCKER sobre o verdadeiro entendimento e sentido do marketing começou a chegar às empresas. De verdade mesmo, o marketing tal como entendemos hoje nasce no livro de DRUCKER de 1954, PRÁTICA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. E onde, e pela primeira fez transcende as funções de uma caixa de ferramentas, ou de um departamento, e começa a se converter em uma ideologia. A forma de pensar, planejar-se e agir das empresas modernas. Nessa linha de direção e entendimento, a primeira manifestação encontra-se no livro de nosso adorado mestre e mentor, e onde diz: “O marketing é a função única e exclusiva de todas as empresas de todos os portes e setores de atividade. É tão essencial que não basta ter um grande departamento e entregar ao mesmo todos os assuntos relacionados ao mercado. O marketing compreende todo o negócio. É o negócio inteiro olhado do ponto de vista de seus resultados finais, isto é, sob a ótica do consumidor. Assim, a responsabilidade com o marketing devem penetrar e permanecer presentes em todos os setores da empresa, E NÃO E EXCLUSIVAMENTE NA ÁREA DE MARKETING!”. Durante uns 10 anos, prevaleceu esse entendimento, e antes de meados dos anos 1960 evoluiu para converter-se, segundo DRUCKER, na IDEOLOGIA DA ADMINISTRAÇÃO MODERNA. E que, e desde então, esse entendimento foi ganhando consistência e hoje é o prevalecente. A tal ponto que há menos de 10 anos, a PROCTER decidiu eliminar a palavra MARKETING de todos os cargos e divisões na empresa, pela simples razão, que, e segundo a PROCTER, MARKETING é o negócio da empresa… A PROCTER faz MARKETING para produzir e vender produtos de excepcional qualidade e líderes de seus territórios e categorias…
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Agosto 2021

BUT – BUSINESS TRENDS05/2021 – AGO2021 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – PLANEJAR A LONGO PRAZO Existem muitos entendimentos e definições sobre o que é planejar-se a longo prazo. Especificamente no tocante às organizações sociais – empresas, países, estados – é tentar regular o processo de desenvolvimento econômico e social, levando-se em consideração a taxa de natalidade de cada país, e a repercussão dessa taxa 10 anos para frente. Por diferentes razões, motivos e cálculos, as principais instituições globais acordaram que a taxa de natalidade perfeita ou ideal é de 2,1. Como ficar próximo dessa faixa é que é o desafio. E esse índice, 2,1 filhos por casal, leva em conta o tempo de vida das pessoas, na média, hoje, na faixa dos 80 anos. Em aumentando, como seguramente vai acontecer, os 2,1 filhos por casal terá que ser revisto. Durante todo este ano esse será um dos assuntos mais discutidos. Pelos ganhos de longevidade decorrentes e a partir da conquista do genoma humano, de um lado, e pelos exemplos do que vem acontecendo em alguns países. A EUROPA e o JAPÃO são exemplos recentes da escassez de mão de obra para uma população envelhecida. E a CHINA, o país mais populoso do mundo, com 1,44 bi de habitantes, mais que preocupado com sua política de um filho por casal que há cinco anos virou dois, e que agora acaba de virar três. Nos atuais níveis de natalidade da CHINA a população, considerando-se os níveis de longevidade de hoje, cairá dos 1,44 bi para 730 milhões de habitantes. Em termos de planejamento esse é o maior desafio de todos os países. Calibrar seus planos em função da taxa de natalidade atual projetada pelos próximos 80 ou 100 anos. E corrigindo e acertando a cada nova realização do censo. 2 – BRECHÓSWORLD O raciocínio, que sustenta a oportunidade, é o seguinte: durante anos, últimos 50, foi se consolidando uma classe média em permanente ascensão. Que foi comprando, estocando, e guardando todos os tipos de produtos. Muito especialmente os do dia a dia. Pela dificuldade ou preguiça de vender os produtos que não usavam mais, esses produtos foram se amontoando. Roupas, utensílios, discos, DVDs. CDs, e muitas outras coisas mais. E aí, dois fatos aconteceram simultaneamente: o primeiro é que as novas gerações são adeptas do simples e do desapego. Adoram mochilas. E, em paralelo, com o digital, a oportunidade de se desfazer das tralhas, quinquilharias, velharias, sem muito trabalho, e através se plataformas especializadas. Conclusão, neste momento, os e-brechós crescem e prosperam. E assim seguirão por mais algum tempo. Em verdade, um bom tempo, 10 anos, em função do estoque de velharias que habita as residências pelo mundo. Depois desses 10 anos, esses e-brechós terão sua atividade sensivelmente reduzida, pela razão de que no mundo do desapego, as pessoas irão deixando de comprar e passarão a alugar ou assinar. Assim, a curto e médio prazo ter ou ser um e-brechó pode ser um business interessante. Mas, em longo prazo, voltarão para o mesmo grau de importância que sempre tiveram: apenas uma manifestação da chamada CAUDA LONGA. 3 – O TAMANHO DO ALIBABA! Anos atrás, um grupo de empresários brasileiros foi à CHINA e fez o tal do roteiro das visitas às principais empresas daquele país. Visitando o ALIBABA, descobriu que há anos, mesmo não estando fisicamente presente em nosso país, mesmo tendo o desafio de uma logística que começa do outro lado do mundo, já ocupava a primeira colocação por aqui dentre todos os marketplaces. Agora, e finalmente, mais que revelados, os números são escancarados. Um momento do mundo, do comércio eletrônico, onde os principais players resolveram revelar quem tem, e quanto tem, de verdade, e como diz o RATINHO, “café no bule”. Em entrevista histórica ao MEIO & MENSAGEM, YAN DI, chinês de nascimento, brasileiro de coração, que foi o primeiro idealizador e presidente da ABRIA – Associação Brasileira de Inteligência Artificial, e da ABO2O – Associação Brasileira Online to Offline, que presidiu por seis anos o BAIDU em nosso país, e trabalhou ainda 12 anos na HUAWEI, e hoje comanda o ALIEXPRESS por aqui, não escondeu absolutamente nada. Vamos conferir, na síntese e nos comentários que preparamos para vocês. – ALIEXPRESS “O ALIEXPRESS pertence ao GRUPO ALIBABA, maior player do varejo online de todo o mundo. Vendas brutas praticamente o dobro da AMAZON globalmente, e no Brasil, também. Operamos há 11 anos em mais de 220 países. Temos 150 milhões de usuários ativos com uma característica interessante e que não se faz presente nos clientes de nossos concorrentes: 60% têm menos de 35 anos, acabaram de construir família, gastam R$1,9 mil por mês no e-commerce. No chamado CROSS-BORDER, compras em outro país, somos líderes com 32,6% de share, contra 15,1% da AMAZON”. – SEGREDO DO SUCESSO “Em nosso ecossistema estão plugados 8,7 milhões de vendedores chineses, em sua maioria fabricantes, e vendendo a preço de fábrica. Trazemos coisas da China por um preço de fábrica. Quem mais consegue fazer isso…?”. – A IMPORTÂNCIA DO BRASIL “O Brasil é um dos cinco maiores mercados internacionais para a empresa e tem a taxa de crescimento mais acelerada entre 220 países. É um mercado extremamente estratégico para nosso futuro. Na CHINA, o e-commerce faturou o ano passado US$ 1 trilhão. No Brasil, US$ 15 bilhões. 65 vezes menos. Claro que a população da CHINA é quase 7 vezes maior, mas o Brasil tem muito a crescer. Na CHINA, 50% de tudo o que se vende é pelo e-commerce. No Brasil, 10%”. – RAZÕES DO SUCESSO NO BRASIL “Os brasileiros são os consumidores mais exigentes do mundo. Querem preço e serviços. Querem comprar em conta e receber imediatamente. Todas as semanas embarcamos quatro aviões da CHINA para o Brasil. Entregamos todas as compras aqui em até 12 dias. Temos aqui uma equipe humanizada e que fala o português. Não gostou, devolve a compra num endereço no Brasil e fazemos o reembolso…”. – OFF OU ONLINE “O que se revelar melhor para o cliente. Queremos oferecer a melhor experiência, sempre pelo melhor preço. As pessoas querem que o produto comprado chegue em suas casas com rapidez. Nunca paramos de fazer contatos estudando a parceria com grandes players do offline. Poderemos ter nossa própria estrutura ou abraçar algum parceiro….”. Todos sabem que os números da CHINA são superlativos. Mas, e agora, escancarados, impactam ainda mais. 4 – LABIRINTITE CORPORATIVA A sensação que se tem, quando analisamos determinados setores de atividades, algumas cadeias de valor, é que parcela expressiva dos players padece de uma espécie de “labirintite” e vagueia perdida pelo mercado, tentando encontrar um novo porto. No mercado imobiliário o que se assiste neste momento é simplesmente patético. Milhões de investimentos em novas empresas – QUINTO ANDAR e LOFT – que prometiam fazer uma revolução ou reinvenção do negócio, e estão se convertendo em imobiliárias mais tecnológicas e metidas. Mas, o mercado continua o mesmo e terão insuperáveis dificuldades em remunerar os investimentos que captaram. Em paralelo, mais uma tentativa de recuperação da GAFISA, a que foi a mais emblemática das incorporadoras do Brasil, à deriva a décadas, recentemente comprada por um investidor, e que anuncia agora que seu grande plano referencia-se no exemplo do QUINTO ANDAR e LOFT. Vem a pergunta, que exemplo? E, ainda, a tentativa de reinventar-se da legendária ALPHAVILLE, um capítulo da maior importância dentro do mercado imobiliário brasileiro, e que de 20 anos para cá vem descendo a ladeira. Já em sua primeira crise, ALPHAVILLE foi comprada pela GAFISA, no ano de 2006, por R$ 380 milhões, começou a escalar a ponto do FUNDO PÁTRIA ter pago R$ 2 bi por 70%. Desde então, ALPHAVILLE vem descendo a ladeira de forma acelerada. A GAFISA acabou vendendo a pequena participação que tinha na ALPHAVILLE – 20% POR R$ 100 MILHÕES – o PÁTRIA consolidou sua posição de majoritário, continuou perdendo dinheiro, conseguiu captar R$ 300 milhões, e agora, tenta renascer. Segundo o presidente da ALPHAVILLE URBANISMO, KLAUSNER MONTEIRO, a empresa vem procedendo uma limpeza em seu portfólio e as vendas já começam a subir. E, a partir de agora, reposiciona-se, migrando para a construção e venda de casas prontas em seus empreendimentos… Ou seja, amigos, e à semelhança de todos os negócios de todos os setores da economia, 99% das empresas de cabelo em pé. Inquietas, inseguras, decidindo em que direção caminhar… 5 – ERA UMA FESTA O início de muitas das grandes e endividadas startups de hoje, e que jamais deram lucros, foi uma festa. Lucro, esquece. Quem ocupar o terreno mais rápido será o vencedor e mais adiante reverte os prejuízos, recupera os investimentos, e tudo volta ao normal. Mais ou menos. No desespero de ocupar espaço sacrificando preços, pagando para prestar serviços, muitas novas empresas ficaram pelo caminho. E agora, diante da inquietação, desconforto, incômodo e revolta dos acionistas, as novas empresas que jamais passaram perto de um azul, que navegam num oceano vermelho, tentam sobreviver procedendo a reajustes regulares e crescentes nos preços. Na opinião de KEVIN ROOSE, em artigo no NEW YORK TIMES, de 2012 até 2020 capitalistas ricos do Vale do Silício financiavam e bancavam muitas das atividades das grandes cidades. Aplicativos como UBER e LYFT, arcavam com parte do valor das corridas que faziam. Em seu artigo, KEVIN lembra de um dia que decidiu fazer um passeio, no início da década passada e chamou um UBER. Na hora de pagar, o que na sua cabeça e experiência custaria entre US$ 60 ou US$ 70 custou-lhe US$ 14… Nos ESTADOS UNIDOS existiu uma empresa que era uma espécie de assinatura de todos os cinemas, a MoviePass. Os que assinavam seus serviços poderiam ver um filme por dia no cinema que quisessem por um preço inicial de assinatura de US$ 50 e que no final, e no desespero, caiu para US$ 10. Quebrou feio sem jamais ter chegado próximo de qualquer manifestação de vida saudável. Conclusão, a hora da verdade, acelerada pela pandemia chegou. Os acionistas não aceitam esperar mais para que as empresas em que investiram saiam do vermelho e assim, nos próximos meses, assistiremos uma escalada nos preços. Nos ESTADOS UNIDOS, e em alguns outros países, os preços das corridas por UBER ou outros aplicativos subiram em média 40% do ano passado para este ano. Curto e grosso, a temporada de festas terminou. E só agora teremos a possibilidade de conferir se muitos desses negócios eram e são pra valer, ou apenas flutuavam em bolhas descomunais de descontos e prejuízos. 6 – NEGLIGÊNCIA E OMISSÃO Dentre as marcas mais citadas por péssimas razões no ano passado figura nas primeiras colocações TAKATA. Isso mesmo, a TAKATA com seus mortais airbags. Airbags esses que foram colocados em 4.352.428 veículos fabricados no Brasil e mais de 100 milhões em todo o mundo. Praticamente todas as principais montadoras eram clientes da TAKATA e de seus airbags mortais. Dentre outras, HONDA, TOYOTA, NISSAN, MITSUBISHI, MAZDA, SUBARU, BMW, FORD, GM, FIAT, CHRYSLER, VOLKS. Diante das primeiras notícias de um airbag que em determinadas situações explode como se fosse granada e em situações excepcionais pode até mesmo matar as pessoas dentro dos automóveis, a reação foi de perplexidade. Os airbags possuem uma peça de metal chamada de deflagrador e que contém um elemento químico gerador de gás. Essa pecinha é que faz com que o airbag expanda-se imediatamente diante de qualquer acidente. Em algumas situações de colisão, o deflagrador defeituoso mais que liberar o gás, literalmente explode, rompe a bolsa e lança centenas de estilhaços de metal em alta velocidade contra os ocupantes do carro. E aí, cada uma das montadoras de seu jeito, e dependendo da qualidade de seus cadastros de clientes, e da relação que mantêm com seus clientes, foi convocando para a troca, para o recall. Mas, menos da metade dos proprietários de automóveis em risco atendeu à convocação. E, de tempos em tempos, alguma montadora, advertida por seus advogados procura sensibilizar os proprietários para que agendem a substituição e reparo. Neste momento, e no desespero, a GM deu início a uma promoção, diante do insucesso de iniciativas anteriores, tentando sensibilizar os proprietários dos 144.272 sedãs Classic, e 91.573 hatchs compactos Celta, que ainda não atenderam à convocação, a fazê-lo o mais rápido possível. E, para tanto, está oferecendo a todos que atenderem ao recall um VALE-COMBUSTÍVEL de R$ 500, e a concorrerem ao sorteio de três carros zero-quilômetro. O hoje chamado “AFFAIR TAKATA” é, de longe, o maior cochilo jamais cometido por qualquer indústria. Todas as montadoras que compraram os airbags da TAKATA para seus diferentes modelos agiram, no mínimo, com negligência. E assim, e enquanto um último modelo continuar rodando com os airbags potencialmente assassinos, essas montadoras não dormirão tranquilas. Como era mais que esperado, a TAKATA não resistiu ao tamanho da lambança, declarou-se falida, e vendeu o que restou aproveitável de suas máquinas e instalações para a JOYSON SAFETY SYSTEMS, uma vez que a marca não valia mais nada. 7 – MANÉS FOGUETEIROS Sabe-se lá por quais razões, mas três das personagens do ambiente empresarial mais interessantes e inovadoras que conhecemos tem um quê do MANÉ FOGUETEIRO. JEFF BEZOS, ELON MUSK, e RICHARD BRANSON. No ano de 1934, o compositor brasileiro JOÃO DE BARRO, mais conhecido como BRAGUINHA, compôs o samba-canção MANÉ FOGUETEIRO.  E o privilégio da primeira gravação coube a PATATIVA DO NORTE, e, depois, regravada por dezenas de cantores. Segundo os críticos, a melhor de todas, relativamente recente, de MARIA BETHÂNIA. Os versos iniciais da música dizem: “…Mané Fogueteiro era o Deus das crianças Da vila distante de Três Corações Em dia de festa, fazia rodinhasSoltava foguetes, soltava balões…”. BEZOS e MUSK, dois dos fogueteiros da atualidade, são bilionários de mais de US$ 100 bi. Já BRANSON, pobrezinho, com uma pequena fortuna de US$ 10 bi. Mas os três, inovadores e criativos, não tiram os olhos dos céus. E assim, e cada um deles a seu modo, montou seu brinquedinho. JEFF BEZOS a BLUE ORIGIN, MUSK a SPACE X, e BRANSON a VIRGIN GALACTIC. E, além da pandemia que agora ameaça declinar, o assunto ganhou relevância diante da manifestação de BEZOS que, no dia 20 de julho, fez-se presente no primeiro voo tripulado de sua empresa. Tudo bem, um voo curtinho, de não mais que 10 minutos, mas com horas de preparos antes, e para o depois. Nos 10 minutos, permaneceram só quatro na denominada LINHA KARMAN, a fronteira entre a atmosfera terrestre e o espaço… É isso, amigos. Os NOVOS MANÉS FOGUETEIROS. Cada um com seus sonhos mais que escancarados. BEZOS diz querer retomar viagens à LUA com seu projeto LUA AZUL – BLUE MOON – daqui a três anos, uma espécie de rota regular para o espaço. MUSK quer colonizar MARTE. Mas, no meio do caminho acaba de ser contratado pela NASA para viagens à LUA. E BRANSON, apenas e como é do seu feitio e espírito, quer apenas divertir-se. E levar alguns parças juntos. Você, por exemplo. Quer apenas oferecer voos turísticos suborbitais para curiosos e todos os demais interessados no espaço. Lunáticos, fogueteiros, quem sabe. Sem eles, a vida seria bem menos engraçada… 8 – ESQUECERAM-SE DO ESSENCIAL Semanas atrás, entre 15 e 18 de junho, quatro dias, o ESTADÃO promoveu o SUMMIT ESG 2021. O evento foi on-line, aberto ao público, gratuito, e teve como abertura e atração principal, como KEYNOTE SPEAKER, JOHN ELKINGTON. Segundo a revista BUSINESS WEEK, ELKINGTON é o decano do movimento de sustentabilidade corporativa há mais de 30 anos. Fundou e comanda uma empresa de consultoria sobre o tema, a SUSTAINABILITY. Quando, no entanto, confere-se os temas dos quatro dias de evento, em nenhum momento se fez qualquer menção a sustentabilidade essencial, sem a qual todas as demais tornam-se irrelevantes. Mais que irrelevantes, impossíveis de serem perseguidas, quanto mais, alcançadas. A sustentabilidade econômica. No dia 15, falou-se sobre E de ENVIRONMENT – “as próximas décadas serão pautadas pela redução das emissões dos gases de efeito estufa em todos os setores da economia”. No dia 16, falou-se sobre S de SOCIAL – “os investidores estão cada vez mais interessados em saber como o terceiro setor vem cuidando do social, tanto dentro quanto fora da empresa, na relação com os grupos sociais, principalmente aqueles que atuam na Amazônia e Mata Atlântica”. No dia 17, falou-se sobre o G de GOVERNANÇA – “a questão racial e de gênero e a integração do componente socioambiental são o que mostra se determinada corporação está antenada com as práticas do ESG em vez de fazer apenas o chamado MARKETING VERDE RASO…”. No dia 18, falou-se sobre LIDERANÇA FEMININA E ESG – “Uma discussão sobre a responsabilidade socioambiental, sustentabilidade e governança corporativa, na visão de líderes femininas dos mais diversos setores da economia…”. Mas, WHERE IS THE BEEF? Nada, absolutamente nada sobre a essência, base inicial para a discussão de todos esses problemas ou desafio. A sustentabilidade econômica da empresa. Sua missão e dever social ZERO, que antecede a tudo e a todos. Se a empresa não parar em pé, não há o que sustentar… Apenas isso. E, ainda, lamentável a manifestação preconceituosa a respeito da ideologia da administração moderna, o marketing, segundo o criador da Administração Moderna, nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER. No anúncio, a referência injustificável e burra sobre um suposto e tal “ MARKETING VERDE RASO…”. Essas pessoas que assinaram esse programa não têm a mais pálida ideia do que estão falando. E, pior ainda, são ignorantes e preconceituosas. Não existe o tal do MARKETING VERDE E RASO. Existe MARKETING. O que equivocadamente chamaram de forma burra de MARKETING VERDE E RASO é picaretagem, enganação, crime. Os organizadores cometem o crime de difamação e injúria por não terem a coragem e a responsabilidade de dar o verdadeiro nome ao que tentavam descrever. 9 – O FIM DA INOCÊNCIA Durante anos, MARK ZUCKERBERG era visto pelos americanos, de certa forma pelo mundo, e muito especialmente no ambiente corporativo, como a referência, benchmark exemplo a ser seguido. Uma espécie de filho que toda a família americana gostaria de ter. O ponto máximo de seu sucesso e consagração foi no ano de 2013, quando foi escolhido, por ampla maioria, como o MELHOR CEO dos Estados Unidos, em pesquisa realizada pelo portal de empregos GLASSDOOR. A partir daquele ano, em termos de imagem, começou a descer do pico da montanha com sucessivas denúncias, com manifestações truculentas diante de graves acusações, e, principalmente, diante do amadurecimento das pessoas em relação à expectativa que passaram a ter das chamadas BIG TECHS. Conclusão, na mesma pesquisa que acaba de ser realizada e divulgada, MARK, ex-grande campeão de 2013, nem mesmo figura na relação dos 100 mais. Detalhe, a pesquisa é realizada junto aos empregados das empresas, o que torna o desconforto de MARK ainda maior. Internamente, sua liderança mais que contestada, é dura e fortemente criticada. Quando um líder é defenestrado por seus liderados a situação é a pior possível e prenúncios de sucessivas crises. 10 – DO QUE É CAPAZ UMA PANDEMIA É nas necessidades que, em não tendo outras alternativas, a cabeça começa a funcionar, e os olhos passam a enxergar de verdade, o que antes e apenas viam mais não registravam. Se alguém, desinformado ou tonto, ainda se perguntava se o ESTADO brasileiro é balofo, inchado, trazemos um novo exemplo. A propósito, põe balofo e inchado nisso e multiplica por 10. Um pequeno, mas referencial exemplo acaba de ser dado – em decorrência da pandemia, pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA de SÃO PAULO, sob a presidência do desembargador GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO. As circunstâncias levaram GERALDO a enfrentar situações que jamais imaginou e muito menos estava preparado para. Mas, foi em frente. Assumiu o comando do TRIBUNAL dois meses antes de ser decretado, em função da pandemia, o isolamento social. Mais que preparado estava para tempos de normalidade, e, de repente, um meteoro devasta todos seus planos. No dia 31 de dezembro próximo, entrega o comando para seu sucessor, mas, sua gestão ficará definitivamente marcada como uma referência, para a reinvenção do ESTADO BRASILEIRO que teremos que fazer no correr desta década. Num primeiro estágio, reforma, espécie de curativo, e na sequência, reinvenção a caminho de um ESTADO APLICATIVO. Vamos aos fatos e aos números. Em decorrência da pandemia a necessidade do trabalho remoto. E assim foi. E hoje é e permanecerá. Terminada a pandemia, 3.000 juízes e 55.000 servidores e terceirizados seguirão trabalhando remotamente, a distância. Só excepcionalmente e quando necessário, trabalharão, um ou outro dia, presencialmente. Economia, R$ 800 milhões por ano. Nesse montante estão inclusas as economias em bens de consumo diário, recursos humanos e outros mais. Só em vale transporte a economia é de R$ 10 milhões por mês. Em paralelo, existia a previsão, hoje devidamente engavetada, da construção de uma nova sede para o TJSP, estimada em R$ 1,2 bi… Quando GERALDO assumiu seu posto tinha pela frente uma previsão de déficit de R$ 700 milhões. Com as medidas, o déficit foi reduzido para R$ 170 milhões, e em 2021 não haverá déficit. Assim, e depois de enfrentar a tormenta, GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO anuncia como pretende entregar o TJSP a seu sucessor… “Temos 320 comarcas, quase 700 prédios alugados, próprios ou cedidos pelo município. São 40.000 servidores ativos, quase 3.000 juízes, 15.000 terceirizados. Trata-se de um volume muito grande de trabalhadores e prédios. A pandemia fez-nos entender a possibilidade, que para mim era remota, de daqui para frente, no pós-pandemia, trabalharmos no sistema remoto. Estabelecemos que, no pós-pandemia, 70% dos servidores administrativos do tribunal continuarão trabalhando em casa e 30% dentro dos prédios, inclusive na sede do tribunal. E 50% dos servidores de primeiro grau poderão trabalhar em casa…”. TJSP, apenas um exemplo, mas, um dos muitos exemplos que faltavam para demonstrar que é possível e que está mais que na hora de reduzirmos o peso do ESTADO, no médio e longo prazo, para não mais de 20% do que é hoje, e liberar 80% da receita de impostos, para investimentos em educação, apoio e estímulo aos empreendedores do Brasil. E que serão todos nossos filhos e netos, num mundo onde deixam de existir os empregos, e prevalece a figura do empreendedor individual. Assim e a partir de agora, para todos que disserem não é possível, não dá, não tem como reduzir, temos o exemplo do TJSP. DRUCKER´S MONTHLY Reservamos todo o final do BUT para alguma lição de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER.  E, por falar nisso, acaba de chegar às principais livrarias do País, o mais completo livro sobre o criador da Administração Moderna e de sua ideologia, o Marketing, PETER FERDINAND DRUCKER. Em 260 páginas, os 10 acontecimentos mais importantes de sua vida, e as 555 lições decisivas para a compreensão e entendimento do mundo que está nascendo, pós-tsunami tecnológico.Assim, e muito mais que um livro, um curso de gestão único e espetacular. De autoria do Francisco Madia, e com a contribuição de todos os profissionais e consultores do MadiaMundoMarketing. Mas, e para este BUT PRESS de AGOSTO, de 2021, separamos a seguinte reflexão: Uma das figuras mais ilustres da ÁUSTRIA, terra de nosso adorado mestre e mentor, foi o brilhante economista, JOSEPH SCHUMPETER. Um dos grandes amigos do pai de DRUCKER, SCHUMPETER é de 8 de fevereiro de 1883, tendo partido no dia 8 de janeiro de 1950, e com quem DRUCKER em companhia de seu pai conversou algumas vezes, incluindo alguns almoços quando o trio já morava nos Estados Unidos. O que contribuiu em muito na formação econômica de nosso adorado mestre. SCHUMPETER pertencia a uma geração de pensadores fortemente impactada pelas revelações de CHARLES DARWIN e sua TEORIA DA SELEÇÃO NATURAL, que de certa forma procurou transportar para a economia e para os negócios.  Em tudo, SCHUMPETER era um disruptor por essência, desde a forma de se vestir e apresentar, às ideias que defendia. No final de sua vida, e onde passa a se encontrar com nosso adorado mestre PETER DRUCKER e seu pai ADOLF, foi o responsável pela docência de antropologia da Universidade de Harvard. Em seus escritos, nosso mestre PETER DRUCKER escreveu: “Nunca me esqueci da frase que SCHUMPETER disse a meu pai antes de morrer. Que queria ser lembrado pela diferença que fez na vida das pessoas. Essa é a razão de ter decidido continuar a ser professor até o final de meus dias.” Nós, da MADIA, não temos a menor dúvida em afirmar que o mesmo tipo de pensamento e decisão encontra-se presente em toda a vida de nosso adorado mestre. E, seguramente, conseguiu esse objetivo, CHEGOU LÁ! Não conhecemos outro pensador e mestre da administração e dos negócios que tenha influenciado e sido mais decisivo na vida de profissionais e empresários que ele, PETER FERDINAND DRUCKER, hoje e para sempre, nosso adorado mestre e mentor.
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Julho 2021

BUT – BUSINESS TRENDS 04/2021 – JUL2021. Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – FINALMENTE, A RIACHUELO De todos os grandes varejos do País, um dos que andava mais silencioso era a RIACHUELO. Mas, agora, FLÁVIO ROCHA decidiu falar, e apresentar a visão estratégica de sua empresa. Vamos procurar sintetizar o posicionamento da RIACHUELO daqui para frente, e que, em nosso entendimento, é de grande relevância e maior consistência. – A RIACHUELO caminha na direção de converter-se em poderoso MARKETPLACE tematizado, ou especializado. No território da moda, complementos e derivativos. Ao contrário de muitos dos players do varejo que se posicionam como um MARKETPLACE genérico, e que se posicionam frontalmente combatendo a AMAZON, MERCADO LIVRE, LUIZA, AMERICANAS, dentre outros. Assim traduzido nas palavras de FLÁVIO ROCHA, em entrevista à MÔNICA SCARAMUZZO de VALOR: “A pandemia precipitou a consolidação do setor e do novo papel do varejo. Mas a gente acredita num ecossistema temático, não generalista… e o setor de moda é FIGITAL, uma combinação entre o analógico/físico, e o digital…”. Preparando-se para eventuais fusões e aquisições – comenta-se muito no mercado do interesse da RIACHUELO pela C&A – à venda há 3 anos – e também pela  MARISA. Nesse sentido, acaba de criar uma área de fusões e aquisições… Mas FLÁVIO diz que algumas providências precedem em importância: “Queremos neste momento concentrar nossa expansão em logística e distribuição para poder avançar no digital e crescer como marketplace tematizado”. Até o final deste ano a RIACHUELO MARKETPLACE já deverá contar com mais de 200 “sellers”. Segundo FLÁVIO, “Mais adiante o cliente não vai ter 300 aplicativos no celular… terá no máximo um ou dois e é esse espaço que pretendemos dominar… Temos uma área de TI com 700 colaboradores e o nosso marketplace está sendo desenvolvido internamente…”. No ano passado, 2020, o ano da pandemia, a RIACHUELO encerrou com uma receita de R$6,2 bi, uma queda de 20% sobre 2019, e um prejuízo de R$27 milhões… Ou seja, amigos, e diferente de outros players que querem conquistar o mundo, vendendo de roupas a sapatos, e passando por chuchu, goiaba, berinjela e tomate, e ainda móveis, computadores e automóveis, o MARKETPLACE da RIACHUELO quer concentrar-se em moda e tudo o que gravita ao redor e decorre de… É a melhor decisão. 2 – CAVALERA, A PRIMEIRA DE MUITAS A situação de grande parte das chamadas médias empresas brasileiras é de imensa dificuldade. Começa com a chamada década perdida, a última, de 2011 a 2020, onde a economia do Brasil, em termos reais, voltou para trás. Nosso país amanheceu no dia 1º de janeiro de 2021, o primeiro da nova década, muito menor do que foi dormir no dia 31 de dezembro de 2010. Em termos reais. Em toda a década, um crescimento pífio na casa dos 1%. E assim, quase todas as empresas, muito especialmente as ligadas às atividades onde sempre é possível para seus clientes adiarem compras, como é o caso da moda, ingressaram no ano de 2020, o último da década perdida, mais que debilitadas, e não aguentaram o tranco. Técnica e financeiramente estão derretendo. Se faltava um exemplo mais que emblemático, o da CAVALERA, que acaba de ingressar com pedido de recuperação judicial. A CAVALERA é uma empresa relativamente jovem, nasceu no ano de 1995, em decorrência da sociedade de um empresário da moda e político, ALBERTO HIAR, mais conhecido como TURCO LOCO, e um dos irmãos fundadores do conjunto SEPULTURA, IGOR CAVALERA. Anos depois, IGOR deixou a empresa, mas a denominação seguiu devido a seu grande sucesso, e a qualidade e consistência na narrativa contida e imaginada pelas pessoas no código CAVALERA. No correr de seus 25 anos a marca contou com algumas das melhores revelações de fashion designers. Nos dados oficiais atualizados pela empresa no WIKIPEDIA, última atualização, refere-se a uma produção de 500 mil peças ano, 20 lojas próprias, dezenas de franquias, e presença em 800 pontos de vendas multimarcas em todo o Brasil. E aí veio a pandemia, e o que estava ruim rapidamente mergulhou no pior. A começar pelo fechamento da mais que emblemática loja da CAVALERA, na rua BEST – BRAND EXPERIENCE STREET –  OSCAR FREIRE, a rua das FLAGSHIPS das principais marcas, muito especialmente no território da moda. E, agora, a notícia da recuperação judicial. Decorrente da crise da economia brasileira em toda a década passada, acrescida por uma briga no controle e comando de uma empresa familiar. Ainda 10 anos atrás, e falando à imprensa, o cofundador da CAVALERA, ALBERTO HIAR – o TURCO LOUCO – ex-deputado estadual pelo PSDB de São Paulo, explicava uma das razões do sucesso da marca: “A CAVALERA se reinventa quatro vezes por ano, a cada estação”. E sempre recorria a manifestações inovadoras e emblemáticas como lançamento de coleções no RIO TIETE, na GALERIA DO ROCK com a presença de PAULO MIKLOS, mais MUSEU DO IPIRANGA, MINHOCÃO e muito mais. Na recuperação judicial ora em curso, e que envolve as empresas K2 Comércio, K2 Consultoria, JIB e FAZ, a presença dos mesmos controladores, família HIAR. No pedido de recuperação a confissão de R$ 34 milhões em empréstimos e financiamentos, e segundo pessoas próximas da empresa, com dívidas fiscais superiores a R$ 60 milhões. De uma receita líquida no ano de 2018 de R$ 40 milhões, para pouco mais de R$ 20 milhões em 2020, e um prejuízo de R$ 36 milhões apenas no ano de 2018… E ainda, a informação de que “as divergências entre as sócias VALERIA e JOANA HIAR em relação ao comando da empresa e nos últimos 10 anos, trouxe instabilidade à gestão”. No processo, a informação, “ O conflito de aproximadamente 10 anos influenciou de forma negativa a atividade das empresas…”. De certa forma essa situação, em maiores ou menores proporções, é muito semelhante a de milhares de empresas, e, em especial, às ligadas à moda e à beleza. Que vieram sobrevivendo e rolando dívidas durante toda a década, e quando acreditavam estar próximas da salvação, viram a situação piorar com a paralização da economia em função da pandemia. Todas as pessoas que, por alguma razão, deixaram de passar pelas principais ruas dos jardins nos últimos 2 anos, quando retornarem nos próximos meses não reconhecerão. Na LORENA, OSCAR FREIRE, HADDOCK LOBO, BELA CINTRA, AUGUSTA, dezenas de lojas fechadas, e lojas franco-atiradoras, que as pessoas jamais imaginaram encontrar um dia naquela região. Algumas empresas e lojas mais consistentes aproveitam o momento e a oportunidade, e passam a figurar com suas marcas na BEST – BRAND EXPERIENCE STREET – , a OSCAR FREIRE, como fez A GRANADO, que passou a ocupar um ótimo ponto comercial na OSCAR FREIRE, com a GRANADO no térreo, e sua outra marca, PHEBO, no piso superior. Mas a pandemia deixa, por muitos anos, quem sabe para sempre, uma marca definitiva dos estragos em muitos setores de atividade. No caso do comércio, na OSCAR FREIRE e ruas vizinhas, talvez, uma das mais duras marcas dessa devastação. E que tem no fechamento da loja da CAVALERA, e de outras grandes lojas e marcas também, um triste exemplo. TNG, LE POSTICHE e outras redes médias de varejo também recorreram ao instituto da Recuperação Judicial. 3 – QUANDO OS INVESTIDORES ENJOARÃO? Talvez, com um dos mais infelizes “namings” de todos os tempos, que remete ao ruim e negativo, e que mais adiante predispõe e recomenda aos que acreditaram como se sentir, e por decorrência, rejeitarem, saltarem fora, o fato é que o brechó online, ENJOEI, sabe-se lá por quais razões e motivos, conseguiu convencer gestores de fundos a aportar recursos. E não foram poucos. Em oferta encerrada numa sexta-feira, 9 de dezembro de 2020, o ENJOEI informou ter captado R$ 986,7 milhões com a venda de 96,3 milhões de ações por R$ 10,25 a ação… Corta para o primeiro balanço do ENJOEI após a abertura de capital. No ano anterior à abertura, 2019, o prejuízo foi de R$ 20,7 milhões. No primeiro balanço depois da abertura, o prejuízo aumentou em quase 50%: 31,1 milhões. Fatos como esse nos lembram da explicação que os supostamente entendidos costumavam dar para os que iam ao cinema ver algum filme da NOUVELLE VAGUE e não entendiam absolutamente nada. Com um olhar de fastio e desprezo, os tais dos entendidos apenas diziam, “não é para entender, é para sentir”. Os que vêm investindo nas tais das novas empresas produtos da tecnologia encontram-se em situações semelhantes. Investindo às cegas, e acreditando na visão de seus gestores de investimentos. Talvez um dia descubram que seus gestores de investimentos eram míopes… 4 – OS GRANDES LÍDERES, A NOVA ECONOMIA E VIDA PESSOAL Antes de qualquer outra manifestação, pouco provável que pessoas que mergulharam tão fundo em busca da realização empresarial, tivessem conseguido dividir com igual sensibilidade seu tempo com a família. E assim, quando damos uma conferida ainda que superficial na vida pessoal de alguns dos grandes líderes da atualidade, a vida pessoal não necessariamente é um oceano azul, tranquilo e calmo. Talvez, a última das ilusões ou esperanças fosse BILL GATES, que dividia uma fundação com sua mulher MELINDA, – FUNDAÇÃO BILL E MELINDA GATES  –, mas que neste ano acabaram separando-se. Assim, e apenas a título de curiosidade e conhecendo um pouco mais alguns de nossos benchmarks e referências no plano empresarial do mundo moderno, vamos começar pelo talvez mais audacioso e criativo dentre todos.  – ELON MUSK, sul-africano, fundador, CEO e CTO da TESLA MOTORS, NEURALINK, SOLARCITY, SPACE X dentre outras, nascido na cidade de PRETÓRIA, 28 de junho de 1971, caminhando para disparar como o homem mais rico do mundo. Filho de ERROL e MAYE MUSK, foi casado com JUSTINE MUSK – 2000 a 2008, TALULAH RILEY – 2010 a 2012, com que voltou a se casar e se separar, 2013 a 2016. Neste momento encontra-se casado, como define sua relação, com a cantora canadense GRIMES, e com quem tem um filho, X AE A-12: (ex – exe – ei – twelve) – significado, X (matemática), AE amor, inteligência, A12 – ARCANJO 12… Recentemente revelou ter a SÍNDROME DE ASPERGER. Foi no programa SATURDAY NIGHT LIVE, em que desempenhou o papel de apresentador, e, disse, “Estou fazendo história esta noite como a primeira pessoa com ASPERGER a apresentar o SATURDAY NIGHT LIVE…”. Síndrome de ASPERGER, ou autismo, pessoas com dificuldade de interpretar a linguagem verbal e não verbal, precisando de mais tempo para processar informações. Talvez, seu autismo, seja o gatilho de sua infinita criatividade… Existem algumas equipes de cientistas, neste momento e em diferentes lugares do mundo, pesquisando sobre essa possibilidade. – JEFF BEZOS, o todo poderoso da AMAZON, BLUE ORIGIN, THE WASHINGTON POST, da cidade de ALBUQUERQUE, NOVO MÉXICO, 1964, até dias atrás casado com sua parceira e sócia MACKENZIE BEZOS, de quem se separou no ano de 2019 e retomou seu nome de solteira, SCOTT. Hoje vive com LAUREN SANCHEZ, jornalista, e MACKENZIE casou-se com DAN JEWETT, professor de química com quem os filhos dela e de JEFF estudaram. Jeff e Mackenzie têm 4 filhos. 3 biológicos, e a mais nova, adotada na China.  – RICHARD BRANSON – de Blackheath, Londres, 1950, mais velho de três filhos, gago, e em quem os pais não apostavam nada. Já colocou em pé mais de 300 negócios, todos com o naming VIRGIN. Primeiro casamento KRISTEN TOMASSI, de 1972 a 1979, e, segundo, JOAN TEMPLEMAN, de 1989 até hoje. Dois filhos, uma mulher HOLLY, e um homem, SAM. Junto com JOAN tiveram uma filha chamada Clara e que morreu com dias. – BILL GATES, Microsoft, WILLIAM HENRY GATES III, 1955, até dias atrás casado com MELINDA, com quem segue no comando de uma fundação de benemerência. Permaneceram casados de 1994 a 2021, e têm 3 filhos, RORY, JENNIFER e PHOEBE… Como aconteceu nas últimas semanas a separação, ainda muitas histórias, e por mais algum tempo, permanecerão em segredo. – TIM COOK – 1960, CEO da APPLE, e sucessor de STEVE JOBS, jamais abriu mão de sua privacidade, e solitário convicto, mas, no dia 29 de outubro de 2014 assumiu sua homossexualidade em uma matéria na BLOOMBERG BUSINESSWEEK. Escreveu, “Eu tenho orgulho de ser gay e eu considero que ser gay é um dos maiores dons que Deus me deu…”. – SATYA NADELLA, hoje o número 1 da Microsoft, agosto de 1967, indiano de Hyderabad, na Telangana, casado com ANUPAMA desde 1992. 3 filhos, ZAIN, DIVYA e TARA NADELLA. – MARK ZUCKERBERG – de 1984, WHITE PLAINS, condado de WESTCHESTER, estado de Nova Iorque, filho de KRISTEN, psiquiatra, e, EDWARD, dentista. Casado com PRISCILA CHAN, 2012. É isso, amigos, procuramos construir um miniperfil de 7 dos 20 mais importantes empresários que comandam a NOVA ECONOMIA do lado de cá do mundo, e de quem espera-se as maiores e melhores contribuições na construção do Admirável Mundo Novo. É o que testemunharemos nos próximos anos, e no correr desta e da próxima década. 5 – MANCHETE DE MATÉRIA DA FOLHA: “POR JOVENS, VINHO NACIONAL VESTE ROUPA NOVA”. E no texto a explicação. “Startups e vinícolas tradicionais apostam em latas, caixas e linguagem moderna para mudar a imagem da bebida”. Nós, consultores da MADIA afirmamos, PERDA DE TEMPO TOTAL. VINHO é em garrafa de vidro e ponto. O resto é derivativo pífio, gambiarra medíocre, bobagem desprezível. Matéria assinada pela jornalista FLÁVIA PINHO que rendeu-se aos argumentos dos que brincam de fazer vinhos e abre sua matéria afirmando: “Quem encara os vinhos em lata ou em caixa bag-in-box como modismo passageiro precisa urgentemente rever o conceito. A tendência que começou pela mão das novidadeiras startups e já está consolidada no exterior, começa a ser adotada por tradicionais vinícolas brasileiras – e promete ter vindo para ficar…”. Começa que essas trágicas novidades não têm absolutamente nada a ver com as startups.  São tentativas e ações de mais de 50 anos. Por outro lado, e ingressando no mérito, vinho que não seja em garrafa de vidro, com rolha de cortiça, e todos os demais fundamentos que caracterizam a bebida é qualquer outra coisa menos vinho: refrigerante, refresco, sangria, tubaína… Vocês da Madia entendem de vinho? Não, não entendemos. Quem entende são, e dentre outros, nossos amigos e integrantes da Academia Brasileira de Marketing, BONI e MILTON ASSUMPÇÃO. Mas, e para não perder muito tempo discutindo essa brincadeira de péssimo gosto – deveriam batizar essas coisas com outra denominação menos vinho. Vamos nos ater a um dos pequenos detalhes que fazem grande diferença. A ROLHA. Segundo uma das publicações especializadas em vinho, a revista ADEGA, “Boas rolhas são insubstituíveis. Nos espumantes, por exemplo, podem durar por décadas preservando o vinho estável e, principalmente, tendo a elasticidade necessária para serem colocadas numa máquina e empurradas para dentro do gargalo e imediatamente se ajustarem e ele não deixando nenhum espaço livre…”. E o saca-rolhas e as rolhas são apenas uns dos itens que fazem do vinho, vinho! Isso posto, sentimos muito, por jovens, ou demais pessoas, vinho que é vinho de verdade veste-se e abriga-se em garrafas de vidro, com rolha de cortiça, rótulo de qualidade, narrativa tangível, e jamais tem vergonha de sua cor, e se esconde atrás de cartonados ou latas. Beber vinho em lata, ignorando taças adequadas, é pior e mais ofensivo, para os verdadeiros produtores, que xingar a mãe… 6 – INVESTIMENTOS ONDE O RISCO NÃO É O DE APENAS GANHAR POUCO. É DE AINDA TER QUE TODO MÊS PAGAR O RATEIO DAS DESPESAS A expectativa não era de ganhos espetaculares, como se pode ter quando se especula com commodities ou ações, mas nem também de ganhos mínimos como na Poupança. A ideia ou perspectiva era de ganhos razoáveis com pouco risco. Mas veio a pandemia, e o mínimo de risco virou risco total na medida em que não existe rendimento, e sim, despesas mensais rateadas. Essa a situação de momento da maioria dos empreendimentos mais conhecidos como condo-hotéis. Onde as pessoas são donas de uma unidade ou quarto para hóspedes dos hotéis, e confiam o hotel todo à gestão de uma administradora. No Brasil, e dentre as maiores, o GRUPO ACCOR, e a ATLANTICA. Sintetizando a situação. Esses condo-hotéis, para ameaçarem dar algum resultado a ser dividido entre os proprietários das unidades, precisam ter, no mínimo, uma ocupação de 40%. Durante alguns meses da pandemia a ocupação foi ZERO, e nos últimos meses, 20%. Ou seja, chega no fim do mês as receitas são insuficientes para cobrir as despesas, e assim, os proprietários das unidades são convocados para cobrirem o rombo. Ao invés de uma renda mensal, passaram a ter mais uma despesa mensal. Os mais machucados e sem ter de onde tirar dinheiro na medida em que investir em condo-hotéis era o único investimento que possuem, saem no desespero colocando à venda suas unidades. E assim, com uma avalanche de ofertas, o preço de uma unidade que dois anos atrás rondava entre R$ 300 e R$ 400 mil, hoje está na faixa dos R$ 30 a R$ 40 mil… Em, entrevista  para JULIANA SCHINCARIOL, do jornal VALOR, um investidor declarou, “Estou há quatro anos sem nenhum rendimento. Não consigo trocar um quarto por um carrinho de pipoca…”. Para quem sofre ou é claustrofóbico, definitivamente não se recomenda investir em condo-hotel. Vai morrer no desespero… 7 – ADEUS, FORD! No dia 24 de abril de 1919, a FORD recebeu autorização para iniciar suas operações em São Paulo, Brasil. O dinheiro para começar, US$ 25 mil, veio da unidade da empresa na Argentina, onde se instalara anos antes. No exato momento em que comemorava 100 anos da efeméride, a FORD tocou o primeiro sinal. Vendeu sua fábrica de São Bernardo do Campo e tentava, inutilmente, resistir, numa ação lancinante de reinvenção, com mudanças sensíveis em sua linha de produto. Não foi suficiente. Jogou a toalha. No dia 11 de janeiro de 2021, com quase 102 anos, a FORD anunciou que estava despedindo-se do Brasil. A chamada década mais que perdida, a pior das últimas 20, a de 2011/2020, foi devastadora para a FORD, outras montadoras, e infinitas empresas. Uma década em que, e em números reais, o Brasil regrediu, voltou para trás. Agora, e num trabalho da agência REUTERS, os números da despedida. Nos últimos 8 anos, e em cada carro que vendeu, a FORD perdeu R$ 10 mil, ou quase, US$ 2 mil. Na década, as perdas acumuladas foram em torno de US$ 10 bi ou R$ 61 bi. E agora, e no fechamento de tudo, na melancólica, trágica e brutal despedida, mais US$ 4,1 bi de indenizações e prejuízos, para honrar seus compromissos e sair dignamente, mais ou menos um desembolso de R$ 22 bi. Não há vencedores em finais de casamentos. Na vida, e nos negócios. Ainda que tenham durado mais de 100 anos. 8 – AMOR PELA CIDADE No ano de 1954, com alguns amigos de faculdade, o designer MILTON GLASER fundou o PUSH PIN STUDIOS, uma espécie de fortaleza assumidamente influenciada por toda a história visual da humanidade. Já em 1967, criou, para o hoje octogenário BOB DYLAN, o pôster histórico de sua coletânea de hits. Em 1968, – o ano em que o mundo velho começa a despedir-se –, cria a revista da cidade, em que se espelharam centenas de revistas de cidades pelo mundo, a NEW YORK MAGAZINE. GLASER nasceu no BRONX, recebeu a MEDALHA NACIONAL DAS ARTES das mãos de BARACK OBAMA, e morreu no dia 26 de junho de 2020, no mesmo dia em que nasceu, de derrame cerebral, aos 91 anos de idade. Mas sua obra maior, talvez, e que segue mais viva do que nunca, a conotação de amor que emprestou à cidade, quando criou a monumental logomarca I LOVE NEW YORK, Um I, mais um coração vermelho, mais NYC, no ano de 1977, quando a cidade enfrentava sua maior crise: decadência, violência, insegurança, e tentando trazer de volta os turistas. De certa forma a semente multiplicou-se e assim, bilionários apaixonados, procuram sempre oportunidade para investir e valorizar a ilha/cidade. Um ano antes da pandemia, num dos maiores investimentos de todos os tempos, foi inaugurado o projeto HUDSON YARDS, um investimento de US$25 bilhões, hotéis, edifícios, shopping centers, tendo como centro o THE VESSEL, uma torre de observação no formato de vaso voltado para o céu com milhares de degraus. Agora, numa sexta-feira, dia 21 de maio, um novo empreendimento foi aberto ao público, também bancado por um bilionário apaixonado pela cidade. LITTLE ISLAND, um novo parque flutuante sobre o RIO HUDSON, ancorado em 132 enormes tulipas de concreto, com caminhos, flores, anfiteatro, vista deslumbrante, espaços para os que visitam ou moram na cidade tomar sol e fazer piqueniques, outra criação do arquiteto inglês THOMAS HEATHERWICK, o mesmo que criou o complexo HUDSON YARDS. Ou seja, amigos, a sementinha plantada por MILTON GLASER, I LOVE NEW YORK, frutificou. Mais que plantada, e de certa forma traduzida porque anos antes muitos americanos já manifestavam seu amor pela cidade, com obras monumentais como o ROCKEFELLER CENTER, O CHRYSLER BUILDING, o EMPIRE STATE BUILDING, e muitas outras mais. 9 – PREMONIÇÃO Se dentre as empresas e empresários de sucesso da atualidade existe algum e alguma que já nasceu olhando para frente, pensando e realizando o futuro, essa empresa é a POLISHOP e esse empresário é o JOÃO APPOLINÁRIO. Em entrevista histórica e onde resgata os primeiros 21 anos de uma empresa que já nasceu no futuro, realizada pela jornalista JANAINA LANGSDORFF, JOÃO APPOLINÁRIO sintetiza da seguinte maneira: “A POLISHOP nasceu em 1999 já digital, com e-commerce e televisão, apoiados pelo call center e compras realizadas através do e-commerce. Desde o primeiro dia, nosso entendimento era o de que o futuro do varejo traduzia-se em atender o cliente onde estivesse – digital, analógico, ou qualquer canal possível. Lançamos os canais digitais em 2001 e simultaneamente a catálogos e revista. No ano de 2003, inauguramos as duas primeiras lojas e começamos o canal de televisão porque entendíamos que a nossa mídia era importante. Começamos simultaneamente com um primeiro estúdio junto ao escritório. Enfim, a POLISHOP nasceu com o posicionamento da multicanalidade…”. APPOLINÁRIO fala do erro generalizado que vem acontecendo com a maior parte das empresas do e-commerce: “O e-commerce vem tomando um caminho errado no mundo inteiro. Deveria ser uma plataforma de serviços e comodidade para a pessoa que ou não vai à loja, ou, se vai, quer chegar informada, muito especialmente nas lojas onde acontece o autoatendimento. O que constatamos hoje é que o caminho escolhido foi exatamente o oposto. Ao invés de oferecer comodidade, optou pela destruição de valor e só chama a atenção pela concessão de descontos. Não sei por quanto tempo mais essa prática é sustentável. Em síntese, hoje assistimos um festival de aquisições e, com raríssimas exceções, as empresas perdem dinheiro no e-commerce…”. A POLISHOP E A PANDEMIA Dentre as diferentes revisões que a POLISHOP precisou fazer e adotar durante a pandemia, talvez a mais difícil tenha sido proceder a LOGÍSTICA REVERSA dos estoques. Diz, APPOLINÁRIO: “Com as lojas fechadas, tivemos de fazer a logística reversa, das lojas para nosso centro de distribuição, pois 60% de nosso estoque estava nas lojas físicas. Estamos presentes em todo o Brasil, e todas as nossas 268 lojas fecharam. Mais do que isso, todas não podiam funcionar aos sábados e domingos, nossos principais dias de vendas…”. Essa é a POLISHOP, esse é APPOLINÁRIO, a empresa e o brasileiro que intuíram como seria o comércio muito antes que todos os demais. Uma referência mundial. 10 – NÔMADES DIGITAIS E aí, existia uma correlação absoluta e completa entre moradia e trabalho. As pessoas, mais de 90% delas, trabalhavam na cidade onde moravam. Alguns prestadores de serviços, no entanto, mesmo antes da internet e do digital, prestavam serviços para empresas de todo o país, e muitos, de todo o mundo. Na medida em que o digital foi avançando, essa possibilidade cresceu, e assim, e por exemplo, boa parte dos contribuintes americanos confiam a especialistas na Índia a realização de seus impostos de renda, assim como muitos estudantes americanos têm aula particular com professores indianos, e a distância. Muitas empresas de tecnologia no Brasil trabalham com programadores na Índia. De qualquer maneira, isso aconteceu num primeiro momento do digital, e com a chegada da internet. De 10 anos para cá a consciência da mobilidade foi crescendo, os gadgets aperfeiçoando-se, as conexões melhorando, e assim, milhares de jovens profissionais decidiram, além da mochila, colocarem um notebook a tiracolo e partirem pelo mundo sem deixar de prestar serviços a empresas. São os chamados NÔMADES DIGITAIS, que vêm crescendo de forma acelerada nos últimos anos, fazendo com que alguns países, e principalmente cidades que sempre atraíram muitos turistas, desenvolvam programas especiais voltados para eles, nômades digitais. Neste ano, e pegando carona na forte atração que exerce em todas as pessoas de todo o mundo, o RIO DE JANEIRO coloca em andamento um plano de posicionar-se como o principal polo para os nômades digitais de todo Brasil, e se possível, da América Latina. Em entrevista ao O GLOBO, a presidente da RIOTUR, DANIELA MAIA, disse que a cidade está se preparando para oferecer a infraestrutura básica a um nômade digital, e que passa também pelo envolvimento da hotelaria, bares e restaurantes. A ideia, segundo DANIELA, é primeiro atrair quem está em São Paulo, Belo Horizonte, ou outras cidades do País, trancadas num apartamento, para vir trabalhar no RIO por um ou dois meses… O passo seguinte, atrair o estrangeiro…”. Tem tudo para dar certo. Vai dar certo! DRUCKER’S MONTHLY Reservamos todo o final do BUT para alguma lição de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER. Em todos os seus livros – quase 40 – nosso adorado mestre e mentor em algum momento trata de um dos temas recorrentes de sua vida e lições. Trata da INOVAÇÃO. Assim, e para esta edição, separamos e depois juntamos seis desses momentos, e que, de certa forma, constituem uma espécie de hexágono de ouro sobre a INOVAÇÃO, segundo PETER FERDINAND DRUCKER, o criador da administração moderna e de sua ideologia, o marketing. VAMOS AOS SEIS: 1 – “Resultados decorrem do aproveitamento de oportunidades e não da solução de problemas. Solução de problemas apenas restaura a normalidade. Oportunidades significam explorar novos caminhos.” 2 – “Todas as inovações eficazes são absurdamente simples. O maior elogio que uma inovação pode receber é alguém comentar tratar-se do óbvio. E, completar, dizendo, ‘por que não pensei nisso antes?’”. 3 – “Há anos leio os discursos dos que ganham o Prêmio Nobel. Quase sempre dizem, “o que me levou ao trabalho que me possibilitou essa conquista foi uma observação ao acaso feita por um professor que me disse ‘por que você não tenta algo em que os resultados realmente façam a diferença?’”. 4 – “Uma empresa só inovou de verdade quando o cliente reconheceu, valorizou e se dispôs a pagar por isso.” 5 – “A inovação sempre significa um risco. Mas, ir ao supermercado de carro para comprar pão também é arriscado.” 6 – “Qualquer atividade econômica é de alto risco. Não inovar e tentar preservar o passado é muito mais arriscado do que construir o futuro.” Sintetizando as seis lições de ouro de nosso adorado mestre, absolutamente impossível sobreviver e prosperar sem perseguir obstinada e diuturnamente a inovação. Fazer-se hoje, da mesma forma, com os mesmos gestos e palavras, com semelhante emoção, o mesmo que se fez ontem, e anteontem, e nos dias anteriores, é cometer suicídio homeopaticamente… TODOS INOVANDO, SEMPRE! Até agosto!
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Junho 2021

BUT – BUSINESS TRENDS03/2021 – JUN2021. Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – SOM LIVRE, QUANDO O SOM CHEGA AO FIM… É pouco provável que as pessoas tenham ouvido mais músicas do que nesses meses de pandemia. Mas, e mesmo assim, a empresa que se converteu na maior lançadora de sucessos do País, durante cinco décadas, chega ao fim como um negócio milionário e próspero. No início a GLOBO recorria às gravadoras tradicionais para compor a trilha sonora de suas novelas. Isso durou poucos anos. Descobriu que tinha uma mina de ouro nas mãos. Que eram as novelas da GLOBO que pautavam o gosto dos brasileiros, incluindo, o musical. E assim, não fazia mais sentido continuar recorrendo ao casting das demais gravadoras. Nasce a SOM LIVRE. 1969. A gravadora que selecionou e escolheu durante décadas a trilha sonora do Brasil. Na página 259 do livro dele, BONI, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o homem que reeditou quem somos, está escrito: “No dia 1º de setembro de 1971, eu e minha família, o Tarcísio e a Glória, o Ibrahim Sued e o Luiz Borgerth e alguns amigos fomos participar da procissão marítima do SENHOR DOS NAVEGANTES, em Salvador (BA), e a convite do Alberto Maluf e do David Raw, da TV Aratu. Eram mais de mil barcos no mar e o dia estava lindo e ensolarado. Os barcos iam navegando e todos cantavam hinos religiosos, como o QUEREMOS DEUS. Quando perceberam que o TARCÍSIO MEIRA estava em uma das embarcações, as pessoas do barco ao lado começaram a entoar a música da abertura de IRMÃOS CORAGEM e a coisa foi passando de barco a barco. De repente, mais de três mil pessoas cantavam, no mar de Salvador, a uma só voz, ‘Irmão, é preciso coragem…’”. Naquele momento, talvez nem mesmo o BONI tenha realizado a dimensão de sua obra. As novelas da GLOBO, além de pautarem as cores, as formas, o design, as roupas, o gosto dos brasileiros, além de revelarem o Brasil aos brasileiros e ao mundo também, passaram a orientar nossas preferências musicais. E assim, a SOM LIVRE converteu-se numa mina de ouro monumental. 50 anos depois a realidade é completamente diferente e outra. O ouro música continua existindo e tão forte, importante e próspero como antes, só que agora as fontes e os caminhos são outros. Existe uma nova cadeia de valor… Em sua reinvenção o GRUPO GLOBO concluiu que a SOM LIVRE, ainda que dê resultados, não tem mais nada a ver com o novo caminho escolhido. E assim, e semanas atrás, fechou um acordo para vender a SOM LIVRE para SONY MUSIC. Ao menos num primeiro momento a SONY não pretende incorporar a SOM LIVRE. Vai manter como centro autônomo de produção, seguindo sob o comando do CEO MARCELO SOARES. No comunicado à imprensa, JORGE NÓBREGA, CEO da GLOBO, diz, “Estamos muito felizes em ter encontrado na SONY uma nova casa para a SOM LIVRE, um negócio que foi construído dentro da GLOBO e que sempre foi muito querido de todos nós. A SOM LIVRE produziu e lançou músicas com a GLOBO por mais de meio século e foi um importante capítulo da história da GLOBO. Nós queríamos assegurar que esse acordo preservasse tudo o que a SOM LIVRE representa para os brasileiros…”. Nada é para sempre. “Irmãos, é preciso coragem”, sempre. 2 – QUANDO O PROPÓSITO É VENDER MOMENTOS DE EMOÇÃO E FELICIDADE Poucas empresas em todo o mundo possui um capital de experiências de extraordinária qualidade em oferecer momentos de intensas felicidades = prazer + diversão + alegrias do que o CLUB MED. Criado no mês de abril do ano de 1950, ideia e insight de GÉRARD BLITZ, craque de polo aquático da seleção da Bélgica. A guerra chegara ao fim, pessoas mais que desejosas de diversão, lazer, e muita paz, muito especialmente os ex-combatentes e suas famílias. E assim, uma primeira iniciativa num pequeno hotel de ENGELBERG, na SUÍÇA. Deu certo e seis anos depois abre o seu primeiro VILLAGE de inverno. 20 anos depois recebe o investimento de outros nove acionistas, e, dentre esses, GIANNI AGNELLI, Presidente da FIAT. Mais adiante, e com a morte de AGNELLI, as ações são vendidas para o GRUPO ACCOR. Hoje são 77 villages pelo mundo, incluindo o Brasil. E aí veio a pandemia. Praticamente tudo fechado. E agora, a perspectiva de um retorno gradativo à normalidade a partir do segundo semestre. Em entrevista para a revista VEJA, HENRI GISCARD D’ESTAING, CEO GLOBAL DO CLUB MED, não obstante os graves rombos nas finanças do MED, revelou-se otimista: “Há muita gente neste momento desejando viver experiências únicas longe de casa, onde nunca passaram tanto tempo em suas vidas…”. Segundo HENRI, e considerando a experiência nas unidades que reabriram, acredita ter em seu produto diversões para os pais e para os filhos, talvez sua maior vantagem competitiva. Diz, “Depois de tantos meses distantes, as crianças querem conviver com outras crianças, e os pais agradecem porque precisam de um respiro…”. Nota curiosa da entrevista é que, dentre as vítimas da COVID-19 na França, o pai de HENRI, VALÉRY GISCARD D’ESTAING, presidente da França de 1974 a 1981. Segundo HENRI, a COVID foi o ponto final de uma vida feliz. Disse que seu pai tinha 94 anos e outros problemas de saúde, e morreu junto da família… Essa rápida reflexão e constatações de HENRI é o tema de sucessivas reuniões no comando das empresas de todos os setores de atividade, muito especialmente das que prestam serviços de lazer e turismo, sobre como se preparar para seus clientes de sempre, ou novos clientes, ainda traumatizados pela pandemia. O que oferecer, ou não, de diferente… 3 – THE SHOW MUST GO ON Essa é uma expressão comum no meio e na classe artística. O SHOW NÃO PODE PARAR. É verdade, mas às vezes, impossível não parar. Como agora, por exemplo. Numa de suas músicas de grande sucesso, o QUEEN ― FRED MERCURY ―, tomou essa expressão emprestada e colocou no título. E nos versos descrevem, de certa forma, e premonitoriamente, o que assistimos hoje, nestes tempos de pandemia. EMPTY SPACES, Espaços vaziosWHAT ARE WE LIVING FOR?Pelo que estamos vivendo?ABANDONED PLACESLugares abandonadosI GUESS WE KNOW THE SCOREAcho que sabemos os resultadosON AND ON De novo e de novoDOES ANYBODY KNOW WHAT WE ARE LOOKING FOR?Alguém sabe o que nós estamos procurando?”… No atual momento todos em busca de vacinas e de remédios, para que se resgate um mínimo de perspectiva da volta de uma normalidade à vida, ainda que seja uma nova e diferente normalidade. E mesmo tendo que MUST GO ON, o SHOW está absolutamente parado, ou funcionando à baixíssima pressão, em todo o mundo. Conclusão, uma das empresas mais bem-sucedidas nesse território em nosso país, a T4F, que administra o UNIMEDHALL, antigo CREDICARD HALL e CITIBANK HALL, do empresário FERNANDO ALTERIO, vive a sua maior e pior crise. Em entrevista para VEJA SP FERNANDO ALTERIO declarou, “Jamais imaginei viver algo assim em meus 40 anos de entretenimento…”. Outros espaços da cidade de São Paulo vivem intensamente a crise. Na mesma matéria da VEJA SP, MARCO ANTÔNIO TOBAL JR, dono do ESPAÇO DAS AMÉRICAS e da VILLA COUNTRY, declara: “Demitimos quase todos os funcionários, mas, e mesmo assim, seguimos pagando aluguéis, cuidando da manutenção, mais os impostos…”. O jovem e talentoso empresário que se notabilizou por resgatar espaços perdidos ou esquecidos, mas com um saldo irrelevante em termos de negócios em suas iniciativas, FACUNDO GUERRA, também na mesma matéria, diz: “Antecipamos receitas e teremos que trabalhar sem lucros por anos… Precisei me endividar e atrasar impostos…”. Por outro lado, o que parecia ser uma solução, ainda que precária, no início, as LIVES cansaram muito rapidamente, e jamais deixaram qualquer lucro. A situação é tão desesperadora que muitos dos empresários do setor não veem nenhuma outra alternativa pela frente que não seja jogar a toalha, desistir, fechar as portas, e encarar a falência e todas as suas decorrências. Na música do VILLAGE PEOPLE, CAN’T STOP THE MUSIC, cantavam: You can’t stop the music, Nobody can stop de music… O vírus parou a música, ainda que provisoriamente. E sabe-se lá quando voltará na intensidade e volume de dois anos atrás… 4 – MELITTA ATROPELA NESTLÉ Algumas das principais transformações no produto café dos últimos 100 anos tem a responsabilidade e levam a assinatura da NESTLÉ. Apenas para citar duas, a criação e lançamento do NESCAFÉ, no século passado, e atendendo a um pedido do governo brasileiro que não sabia o que fazer com sua produção descomunal. E há 40 anos, a pesquisa, desenvolvimento, formatação e lançamento do SISTEMA NESPRESSO de café, para pessoas físicas e jurídicas também. Já a MELITTA, AMALIE AUGUSTE MELITTA BENTZ, que nasceu na cidade de DRESDEN, ALEMANHA, filha de um editor e vendedor de livros, já dona de casa e preocupada com os desperdícios, sujeiras, e desafios de se fazer um café de qualidade, um dia teve sua epifania: fez pequenos furos no fundo de uma caneca de latão, criando uma espécie de peneira, e recorreu a um pedaço do papel borrão que seu filho WILLY tinha em seu caderno escolar, acabando por inventar não apenas o primeiro filtro, mas como uma nova forma de se fazer café. Requereu patente à instituição específica da Alemanha, que reconheceu sua inovação e no dia 20 de junho de 1908 recebeu a patente de sua descoberta. E assim nasceu o sistema MELITTA de se fazer café. Hoje MELITTA GROUP, que tem sua sede mundial na cidade de MINDEN na Alemanha, e com um faturamento próximo de € 2 bilhões. Um grupo que atua com diferentes produtos em todas as etapas da cadeia de valor do café. Do pó, passando pelo filtro, pelas cápsulas, cafeterias, garrafas térmicas. E agora, como comentamos, salta na frente da NESTLÉ, que inventou as cápsulas, mas não conseguiu cuidar do descarte como deveria. A partir de agora passa a trabalhar com cápsulas de material biodegradável e compostável. Produzidas a partir de matérias-primas de fontes renováveis, sem transgênicos, bisfenol A e alumínio, devidamente certificadas. Mas, e em nosso entendimento, o salto está na solução que encontrou para o descarte, ou logística reversa. Contando com a colaboração e responsabilidade de seus clientes, desenvolveu um sistema em que a cada 50 cápsulas usadas, o cliente cadastra-se no site da TERRACYCLE, e sempre que for devolver as cápsulas imprime uma etiqueta e despacha as cápsulas pelo correio, sem nenhum custo, além de sua contribuição indeclinável para um mundo menos poluído. Aguarda-se brevemente uma forte resposta da NESTLÉ. E todos ganham, quando a concorrência é pela qualidade responsável. 5 – LUPO, A MÁSCARA DA PANDEMIA Claro, muitas outras empresas também fabricaram suas máscaras, mas quando a LUPO, uma empresa centenária, premiada pelas circunstâncias, teve que socorrer seus funcionários e parentes, e improvisar as primeiras máscaras, e colocar sua marca, nascia ali aquela que acabaria por se converter numa das MÁSCARAS DA PANDEMIA. Sob o comando de LILIANA AUFIERO há duas décadas, a LUPO completou 100 anos dias atrás, fundada que foi no ano de 1921, por seu avô HENRIQUE LUPO. De certa forma, sem nenhum planejamento, e muito menos desejar, a LUPO protagonizou uma espécie de epifania logo no início da pandemia. Toca o telefone de LILIANA e é da SANTA CASA da cidade de ARARAQUARA (SP), a base da LUPO. Precisavam de máscaras para os atendentes, não tinham onde comprar, e o preço foi às alturas. LILIANA respondeu, “A LUPO não faz máscaras, mas, por favor, manda uma pra eu ver…”. Hoje a LUPO produz 250 mil máscaras por dia, e no canto baixo à direita de quem usa, as pessoas percebem a logomarca da empresa. A LUPO, por linhas tortas e indesejadas, acabou por se converter numa das máscaras da pandemia. Em nosso círculo de relacionamento, sete em cada 10 pessoas usam a máscara da LUPO. Em entrevista à FOLHA DE S.PAULO, à jornalista JOANA CUNHA, LILIANA conta sobre essa espécie de epifania que sua empresa vem vivendo… “Quando recebi a máscara que a SANTA CASA enviou, percebi que o tecido era o TNT e eu não tinha no estoque porque não faz parte de nossos produtos. Conseguimos numa loja um pouco daquele tecido. Nosso time é criativo, fomos dobrando, moldando, criamos a máquina, desmancha uma máquina, junta com um pedaço de outra… Seguimos pesquisando… Vimos que tinha um elástico com tripla camada aprovado pela Anvisa, fabricamos elástico, e a produção disparou… Nada foi planejado. Aconteceu. Estamos produzindo 250 mil máscaras por dia e tem fila de espera até o mês de junho… Mas tudo o que eu mais desejo é que acabasse a pandemia e a LUPO não precisasse mais produzir máscaras…”. Vez por outra a oportunidade bate a nossa porta. Milton Berle recomendou a todos aqueles que a oportunidade ainda não bateu na porta que: “Se a oportunidade não bater, construa uma porta”. No caso da LUPO a oportunidade mais que bater, invadiu a LUPO diante do grito de socorro da SANTA CASA, de milhares de instituições de saúde, e de milhões de brasileiros. A LUPO nem teve tempo de pensar. E mesmo referindo-se as suas competências, a empresa centenária não parou um único segundo para saber se deveria ou não. LILIANA AUFIERO, em meio às comemorações dos 100 anos da empresa fundada por seu avô, não pensou um único segundo. Fez o que recomendou nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER. “Se o navio começa a afundar, o comandante não convoca uma reunião, decide”. Em situações de emergência como a que vivemos, as verdadeiras lideranças, mais que em qualquer outro momento, precisam protagonizar. 6 – HOT DOG, OU, CACHORRO-QUENTE Se em inglês é divertido e palatável, em português, embora a tradução seja literal, no mínimo, constrange e incomoda. Muito especialmente num país alucinado por cachorros. Seja como for, o HOT DOG é hoje um clássico universal. E as versões sobre sua origem totalizam quase que 10, mas três são as mais contadas. A primeira e mais conhecida de todos faz referência a um açougueiro da cidade de FRANKFURT, que, no ano de 1852 decidiu batizar as salsichas por ele produzidas com o nome da raça de seu cão de estimação, DACHSHUND. Já a segunda remete a um imigrante alemão, CHARLES FELTMAN, que levou a salsicha DACHSHUND para os Estados Unidos no ano de 1880, e lá criou um sanduíche quente, com pão alongado, salsicha, e algumas alternativas de molho, com o prevalecimento da mostarda. E a terceira é do ano de 1904, na cidade de Saint Louis, onde um fabricante e vendedor de salsichas, e para que sua legião de clientes não queimassem as mãos, decidiu fornecer uma luva. E como ganhasse na salsicha e acabasse perdendo dinheiro com as luvas que não eram devolvidas, aceitou a sugestão de seu cunhado e passou a oferecer a salsichas envoltas por um pão. Em nosso país a história também comporta várias versões, mas, prevalecendo que tudo começa nos anos 1920, onde FRANCISCO SERRADOR, o criador da CINELÂNDIA, passa a vender sua versão de cachorro-quente em seus cinemas. Já a disseminação inicial, acontece com a multiplicação das LOJAS AMERICANAS por algumas das principais cidades do País, e onde o CACHORRO-QUENTE com MILKSHAKE era o carro-chefe. E as crianças que comiam nas AMERICANAS, pediam para suas mães fazerem em seus aniversários, também… Dentre as grandes marcas, talvez hoje a mais conhecida e reconhecida seja NATHAN’S FAMOUS. E que acaba de abrir sua primeira loja no Brasil e na sequência muitas outras mais. Criada por NATHAN HANDWERKER, com um pequeno estande, em CONEY ISLAND, ao lado de MANHATTAN, NYC, no ano de 1916. NATHAN era empregado da barraca de cachorro-quente do FELTMAN, e muitos de seus clientes, artistas como EDDIE CANTOR e JIMMY DURANTE, o estimulavam o tempo todo a abrir seu próprio negócio. Na decolagem, quando finalmente decide abrir seu negócio, NATHAN jogou o preço para baixo, quebrou seu ex-patrão FELTMAN, e como existisse muita controvérsia sobre a procedência da carne, pagava para que modelos vestidos de médicos e enfermeiros comprassem e comessem seu NATHAN’S na frente das demais pessoas. Todos, de avental branco. Hoje o NATHAN´S que incorporou a sua marca a palavra FAMOUS, é uma franquia presente em praticamente todos os ESTADOS UNIDOS, com mais de 1.400 lojas, e mais 17 países. E a partir de agora, no Brasil. Todos os anos, no dia 4 de julho e desde 1916, em sua loja referência e narrativa, flagship, em CONEY ISLAND, realiza o NATHAN´S HOT DOG EATING CONTEST – quem come mais cachorro-quente – originalmente em 12 minutos, e agora, 10 minutos. Conclusão, e com a chegada do NATHAN’S FAMOUS ao Brasil, os hot-dogs voltam à moda, e com tudo. A receita clássica do NATHAN’S é salsicha especialmente fabricada de carne bovina, chapeada para formar uma película brilhante, servida em pão especial e macio, e com diferentes alternativas de molho. O clássico, batizado de CONEY ISLAND, agora vendido na primeira loja do Brasil na cidade de São Paulo, leva além do pão e da salsicha, mostarda e chucrute com receita exclusiva. Muitos perguntam e pedem à MADIA exemplos do que venha a ser uma NARRATIVA, plataforma essencial para a construção de marcas vencedoras, e de excepcional qualidade. A resposta é este comentário que acabamos de fazer, e que certamente deve mais que ter despertado a vontade em vocês de experimentarem o NATHAN’S FAMOUS. 7 – LANGUISHING Essa é a denominação que o psicólogo ADAM GRANT deu ao que muitos de nós estamos sentindo, ou começando a sentir. ADAM GRANT, psicólogo organizacional, durante 7 anos o professor melhor avaliado da WHARTON UNIVERSITY, com diversos livros de sucesso, e traduzido em 35 línguas. Segundo ADAM, caminhamos em direção à languidez, ao abatimento, e, definhando. Claro, em decorrência da pandemia, e de tudo o que vem causando. Em artigo publicado no dia 19 de abril, e atualizado no dia 22 no THE NEW YORK TIMES, ADAM descreve como chegou à conclusão do LANGUISHING, e que todos estamos começando a definhar… “No início, não reconheci os sintomas que eram cada vez mais comuns nas pessoas de meu relacionamento. Amigos repetiam das dificuldades crescentes em se concentrarem. Mesmo e diante da perspectiva da vacina muitos se revelavam pessimistas em relação a 2021. Um parente meu permanecia acordado assistindo de forma recorrente ao filme LENDA DO TESOURO PERDIDO… E eu, que pulava da cama antes das 6h, passei a permanecer deitado até as 7h trocando posts com amigos… Não se tratava de esgotamento. Apenas sentíamos falta de energia. Também não era depressão e nem impotência. Apenas ausência de alegria e de objetivos. Nos descobri LANGUISHING… Definhando… Um híbrido de estagnação e vazio. A sensação de um arrastar-se pelos dias, e vendo sua vida passar através de uma janela embaçada. Assim, acredito que o LANGUISH, o definhar, poderá ser a emoção predominante neste ano de 2021…”. E explica, “Na medida em que a pandemia arrastou-se, o estado agudo de angústia deu lugar a uma espécie de abatimento crônico. Na psicologia tratamos os diferentes estágios em termos de saúde mental, como algum ponto entre a depressão e o florescimento. O florescimento é o apogeu do bem-estar – temos um forte sentimento de significado, domínio, e importância para os outros. Já a depressão é o vale do mal-estar: sentimo-nos pesados, esgotados, inúteis… Assim o definhamento é um ponto intermediário. Uma espécie de vazio entre a depressão e o florescimento…”. E qual a solução diante do languishing, do definhamento? Segundo GRANT, e outros psicólogos, e uma vez concluído o diagnóstico, a solução é uma palavrinha de quatro letras, FLUX. Diz GRANT o que é o FLUX, o FLUXO. “FLUXO é deixar-se absorver por um desafio importante e fluir; uma ligação ainda que momentânea por uma causa ou propósito… Pessoas que mergulham mais a fundo em seus projetos conseguem prevenir-se do definhamento e preservam, na maior parte, a felicidade pré-pandemia”. Ingressar, mergulhar e permanecer no fluxo. É isso, amigos. Não sabemos de verdade e em termos de saúde o que nos aguarda, mas sabemos que o importante é não parar, seguir, e não nos deixarmos cair na languidez, fraquejar, amolecer, afrouxar… E ADAM GRANT, conclui seu diagnóstico, e com o qual nós, consultores da MADIA, concordamos integralmente e é o que temos feito todos os dias dos últimos 14 meses, que: “O languishing, o definhamento, não se encontra apenas em nossas cabeças, mas também se faz presente nos ambientes que frequentamos e vivemos, em nossas circunstâncias…”. E conclui: “Você é incapaz de curar uma cultura doente com ataduras pessoais”.  Ou seja, e sempre, e enquanto o ambiente ao seu redor não evolui, recupera-se, e em algum momento volta a ser menos tóxico, permaneça FLUX, concentrando-se em seus desafios pessoais e específicos… É o que todos devemos e deveremos fazer pelos próximos meses, quem sabe, dois ou três anos. 8 – BRANDING No correr dos primeiros 40 anos, a MADIA prestou serviços de branding para mais de 500 empresas e 3.000 marcas. Desde criação e desenvolvimento de marcas a partir do zero, até correções, reposicionamentos e rebrandings. Em todos esses processos, e no final do primeiro estágio desses trabalhos, constrói-se a infinitas mãos, e com o capital humano da empresa o que chamamos de BRANDBOOK, o LIVRO DA MARCA. Uma vez construído, um exemplar é entregue a cada um dos profissionais que integram o capital humano da empresa, e a todos os novos que chegam logo no primeiro dia. Recomendamos, e a maioria de nossos clientes segue, que a entrega do BRANDBOOK da empresa ao novo funcionário seja missão indelegável do presidente da empresa. O BRANDBOOK contém as seguintes partes: MANIFESTO, NARRATIVA, MISSÃO, VISÃO, COMPROMISSOS E VALORES. Mas, e agora, e como todos estamos sentindo, sofrendo, purgando, veio a pandemia, e muitas empresas agonizam, e se encontram numa espécie de leito de morte. Algumas não resistem e partem, mas outras, mesmo sensivelmente debilitadas, resistem bravamente. E algumas, até, pela sua resiliência e decisão de honrar até o fim a missão a que se propuseram, bambeiam, dobram, vergam, mas não entregam os pontos. Dentre os exemplos mais empolgantes destes tempos de tristeza, fechamentos, sofrimentos, desempregos, a decisão de WALTER MANCINI, o homem que resgatou e reeditou uma rua, em não desistir jamais. E assim, e em depoimento prestado para o jornalista FERNANDO BRANCO CRUZ da VEJA, criou uma espécie de MANIFESTO DE RESISTÊNCIA ou SOBREVIVÊNCIA, publicado na VEJA SP de semanas atrás, e que é o seguinte: “Uma notícia falsa que circulou recentemente na internet dizia que, devido às medidas de isolamento social implementadas em São Paulo, meu restaurante, o Famiglia Mancini, estava falido e iria fechar as portas para sempre. É mentira. De certa forma o boato foi bom porque recebi dezenas de ligações, e-mails e até cartas de clientes de todo o Brasil me apoiando, e isso me deu ainda mais gás para lutar por meu negócio. Há 42 anos, em 10 de maio de 1980, eu fundei o Famiglia Mancini na Rua Avanhandava, na capital paulista. Desde então, todos os dias, às 6h30 da manhã, eu sou o primeiro a chegar. E o último a sair, já de madrugada. Tanto trabalho rendeu frutos. De lá para cá, na mesma rua, abri outros quatro restaurantes e uma galeria de arte. Minha filha inaugurou por lá uma loja de roupas e acessórios. Revitalizamos a vizinhança e a transformamos em um ponto turístico, um polo gastronômico a céu aberto. Desde o estouro da pandemia, no entanto, as coisas ficaram bastante difíceis. Não só o meu restaurante, como todos os outros foram obrigados a fechar as portas e a atender somente por delivery. Nesse abre e fecha, felizmente voltaremos a servir almoço a partir deste sábado, 24 (de abril). Mas, a queda foi tão grande que, se antes eu comprava um caminhão de verduras e legumes no Ceasa, hoje é suficiente ir a feiras livres. Os meses foram passando e meu caixa acabou. Para manter todos os meus estabelecimentos abertos, honrar compromissos com os fornecedores e, principalmente, pagar todos os meus funcionários, precisei recorrer ao banco. Desde então, em média, tenho despesas mensais de cerca de R$ 130.000,00 por restaurante. Somando tudo, em um ano acumulei R$ 9 milhões em empréstimos. Estou no limite do meu crédito. Mas não estou falido. Hoje, eu ainda emprego cerca de 300 funcionários. Antes, eram mais, mas muitos foram embora. Acertei as contas com todos eles, com decência e dentro da lei.  Sem traumas e numa relação carinhosa e de agradecimento. Daí, você me pergunta: não seria melhor fechar? Não. E a razão é simples: minha vida está naquela rua.  Eu quero que aqueles restaurantes durem mais 100 anos. Não sou um investidor. Sou um mantenedor. Cuido com amor. Eu não sei como isso tudo vai acabar, mas sei que, se os restaurantes morrerem, eu morro junto. Morre o restaurante, morre o Walter. Mas eu não me entrego fácil. Não posso deixar baixar o moral. Vou lutar para sobreviver porque aquilo ali é a minha história e estou defendendo a minha vida. Daqueles restaurantes eu tirei o sustento da minha casa e a criação dos meus filhos. Não existe para mim essa história de “encerrar as atividades”. Isso nem passa pela minha cabeça. Estou falando da herança dos meus filhos, e não dá para pegar um legado e jogar fora. Para mim, aquelas casas têm as digitais de Deus. Então, como eu posso fechar um lugar assim? Seria uma ousadia. Eu sou apenas o caseiro Dele. Mesmo diante de uma situação tão dramática, hoje eu estou tranquilo e sereno. Sabe por quê? Porque eu não persigo dinheiro. Eu persigo um sonho. Eu não quero o lucro ou trocar de carro todo ano. Minha natureza não é a da ganância. Eu quero ver a máquina voltar a andar, quero ver aquela rua toda iluminada novamente e repleta de pessoas felizes, com saúde e com esperança de viver. O que pingar no meu caixa, eu vou usar para pagar todas as contas. Não estou desesperado. Eu estou, sim, agradecido de ter a companhia dos meus colaboradores e funcionários. Sem soberba, devo tudo aos meus funcionários e aos meus clientes. Estamos todos abraçados. A Rua Avanhandava não morreu. Ela só está adormecida e vai acordar já, já…”. É isso, amigos. Exemplos espetaculares, histórias emocionantes, que passam a integrar os anais da GRANDE PANDEMIA DE 2020/2021. Quando esses anais ou livros foram escritos. Uma lição definitiva sobre BRANDING, em momentos de crise. 9 – PASSADA A EMOÇÃO… Depois dos episódios lamentáveis que ocorreram em duas de suas lojas – a morte de um negro em Porto Alegre em decorrências das agressões sofridas de um segurança e às vésperas do DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, e a morte da cadelinha MANCHINHA, no mês de novembro de 2018, e de muitas outras ocorrências que acabaram não sendo de conhecimento público, o fato é que o CARREFOUR decidiu, finalmente, agir. Dentre uma série de providências, no último dia 20 de abril, publicou nos jornais um anúncio de sua campanha JUNTOS PARA TRANSFORMAR, com o título NÓS NÃO VAMOS ESQUECER QUE PODEMOS MUDAR JUNTOS, e realizou seu maior evento on-line com 16 mil fornecedores e parceiros. Nesse evento, NOEL PRIOUX, presidente do CARREFOUR anunciou que a partir de agora todos os contratos da empresa com seus fornecedores terão cláusula antirracista, com tolerância zero para qualquer tipo de manifestação de racismo. Em paralelo, e diante da morte na loja de Porto Alegre, o CARREFOUR decidiu que a SEGURANÇA tão cedo não voltará a ser terceirizada. E assim, e a partir de agora passa a trabalhar com equipe própria de segurança. Para tanto realizou quase 500 contratações, além de pessoas que já trabalhavam na empresa e estão sendo transferidas para a área de segurança. Falando à imprensa sobre todas essas medidas, PRIOUX disse que: “Trata-se de uma mudança global, e para os que forem trabalhar na segurança estabelecemos as competências necessárias, como, empatia, comunicação, interação, trabalho em equipe, inteligência emocional, e muitas outras mais”. E concluiu, “a partir de agora toda a segurança do CARREFOUR passa a ser monitorada por câmeras”… Vamos acompanhar porque acredito que todas as empresas têm muito a aprender com essas medidas que agora o CARREFOUR passa a adotar. 10 – A PANDEMIA E AS PRINCIPAIS REVISTAS A situação das principais revistas do País, em fevereiro de 2020, já era dramática. Em um ano, o estrago foi monumental. Mais que um furo,  um rombo na circulação total – impressa mais assinaturas digitais. VEJA perdeu quase 290 mil exemplares, ÉPOCA 68 mil, EXAME 26 mil. Quando se volta um pouco mais atrás, no tempo, a circulação total dessas três revistas, no ano de 2014, era de 1.720 milhão de exemplares. No final de 2020, totalizavam 405 mil. Em 7 anos, a circulação total reduziu-se a um quarto, perderam mais de 75% de circulação. Especificamente no que se chama hoje de REVISTAS DE VERDADE, de raiz, as impressas, a circulação despencou de 1.520 milhão na soma das três, para 281 mil nesse mesmo período. VEJA caiu de 1.1 milhão para 144,1 mil. ÉPOCA, de 377 mil para 39 mil. EXAME, de 135 mil para 25.4 mil. Já nas revistas no digital, as assinaturas digitais, a queda foi de quase 200 mil de 2014, para 197 mil em 2020. Durante esse período, as assinaturas digitais apresentaram expressivo crescimento até 2018, quando chegaram a alcançar 444 mil assinaturas, mas voltaram a cair em 2019 e 2020. A explicação mais consistente dessa queda no digital, é que as três batalharam exaustivamente com seus assinantes, quando não renovavam suas assinaturas impressas e tentavam segurá-los no digital com valores pífios. Nos primeiros anos essa estratégia deu resultado, mas, decepcionados com a experiência entediante de lerem revista no digital, acabaram cancelando tudo. VEJA foi de 169 mil, 2014, para o pico de 388 mil em 2017, e 118 mil – 200 mil a menos – em 2020. ÉPOCA, de 2.5 mil em 2014, para 259 mil em 2018, pico, e para 50 mil em 2020. E EXAME, de 28 mil em 2014, para o pico de 43 mil em 2018, e caindo para 30 mil em 2020. O que vai acontecer com as revistas? Muito provavelmente, o mesmo que está acontecendo com os jornais. No formato clássico de impresso, fim. Talvez, e excepcionalmente, poucas publicações de nicho. E as pessoas abastecendo-se de informações pelo digital, a partir de milhares de plataformas diferentes e segmentadas, sendo algumas, pagas. O mundo em que nascemos, de livros, enciclopédias, listas telefônicas, jornais, e, revistas, está se despedindo. AFPDASSIMFALOUPETERDRUCKER E sempre finalizamos com uma das milhares de lições de nosso adorado mestre e mentor PETER FERDINAND DRUCKER. A distinção que DRUCKER estabelece entre as opções individuais de cada pessoa, incluindo a de passar a vida, claro, se tiver condições, refletindo e meditando sobre a existência.  E a opção de todos aqueles que optam por empreender e gerar riquezas para serem compartilhadas com a sociedade. Diz o mestre: “A sociedade baseada no conhecimento precisa de um tipo diferente de pessoa instruída daquela que os humanistas lutam por ser. Uma pessoa que se revele capaz de usar seu conhecimento como suporte do presente e para decidir o futuro. Capacidade essa não prevista pelos humanistas. Em seu romance de 1943, O JOGO DAS CONTAS DE VIDRO, Herman Hesse relata o tipo de mundo que os humanistas queriam, assim como seu fracasso. Uma irmandade de intelectuais, artistas e humanistas que viviam em esplêndido isolamento, dedicados à Grande Tradição, à sabedoria e à beleza. Mas o herói, o mais graduado Mestre da Irmandade, decide, no final, retornar à realidade poluída, vulgar, turbulenta, desgastada por conflitos, apegada ao dinheiro. Acreditava que todos os valores são falsos caso não tenham relevância para o mundo. Sempre continuarão existindo os monges tibetanos, as freiras enclausuradas, os pensadores de topos de montanha e completo isolamento. Mas business, sociedade, economia, prosperidade, crescimento e multiplicação, missão de empresários, profissionais e empresas, são outras coisas completamente diferentes, e constituem a base e a essência da sociedade”. BUT – BUSINESS TRENDS é um trabalho de coleta e análise de dados e informações realizado de forma recorrente pela equipe de consultores do MADIAMUNDOMARKETING, e colocado à disposição dos clientes, parceiros e amigos da Madia.Mais informações:E-mail: madia@madiamundomarketing.com.brTelefones: (11) 3231-3998/ 2339WhatsApp: (11) 98990-0346
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Maio 2021

BUT – BUSINESS TRENDS 02/2021 – MAI2021 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – OS CONSTANTINOS Na página A16 da agora centenária Folha de S.Paulo de um domingo de semanas atrás, a entrevista de um empresário. De uma família de empresários. A família dona de muitas empresas no território dos transportes, em especial, a GOL. Em entrevista exclusiva para a jornalista ELIANE TRINDADE, HENRIQUE CONSTANTINO, antecipou algumas de suas confissões relatadas no livro DESEJO DE GOL, de 31 capítulos, lançado pela EDITORA CITADEL. O nome é ruim. Em nada contribui. E ainda coloca algumas manchas desnecessárias na mais importante empresa da família, a GOL. Teria sido melhor, por exemplo, se o título fosse A SAGA DOS CONSTANTINOS, ou algum outro título que traduzisse as intenções do autor. Mas, sabe-se lá por quais razões, decidiu-se fazer uma brincadeira com a denominação da mais importante empresa da família. Apenas lembrando, HENRIQUE CONSTANTINO, que comandava a GOL pela família acionista, é filho de NENÊ CONSTANTINO, um dos maiores empresários do setor de transporte do País de todos os tempos, e condenado a 21 anos de prisão como mandante do assassinato de um líder comunitário no Distrito Federal. HENRIQUE decidiu escrever o livro por recomendação de seu terapeuta, JORGE FORBES, como uma espécie de terapia mediante a escrita. Que, cá entre nós, de um risco monumental, e de total inconsequência, para não dizer, irresponsabilidade. Num dos momentos mais dramáticos da vida de HENRIQUE, o dia em que teve que comunicar a seu pai, aquele que criou e era dono de todo o grupo, que seria retirado do conselho pela condenação pelo suposto crime de morte. Diz HENRIQUE: “Meu pai é o exemplo de como se deve trabalhar, de como tem que ser a vida. Era caminhoneiro e começou tudo na garra e na coragem… Teve a sensibilidade de, e como somos sete filhos, dividir a empresa para que tivesse continuidade…”. Mas, e segundo HENRIQUE, sua decisão, a conselho de seu terapeuta de escrever o livro, é de, como testemunha e criminoso confesso, alertar a todos sobre o câncer da corrupção… Diz: “Não cometam os erros que cometi, jamais aceitem as coisas da forma que elas estão sendo concebidas, vamos mudar para termos um país melhor… A corrupção é um câncer a ser combatido cotidianamente. Esse não é o meu modo de pensar e agir no dia a dia. Caí em tentação, influenciado por pessoas próximas que me diziam frases do tipo, ‘O Brasil não é uma Suíça’, ‘todo mundo faz’. E aí você fraqueja, fica contaminado, e pensa, será que estou fora do jogo? E acabei marcando um gol contra mim mesmo…”. Num determinado momento do livro, e nos diferentes relatos que faz sobre o câncer da corrupção, diz: “FUNARO falou, bastava eu pagar a intermediação que o financiamento estaria em nossas mãos… Caímos na rede de corrupção. Os fins jamais justificam os meios… Aceitar o caminho mais fácil, jogando irregularmente o jogo perverso como é jogado nos subterrâneos de Brasília, foi meu grande gol contra. Que marcou e marcará o resto da minha vida…”. É isso, amigos. Mais um fato, exemplo e depoimento para todos nós, empresários, profissionais e brasileiros refletirmos sobre, e no processo de construção, quem sabe, finalmente, de um país de verdade. 2 – MANIFESTO DE ALEXANDRE BIRMAN Dentre as novas lideranças empresariais sem a menor dúvida, ALEXANDRE BIRMAN é uma das mais consistentes. Pela formação, desempenho, ideias, maneira que age empresarialmente. Hoje ALEXANDRE é o CEO da AREZZO&CO, empresa fundada no ano de 1972, por seu pai, ANDERSON BIRMAN, na cidade de BELO HORIZONTE (MG). No início, a AREZZO produzia calçados masculinos mas, rapidamente, migrou para os femininos. O primeiro gol de placa da AREZZO aconteceu em 1979, com o lançamento do modelo ANABELA, revestido de juta. Os primeiros 20 anos da empresa foram dedicados ao fortalecimento de sua área industrial, maior controle nos processos de produção, e seleção criteriosa da matéria-prima. Os anos 1990 foram dedicados à presença no varejo e à construção e fortalecimento da marca. Uma primeira flagship aberta na Rua OSCAR FREIRE, na cidade de SÃO PAULO, a RUA que batizamos aqui na MADIA de BEST – BRAND EXPERIENCE STREET. Novas marcas são adicionadas ao portfólio no final da década, como e principalmente SCHUTZ, e as exportações ganham participação expressiva nos resultados. Em 2008 uma nova marca, ANACAPRI passa a fazer parte do grupo. Mais adiante a empresa ingressa na bolsa, abre uma primeira loja da SCHUTZ em Nova York, outra em LOS ANGELES, e depois no SOHO, NYC. E no ano passado, anunciou a compra da RESERVA, marca carioca fundada pelos empresários RONY MEISLER e FERNANDO SIGAL, com 78 lojas próprias e 32 franquias… Esse o retrospecto da AREZZO, de seu fundador, e agora do CEO ALEXANDRE BIRMAN. Semanas atrás, em entrevista ao MEIO & MENSAGEM, ALEXANDRE BIRMAN, numa espécie de MANIFESTO ao responder a primeira pergunta, definiu sua estratégia a partir de agora, e diante de uma nova realidade que vai se esboçando pós-pandemia. DISSE ALEXANDRE, “Daqui para frente a primeira prioridade é a integração da RESERVA, nossa última aquisição. É um novo mercado em que estamos ingressando e, portanto, tudo o que pretendemos fazer é o roll-out para o mercado feminino, a expansão para o segmento de tênis, reforma e padronização das lojas atuais e abertura de novas. Assim, é prioridade a integração e consolidação do business plan da RESERVA. Depois, continuação de nosso processo de transformação digital, que tem como base, e em primeiro lugar, a integração de canais e uma evolução constante em TI, sistemas, aplicativos. Não são entregas que você finca a bandeira no topo da montanha e acabou. É um processo vivo, e que evolui todo dia. Nossa empresa alcançou um estágio maduro na integração de canais, mas e agora são quase 900 lojas incluindo a RESERVA, e é preciso ter uma leitura online real do tempo dos estoques para direcionar vendas da internet a serem entregues pela loja, e, simultaneamente dar acesso ao estoque do e-commerce ao vendedor que não tem o produto na loja. Toda a integração de estoque é fundamental, assim como a gestão do que é hoje nosso capital mais valioso: nossa base de dados. São quase 11 milhões de clientes, quatro milhões deles que realizaram compras nos últimos 12 meses, e o marketing mudou. Plano de mídia não é mais e apenas a disponibilidade de dinheiro para. Tem que saber realmente como ganhar awareness e em moda isso está cada vez mais difícil, porque, as revistas impressas que eram o grande meio de comunicação perderam atração e as revistas online não têm o mesmo grau de alcance. E TV aberta, pelo valor do ticket, não é sustentável, muito especialmente no segmento premium onde atuamos. Assim, e voltando às prioridades, sintetizam-se em TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, e BUSCAR RESULTADOS NA BASE DE CLIENTES. E, em paralelo, procurarmos consolidar nossa operação nos Estados Unidos. E por último, mas não em último lugar, e simultaneamente, precisamos consolidar a nossa cultura empresarial, desafio permanente numa empresa que se forma a partir de diferentes marcas, de diferentes origens…” Nós, consultores da MADIA, poucas vezes vimos uma espécie de manifesto com incomum clareza e determinação. 3 – O PÓS-PANDEMIA Ainda é cedo para se falar no pós-pandemia. Quando isso acontecer, e durante alguns meses, teremos dificuldade em visitar os estragos causados pela pandemia. Mais ou menos o que acontece quando um incêndio devasta uma floresta, e é preciso esperar algum tempo antes de visitar o local e tirar conclusões, em função dos detritos, alta temperatura, cinzas, toxicidade, e muito mais. Em alguns países, no entanto, pela cultura e natureza de seu povo, a devastação escancara-se antes mesmo do final da pandemia, e deixa a todos nós preocupados quando o Brasil iniciar seu longo caminho de volta a uma nova realidade. Em matéria do THE NEW YORK TIMES, as primeiras fotografias do que vem acontecendo no JAPÃO, um país com uma cultura muito específica, onde milhares de pessoas moram sozinhas, muito especialmente as mulheres, e quando moram com seus companheiros, a divisão dos afazeres é injusta, para não dizer cruel… Mas, repetimos, uma característica da sociedade japonesa por infinitas e até seculares razões. Conclusão, o número de suicídios de mulheres no ano passado foi 15% superior ao de 2019. Mais de 7 mil mulheres optaram pela solução extrema de dar fim a seus problemas, cometendo suicídio. Pior ainda, existe uma dificuldade muito grande, ou resistência, das pessoas reconhecerem-se mentalmente doentes e pedirem ajuda. Por uma questão cultural, o estoicismo – sofrer sem reclamar ou dizer – é uma componente forte dos japoneses. Muito especialmente porque se o fizerem serão tratados pelos demais, ou parcela expressiva dos demais, como pessoas fracas… E, assim, mesmo tendo ultrapassado seus limites de resistência, insistem em resistir e não pedir socorro. Pouco mais da metade das mulheres japonesas que trabalham têm empregos de meio período, ou, contratos temporários. Diante das crises, são as primeiras a serem cortadas. Assim, e no fatídico ano de 2020, e em seus primeiros nove meses, 1,5 milhão de pessoas que trabalham nesse regime perderam seus empregos, sendo a maior parcela constituída por mulheres. E ainda, e para agregar um condimento complicador e adicional a esse quadro específico do Japão, é o país em que a população idosa é a maior do mundo. Quase 30% dos japoneses inserem-se na chamada população de velhos. Diante da gravidade do quadro, o JAPÃO é o primeiro país do mundo a criar o MINISTÉRIO DA SOLIDÃO cujo objetivo principal é correr atrás das consequências da pandemia, e tentar conter a onda de suicídios… Especificamente em relação ao Brasil, ainda não existem dados suficientes sobre o tema. Mas em 60 dias alguns estudos que estão próximos de serem finalizados, serão divulgados, e voltaremos a comentar sobre o assunto. 4 – EM BUSCA DO “TESÃO PERDIDO”, OU A QUEDA SUBSTANCIAL NA VENDA DE BOA PARTE DOS PRODUTOS RELACIONADOS AO SEXO A antropóloga, MIRIAN GOLDENBERG, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e autora de livros, decidiu debruçar-se sobre o tema SEXO DURANTE A PANDEMIA, e escreveu um impactante artigo sobre o tema na FOLHA DE S.PAULO. Disse MIRIAN, “Pesquisas realizadas em diferentes países revelam que os casais estão transando muito menos ou, e muitos, nem mesmo transando. E, em decorrência, cresceu assustadoramente o número de separações e divórcios.” Nas pesquisas que a antropóloga realiza, a constatação que em mais de 60% dos casais o tal do tesão diminuiu drasticamente numa parte, e em outra e boa parte, simplesmente, desapareceu. Quando MIRIAN perguntou sobre a razão da diminuição das práticas sexuais, ouviu respostas do tipo, Por medo de contaminação e doença, medo da morte, preocupação com a saúde do parceiro, estresse com a crise política, estresse com a crise econômica, manifestação de impotência, exaustão, depressão, ansiedade, tristeza, excesso de presença, com o decorrente excesso de intimidade, brigas, conflitos, desgaste em função da convivência forçada durante as 24 horas do dia, falta de amor, falta de carinho, falta de cuidado, falta de companheirismo, falta de escuta, falta de conversa… E muitas e outras faltas mais… Até mesmo, e quem sabe e principalmente, a falta de não se sentir a falta… Isso posto, conclui MIRIAN, quase a totalidade dos brasileiros encontra-se neste momento em busca do tesão perdido… 5 – ANNE ELIZABETH APPLEBAUM Nascida na cidade de Washington no dia 25 de julho de 1964, portanto no final da chamada Guerra Fria, escritora e jornalista, premiada com o PULITZER, editora durante um bom tempo do THE ECONOMIST e do THE SPECTATOR, é mais conhecida e reconhecida como uma das mais importantes historiadoras da atualidade. Assim, um gol de placa e entrevista que a revista VEJA conseguiu com ela, nas páginas amarelas, e realizada pelo jornalista MARCELO MARTHE. Seus comentários são da maior importância para todos nós, empresários e profissionais, quando refletimos sobre o planejamento estratégico que construímos para nossas empresas, e muito especialmente pelo ambiente PEST – Político, Econômico, Social e Tecnológico que temos pela frente… Separamos para nossas reflexões e aprendizados, e de forma sintética, três de suas observações: SOBRE O LIVRO QUE ESTÁ LANÇANDO AGORA, “O CREPÚSCULO DA DEMOCRACIA”: “A eleição de TRUMP, em 2016, refletiu uma insatisfação latente com muitas coisas, inclusive com a democracia e o sistema político. Mesmo com sua derrota agora, o desapontamento com a democracia permanece vivo nos ESTADOS UNIDOS, na EUROPA e em muitos outros países com eleições livres, e até mesmo no Brasil. As ideias autoritárias se alimentam de uma insatisfação profunda de muitas pessoas com os rumos da vida moderna e as dramáticas mudanças sociais e demográficas das últimas décadas. E o mal-estar não sumirá do ambiente, independente da derrota de TRUMP…”! SE É POSSÍVEL CONSERTAR, REFORMAR, VOLTAR AO PASSADO… “Esquece, não há caminho de volta ao passado. Os países democráticos terão de reinventar o modo como se faz política. Mas é interessante notar que essa chaga da polarização causa estragos não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil, na Polônia, nas Filipinas. Como todos esses países não se integram a uma mesma cultura, fica mais que claro que o fenômeno que une a todos nas divisões radicais são as mudanças no ecossistema da informação…”. DOMAR OS ALGORITMOS “Mais que na hora de uma regulação pública das redes. Não se trata de remover ou censurar conteúdos, mas de adequar um crescente movimento pela adequação dos algoritmos das plataformas ao interesse público. Hoje, é a razão de ser e da lógica das redes, dar relevância a qualquer conteúdo que traga engajamento, e por essa razão converteram-se no paraíso das FAKE NEWS e de discursos irracionais. Os algoritmos estimulam as pessoas a fazer coisas deprimentes que vemos hoje na internet…”. É isso. Como temos comentado com as empresas clientes da MADIA, mais que na hora do mundo sentar para conversar. Repensar a organização do mundo, a relação entre os países, e tirar todas as infinitas vantagens que as conquistas espetaculares da tecnologia trouxeram e continuam trazendo todos os dias para todos e em direção a um mundo melhor e socialmente mais justo. Mas, um mínimo de regramento é preciso já, agora. E é o que temos que fazer durante esta década. Se possível e ainda na primeira metade. 6 – MENTIRAS E MENTIRAS E aí a revista VEJA foi atrás, conversou com algumas das principais empresas de recrutamento de executivos, e contabilizou os principias problemas, vícios e ou falhas recorrentes nos currículos. Segundo a pesquisa de VEJA, quatro são os principais problemas dos currículos. A – A versão que os profissionais dão porque saíram dos empregos anteriores. Quase sempre o problema é da empresa, desde funções mal definidas e pessimamente executadas, ou ambiente inóspito absolutamente incapaz de aproveitar de todos seus predicados e conhecimentos. Grosso modo, o que de certa forma é relativamente natural, e para não admitir falhas e muito menos fracasso, elaboram ou constroem uma espécie de ficção. B – A maior dentre todas as mentiras é a afirmação que fazem, por escrito, que dominam um idioma. Essa suposta verdade absoluta não resiste a três minutos de conversação. Muitas vezes não chega nem no final do primeiro minuto. C – Também, e a semelhança da língua, o domínio técnico que alegam ter da área… E mais da metade tem uma mera familiaridade e ponto. e, D – Titulagem acadêmica. Aí é um vale tudo total, fraude mais que facilmente comprovável. Como vem acontecendo nos últimos anos com presidentes da república, ministros, juízes, e muitos outros mais. De qualquer maneira vivemos o fim desse capítulo da história da administração. Esse tipo de emprego vai chegando ao fim com o prevalecimento da SHARING ECONOMY, e das empresas que se organizam por parcerias. Em poucos anos não existirão mais empregos; apenas desafios a serem compartilhados por profissionais empreendedores e independentes. 7 – NATURA&CO Aguardado com a maior ansiedade o primeiro relatório de diretoria pra valer, da novíssima NATURA&CO. Tratando da visão e propósito de todo o grupo, representado na manifestação do Conselho de Administração, onde se encontram os fundadores LUIZ SEABRA, GUILHERME LEAL e PEDRO PASSOS, e ainda ROBERTO MARQUES. E, em paralelo, e em conjunto, a manifestação das empresas que integram hoje a NATURA&CO – AVON, THE BODY SHOP, NATURA, e, AESOP. O conselho iniciou seu relatório dizendo que o ano prometia, com a chegada da AVON ao grupo, e, de repente, a pandemia. Segundo o relatório, “Nações, comunidades, corporações e famílias tiveram de redefinir suas vidas e encontrar formas de se adaptar diante da pandemia…”. Em seu relatório o grupo reitera sua visão a respeito dos desafios institucionais que tem pela frente e de seus compromissos nos processos de superá-los: “Tempos extraordinários demandam medidas extraordinárias e o espírito de coletividade de nosso grupo mostrou que estamos no caminho certo para enfrentar novos desafios globais, em especial os que se referem ao cuidado com a vida, com o planeta… Cientes de que precisamos aperfeiçoar nossas práticas corporativas, queremos ser agentes de diálogo e cooperação, buscando parcerias que gerem transformações positivas para o mundo…”. E na manifestação conjunta das empresas do grupo – AVON, THE BODY SHOP, AESOP, e a própria NATURA –, a mensagem dos CEOs começa lembrando a última vez que todos se reuniram presencialmente. No mês de janeiro de 2020 para anunciar a chegada da AVON: “Nos meses que se seguiram a vida, os negócios e o nosso jeito de trabalhar mudariam drasticamente. No entanto, e mesmo diante da pandemia, seguimos comprometidos com a geração de impacto positivo. Colocamos as pessoas antes das coisas, uma decisão coerente com nossa história, reforçando nossos valores e crenças…”. Assim, o grupo NATURA&CO, mesmo com poucos anos de existência, parece já ser uma realidade. Uma referência excepcional para outras empresas que tenham ambições semelhantes. Em termos de resultado, o grupo apresentou um crescimento de 12,1% em termos de receitas líquidas, e de 5,1% no ebtida ajustado. R$ 36,9 bilhões de receitas, e R$ 4,2 bilhões de ebtida. 8 – PDG & MRV Há 10 anos, o início da década que passou, e começava a nascer aquela que seria supostamente a nova estrela dentre as principais incorporadoras do País. A PDG, de ex-sócios do Banco Pactual, e que rapidamente foi comprando outras empresas como a ABYARA, AGRA KLABIN SEGALL. No ano de 2011, seus lançamentos alcançaram a casa dos R$ 9 bilhões. 7 anos depois, absolutamente encalacrada, recorreu ao instituto da recuperação judicial. Enquanto isso, uma incorporadora que decidiu apostar na classe C, a MRV, veio, com seu sistema de construção absolutamente industrial e com capacidade de escala, comendo por fora. Agora, no início da nova década, a PDG que foi de forma fugaz o símbolo precário de opulência de um mercado com pouca ou nenhuma sustentação, segue sua trajetória em busca da recuperação e da sobrevivência, e a MRV, simplesmente, arrasa e domina. Em anúncio publicado no jornal VALOR, a MRV apresenta seus números. 54 mil vendas brutas, venda de um primeiro empreendimento nos Estados Unidos, e R$ 64 bilhões alcançados em VGV – Volume Geral de Vendas, em seu LAND BANK. 10 anos depois, e como um dia ensinou a legendária e genial GERTRUDE STEIN, “Não existe lá mais ali”, ou, no lugar onde um dia brilhou fugazmente a PDG, hoje brilha magnífica e exemplarmente a MRV. 9 – A DANÇA DAS CADEIRAS O mundo vive hoje uma espécie de dança global das cadeiras, lembram? Aquela brincadeira que se fazia nas casas de família, e nos programas de televisão, onde sempre tinha uma cadeira a menos do que o número de participantes. E quando a música parava todos tinham que sentar. O que permanecesse em pé pela falta da cadeira, estava desclassificado. De certa forma hoje o mundo vive uma grande dança das cadeiras. A música começou em ritmo de valsa lenta, foi acelerando, hoje já está entre samba canção e bossa nova, e muito proximamente vai virar frevo. E o número das cadeiras nos territórios convencionais cada vez mais diminuindo. Nos novos territórios, infinitas cadeiras a serem descobertas e conquistadas, mas, nos tradicionais, as cadeiras estão terminando. É o que acontece hoje no mundo. Onde o mundo velho vai encerrando suas atividades, o número de cadeiras – mercado – diminuindo, e muitas empresas descobrindo-se em pé e perdidas, e retirando-se. Essa dança já começou em nosso país e vai se acelerando. Das grandes e tradicionais empresas três já não tinham mais cadeiras para sentar, perderam mercado, relevância, competitividade, e, como na canção de roda ciranda cirandinha, “por isso DONA CHICA entre dentro dessa roda, diga um verso bem bonito diga adeus e vá-se embora”. E assim partem FORD, MERCEDES BENZ. E, agora, a SONY. Hoje, no Brasil, milhões de compradores dos produtos SONY muito preocupados. Como proceder em relação aos produtos que compraram nos últimos anos, meses, semanas, se der problema… E aí, como era de se esperar, estabelece-se o conflito e multiplicam-se as opiniões. Segundo alguns, e lastreados no Código de Defesa do Consumidor, as empresas permanecerão responsáveis por seus produtos de acordo com a vida útil prevista para cada um deles. Pergunta: quem vai determinar qual era a vida útil prevista? Já outros dizem que toda a cadeia é responsável. E não apenas os fabricantes. Assim, e em caso de questionamentos na Justiça, respondem não apenas os fabricantes como os revendedores de automóveis e o varejo de produtos. Tentando prevenir todas as contendas que certamente acontecerão nos próximos meses e anos, o PROCON de SÃO PAULO vem procurando compor-se com as empresas retirantes estabelecendo uma espécie de pacto de relacionamento com os consumidores de boa-fé que compraram seus produtos. Com a FORD, por exemplo, o PROCON-SP celebrou um acordo em que a FORD compromete-se ao fornecimento de peças enquanto seus automóveis seguirem rodando… E agora tenta fazer o mesmo com a SONY. Ou seja, e nas despedidas, vão se os vínculos emocionais, e exacerbam-se as dúvidas, inseguranças e questionamentos. Quando uma empresa fecha, ou se retira, todos perdem. Uma empresa, mais que propriedade de dono, donos, ou acionistas, é um bem da sociedade. 10 – OS HERINGS Dentre as empresas centenárias do Brasil, a mais que tradicional e querida HERING. Assim, e na comemoração dos 100 anos da FOLHA DE S.PAULO, o jornal revisitou a história das empresas também centenárias, e atualizando suas estratégias. Os sucessores dos fundadores, o pai, FABIO, e o filho, THIAGO, fizeram uma rápida retrospectiva de toda a história, e comentaram sobre o atual momento da empresa. PIORES MOMENTOS FABIO e THIAGO falam da pandemia, mas reconhecem que os piores momentos foram lá atrás: “Nossos antepassados enfrentaram a gripe espanhola, duas Grandes Guerras, ciclos econômicos, hiperinflação, dentre outros… Assim é a vida… Somos descendentes do HERMANN HERING, e carregamos o legado do empreendedorismo…”. SOBRE A MIGRAÇÃO PARA O E-COMMERCE Temos inovado sistematicamente no comércio eletrônico. Não apenas abrindo lojas eletrônicas, de e-commerce, mas evoluindo no que se chama hoje de “omnicanalidade”. As lojas servem também de ponto de distribuição para o e-commerce. Nossa primeira loja eletrônica tem mais de 15 anos…”. A IMPORTÂNCIA DA PANDEMIA NO E-COMMERCE “Mais que acelerar, foi uma espécie de catalizador. Se até pouco tempo atrás o foco era na loja eletrônica, hoje não é. É a venda em qualquer ambiente, seja físico ou virtual. Tudo combinado. Compras na loja física ou no shopping mais através de um smartphone, ou a compra no eletrônico de casa para buscar na loja…”. SE AS LOJAS FÍSICAS VÃO TERMINAR “Não, é enorme vantagem. Se eu tenho mais de 700 lojas espalhadas pelo Brasil, tenho potencial de mais de 700 hubs de distribuição para o cliente poder comprar e receber em horas e sem sair de casa. O ambiente físico é o companheiro do eletrônico e vice-versa. Aquela impressão que se tinha de que o eletrônico destruiria o físico é totalmente errada. É o que nos ensinam as empresas que foram criadas no eletrônico e agora correm atrás do físico. A harmonia entre os dois ambientes é o que o futuro está sinalizando…”. E falando especificamente sobre as características das compras durante a pandemia, FABIO HERING disse que suas lojas venderam mais a componente “conforto” para pessoas mais tempo em suas casas: camiseta básica, pijamas, moletons. Poucos dias depois da matéria da Folha, a HERING anunciava ter celebrado um acordo com o grupo SOMA e transferido o controle da empresa por R$5,1 bilhões… Semanas antes a HERING recusara uma proposta da AREZZO de R$3,1 bilhões. AFPD ASSIMFALOUPETERDRUCKER E sempre finalizamos com uma das milhares de lições de nosso adorado mestre e mentor PETER FERDINAND DRUCKER. No final dos anos 1950, e a partir das manifestações de DRUCKER sobre os dois anos que passou dentro da GENERAL MOTORS, no final da 2ª Grande Guerra, desvendando, construindo, conceituando, e depois, em 1954, publicando e disseminando o que é de verdade, a ADMINISTRAÇÃO MODERNA, permanecia uma certa dúvida sobre o que era, de verdade, o MARKETING. Naquele momento, e procurando esclarecer a todos, DRUCKER DISSE: “O propósito de todas as empresas de todos os setores de atividade é conquistar e preservar clientes; por essa razão, o MARKETING é a função distinta, única e comum a todas as empresas. O marketing é muito mais amplo que qualquer departamento, pois compreende todo o negócio. É o negócio inteiro olhado do ponto de vista de seus resultados finais, isto é, do ponto de vista do consumidor. Assim, a preocupação e a responsabilidade pelo marketing devem estar presentes, permanentemente, em todos os setores da empresa. E não, e exclusivamente, na área de marketing”. Desde então, e segundo nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, o MARKETING, muito mais que uma caixa de ferramentas ou um departamento, passa a ser a IDEOLOGIA DA ADMINISTRAÇÃO MODERNA. É isso, amigos e clientes. Aqui, uma pequena amostra do que coletamos e preparamos para vocês neste mês de maio. Retornamos em JUNHO. BUT – BUSINESS TRENDS é um trabalho de coleta e análise de dados e informações realizado de forma recorrente pela equipe de consultores do MADIAMUNDOMARKETING, e colocado à disposição dos clientes, parceiros e amigos da Madia. Mais informações: E-mail: madia@madiamundomarketing.com.br Telefones: (11) 3231-3998/ 2339 WhatsApp: (11) 98990-0346
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