BUT – BUSINESS TRENDS
02/2021 – MAI2021

Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER.


1 – OS CONSTANTINOS

Na página A16 da agora centenária Folha de S.Paulo de um domingo de semanas atrás, a entrevista de um empresário. De uma família de empresários. A família dona de muitas empresas no território dos transportes, em especial, a GOL.

Em entrevista exclusiva para a jornalista ELIANE TRINDADE, HENRIQUE CONSTANTINO, antecipou algumas de suas confissões relatadas no livro DESEJO DE GOL, de 31 capítulos, lançado pela EDITORA CITADEL.

O nome é ruim. Em nada contribui. E ainda coloca algumas manchas desnecessárias na mais importante empresa da família, a GOL.

Teria sido melhor, por exemplo, se o título fosse A SAGA DOS CONSTANTINOS, ou algum outro título que traduzisse as intenções do autor. Mas, sabe-se lá por quais razões, decidiu-se fazer uma brincadeira com a denominação da mais importante empresa da família.

Apenas lembrando, HENRIQUE CONSTANTINO, que comandava a GOL pela família acionista, é filho de NENÊ CONSTANTINO, um dos maiores empresários do setor de transporte do País de todos os tempos, e condenado a 21 anos de prisão como mandante do assassinato de um líder comunitário no Distrito Federal.

HENRIQUE decidiu escrever o livro por recomendação de seu terapeuta, JORGE FORBES, como uma espécie de terapia mediante a escrita. Que, cá entre nós, de um risco monumental, e de total inconsequência, para não dizer, irresponsabilidade.

Num dos momentos mais dramáticos da vida de HENRIQUE, o dia em que teve que comunicar a seu pai, aquele que criou e era dono de todo o grupo, que seria retirado do conselho pela condenação pelo suposto crime de morte. Diz HENRIQUE:

“Meu pai é o exemplo de como se deve trabalhar, de como tem que ser a vida. Era caminhoneiro e começou tudo na garra e na coragem… Teve a sensibilidade de, e como somos sete filhos, dividir a empresa para que tivesse continuidade…”.

Mas, e segundo HENRIQUE, sua decisão, a conselho de seu terapeuta de escrever o livro, é de, como testemunha e criminoso confesso, alertar a todos sobre o câncer da corrupção… Diz:

“Não cometam os erros que cometi, jamais aceitem as coisas da forma que elas estão sendo concebidas, vamos mudar para termos um país melhor… A corrupção é um câncer a ser combatido cotidianamente. Esse não é o meu modo de pensar e agir no dia a dia. Caí em tentação, influenciado por pessoas próximas que me diziam frases do tipo, ‘O Brasil não é uma Suíça’, ‘todo mundo faz’.

E aí você fraqueja, fica contaminado, e pensa, será que estou fora do jogo? E acabei marcando um gol contra mim mesmo…”.

Num determinado momento do livro, e nos diferentes relatos que faz sobre o câncer da corrupção, diz:

“FUNARO falou, bastava eu pagar a intermediação que o financiamento estaria em nossas mãos…

Caímos na rede de corrupção. Os fins jamais justificam os meios… Aceitar o caminho mais fácil, jogando irregularmente o jogo perverso como é jogado nos subterrâneos de Brasília, foi meu grande gol contra. Que marcou e marcará o resto da minha vida…”.

É isso, amigos. Mais um fato, exemplo e depoimento para todos nós, empresários, profissionais e brasileiros refletirmos sobre, e no processo de construção, quem sabe, finalmente, de um país de verdade.


2 – MANIFESTO DE ALEXANDRE BIRMAN

Dentre as novas lideranças empresariais sem a menor dúvida, ALEXANDRE BIRMAN é uma das mais consistentes. Pela formação, desempenho, ideias, maneira que age empresarialmente.

Hoje ALEXANDRE é o CEO da AREZZO&CO, empresa fundada no ano de 1972, por seu pai, ANDERSON BIRMAN, na cidade de BELO HORIZONTE (MG). No início, a AREZZO produzia calçados masculinos mas, rapidamente, migrou para os femininos.

O primeiro gol de placa da AREZZO aconteceu em 1979, com o lançamento do modelo ANABELA, revestido de juta. Os primeiros 20 anos da empresa foram dedicados ao fortalecimento de sua área industrial, maior controle nos processos de produção, e seleção criteriosa da matéria-prima.

Os anos 1990 foram dedicados à presença no varejo e à construção e fortalecimento da marca. Uma primeira flagship aberta na Rua OSCAR FREIRE, na cidade de SÃO PAULO, a RUA que batizamos aqui na MADIA de BEST – BRAND EXPERIENCE STREET.

Novas marcas são adicionadas ao portfólio no final da década, como e principalmente SCHUTZ, e as exportações ganham participação expressiva nos resultados. Em 2008 uma nova marca, ANACAPRI passa a fazer parte do grupo. Mais adiante a empresa ingressa na bolsa, abre uma primeira loja da SCHUTZ em Nova York, outra em LOS ANGELES, e depois no SOHO, NYC.

E no ano passado, anunciou a compra da RESERVA, marca carioca fundada pelos empresários RONY MEISLER e FERNANDO SIGAL, com 78 lojas próprias e 32 franquias…

Esse o retrospecto da AREZZO, de seu fundador, e agora do CEO ALEXANDRE BIRMAN.

Semanas atrás, em entrevista ao MEIO & MENSAGEM, ALEXANDRE BIRMAN, numa espécie de MANIFESTO ao responder a primeira pergunta, definiu sua estratégia a partir de agora, e diante de uma nova realidade que vai se esboçando pós-pandemia.

DISSE ALEXANDRE,

“Daqui para frente a primeira prioridade é a integração da RESERVA, nossa última aquisição. É um novo mercado em que estamos ingressando e, portanto, tudo o que pretendemos fazer é o roll-out para o mercado feminino, a expansão para o segmento de tênis, reforma e padronização das lojas atuais e abertura de novas. Assim, é prioridade a integração e consolidação do business plan da RESERVA. Depois, continuação de nosso processo de transformação digital, que tem como base, e em primeiro lugar, a integração de canais e uma evolução constante em TI, sistemas, aplicativos.

Não são entregas que você finca a bandeira no topo da montanha e acabou. É um processo vivo, e que evolui todo dia. Nossa empresa alcançou um estágio maduro na integração de canais, mas e agora são quase 900 lojas incluindo a RESERVA, e é preciso ter uma leitura online real do tempo dos estoques para direcionar vendas da internet a serem entregues pela loja, e, simultaneamente dar acesso ao estoque do e-commerce ao vendedor que não tem o produto na loja.

Toda a integração de estoque é fundamental, assim como a gestão do que é hoje nosso capital mais valioso: nossa base de dados. São quase 11 milhões de clientes, quatro milhões deles que realizaram compras nos últimos 12 meses, e o marketing mudou. Plano de mídia não é mais e apenas a disponibilidade de dinheiro para. Tem que saber realmente como ganhar awareness e em moda isso está cada vez mais difícil, porque, as revistas impressas que eram o grande meio de comunicação perderam atração e as revistas online não têm o mesmo grau de alcance. E TV aberta, pelo valor do ticket, não é sustentável, muito especialmente no segmento premium onde atuamos. Assim, e voltando às prioridades, sintetizam-se em TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, e BUSCAR RESULTADOS NA BASE DE CLIENTES. E, em paralelo, procurarmos consolidar nossa operação nos Estados Unidos.

E por último, mas não em último lugar, e simultaneamente, precisamos consolidar a nossa cultura empresarial, desafio permanente numa empresa que se forma a partir de diferentes marcas, de diferentes origens…”

Nós, consultores da MADIA, poucas vezes vimos uma espécie de manifesto com incomum clareza e determinação.


3 – O PÓS-PANDEMIA

Ainda é cedo para se falar no pós-pandemia. Quando isso acontecer, e durante alguns meses, teremos dificuldade em visitar os estragos causados pela pandemia.

Mais ou menos o que acontece quando um incêndio devasta uma floresta, e é preciso esperar algum tempo antes de visitar o local e tirar conclusões, em função dos detritos, alta temperatura, cinzas, toxicidade, e muito mais.

Em alguns países, no entanto, pela cultura e natureza de seu povo, a devastação escancara-se antes mesmo do final da pandemia, e deixa a todos nós preocupados quando o Brasil iniciar seu longo caminho de volta a uma nova realidade.

Em matéria do THE NEW YORK TIMES, as primeiras fotografias do que vem acontecendo no JAPÃO, um país com uma cultura muito específica, onde milhares de pessoas moram sozinhas, muito especialmente as mulheres, e quando moram com seus companheiros, a divisão dos afazeres é injusta, para não dizer cruel… Mas, repetimos, uma característica da sociedade japonesa por infinitas e até seculares razões.

Conclusão, o número de suicídios de mulheres no ano passado foi 15% superior ao de 2019. Mais de 7 mil mulheres optaram pela solução extrema de dar fim a seus problemas, cometendo suicídio.

Pior ainda, existe uma dificuldade muito grande, ou resistência, das pessoas reconhecerem-se mentalmente doentes e pedirem ajuda. Por uma questão cultural, o estoicismo – sofrer sem reclamar ou dizer – é uma componente forte dos japoneses.

Muito especialmente porque se o fizerem serão tratados pelos demais, ou parcela expressiva dos demais, como pessoas fracas… E, assim, mesmo tendo ultrapassado seus limites de resistência, insistem em resistir e não pedir socorro.

Pouco mais da metade das mulheres japonesas que trabalham têm empregos de meio período, ou, contratos temporários. Diante das crises, são as primeiras a serem cortadas.

Assim, e no fatídico ano de 2020, e em seus primeiros nove meses, 1,5 milhão de pessoas que trabalham nesse regime perderam seus empregos, sendo a maior parcela constituída por mulheres.

E ainda, e para agregar um condimento complicador e adicional a esse quadro específico do Japão, é o país em que a população idosa é a maior do mundo.

Quase 30% dos japoneses inserem-se na chamada população de velhos.

Diante da gravidade do quadro, o JAPÃO é o primeiro país do mundo a criar o MINISTÉRIO DA SOLIDÃO cujo objetivo principal é correr atrás das consequências da pandemia, e tentar conter a onda de suicídios…

Especificamente em relação ao Brasil, ainda não existem dados suficientes sobre o tema. Mas em 60 dias alguns estudos que estão próximos de serem finalizados, serão divulgados, e voltaremos a comentar sobre o assunto.


4 – EM BUSCA DO “TESÃO PERDIDO”, OU A QUEDA SUBSTANCIAL NA VENDA DE BOA PARTE DOS PRODUTOS RELACIONADOS AO SEXO

A antropóloga, MIRIAN GOLDENBERG, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e autora de livros, decidiu debruçar-se sobre o tema SEXO DURANTE A PANDEMIA, e escreveu um impactante artigo sobre o tema na FOLHA DE S.PAULO.

Disse MIRIAN, “Pesquisas realizadas em diferentes países revelam que os casais estão transando muito menos ou, e muitos, nem mesmo transando. E, em decorrência, cresceu assustadoramente o número de separações e divórcios.”

Nas pesquisas que a antropóloga realiza, a constatação que em mais de 60% dos casais o tal do tesão diminuiu drasticamente numa parte, e em outra e boa parte, simplesmente, desapareceu.

Quando MIRIAN perguntou sobre a razão da diminuição das práticas sexuais, ouviu respostas do tipo, Por medo de contaminação e doença, medo da morte, preocupação com a saúde do parceiro, estresse com a crise política, estresse com a crise econômica, manifestação de impotência, exaustão, depressão, ansiedade, tristeza, excesso de presença, com o decorrente excesso de intimidade, brigas, conflitos, desgaste em função da convivência forçada durante as 24 horas do dia, falta de amor, falta de carinho, falta de cuidado, falta de companheirismo, falta de escuta, falta de conversa… E muitas e outras faltas mais…

Até mesmo, e quem sabe e principalmente, a falta de não se sentir a falta…

Isso posto, conclui MIRIAN, quase a totalidade dos brasileiros encontra-se neste momento em busca do tesão perdido…


5 – ANNE ELIZABETH APPLEBAUM

Nascida na cidade de Washington no dia 25 de julho de 1964, portanto no final da chamada Guerra Fria, escritora e jornalista, premiada com o PULITZER, editora durante um bom tempo do THE ECONOMIST e do THE SPECTATOR, é mais conhecida e reconhecida como uma das mais importantes historiadoras da atualidade.

Assim, um gol de placa e entrevista que a revista VEJA conseguiu com ela, nas páginas amarelas, e realizada pelo jornalista MARCELO MARTHE.

Seus comentários são da maior importância para todos nós, empresários e profissionais, quando refletimos sobre o planejamento estratégico que construímos para nossas empresas, e muito especialmente pelo ambiente PEST – Político, Econômico, Social e Tecnológico que temos pela frente…

Separamos para nossas reflexões e aprendizados, e de forma sintética, três de suas observações:

  • SOBRE O LIVRO QUE ESTÁ LANÇANDO AGORA, “O CREPÚSCULO DA DEMOCRACIA”:

“A eleição de TRUMP, em 2016, refletiu uma insatisfação latente com muitas coisas, inclusive com a democracia e o sistema político. Mesmo com sua derrota agora, o desapontamento com a democracia permanece vivo nos ESTADOS UNIDOS, na EUROPA e em muitos outros países com eleições livres, e até mesmo no Brasil. As ideias autoritárias se alimentam de uma insatisfação profunda de muitas pessoas com os rumos da vida moderna e as dramáticas mudanças sociais e demográficas das últimas décadas. E o mal-estar não sumirá do ambiente, independente da derrota de TRUMP…”!

  • SE É POSSÍVEL CONSERTAR, REFORMAR, VOLTAR AO PASSADO…

“Esquece, não há caminho de volta ao passado. Os países democráticos terão de reinventar o modo como se faz política. Mas é interessante notar que essa chaga da polarização causa estragos não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil, na Polônia, nas Filipinas. Como todos esses países não se integram a uma mesma cultura, fica mais que claro que o fenômeno que une a todos nas divisões radicais são as mudanças no ecossistema da informação…”.

  • DOMAR OS ALGORITMOS

“Mais que na hora de uma regulação pública das redes. Não se trata de remover ou censurar conteúdos, mas de adequar um crescente movimento pela adequação dos algoritmos das plataformas ao interesse público. Hoje, é a razão de ser e da lógica das redes, dar relevância a qualquer conteúdo que traga engajamento, e por essa razão converteram-se no paraíso das FAKE NEWS e de discursos irracionais. Os algoritmos estimulam as pessoas a fazer coisas deprimentes que vemos hoje na internet…”.

É isso. Como temos comentado com as empresas clientes da MADIA, mais que na hora do mundo sentar para conversar.

Repensar a organização do mundo, a relação entre os países, e tirar todas as infinitas vantagens que as conquistas espetaculares da tecnologia trouxeram e continuam trazendo todos os dias para todos e em direção a um mundo melhor e socialmente mais justo. Mas, um mínimo de regramento é preciso já, agora. E é o que temos que fazer durante esta década. Se possível e ainda na primeira metade.


6 – MENTIRAS E MENTIRAS

E aí a revista VEJA foi atrás, conversou com algumas das principais empresas de recrutamento de executivos, e contabilizou os principias problemas, vícios e ou falhas recorrentes nos currículos.

Segundo a pesquisa de VEJA, quatro são os principais problemas dos currículos.

A – A versão que os profissionais dão porque saíram dos empregos anteriores. Quase sempre o problema é da empresa, desde funções mal definidas e pessimamente executadas, ou ambiente inóspito absolutamente incapaz de aproveitar de todos seus predicados e conhecimentos.

Grosso modo, o que de certa forma é relativamente natural, e para não admitir falhas e muito menos fracasso, elaboram ou constroem uma espécie de ficção.

B – A maior dentre todas as mentiras é a afirmação que fazem, por escrito, que dominam um idioma. Essa suposta verdade absoluta não resiste a três minutos de conversação. Muitas vezes não chega nem no final do primeiro minuto.

C – Também, e a semelhança da língua, o domínio técnico que alegam ter da área… E mais da metade tem uma mera familiaridade e ponto.

e, D – Titulagem acadêmica. Aí é um vale tudo total, fraude mais que facilmente comprovável. Como vem acontecendo nos últimos anos com presidentes da república, ministros, juízes, e muitos outros mais.

De qualquer maneira vivemos o fim desse capítulo da história da administração. Esse tipo de emprego vai chegando ao fim com o prevalecimento da SHARING ECONOMY, e das empresas que se organizam por parcerias. Em poucos anos não existirão mais empregos; apenas desafios a serem compartilhados por profissionais empreendedores e independentes.


7 – NATURA&CO

Aguardado com a maior ansiedade o primeiro relatório de diretoria pra valer, da novíssima NATURA&CO.

Tratando da visão e propósito de todo o grupo, representado na manifestação do Conselho de Administração, onde se encontram os fundadores LUIZ SEABRA, GUILHERME LEAL e PEDRO PASSOS, e ainda ROBERTO MARQUES.

E, em paralelo, e em conjunto, a manifestação das empresas que integram hoje a NATURA&CO – AVON, THE BODY SHOP, NATURA, e, AESOP.

O conselho iniciou seu relatório dizendo que o ano prometia, com a chegada da AVON ao grupo, e, de repente, a pandemia.

Segundo o relatório, “Nações, comunidades, corporações e famílias tiveram de redefinir suas vidas e encontrar formas de se adaptar diante da pandemia…”.

Em seu relatório o grupo reitera sua visão a respeito dos desafios institucionais que tem pela frente e de seus compromissos nos processos de superá-los: “Tempos extraordinários demandam medidas extraordinárias e o espírito de coletividade de nosso grupo mostrou que estamos no caminho certo para enfrentar novos desafios globais, em especial os que se referem ao cuidado com a vida, com o planeta… Cientes de que precisamos aperfeiçoar nossas práticas corporativas, queremos ser agentes de diálogo e cooperação, buscando parcerias que gerem transformações positivas para o mundo…”.

E na manifestação conjunta das empresas do grupo – AVON, THE BODY SHOP, AESOP, e a própria NATURA –, a mensagem dos CEOs começa lembrando a última vez que todos se reuniram presencialmente.

No mês de janeiro de 2020 para anunciar a chegada da AVON: “Nos meses que se seguiram a vida, os negócios e o nosso jeito de trabalhar mudariam drasticamente. No entanto, e mesmo diante da pandemia, seguimos comprometidos com a geração de impacto positivo. Colocamos as pessoas antes das coisas, uma decisão coerente com nossa história, reforçando nossos valores e crenças…”.

Assim, o grupo NATURA&CO, mesmo com poucos anos de existência, parece já ser uma realidade.

Uma referência excepcional para outras empresas que tenham ambições semelhantes.

Em termos de resultado, o grupo apresentou um crescimento de 12,1% em termos de receitas líquidas, e de 5,1% no ebtida ajustado. R$ 36,9 bilhões de receitas, e R$ 4,2 bilhões de ebtida.


8 – PDG & MRV

Há 10 anos, o início da década que passou, e começava a nascer aquela que seria supostamente a nova estrela dentre as principais incorporadoras do País.

A PDG, de ex-sócios do Banco Pactual, e que rapidamente foi comprando outras empresas como a ABYARA, AGRA KLABIN SEGALL. No ano de 2011, seus lançamentos alcançaram a casa dos R$ 9 bilhões. 7 anos depois, absolutamente encalacrada, recorreu ao instituto da recuperação judicial.

Enquanto isso, uma incorporadora que decidiu apostar na classe C, a MRV, veio, com seu sistema de construção absolutamente industrial e com capacidade de escala, comendo por fora.

Agora, no início da nova década, a PDG que foi de forma fugaz o símbolo precário de opulência de um mercado com pouca ou nenhuma sustentação, segue sua trajetória em busca da recuperação e da sobrevivência, e a MRV, simplesmente, arrasa e domina.

Em anúncio publicado no jornal VALOR, a MRV apresenta seus números.

54 mil vendas brutas, venda de um primeiro empreendimento nos Estados Unidos, e R$ 64 bilhões alcançados em VGV – Volume Geral de Vendas, em seu LAND BANK.

10 anos depois, e como um dia ensinou a legendária e genial GERTRUDE STEIN, “Não existe lá mais ali”, ou, no lugar onde um dia brilhou fugazmente a PDG, hoje brilha magnífica e exemplarmente a MRV.


9 – A DANÇA DAS CADEIRAS

O mundo vive hoje uma espécie de dança global das cadeiras, lembram?

Aquela brincadeira que se fazia nas casas de família, e nos programas de televisão, onde sempre tinha uma cadeira a menos do que o número de participantes. E quando a música parava todos tinham que sentar. O que permanecesse em pé pela falta da cadeira, estava desclassificado.

De certa forma hoje o mundo vive uma grande dança das cadeiras. A música começou em ritmo de valsa lenta, foi acelerando, hoje já está entre samba canção e bossa nova, e muito proximamente vai virar frevo. E o número das cadeiras nos territórios convencionais cada vez mais diminuindo.

Nos novos territórios, infinitas cadeiras a serem descobertas e conquistadas, mas, nos tradicionais, as cadeiras estão terminando.

É o que acontece hoje no mundo. Onde o mundo velho vai encerrando suas atividades, o número de cadeiras – mercado – diminuindo, e muitas empresas descobrindo-se em pé e perdidas, e retirando-se.

Essa dança já começou em nosso país e vai se acelerando.

Das grandes e tradicionais empresas três já não tinham mais cadeiras para sentar, perderam mercado, relevância, competitividade, e, como na canção de roda ciranda cirandinha, “por isso DONA CHICA entre dentro dessa roda, diga um verso bem bonito diga adeus e vá-se embora”.

E assim partem
FORD,
MERCEDES BENZ.
E, agora, a SONY.

Hoje, no Brasil, milhões de compradores dos produtos SONY muito preocupados. Como proceder em relação aos produtos que compraram nos últimos anos, meses, semanas, se der problema… E aí, como era de se esperar, estabelece-se o conflito e multiplicam-se as opiniões.

Segundo alguns, e lastreados no Código de Defesa do Consumidor, as empresas permanecerão responsáveis por seus produtos de acordo com a vida útil prevista para cada um deles. Pergunta: quem vai determinar qual era a vida útil prevista?

Já outros dizem que toda a cadeia é responsável. E não apenas os fabricantes. Assim, e em caso de questionamentos na Justiça, respondem não apenas os fabricantes como os revendedores de automóveis e o varejo de produtos.

Tentando prevenir todas as contendas que certamente acontecerão nos próximos meses e anos, o PROCON de SÃO PAULO vem procurando compor-se com as empresas retirantes estabelecendo uma espécie de pacto de relacionamento com os consumidores de boa-fé que compraram seus produtos.

Com a FORD, por exemplo, o PROCON-SP celebrou um acordo em que a FORD compromete-se ao fornecimento de peças enquanto seus automóveis seguirem rodando… E agora tenta fazer o mesmo com a SONY.

Ou seja, e nas despedidas, vão se os vínculos emocionais, e exacerbam-se as dúvidas, inseguranças e questionamentos. Quando uma empresa fecha, ou se retira, todos perdem.

Uma empresa, mais que propriedade de dono, donos, ou acionistas, é um bem da sociedade.


10 – OS HERINGS

Dentre as empresas centenárias do Brasil, a mais que tradicional e querida HERING.

Assim, e na comemoração dos 100 anos da FOLHA DE S.PAULO, o jornal revisitou a história das empresas também centenárias, e atualizando suas estratégias.

Os sucessores dos fundadores, o pai, FABIO, e o filho, THIAGO, fizeram uma rápida retrospectiva de toda a história, e comentaram sobre o atual momento da empresa.

  • PIORES MOMENTOS

FABIO e THIAGO falam da pandemia, mas reconhecem que os piores momentos foram lá atrás:
“Nossos antepassados enfrentaram a gripe espanhola, duas Grandes Guerras, ciclos econômicos, hiperinflação, dentre outros… Assim é a vida… Somos descendentes do HERMANN HERING, e carregamos o legado do empreendedorismo…”.

  • SOBRE A MIGRAÇÃO PARA O E-COMMERCE

Temos inovado sistematicamente no comércio eletrônico. Não apenas abrindo lojas eletrônicas, de e-commerce, mas evoluindo no que se chama hoje de “omnicanalidade”. As lojas servem também de ponto de distribuição para o e-commerce. Nossa primeira loja eletrônica tem mais de 15 anos…”.

  • A IMPORTÂNCIA DA PANDEMIA NO E-COMMERCE

“Mais que acelerar, foi uma espécie de catalizador. Se até pouco tempo atrás o foco era na loja eletrônica, hoje não é. É a venda em qualquer ambiente, seja físico ou virtual. Tudo combinado. Compras na loja física ou no shopping mais através de um smartphone, ou a compra no eletrônico de casa para buscar na loja…”.

  • SE AS LOJAS FÍSICAS VÃO TERMINAR

“Não, é enorme vantagem. Se eu tenho mais de 700 lojas espalhadas pelo Brasil, tenho potencial de mais de 700 hubs de distribuição para o cliente poder comprar e receber em horas e sem sair de casa. O ambiente físico é o companheiro do eletrônico e vice-versa. Aquela impressão que se tinha de que o eletrônico destruiria o físico é totalmente errada. É o que nos ensinam as empresas que foram criadas no eletrônico e agora correm atrás do físico. A harmonia entre os dois ambientes é o que o futuro está sinalizando…”.

E falando especificamente sobre as características das compras durante a pandemia, FABIO HERING disse que suas lojas venderam mais a componente “conforto” para pessoas mais tempo em suas casas: camiseta básica, pijamas, moletons.

Poucos dias depois da matéria da Folha, a HERING anunciava ter celebrado um acordo com o grupo SOMA e transferido o controle da empresa por R$5,1 bilhões… Semanas antes a HERING recusara uma proposta da AREZZO de R$3,1 bilhões.

AFPD
ASSIMFALOUPETERDRUCKER

E sempre finalizamos com uma das milhares de lições de nosso adorado mestre e mentor PETER FERDINAND DRUCKER.

No final dos anos 1950, e a partir das manifestações de DRUCKER sobre os dois anos que passou dentro da GENERAL MOTORS, no final da 2ª Grande Guerra, desvendando, construindo, conceituando, e depois, em 1954, publicando e disseminando o que é de verdade, a ADMINISTRAÇÃO MODERNA, permanecia uma certa dúvida sobre o que era, de verdade, o MARKETING. Naquele momento, e procurando esclarecer a todos, DRUCKER DISSE:

“O propósito de todas as empresas de todos os setores de atividade é conquistar e preservar clientes; por essa razão, o MARKETING é a função distinta, única e comum a todas as empresas.

O marketing é muito mais amplo que qualquer departamento, pois compreende todo o negócio. É o negócio inteiro olhado do ponto de vista de seus resultados finais, isto é, do ponto de vista do consumidor.

Assim, a preocupação e a responsabilidade pelo marketing devem estar presentes, permanentemente, em todos os setores da empresa. E não, e exclusivamente, na área de marketing”.

Desde então, e segundo nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, o MARKETING, muito mais que uma caixa de ferramentas ou um departamento, passa a ser a IDEOLOGIA DA ADMINISTRAÇÃO MODERNA.

É isso, amigos e clientes. Aqui, uma pequena amostra do que coletamos e preparamos para vocês neste mês de maio. Retornamos em JUNHO.


BUT – BUSINESS TRENDS é um trabalho de coleta e análise de dados e informações realizado de forma recorrente pela equipe de consultores do MADIAMUNDOMARKETING, e colocado à disposição dos clientes, parceiros e amigos da Madia.
Mais informações:
E-mail: madia@madiamundomarketing.com.br
Telefones: (11) 3231-3998/ 2339
WhatsApp: (11) 98990-0346

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