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Março 2023

BUT PRESS 020MARÇO 2023 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, Peter Ferdinand Drucker. 1 – HEALTHTECHS, UMA ESPÉCIE DE HOMEOPATIA DA NOVA MEDICINA Alguns médicos são céticos e definitivos em relação à HOMEOPATIA. Segundo eles, placebo na veia e que não serve para nada. Serve, até placebo serve.Desqualificar e ignorar significa subestimar e não ter o menor apreço pela força do pensamento, da crença, da busca permanente pela cura, solução, resultados. E aí os planos de saúde passaram a não caber mais nos bolsos. De todos, inclusive dos grandes hospitais SÍRIO e EINSTEIN, que lutavam com dificuldades para seguirem pagando os PLANOS DE SAÚDE de seus funcionários. E criaram o MÉDICO DE FAMÍLIA, que triava todos os funcionários antes de encaminhar para os planos e descobriram e constataram, perplexos, que 90% deles não precisavam recorrer aos serviços de prontos atendimentos, exames, e internações, e assim, e literalmente, o chamado custo da saúde pelos exageros, excessos, medos e inseguranças, despencou. E aí, e em paralelo, diante dessa oportunidade, e como todos os novos recursos decorrentes das conquistas da tecnologia, nasceram as HEALTHTECHS. Agora vemos alguns especialistas dizerem que as HEALTHTECHS não param em pé. Param e param muito bem, sim, e prósperas. Descobriram que entre o que se fazia no passado e o que se passou a fazer hoje existia uma mega oportunidade, o maior dentre todos os mercados, e hoje prosperam nesse território. O que fica entre as sensações e medos, e as doenças de verdade. O que o mundo vem descobrindo hoje que existia uma demanda exagerada pelos serviços médicos tradicionais, decorrentes do medo, e da guerra que se estabeleceu entre hospitais e médicos, e laboratórios e os planos de saúde.  Hoje, com a poeira e a ignorância controlada, a saúde vai encontrando seu verdadeiro preço e valor. As HEALTHTECHS cumprem a importante missão de controlar o meio de campo. Resolver e debelar sintomas, e só encaminhar para as soluções convencionais de saúde os casos verdadeiramente necessários. Com a ajuda espetacular da, e finalmente, telemedicina. Sintetizando. Tínhamos nós, apavorados, medrosos, hipocondríacos de um lado, e instituições clássicas de saúde do outro, na outra ponta. Aí vieram os planos de saúde e tudo isso virou um big business, nós pacientes e clientes viramos bucha de canhão enquanto hospitais e planos se matavam. Agora temos um agente pacificador, que faz o meio de campo, e ajuda a acalmar a todos e colocar a saúde, finalmente, em seu devido lugar. Claro, só possível e viável diante de todas as conquistas tecnológicas a partir de 1971, com o advento do microchip… 2 – MUITO CEDO PARA QUALQUER CONCLUSÃO DEFINITIVA Pouco ou nada se sabe sobre qual o formato prevalecente na forma de trabalhar das empresas. Agora que a poeira começa a baixar, as primeiras experiências trazem bons e maus resultados, todos em busca de um modelo. Em verdade, diferentes modelos dependendo da característica do negócio e da empresa, a respeito de uma NOVA FORMA DE TRABALHAR. STELA CAMPOS, uma das mais competentes jornalistas que cobre o território dos RECURSOS HUMANOS, traduz suas conclusões de meses de pesquisas e estudos na manchete da matéria que publicou na edição especial de EXECUTIVO DE VALOR 2022 – OS MAIORES LÍDERES DO BRASIL: “A REGRA AGORA É NÃO TER TODAS AS RESPOSTAS”. Segundo STELA, tudo é um oceano de dúvidas e indagações: “É preciso encontrar um caminho para acomodar e incluir a força de trabalho que voltou diferente, seja porque sofreu traumas emocionais provocados pela covid, porque descobriu vantagens no home office ou ainda porque não quer mais trabalhar com o que não lhe faça sentido…”. Em síntese, “menos convicções e mais hipóteses…”. 3 – RESSACA, TALVEZ, A MELHOR DEFINIÇÃO A indústria automobilística, sobre todos os aspectos, e desde o FORDINHO PRETO, e quase oito décadas de domínio da GM até a chegada das montadoras japonesas e, depois, das coreanas, mais recentemente chinesas, parece ter chegado ao fim de um grande e quase interminável ciclo. Acabou. Revisão da energia propulsora, revisão dos modelos, revisão da estrutura de distribuição, fim das vendas e prevalecimento das assinaturas, e duas dúzias a mais de novidades e mudanças. E, se a competitividade de nosso país nesse território, assim como em quase todos os demais, já andava devagar quase parando, agora então a situação é desesperadora. Tão desesperadora que depois de mais de 100 anos, a FORD desistiu do Brasil como país produtor e assim prosseguirá enquanto as condições de trabalhar-se por aqui não passarem por todas as mais que necessárias e inadiáveis correções. Uma espécie de reinvenção das condições estruturais da economia do País. Batemos no fundo do poço e fomos mais adiante ainda. Em entrevista à DINHEIRO, MÁRCIO LIMA LEITE, executivo do grupo STELLANTIS e presidente da ANFAVEA, aponta os dois dedos na mesma direção: “PRECISAMOS REINDUSTRIALIZAR O BRASIL…”. E completa, “O CUSTO BRASIL precisa de uma redução radical. Convivemos com um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que retira, por baixo, R$1,5 trilhão por ano das empresas, encarece o preço dos produtos nacionais, prejudica a competitividade, e compromete e inibe os investimentos no País.” É isso, amigos. Ou reinventamos e começamos a construir agora um novo e moderno país ou estamos condenados, inexoravelmente, a engrossar a rabeira da fila e junto dos demais países atrasados. 4 – O FIM DOS EMPREGOS Muitas pessoas quando cruzam com nossos consultores nos cobram sobre o que temos falado há décadas: os empregos – mais de 90% deles, chegando ao fim, o nascimento da SHARING ECONOMY, a ECONOMIA POR COMPARTILHAMENTO, onde despedem-se os EMPREGADOS, e multiplicam-se e ocupam a cena os PARCEIROS de toda a ordem, os profissionais empreendedores. Não conheço melhor exemplo e fotografia mais eloquente que o ESTADÃO DOS DOMINGOS. Nos anos 60 e 70, quando o ESTADÃO era grandão, todos os domingos trazia milhares de anúncios de empregos. Não era incomum o jornal dos domingos ter mais de 200 páginas organizadas em 5,6,7 cadernos, sendo 3 ou 4 exclusivamente de empregos. Corta, domingo, 17 de julho, chega o ESTADÃO. Agora ESTADINHO, no formato BERLINER. No total 32 páginas. Das mais de 200 dos áureos tempos para 32. Reduziu-se a quase 10% do que um dia foi. Dos milhares de anúncios de empregos, para… ZERO! Isso mesmo ZERO ANÚNCIOS DE EMPREGOS. JEREMY RIFKIN mais que coberto de razões quando em 1996, em seu livro premonitório e emblemático, urrava ao mundo, O FIM DOS EMPREGOS. É hoje, agora, chegou. Assim como ESTADÃO, O GLOBO, FOLHA e demais jornais em todo o mundo hoje moram na CAUDA LONGA, e vivem em permanente agonia. As esperanças que existiam em relação ao desempenho do THE NEW YORK TIMES chegaram ao fim. 5 – ENFIM, A SOLUÇÃO DO TRÂNSITO, SEM PASSAR PELAS RUAS. AO MESMO TEMPO, A DESERTIFICAÇÃO DE ÁREAS DAS CIDADES Quem diria, um dia, a BERRINI virando uma longa avenida abandonada, quase sem carros. Não estamos distantes. 50 anos atrás, PETER DRUCKER manifestou sua perplexidade de testemunhar nas maiores cidades do mundo milhares de pessoas pesando 90 kg ou mais todos os dias levarem duas horas para ir e outras duas para voltar do trabalho, se tudo o que as empresas precisavam era de seus cérebros que pesam menos de 2 kg. Esse dia chegou. O trabalho à distância, para 80% das situações, é a nova e definitiva realidade, e assim, silenciosa, mas de forma acelerada, as grandes áreas das principais cidades do mundo onde habitavam as empresas e seus milhões de colaboradores mergulha em processo de irreversível desertificação. Semanas atrás, matéria do THE NEW YORK TIMES é mais que reveladora dessa nova realidade. Naquele país, em muitas cidades, existem parques ou regiões com grande concentração de empresas. Espécies de CENTROS ADMINISTRATIVOS, como temos em São Paulo. Em alguns deles, e mesmo que ainda a pandemia não tenha terminado, a ficha não tenha caído para todas as empresas, mais de 85% dos escritórios já foram desocupados, para não usar a palavra ABANDONADOS. Na matéria o THE NEW YORK TIMES cita o campus arborizado de WAYNE, onde uma TOYS ”R” US concentrava parcela expressiva de seu capital humano. 85% abandonado! As vagas para estacionamentos de automóveis que obrigavam as pessoas a levantar mais cedo para garantirem-se, VAZIAS. No refeitório, meia dúzia de gatos pingados. Ao invés de comidas para milhares, nos melhores dias, para centena. SIM, muitas pessoas, com o trabalho a distância, realizam o sonho agora possível de morarem distante, no interior, em instância, na praia. Já as empresas não só não as acompanharam como migraram para as NUVENS… Empresas e trabalho nas NUVENS, PESSOAS A DISTÂNCIA, ESCRITÓRIOS VAZIOS a caminho do abandono… 6 – SE BEBER NÃO DIRIJA; PORQUE SE BATER, A SEGURADORA NÃO PAGA São centenas de casos em que motoristas bêbados acabaram batendo seus carros, e meses depois conseguiram fazer valer suas apólices de seguro. A razão para que isso acontecesse é que a SEGURADORA desconhecia que seu segurado estava alcoolizado. Mas quando a seguradora consegue a comprovação, a apólice de seguro perde a validade. Via de regra, nas apólices e nos contratos de seguro têm uma cláusula que diz que fica expressamente excluída a cobertura e decorrentes pagamentos quando o motorista por ação ou omissão agravar os riscos… Na maioria das situações, repito, o motorista segurado evita de ser comprovada sua embriaguez, a seguradora não consegue comprovar, e ele acaba sendo ressarcido. Mas todos os julgamentos onde ocorre a comprovação os segurados perdem. Ainda agora, na 1ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a decisão deu ganho de causa à seguradora que se recusou a fazer o pagamento, na medida em que, e submetido ao bafômetro, acusou um índice de 0,54 mg/l de álcool no sangue. Portanto, e todos nós em momentos de festas, comemorações e celebrações, onde é natural algum consumo de álcool, de duas uma: ou não bebemos e vamos em nossos próprios carros, ou pegamos carona ou chamamos um táxi… 7 – CENAS DO DERRETIMENTO No processo incessante de derretimento das empresas da NOVA ECONOMIA, e até o mês passado, o território com o maior número de vítimas era o do varejo. Onde algumas das principais organizações viram o preço de suas ações cair para menos da metade no período de 1 ano. Agora todos os focos voltam-se para as chamadas FINTECHS, onde derretimento semelhante ou em maiores proporções também vem acontecendo. No total das chamadas FINTECHS BRASILEIRAS, onde se inserem PagSeguro, Stone, XP, Nubank e outras, o total que derreteu no período de 1 ano é da ordem de R$452 bilhões. As perdas foram de diferentes ordens, mas todas superiores a 50%. No espaço de 1 ano, o PAGSEGURO perdeu 75% de seu valor; a STONE, 92%; XP 66%; NUBANK, mais de 60%. Duas leituras possíveis. Na primeira, menos pessimista, uma acomodação a partir da qual voltarão a reagir. Outra, mais pessimista, ou se preferirem mais realista, agora sim é que o valor das FINTECHS se aproxima da realidade. De qualquer maneira, o clima no mercado não é dos melhores, com dezenas de milhares de investidores vendo o valor de suas ações derreterem, sem a possibilidade de qualquer movimento de recuperação. Assim, prevalece um clima de apreensão no mercado. 8 – A FOME, A VONTADE DE COMER, OU, A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA E O FIM DOS EMPREGOS Os empregos como ainda existem, diminuindo, até hoje, e em poucos anos chegarão ao fim. E só então daremos conta de como era lamentável e desumano empresas terem “EMPREGADOS” e empresários serem chamados de “PATRÕES”. Finalmente essa aberração está chegando ao fim. Mas, enquanto essa nova realidade não se revela por inteiro, e em meio a crises de pandemia e guerras pontuais, seguem as pessoas correndo atrás porque a vida não espera e o estômago e a saúde reclamam e não esperam, também. Assim, e na inexistência de emprego e precisando sobreviver, as pessoas vão à luta e desembocam no empreendedorismo. Pesquisa agora divulgada pelo instituto DIGITAL FAVELA revela que 41% das pessoas que vivem nas comunidades trabalham por conta própria, e em negócios mais ligados à alimentação e à venda de cosméticos. A pesquisa foi realizada com 1.250 moradores de diferentes comunidades em todo o país, e revela que 63% trabalha na informalidade, e que 57% empreenderam por falta total e absoluta de outra alternativa. Foram ENCURRALADOS PELA VIDA E PELA SOBREVIVÊNCIA. Ao apresentar os resultados da pesquisa, o COPRESIDENTE da DIGITAL FAVELA GUILHERME PIERRI, disse, e sensibilizou milhares de pessoas, que: “A pandemia teve classe social, ampliando a desigualdade e fazendo crescer a população das favelas. Durante a pandemia milhões de pessoas mudaram-se para a favela e que hoje totaliza um contingente de 17 milhões de pessoas…”. E, conclui: “O EMPREENDEDORISMO POR SUBSISTÊNCIA acaba virando a principal fonte de renda de muitas famílias…”. Mais que na hora de corrermos atrás e construirmos um NOVO E MODERNO BRASIL. 9 – FICÇÃO; NÃO, REALIDADE, OU, PARA QUE UTILIZAREMOS NOSSA MONUMENTAL EXTENSÃO DE TERRAS? AGRICULTURA E PECUÁRIA urbanas deixaram de ser ficção. Se a pecuária concluiu, com êxito, as últimas pesquisas para a produção de carne em laboratório e nas cidades, a agricultura já é uma realidade em grandes cidades em todo o mundo. Em São Paulo, por exemplo. Meses atrás, O GLOBO PUBLICOU UMA MATÉRIA, assinada por JOÃO SORIMA NETO, tratando do que chamou de LAVOURA URBANA. Vou transcrever o principal trecho da matéria, e onde JOÃO fala sobre uma experiência de sucesso e consagrada dentro da cidade de São Paulo, a PINK FARMS. JOÃO, diz: “Fundada em 2017, a PINK FARMS, uma das primeiras fazendas verticais da América Latina, produz hortaliças na VILA LEOPOLDINA. Tornou-se produtiva a partir de 2019 e já recebeu R$8,8 milhões de aportes de investidores. Neste momento segue numa segunda rodada de captação objetivando alcançar R$15 milhões e multiplicar por 10 sua produção. Oito funcionários são responsáveis pela produção de três toneladas de hortaliças a cada mês, cultivadas numa área de 100 metros quadrados. Uma produtividade de 17 vezes maior que numa plantação tradicional. E, ainda, livre de agrotóxicos e utilizando 95% a menos de água… Nos próximos anos, a PINK FARMS multiplicará suas fazendas verticais e urbanas pelas principais cidades do Brasil… Uma outra fazenda, também dentro da cidade de São Paulo, com 30 metros quadrados de horta…”. Paramos por aqui. E colocamos, uma vez mais, e quando além da agricultura a pecuária também for urbana recorrendo e utilizando todas as conquistas da genética, o que faremos com nosso monumental capital de terras? Mais que na hora de abrir essa discussão… 10 – MATÉRIA DESAFIADORA Tempos atrás, a FOLHA, em sua edição de domingo, publicou uma matéria mais que desafiadora para uma marca, para o McDonald´s. Título, “FAST-FOOD É A ÚLTIMA REFEIÇÃO DE PACIENTES”, e no texto, “internados de até 50 anos em setor de cuidados paliativos do hospital da Unicamp costumam optar por McDonald´s.” A afirmação não se refere a pesquisa e sim ao depoimento dos profissionais do Hospital das Clínicas da Unicamp, da cidade de Campinas (SP). Segundo uma das enfermeiras ouvidas pela jornalista ANDREZA DE OLIVEIRA, “Percebo que quando vão chegando na fase mais crítica do tratamento, querem alguma coisa como um GRAND FINALE… Na faixa dos 50 anos, focam em comida e solicitam o Mc. Há casos em que assim que acabam de comer o lanche, os pacientes mais debilitados já se encontram na fase final. Assim, acaba sendo a última refeição de muita gente… Nessas situações nunca pedem suco de laranja… É sempre refrigerante e Mc”. Em verdade, e não obstante as declarações, o Mc não deveria fazer o que quer que fosse. Apenas registrar os depoimentos em respeito aos pacientes, e, internamente, celebrar o fato de o quanto sua marca encontra-se presente na cabeça e no coração de muitos de seus clientes de décadas. Apenas isso. DRUCKER´S MONTHLY E agora, a lição de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER deste mês. “Tive uma boa educação musical quando garoto. Viena, durante minha adolescência, era uma cidade que transcendia música. Embora sempre ouvisse óperas maravilhosas, nada se compara à sensação que tive ao ouvir pela primeira vez FALSTAFF, de GIUSEPPE VERDI. Fui atrás. E descobri que foi composta por um homem aos 80 anos. Eu tinha 18 anos e não conhecia ninguém com essa idade. As pessoas mais saudáveis mal passavam dos 50 anos. Então li o que o próprio VERDI disse a respeito, quando de certa feita fora lhe perguntado por que um homem tão famoso e considerado um dos maiores compositores de ópera do século XIX, e com sua idade, ainda se dava a tanto trabalho e ao desafio de compor uma obra daquela dimensão. E, VERDI, respondeu: ‘Durante toda a minha vida como músico lutei para atingir a perfeição. Sempre me escapou. Certamente eu tinha a obrigação de tentar mais uma vez’. Naquele momento decidi que qualquer que fosse minha carreira, as palavras de VERDI seriam meu guia. E, se chegasse àquela idade avançada, jamais desistiria.”
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Janeiro/Fevereiro 2023

BUT PRESS 019 – JANEIRO/FEVEREIRO/2023 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, Peter Ferdinand Drucker. 1 – UMA ENTREVISTA DEVASTADORA FERNANDO ZANCAN, presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, concedeu entrevista a LANA PINHEIRO, de DINHEIRO, e entortou a cabeça de muitos… Quase todos. É definitivo, “A solução para as questões climáticas não é acabar com os combustíveis fósseis, e sim, descarbonizar sua produção…”. Segundo FERNANDO, “Estamos sofrendo um escrutínio global por uma confusão de conceitos. Dentro do necessário processo de descarbonização da economia, há um entendimento errado de que é preciso acabar com o combustível fóssil. Pregam o fim da fonte, e não a solução do problema decorrente da emissão dos gases estufa. Os fósseis representam 80% da matriz energética mundial e, pela representatividade, viraram alvo. Assim, repito, a solução para as questões climáticas não é descarbonizar a cadeia. Temos de capturar CO2, armazená-lo ou dar outra destinação, planejando uma transição energética de um modelo de alto para o de baixo carbono sem destruir valor econômico nem social…”. Pouco provável, diante da altura e intensidade que alcançou a discussão, que agora a outra, ou, outras partes, consigam ouvir as ponderações da Associação Brasileira do Carvão Mineral. 2 – R$ 500 BILHÕES QUE JAMAIS VOLTARÃO De gigantescos prejuízos decorrentes da pandemia – de poucos – com o passar dos anos –recupera-se parcela ou alguma parte. Já o consumo corrente está definitivamente perdido. Não há como recuperar e muito menos repor. Dentre as diferentes atividades, umas das que mais se enquadram nessa situação são os negócios relacionados a viagens e turismo. Do início da pandemia, março de 2020, a março de 2022, e segundo a Confederação de Bens de Serviços, Comércio e Turismo (CNC), o negócio de turismo em nosso país deixou de ter uma receita da ordem de R$ 508 bilhões. Esse dinheiro perdeu-se na história. Totalmente perdido. Não volta, jamais. Milhões de empregos diretos e indiretos, e milhares de negócios foram, literalmente, triturados. Ficaram pelo caminho. Todos os sobreviventes, e que encontram força e motivação mínimas, recomeçando praticamente do zero. Muitas vezes é o que acontece. A única alternativa é um doloroso e difícil recomeçar… 3 – SÍNDROME DE RIP VAN WINKLE RIP VAN WINKLE é um personagem criado por WASHINGTON IRVING, e baseado na literatura germânica. Trata-se de um fazendeiro que decidiu, cansado de ouvir as reclamações de sua esposa que era vagabundo e não gostava de trabalhar, dar um passeio com seu cão a uma montanha próxima para esfriar a cabeça. Cruzou com um anão subindo a montanha carregando um barril pesado, ajudou o anão no transporte que lhe deu um gole da bebida. Rip acordou, procurou por sua arma e assustado constatou que estava enferrujada. Seu cão tinha desaparecido. Vai até sua casa e está toda destruída e abandonada. No bar encontra dois ou três amigos que sobreviveram. Aos poucos descobre que ficou na montanha dormindo por 20 anos. Essa é a sensação que muitas pessoas têm hoje diante das transformações radicais decorrentes do tsunami tecnológico. Em todos os setores de atividades, mas, com ênfase maior em alguns, como no da saúde. Semanas atrás o jornal VALOR publicou mais um de seus estudos especiais, e referente ao território da saúde em nosso país. E a sensação que os leitores têm é que são uma espécie de RIP VAN WINKLE, que dormiram durante mais de 10 anos, e quando acordam, agora, descobrem as mudanças monumentais que aconteceram nesse território. Praticamente não existe um único negócio no território da saúde que não tenha se reinventado. Os que não passaram por esse processo não existem mais e foram comprados. Assim, e se há menos de uma década falássemos de grandes hospitais no Brasil, SÍRIO E EINSTEIN eram as grandes referências. Hoje, o grande destaque é a REDE D’OR SÃO LUIZ. Laboratórios agregaram mais e muitos serviços, como o DASA. Os hospitais tradicionais vão se convertendo em faculdades de medicina. A medicina a distância é uma baita e auspiciosa realidade. Apenas para citar algumas das quase que infinitas mudanças. Isso posto, existe um novo ranking em termos de maiores grupos do negócio da saúde no Brasil, tomando-se como medida o NÚMERO DE LEITOS. A liderança relativamente tranquila é da REDE D’OR SÃO LUIZ com 10.214 leitos. Vindo na sequência HAPVIDA, 7.134; DASA, 3.707; AMÉRICAS SERVIÇOS MÉDICOS, 2.702, e, MATER DEI com 2.525. O número de fusões e aquisições que começou de forma tímida no início da nova década, 2010, com um total de sete, 8 anos depois foram 13, 9, 22, 10, 25, e em 2021, 32 fusões e aquisições. Em decorrência da Covid, todas as resistências que ainda haviam em termos de digitalização da saúde, e telemedicina, literalmente, desapareceram quase que do dia para a noite. Ou seja, amigos. Aconteceu! Se não foi da melhor maneira, com planejamento sensível e acurado, foi meio que aos trambolhões, e agora não tem mais retorno. Isso aconteceu em maiores ou menores proporções com quase todos os setores de atividade, mas, seguramente, o da SAÚDE, se não foi o que passou por maiores reinvenções, foi um dos três deles. Difícil escolher os outros dois. 4 – MERCADINHOS DE BAIRRO Por uma série de razões e motivos, ainda os chamados mercadinhos de bairro não pegaram no Brasil, enquanto empresas de porte. Até hoje manifestações pontuais, e, quando no formato empresa, poucas lojas. Não necessariamente um supermercado, não necessariamente uma loja de conveniência, dessas de postos de gasolina. Um tamanho no meio, e com uma consistente base para lanches e comidinhas rápidas. Quem decidiu mergulhar de cabeça nesse território, agora, e escancara seus planos e intenções é uma rede de origem mexicana, a OXXO, no Brasil em parceria – joint venture – com o grupo mexicano FEMSA, e com a RAÍZEN. A OXXO foi criada no ano de 1978 no México, hoje já são mais de 20 mil unidades. No Brasil a joint venture deu origem ao GRUPO NÓS integralizado e controlador da rede OXXO e da rede SHELL SELECT, lojas de conveniência dos postos de gasolina. Em entrevista a LARA SANT’ANNA, de ISTOÉ DINHEIRO, o CEO Rodrigo Patuzzo definiu o posicionamento e a ambição: “O GRUPO NÓS nasce com a responsabilidade de liderar o mercado brasileiro de conveniência e proximidade e ser reconhecido como a rede mais confiável”. E o CEO do GRUPO RAÍZEN completa, “Estamos inaugurando um mercado por dia. Vamos chegar ao número 1000”. Hoje a OXXO já se encontra presente em pontos específicos de cidades com grande densidade populacional. São Paulo, Campinas, Osasco, São Bernardo do Campo, Piracicaba, dentre outras. Será que desta vez vai dar certo. Por enquanto, todas as tentativas têm apresentado resultados muito distantes dos desejados pelos investidores. E ainda não registram nenhum entusiasmo maior pela clientela desejada. 5 – TEMPESTADE PERFEITA OU JUVENTUDE ABALADA Hoje pode se dizer que sob o ângulo da idade, dentre todas as faixas a mais afetada pela pandemia foram a dos jovens. Uma espécie de tempestade perfeita despencou sobre suas cabeças. E o registro da ocorrência vem sendo feito tanto através de pesquisas realizadas pela Faculdade de Medicina da USP com seis mil jovens em todo o Brasil, como também pela manifestação de centenas de especialistas. Muitos fatores interagindo simultaneamente num curto período de tempo – dois anos – sem possibilidade de decantarem. A pandemia como pano de fundo, a interrupção das aulas, o distanciamento, a maior permanência em casa, o uso dobrado de gadgets muito especialmente computadores e smartphones, e a gamificação interminável… Mais, a nova ritualística das aulas a distância… Sem falar da vacinação que os colocava no final de fila. E a indigesta chegada da puberdade e o aumento da solidão. Em matéria da revista ÉPOCA, o registro de um trabalho publicado na EUROPEAN CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY, tendo como amostra 5.795 jovens monitorados online desde meados de 2020. As primeiras fotografias reveladas apontavam já no segundo semestre de 2020, 36% dos monitorados com sintomas inequívocos de depressão e ansiedade. Desde já, e com absoluta certeza, em processo de diagnóstico e dimensão, a GERAÇÃO PANDEMIA… Que vai carecer de muitos cuidados em todos os próximos anos… 6 – EXCESSO DE NOVIDADES É ótimo o que vem acontecendo em quase todas as cadeias de valor dos diferentes setores de negócios e atividades. Porém, jamais se deve ignorar que as pessoas têm uma certa dificuldade em entenderem e passar a usar, do dia para a noite, aquilo que até ontem não existia e desconheciam. Um dos melhores exemplos dessas novidades radicais é o que vem acontecendo com o hoje GRUPO FLEURY, durante décadas o mais conceituado e importante laboratório de análises do Brasil. Num espaço de tempo muito curto converteu-se num grupo e não para de agregar novos serviços. Converteu-se, como diz seu principal executivo, HANS ULRICH LENK, e muito mais e além do que um laboratório, numa plataforma digital que procura conectar todas as pessoas que buscam por produtos e serviços de saúde, aos prestadores desses serviços, médicos, hospitais, clínicas e laboratórios. Ou seja, as pessoas que se acostumaram durante décadas a conviver e respeitar o FLEURY, hoje procuram reorganizar esse conhecimento em suas cabeças para uma empresa que se converteu num grupo e hoje presta uma quantidade bem maior de serviços. Ou seja, vai levar algum tempo – anos – para que finalmente as pessoas entendam o que é esse novo FLEURY, o que é o GRUPO FLEURY. Hoje, e através de sua plataforma SAÚDE iD, oferece mais de 3,5 mil ofertas diferentes, que vão de consultas online, exames laboratoriais e de imagem, cirurgias de baixo risco, procedimentos não cirúrgicos – incluindo estéticos e odontológicos – tipo aplicação de botox – e muito mais. Soa até estranho ouvir-se a linguagem que o FLEURY adotou, bem distante do tradicional laboratório de décadas atrás. Diz coisas como, “para os usuários são oferecidas consulta em telemedicina, agendadas com rapidez e menor custo, com médicos padrão de qualidade FLEURY. Nos exames, com valores acessíveis, compra e agendamento sem burocracia… E as cirurgias seguem um formato de pacote completo. Após passar pela avaliação médica o paciente paga um valor fechado que já contempla todo o pacote necessário para a operação, desde as primeiras consultas e exames até o acompanhamento e os remédios do pós-operatório…”. E oferece, ainda, a partir de parcerias, financiamentos para procedimentos médicos e estéticos em até 24 meses. Ou seja, o velho, bom, e de ótima reputação FLEURY, hoje é um marketplace de saúde que oferece todos os serviços para todo o tipo de paciente… Ou seja, e por mais eficazes que sejam na comunicação, levarão um bom tempo para reconstruir uma nova imagem na cabeça das pessoas. E aí ficam perguntas tipo, será que não deveriam ter separado as marcas? Será que não deveriam tratar e desvincular completamente o SAÚDE iD do LABORATÓRIOS FLEURY? O tempo dirá. 7 – EXISTEM LIMITES PARA DISTANCIAMENTOS Nada contra pessoas, usando dos meios legais e éticos, prosperar e ganhar mais dinheiro que outras pessoas. Ou por competência, sorte, trabalhar mais, não importa. Cada um dosa seus esforços, estabelece seus limites e corre atrás. Não existe igualdade por lei e muito menos decretos. Somos diferentes, somos desiguais por natureza e gênero. Por ancestralidade, pelo lugar onde nascemos, e pelas características específicas de cada um de nós. Assim, e por natureza, somos desiguais. Acredito, no entanto, que perseguir essa individualidade exclusivamente pela capacidade de produzir, gerar e ostentar riquezas, definitivamente, não seja o melhor caminho. Lemos nos jornais de um final de semana do ano passado, uma notícia e comentários sobre a autorização concedida pelo governo para que a concessionária do aeroporto GRU – GUARULHOS – construa um novo terminal. O terminal dos ricos +, ou, terminal VIP. Na manifestação do secretário nacional da Aviação Civil, será mais que uma sala vip. Será um terminal inteiro VIP. A autorização teria sido concedida a um grupo árabe com sócios canadenses. O novo terminal destina-se a passageiros que viajam em aviões próprios, em primeira classe, e, excepcionalmente, em classe executiva. E na notícia, comentário, a explicação é taxativa, elitista, preconceituosa: “O passageiro não tem contato com o público da classe econômica em seu trajeto no aeroporto…”.Paramos por aqui. Esse tipo de mundo é lamentável e discriminatório. Em países, como o nosso, viajar de avião já chega a ser um luxo. Não precisaria de todos esses cercadinhos e gaiolas. Um BRASIL NOVO E MODERNO passa a quilômetros de distância desse tipo de lamentáveis privilégios. 8 – A TERCEIRA MEDICINA Muitos nos pedem exemplos da novíssima e mais que revolucionária MEDICINA CORRETIVA, a terceira medicina que veio incorporar-se às duas anteriores, a CURATIVA e a PREVENTIVA, e que vem garantindo cura, longevidade, e, quem sabe, começar-se a conversar sobre imortalidade, ou morte opcional. Em edição uma de VEJA – 29 de junho 2022 – a mais que inspiradora e emocionante história de uma jovem americana, EMILY WHITEHEAD, 17 anos, finalmente, livre do câncer. 10 anos depois de um novo tratamento. Leucemia linfática, aos 5 anos, sem esperanças, seus pais decidiram acreditar num novo e revolucionário caminho.  Uma terapia experimental que reensina uma célula a como identificar e destruir uma célula cancerígena. EMILY passa para a história como a primeira criança do mundo vencedora e resgatada através da terapia batizada de CAR-T. Uma das primeiras e mais consistentes manifestações da novíssima e redentora MEDICINA CORRETIVA. Que começa com a chegada do microchip em 1971, torna-se viável com o genoma humano na virada do milênio e agora converte-se em realidade. Sim é possível corrigir erros e descaminhos que a natureza comete a tempo. É um novo mundo nascendo. 9 – LEI DE MOORE OU SOCIEDADE DE CUSTO MARGINAL ZERO + DASA E PEDRO BUENO Em 1971, ao entregar a encomenda que a INTEL recebeu da fabricante de calculadoras japonesa, a BUSICOM, o MICROCHIP, o engenheiro GORDON EARLE MOORE, sentenciou, “A cada 18 meses o microchip dobrará de capacidade e terá seu preço reduzido pela metade”.  Nos primeiros anos foi assim, mas, e gradativamente acelerando. Anos depois, 2015, JEREMY RIFKIN traduziu e comprovou a LEI DE MOORE em seu premonitório e monumental livro SOCIEDADE DE CUSTO MARGINAL ZERO. Assim, e até os dias de hoje, ainda um pouco distante do fim, genericamente o preço de tudo, literalmente, despenca. Aqui no Brasil, um dos melhores exemplos vem sendo alcançado e dado pela DASA, maior rede integrada de saúde da América Latina, e que tem em seu comando PEDRO BUENO. Trabalhando rigorosamente dentro do que disse GORDON MOORE, e tornando verdade os ensinamentos de RIFKIN pela prática, PEDRO BUENO e sua DASA vem demonstrando a importância da capacidade de processamento, em altíssima velocidade e seu impacto auspicioso na redução dos custos, e simultaneamente, em ganhos espetaculares de informação e conhecimento. No final de 2022, PEDRO voltou a se manifestar no O GLOBO, e separamos para compartilhar com vocês o que consideramos da maior importância. Vamos lá. – O REPOSICIONAMENTO DA DASA. Diz Pedro: “A DASA vem se posicionando como um ecossistema integrado desde 2017. Até então éramos apenas diagnósticos. Decidimos ir além e agregar mais valor a toda a cadeia. Protagonizamos uma grande transformação digital com dados e analytics e seguindo em frente em outros elos da cadeia de valor da saúde… Em 2019 somamos a DASA à ÍMPAR – rede hoje com 15 hospitais – e no ano seguinte à pandemia que nos obrigou a uma operação de guerra. Daí, a um ecossistema integrado, foi uma decorrência natural. Mergulhar fundo na informação e intensificar e aproximar a relação com médicos e pacientes. Veio a plataforma NAV para suportar na prática todo esse reposicionamento, e hoje, um ano depois, já se traduz num universo de 3 milhões de usuários e 25 mil médicos…”. – NA PRÁTICA, COMO FUNCIONA… “O médico recebe o que chamamos de resumo clínico, que traz dados e informações agregadas. E alertando sobre exames que o paciente deveria fazer, mas não fez. Possibilitando aos médicos acompanharem com maior eficácia cada um de seus pacientes com perspectivas de melhores resultados nos tratamentos. Exemplo, um diagnóstico de câncer de mama em estágio inicial traz uma perspectiva de tratamento muito melhor. Hoje, na rede privada, esse tempo é em média entre 60 a 90 dias. Na DASA conseguimos reduzir esse prazo para 12/13dias. Temos algoritmos que leem diagnósticos e emitem alertas…”. – EVOLUÇÃO “Até o final deste ano teremos em nossa plataforma um “feature” que, e a partir dos dados disponíveis, consegue alertar sobre riscos de doenças futuras…”. LEI DE MOORE, SOCIEDADE DE CUSTO MARGINAL ZERO, JEREMY RIFKIN, na prática do dia a dia do DASA. A NOVA MEDICINA encorpando. 10 – NÔMADES DIGITAIS – UM PAÍS SEM BASE, ITINERANTE, DE 35 MILHÕES DE HABITANTES – POR ENQUANTO E EM CRESCIMENTO… O mundo tem hoje e dentre seus países, um país sem lugar fixo e de multinacionalidades. Onde seus habitantes movimentam-se o tempo todo e são originários de todos os demais países do mundo. O país dos NÔMADES DIGITAIS, formado por milhares de espaços de todos os países, e de onde trabalham os profissionais de hoje e de amanhã. Quem diria, o tal do mundo sem fronteiras, na prática, convertendo-se em realidade factual. E, segundo as estimativas realistas, o país dos NÔMADES DIGITAIS deverá figurar em 2035 dentre os 5 maiores países do mundo, com uma população superior a 1 bi de habitantes! Pergunta que não quer calar, será que no final deste século o conceito e entendimento do que é um país continuará o mesmo…? Certamente, não! DRUCKER´S MONTHLYE agora, a lição de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER deste mês. Em diferentes momentos e circunstâncias, nosso adorado mestre e mentor recomendava a todos os empresários criativos, inovadores, e também consistentes e sensíveis, a importância do foco e da concentração. Via de regra, começava sua defesa da especialização com um provérbio. Dizia: “Não vá o sapateiro além dos sapatos”. Esse velho provérbio ainda é um ótimo conselho. Quanto menos diversificado for um negócio mais administrável será. Fica mais fácil para todos entenderem quais são seus trabalhos, sua contribuição para os resultados, e o desempenho do conjunto das pessoas. Esforços concentrados, expectativas definidas, desempenhos passíveis de avaliação. A complexidade cria problemas de comunicação. Mais reuniões, mais hierarquia, mais atrasos. Assim, existem apenas duas formas para se dar sentido a negócios complexos e diversificados. Ou se alcança a singularidade porque negócio, produtos, demais atividades, concentram-se num mesmo mercado. Ou alcança-se a singularidade se negócio, mercado, produtos e demais atividades estiverem todos integrados e inseridos na unicidade de uma mesma e comum tecnologia”. Mas, e na atual conjuntura de disrupção radical, a maioria das empresas ignora a importância da especialização e cai na tentação tóxica e deletéria de fazer tudo. Mais cedo ou mais tarde irão de arrepender. Todas, ou quase…
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Novembro/Dezembro 2022

BUT PRESS 018 – NOV/DEZ 2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, Peter Ferdinand Drucker. 1 – REVISTA ELA E BRUNO ASTUTODentre as leituras de final de semana, a de uma das raras revistas – ELA – do jornal O GLOBO – sobrevivente. No passado quase todos os grandes jornais tinham ou um suplemento ou uma revista aos domingos. Hoje…Pela qualidade, superficialidade, mas atualidade de seu editorial, e pela presença de um trio de colunistas, hoje dois, e sabe-se lá por quanto mais tempo os atuais dois resistirão.A colunista que partiu foi DANUZA LEÃO, que nos seus 80 anos altos, um dia e apenas disse, “encaretamos” e depôs o lápis, caneta, laptop…Resistem a MARTHA MEDEIROS, gaúcha de Porto Alegre, ingressando nos 60, fala do cotidiano e suas mazelas, já vendeu mais de 1 milhão de exemplares de seus livros, mas, e em suas últimas crônicas, revela um cansaço compreensível, mas, precoce.E o terceiro, em pleno brilho, BRUNO ASTUTO, até 3 anos atrás contratado da GLOBO e participante do programa de ANA MARIA BRAGA, casado com o estilista SANDRO BARROS desde 2014, da cidade de ITAPETININGA, no interior de São Paulo, formado em direito, fala seis idiomas e ainda escreveu muitos livros.Numa de suas últimas colunas na revista ELA, de O GLOBO, comenta sobre a “SISSIMANIA” que ameaça invadir o Brasil e o mundo, com sucessivas manifestações nas plataformas de streaming daquela que foi, além da princesa bávara ELISABETH WITTELSBACH, imperatriz da ÁUSTRIA, nos 1800, e campeã absoluta das sessões da tarde no Brasil. Diz que nas atuais releituras, devidamente climatizadas e contextualizadas, tem de tudo e muito mais.E finaliza sua crônica com reflexão da maior importância e que agora compartilhamos e refletimos com vocês, em nosso território de negócios e business.Diz BRUNO, e falando especificamente sobre a SÉRIE de seis episódios, alemã, SISSI: “A série é entretenimento dos bons e tem seus recursos naturais de dramaturgia. Mas, à moda das telebiografias contemporâneas do streaming, é mais uma obra que contraria a máxima do escritor francês MAURICE DRUON, que recomendava NÃO JULGAR A HISTÓRIA COM OS OLHOS INSTRUÍDOS DE HOJE, MAS COM OS CEGOS DE ONTEM…”. E conclui BRUNO, “NÃO SERÁ REINVENTANDO O PASSADO QUE CORRIGIREMOS A ROTA DO FUTURO. ATÉ MESMO PARA SABERMOS ONDE FOI QUE ERRAMOS, E NÃO REPETIRMOS AS TRAGÉDIAS QUE NOS TROUXERAM ATÉ AQUI…”. Perfeito, mas não suficiente. Mas que importante seguirmos aprendendo com os erros, mas, e desta vez, o passado chegou ao fim e o presente está próximo de terminar também.Todos precisamos acelerar nossos passos para um grande e consistente salto em direção a um futuro absolutamente novo e desconhecido, mas, mais que fascinante e irresistível.O conhecimento que coletamos em nossas trajetórias pela vida seguirá conosco e formam nosso raciocínio, discernimento e sensibilidade. Mas, o futuro, novo como jamais qualquer outro futuro foi, precisa ser escrito a partir de agora, já, e do começo. Do zero! 2 – TENTANDO FAZER CABER EM BOLSO CURTOSe nas condições anteriores as pessoas não conseguem comprar, e dentre outras soluções, uma delas é reduzir o tamanho. É o que vem acontecendo com produtos, com as indústrias reduzindo o tamanho das embalagens, e agora com as viagens de turismo.Outros destinos, ao invés de 15 dias, 1 semana, 4 dias, fim de semana, para que os negócios se sustentem e continuem.A maior empresa do setor, que praticamente pegou duas gerações de brasileiros pelas mãos, estimulou e ensinou a viajar, a CVC, em recente coletiva de imprensa, de seu presidente, LEONEL ANDRADE, manifestou-se nessa direção.Segundo a CVC, com a inflação, os juros básicos em alta, com a crise ferrada em decorrência da pandemia em que mergulharam os diferentes elos da cadeia de valor, muito especialmente os três principais: empresas de transporte, serviços de hospedagem, e empresas de turismo, vivemos uma espécie de furacão, de tempestade perfeita, debilitando todos os elos da cadeira e tornando os passeios mais caros para clientes com menos dinheiro.É isso, aconteceu. É arregaçar as mangas e reconstruir um setor de atividades devastado brutalmente por acúmulo e superposição de crises. 3 – A TAL FOTOGRAFIAUma primeira fotografia tirada pela ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico, mais ANFAVEA, mais FENABRAVE e GREEN, revela a realidade do negócio de veículos elétricos no Brasil.Essa primeira fotografia refere-se ao ano passado, 2021. Quase uma espécie de primeiro ano de uma nova realidade em processo de construção e crescimento.Do estudo, divulgado pela FOLHA, no especial TERRA O PLANETA IMPORTA, separamos e comentamos com vocês alguns dados e nuances dessa primeira fotografia.Vamos começar pelo tamanho da frota que encontrava-se rodando pelo Brasil no dia 31 de dezembro de 2021: 87 mil veículos, entre automóveis, utilitários, SUVs e comerciais leves e eletrificados. Ou seja, um número ainda muito pequeno, mas mais que suficiente para algumas análises e entendimentos. Agora, os detalhes: Especificamente no ano de 2021 foram vendidos 34,9 mil veículos eletrificados. O grande salto aconteceu na frota de caminhões elétricos das empresas. 1.100% em relação ao que era um ano antes e em consonância pelo crescimento e adesão às políticas de ESG de muitas e importantes empresas. A tendência neste ano de 2022 segue sendo a de forte crescimento. Em março de 2022, um crescimento nos emplacamentos de 106% em relação a março de 2021. O que significa um total de e 3.851 veículos. Especificamente no território dos carros: A régua, o modelo de entrada e mais barato custa ao redor de R$160 mil. Na outra ponta, um Porsche, por exemplo, ultrapassa os R$1 milhão. No capítulo das estimativas, as projeções dizem que 62% da frota dos zero quilômetros no ano de 2035 será de carros elétricos. Ainda dois outros dados relevantes da fotografia dizem que hoje já são 1.250 estações de recargas públicas e semipúblicas para veículos elétricos no País. E que 18 ônibus totalmente elétricos rodam na cidade de São Paulo… Ou seja, amigos, e a partir desta fotografia, começamos a testemunhar e tangibilizar o nascimento e os primeiros contornos de um NOVO BUSINESS. O dos veículos movidos a eletricidade. Na música de CAETANO, “TERRA”, ele diz: “Quando eu me encontrava preso na cela de uma cadeia, foi que vi pela primeira vez as tais fotografias…”.Mais ou menos o que acontece com todos nós. Depois de mais de 100 anos presos e dependentes da cadeia de veículos movidos a combustíveis fósseis, começamos a ver os primeiros contornos de um novo mundo de veículos movidos a eletricidade. E na música CAETANO, assinalada: “Porém lá não estavas nua e sim coberta de nuvens…”. Mais ou menos o que acontece com nossos primeiros sentimentos, cobertos de nuvens e dúvidas, sobre esse novo negócio. 4 – MCDONALD’S, OU, QUANDO PICANHA É UMA MERA CITAÇÃONo mundo das FAKE NEWS, até mesmo gigantes que jamais precisariam recorrer a esse expediente, fraquejam, caem em tentação, e pisam, mediocremente na bola.Quando uma empresa do sucesso e marketing de excepcional qualidade recorre a utilização de uma palavra consagrada e que tem um único sentido, todos acreditam e, se gostam, compram e repetem.E aí o MCDONALD’S decidiu apropriar-se do código PICANHA para um de seus sanduíches, e incluiu o Mc antes, nascendo o McPicanha.Tudo não passava da adição de um molho. De PICANHA, apenas a palavra e apelo a uma suposta olfativa ou degustativa capaz de produzir solenes imaginações.Porém, no lançamento e campanha, comportou-se como se estivesse usando picanha no McPicanha, generosamente.Denúncia em cima, e todos os órgãos responsáveis mais que cobrando explicações do Mc. E aí o Mc deu a mais esfarrapada das explicações diante desse comportamento lamentável. Disse: “Os novos McPicanhas têm esse nome justamente para proporcionar uma nova experiência ao consumidor, oferecendo sanduíches inéditos com um sabor mais acentuado de churrasco…”. WHAT? CHURRASCO… Mas chama-se picanha?!E completava a picaretagem, dizendo: “Os lançamentos trazem a novidade do exclusivo molho sabor picanha – com aroma natural de picanha – uma nova apresentação e um hambúrguer diferente em composição e em tamanho…”. Aproveitando a picaretagem, talvez o Mc pudesse aproveitar o ensejo, e em caráter de purgação de culpas lançar toda uma linha denominada de McFakes… 5 – O SER HUMANOQuanto vale uma fraude? Depende, mas jamais alguém conseguirá definir com justeza e precisão seu valor.COPA DO MUNDO de 1986. Depois de vencer a Coreia do Sul por 3 a 1, empatar por 1 a 1 com a Itália, e vencer a Bulgária por 2 a 0, a seleção da Argentina chega às oitavas de final e tem pela frente a toda poderosa Inglaterra.Aos 6 minutos do segundo tempo MARADONA é lançado, e entre o goleiro, PETER SHILTON, e o zagueiro, STEVE HODGE, mais baixo que os dois em pelo menos 20cm, decidiu golpear a bola com a mão e fazer o gol. Vendo que o juiz não percebera e corria para o meio campo, conclamou seus companheiros de seleção a abraçá-lo e comemorar o gol.Para compensar a falcatrua, quatro minutos depois pegou a bola no meio do campo, driblou a defesa inteira da seleção inglesa e fez um dos mais emblemáticos e aclamados gols de todas as copas.Antes de partir, e no documentário realizado no ano de 2019, sob a direção de ASIF KAPADIA, MARADONA relaciona o uso da mão à GUERRA DAS MALVINAS. Declara:“Nós, argentinos, não sabíamos o que os militares estavam fazendo. Diziam que estávamos vencendo a guerra quando, em verdade, estávamos sendo goleados por 20 a 0. Não deu para engolir. A partida era como se fossemos retomar a guerra. Não tinha a intenção, mas, instintivamente, recorri a minha mão. A sensação, confirmado o gol, foi de vingança simbólica contra os ingleses. Dias depois a ARGENTINA sagrava-se campeã mundial de futebol na COPA DO MÉXICO, com um gol de mão.No ano passado, PAOLO SORRENTINO, um dos melhores diretores de cinema da atualidade, resgatou a passagem histórica de MARADONA pelo NAPOLI, num time inesquecível, e ainda com a presença dos brasileiros Alemão e Careca. Contando sobre sua vida, sobre o orgulho que o craque trouxe de volta ao time da cidade, e dando ao filme o título de É STATA LA MANO DE DIO…GIULIANI, RENICA, FERRARA, CORRADINI (ou BARONI), FRANCINI, ALEMÃO, DE NAPOLI, FUSI ou CRIPPA/ROMANO, MARADONA, CARNEVALE (ou GIORDANO), e, CARECA. Esse o time que fez a cidade resgatar, durante anos, muito do orgulho de seus cidadãos.Na Copa seguinte, a de 1990, na ITÁLIA, e em plena campanha de FAIR PLAY promovida pela FIFA e em decorrência do GOL DE MÃO DE MARADONA, o astro voltou a recorrer a MÃO DE DEUS. Impediu que sua seleção sofresse um gol contra a RÚSSIA. O juiz sueco ERIK FREDRIKSSON não viu, e, “segue o jogo”. Talvez, e para os juízes, MARADONA, além de craque espetacular, tivesse uma mão invisível.Toda essa história se conclui, por enquanto, no valuation de tudo o que aconteceu.A camiseta que MARADONA usava quando marcou o GOL COM A MÃO, contra a INGLATERRA, usando, segundo ele, A MÃO DE DEUS, foi leiloada pela casa de leilões de Londres, a SOTHEBY´S, leilão concluído numa quarta-feira, 4 de maio de 2022. Superando todas as estimativas iniciais foi arrematada por £7.142 milhões, o equivalente a aproximadamente R$45 milhões no dia.Em todas as pesquisas realizadas a respeito do lance histórico, MARADONA foi totalmente perdoado. A quase totalidade dos respondentes colocou a culpa no juiz…“Sem querer, instintivamente, MARADONA, viu sua mão deslocar-se em direção a bola e não teve como evitar…”.PS – Em entrevista, e explicando sua decisão de filmar “É STATA LA MANO DE DIO”, talvez PAULO SORRENTINO tenha antecipado a razão de nosso comportamento complacente em relação a falcatruas. Disse, “Há uma clara conexão entre a morte de meus pais e minha decisão de me tornar um cineasta. A única coisa que me ocorreu para suportar o que aconteceu foi criar realidades paralelas que me permitissem fugir da realidade.”“Realidades paralelas…”.Assim somos nós? 6 – CONSERTANDO-SE É QUE SE PIORAMuitas vezes, na vida, e por melhores que sejam as intenções, por mais óbvias que pareçam ser as soluções, na tentativa de se corrigir é que se exacerba a dimensão do problema. Não é comum acontecer – mas não é raro – se não existe um mínimo de sensibilidade e raciocínio para embasar decisões, e acaba se agindo sem dimensionar as verdadeiras e reais consequências.Não tão comum nas decisões que envolvem a coletividade, mas relativamente comum nas empresas onde decisões são movidas, além de critérios profissionais e técnicos, por brigas internas, paixões, vinganças, perseguições, e muito mais.O exemplo que acaba de ser dado ao mundo aconteceu nos Estados Unidos, e na apuração dos verdadeiros resultados de uma campanha que tentava diminuir o número de acidentes nas estradas. Conforme compilação e relato do biólogo FERNANDO REINACH em sua coluna semanal no ESTADÃO. A campanha – que também acontece em algumas estradas do Brasil – recorre a colocação de luminosos, preferencialmente nos primeiros quilômetros das estradas – informando aos motoristas o número dos acidentes e mortes do último mês.Um dos estados americanos, o TEXAS, decidiu mostrar essa informação nas 900 placas espalhadas por suas estradas, apenas em uma semana por mês, e deixar o luminoso apagado nas outras três.Aí, cientistas e pesquisadores confrontaram todos os acidentes ocorridos desde a existência desses luminosos, a partir do ano de 2010 até 2017. E a distância em que ocorreram os acidentes.E aí, surpresa! Quando os luminosos estavam ligados, e assim os motoristas informados e alertados sobre o número de acidentes e mortes, o número de acidentes crescia em 4,5 vezes…Conclusão, as placas ou luminosos, ao invés de diminuírem, aumentaram os acidentes no TEXAS para 2.600 acidentes por ano, 16 mortes decorrentes, e um prejuízo de US$377 milhões.Semelhantes estudos e reflexões deveriam ser feitas de maneira recorrente nas empresas, e muito provavelmente se chegaria a semelhantes ou piores conclusões.Por melhor que sejam as intenções – e se verdadeiramente forem –, e como diziam, nossos avós, é o que mais se encontra no inferno. Lembram dos pitos que levávamos: “O inferno está cheio de boas intenções”.Todo cuidado, calma, sensibilidade, e acima de tudo procurar-se entender além dos riscos aparentes os subjacentes, também, é pouco. 7 – UM NOVO CICLO? Aparentemente, as novas empresas de sucesso têm um ciclo de vida bem mais curto. Se não conseguir inovar se reinventando a cada 10 anos, terá imensas dificuldades em completar os 20.Uma das melhores empresas das últimas décadas, uma lição espetacular de inovação, competência, capacidade de realização, a NETFLIX, encontra-se neste momento numa encruzilhada, ou encerrando seu primeiro ciclo. Depois de 23 anos de existência, chegou no mês de outubro de 2020 a ser a 23ª maior empresa do mundo.Lá atrás apostou numa possibilidade decorrente das conquistas da tecnologia, o STREAMING, o que nenhum dos BIG PLAYERS ousara fazer, e para chegar lá financiou-se recorrendo a locação convencional de DVDs, entregues casa a casa nos ESTADOS UNIDOS. Deu certo, decolou, criou um novo mercado, gol de placa daqueles verdadeiramente espetaculares.Como mais que previsto, todos vieram atrás, e ingressou na nova década cercada por todos os lados. E ainda, coisa que poucos vem comentando, pela revanche dos piratas. Mais adiante nesta análise falo sobre isso.O fato é que pela primeira vez e no primeiro trimestre de 2022, a NETFLIX confessou que sua base de clientes começa a derreter. Pela primeira vez em sua história, embora permaneça na liderança destacada com mais de 200 milhões de assinantes, agora já vê a AMAZON PRIME encostando em seu calcanhar, com os demais concorrentes em seguida. E assim, e confessando publicamente que o modelo precisa ser revisto, que não consegue mais sustentar a liderança só com assinaturas face a ação de mais de uma dezena de concorrentes – sem falar das revanches dos piratas – decide ter uma opção de assinatura grátis com venda de publicidade. Ao comentar a primeira queda no número de assinantes, o criador e líder da NETFLIX, REED HASTINGS, declarou, já antecipando novidades e mudanças: “Pense em nós como bastante abertos a oferecer preços ainda mais baixos com publicidade…”.De verdade, mesmo, o grande desafio da NETFLIX e de todas as demais plataformas de streaming é a REVANCHE DOS PIRATAS.Antes da NETFLIX e demais plataformas de streaming, os piratas deitavam e rolavam vendendo cópias piratas dos filmes, shows e demais espetáculos, por todas as principais esquinas do mundo.Aí chegou o streaming, e as pessoas gradativamente foram abandonando as cópias piratas. Com o mesmo dinheiro de duas ou três cópias piratas faziam uma assinatura da NETFLIX e recebiam em suas casas conteúdos de ótima qualidade, numa quantidade mais que suficiente para ocupar as horas disponíveis para o lazer. E assim em poucos anos, os piratas viram seu ex-próspero negócio cair a níveis insignificantes.Mas, não descansaram. E voltaram com uma espécie de versão streaming da pirataria.Por menos de US$ 10,00 por mês, ou R$ 50,00, oferecem milhares de filmes, documentários, o conteúdo das principais plataformas de streaming, filmes em lançamento nos cinemas, novelas e séries de TV, canais de pay-per-view, e muito mais. E o número de piratas da geração streaming cresce numa velocidade maior do que os piratas da geração DVD.É isso, amigos. Não apenas a NETFLIX encontra-se numa encruzilhada. Todas as demais plataformas, também. E assim e a partir de agora, começaremos a assistir uma nova caça aos piratas que, caso não sejam contidos, poderão inviabilizar não apenas a líder NETFLIX, como todas as demais. 8 – UMA LIDERANÇA DE MAIS DE 250 ANOSLUDWIG VAN BEETHOVEN nasceu o dia 17 de dezembro de 1770, na cidade de BONN, e despediu-se aos 56 anos, na cidade de Viena. JOHANN SEBASTIAN BACH é da cidade de EISENACH, 31 de março de 1685 e despediu-se em LEIPZIG, 28 de julho de 1750.Já WOLFGANG AMADEUS MOZART é de SALZBURGO, 27 de janeiro de 1756, despedindo-se em Viena no dia 5 de dezembro de 1791.E FRÉDERIC FRANÇOIS CHOPIN, o último dos quatro grandes compositores clássicos, sem desmerecer os demais, foi o que chegou depois. Da Polônia, cidade de ŻELAZOWA WOLA, 22 de fevereiro de 1810, despedindo-se em Paris, 17 de outubro de 1849.Assim, os quatro viveram num período que vai de 1685 a 1849, aproximadamente 150 anos. E o sucesso alcançado por todos, tem muito a ver com aquele momento do mundo, o clímax de alguns reinados e monarquias, as cortes, e a invenção do piano, documentada no ano de 1711, no GIORNALE DEI LITTERATI D´ITALIA, quando apresentado ao mundo na cidade de FLORENÇA por seu inventor BARTOLOMEO CRISTOFORI.O piano teve para música um impacto e uma disrupção comparável ao que o computador vem tendo para pessoas e empresas. Sem o piano não conseguiríamos fazer este comentário, mesmo porque não sei se conheceríamos a genialidade dos quatro grandes compositores.Mas, e além da referência à disrupção provocada pelo piano na história da música, meu comentário refere-se, também, a pesquisa realizada pela BBC, com 151 dos principais maestros do mundo, procurando conhecer qual composição gostavam mais de reger.E deu BEETHOVEN na primeira colocação com a SINFONIA de número 3 e mais conhecida como EROICA, vindo na segunda posição, também BEETHOVEN, com a 9ª em ré menor, empatado com MOZART, com a 41ª em ré maior, mais conhecida como JÚPITER e do ano de 1788.Ou seja, e na preferência dos maestros, BEETHOVEN ocupa a primeira colocação.Na relação completa da BBC, nas escolhas das 20 preferidas de 151 dos principais maestros do mundo, BEETHOVEN aparece 5 vezes com 5 composições diferentes. Na sequência BRAHMS com 4. MAHLER com 3. MOZART e BRUCKNER com 2. E com 1 BERLIOZ, TCHAIKOVSKY, SIBELIUS, SHOSTAKOVICH.Talvez, e a essas alturas do nosso comentário muitos de vocês devam estar se perguntando porque estamos falando tanto, e volta e meia referimo-nos a música clássica e principalmente a orquestra sinfônica e aos concertos.Porque aprendemos com nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER ser a orquestra sinfônica o melhor BENCHMARK para todas as empresas e sempre.A referência em que todas e sempre deveriam se inspirar.Sem uma partitura de qualidade – um planejamento –, nenhuma empresa chega a canto algum. Apenas produz ruídos e barulhos… 9 – QUERIDA, APEQUENEI A CASAE assim, e na constatação que já não precisamos de discos, revistas, jornais, livros, panelas, fogões de 4 e 6 bocas, geladeiras grandes, de garagem, e tudo o mais, podemos morar na metade do espaço em que sempre moramos. Isso de um lado.De outro, e já que o Brasil se encontra parado há quase duas décadas, e o dinheiro encurtando pela inflação, agravada por um estado que não para de crescer e avançar, decidimos não ter filhos – um no máximo – compensando com um pet – de preferência um cão, e morar estrategicamente na melhor localização. Decidimos morar em minis ou microrresidências. Mais ou menos esse o manifesto de uma geração não necessariamente agrupada pela idade, mas pelo pensamento e ação.E assim, 250 mil lançamentos de pequenos, minis e microimóveis pontuaram o mercado imobiliário do Brasil nos últimos anos. E onde a grande referência em termos de incorporadora, destacada e a perder de vista de todos os demais competidores, é a MRV. E aí aconteceu a pandemia. E muitos dos milhares e vendidos e embora prontos, seguiam desocupados, e agora começa uma grande marcha na chegada das famílias.Nos próximos anos todos aprendendo a morar em prédios de corredores gigantescos, muitas portas lado a lado, barulho vazando pelo drywall, e filas nos elevadores nos horários de pico. Uma espécie de novos infernos nas torres. As pessoas terão que se acostumar com essa nova realidade… Conseguirão? 10 – A SOLUÇÃO SERIA AUMENTAR O DESAFIO? POUCO PROVÁVEL!Até hoje, dentro de critérios tradicionais e consagrados, o QUINTO ANDAR é uma empresa que ainda não se provou. Segue distante de qualquer vestígio de lucro. Embora um de seus fundadores, em entrevista a DINHEIRO tenha dito, quando perguntado se a empresa é rentável… Depende…“Depende do ponto de vista. Temos uma métrica para avaliar se cada transação que fazemos está contribuindo com o faturamento. Queremos captar esses benefícios hoje, ou podemos esperar pelos mesmos mais no futuro? Vamos crescer, temos benefícios de escala, os negócios são lucrativos e usamos isso para financiar coisas novas…”.Ou seja, não respondeu e a resposta é NÃO!O que conta é a última linha e a última linha segue num vermelho vivo quase roxo… E já que o modelo original não consegue trazer resultados, dar lucro, revisão no modelo e um primeiro enxugamento de pessoal.Agora e depois do reposicionamento a ideia é fazer do QUINTO ANDAR um grande MARKETPLACE nacional de imóveis, ou seja, outro business.Segundo GABRIEL BRAGA, o fundador que concedeu a entrevista, “Sozinhos não conseguiremos agregar todos os imóveis em cada canto do Brasil. Os sites gigantes de comércio eletrônico, para serem lojas que têm tudo precisam de parcerias com lojas off-line para disponibilizar os mais diversos produtos. Da mesma maneira, os imóveis não precisam estar só com a gente…”.GABRIEL esqueceu-se que IMÓVEL não tem nada a ver com os demais produtos que os marketplaces comercializam. E assim, o usar-se o mesmo raciocínio é no mínimo superficial e inconsistente.Segue o UNICÓRNIO QUINTO ANDAR em busca de uma solução… A pergunta que todos se fazem é se existirá o tempo necessário para encontrá-la… Se é que existe?! DRUCKER´S MONTHLYNa lição e ensinamento deste mês, de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, o resgate do conceito de “AUTÊNTICA ALEGRIA” introduzido por BERNARD SHAW.“No correr de minha trajetória, criei e acrescentei algumas palavras ao ambiente corporativo: descentralização, trabalhador do conhecimento, gestão por objetivos, privatização… Esses termos deverão continuar sendo usados por muitos anos, como disseram quando me foi concedida a Medalha Presidencial da Liberdade. Mas a fama não é a única medida de uma vida. Assim, pretendo seguir fazendo o que fiz até agora e muito mais.” Um dos textos que mais me motivou, do Prêmio Nobel de Literatura, George Bernard Shaw, tratava disso. É o em que fala sobre a AUTÊNTICA ALEGRIA. Diz BERNARD SHAW: “Exaurir-se a um propósito que você reconhece como poderoso, essa é a autêntica alegria da vida. Ser uma força da natureza e não um torrãozinho febril e egoísta de aflições e queixumes, reclamando que o mundo não conspira para a sua felicidade. Acredito que minha vida pertença ao mundo e enquanto eu viver é meu dever fazer pela minha vida tudo o que puder. Pretendo exaurir-me por completo até morrer, pois quanto mais trabalho, mais vivo. A vida não é uma vela curta e fugaz. É uma tocha maravilhosa da qual me apoderei por instantes, e pretendo fazê-la brilhar intensamente e pelo maior tempo possível, para depois entregá-la às futuras gerações.”Esse nosso adorado mestre, citando BERNARD SHAW, e falando do sentido da vida.Todos nós o tempo todo preocupados e cuidando do legado para todas as gerações que vierem depois.
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Outubro 2022

BUT PRESS 017 – OUTUBRO 2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, Peter Ferdinand Drucker. 1 – AMBEV, MARKETPLACE VERTICAL, OU, BEBIDAS MAIS DERIVADOS OU ANEXOS E aí deu vontade de beber uma cervejinha. Dentre as visitas, duas que preferem uma caipirinha ou um outro destilado.E para acompanhar é preciso da batatinha, do pistache, do queijo, e um chocolatinho para arrematar… É exatamente aí que a NOVA AMBEV pretende atuar. Anunciando o reposicionamento da empresa, com uma pequena e consistente ampliação de foco, JEAN JEREISSATI, presidente da AMBEV, detalhou todas as novidades. Justificando, disse, “Falar que somos uma empresa de bebidas já não nos representa mais inteiramente… O mundo foi para o varejo online, se digitalizou e estávamos preparados quando a pandemia aconteceu…”. Hoje a AMBEV já tem parcerias fechadas com a BRF, M. DIAS BRANCO, PERNOD RICARD, BEAM SUNTORY, e vende junto com suas cervejas o salaminho, o biscoito e a vodca… Tudo bem, uma ampliação dentro de seu negócio e com produtos afins, e serviços complementares, mas, se todos os cuidados não forem tomados, brevemente cairá em tentação, e ingressará no território de vender TUDO PARA TODOS… E aí, e definitivamente, não vai dar certo… 2 – COMO MAIS QUE PREVISÍVEL, QUINTO ANDAR CAI NA REAL 20% dos 4.000 foram desligados. Muito provavelmente novos cortes virão na sequência. A mágica que supostamente a QUINTO ANDAR teria alcançado não se traduz na prática, e agora descobre das razões e motivos pelos quais esse mercado sempre foi de grandes desafios e baixa rentabilidade, além de contar com a força de vendas – corretores de imóveis – que trabalhavam de forma independente e sem remuneração. Imaginava que tinha reinventado o business, mas não tinha, não. Apenas flutuava numa nuvem de suposta inovação e que agora vai ficando pelo caminho. Em todas as notícias que divulgou até hoje desde sua criação não conseguimos encontrar, em qualquer uma delas, a palavra LUCRO… Parece tratar-se de uma instituição de benemerência, assim como parcela expressiva das empresas da NOVA ECONOMIA. E também não estão num campeonato de elegância. Ao contrário. Esmeram-se para ver quem engorda mais! 3 – MAKRO, ATO FINAL Depois de 50 anos, a rede de atacado MAKRO, uma das pioneiras no território, prepara-se para sua despedida do País. Depois de vender 28 lojas para o CARREFOUR em 2020, ficou com 24 lojas, todas no estado de São Paulo, e que já se encontram à venda desde o final do ano passado. Em verdade, organização emblemática e pioneira no atacado, acomodou-se a um País que imaginava hibernado e sonolento, e não se deu conta de uma nova concorrência, os ATACAREJOS, que ofereciam tudo o que o ATACADO vinha oferecendo, e, muito mais. Demorou para mudar e perdeu relevância. Quando decidiu se reposicionar, em 2018, migrando gradativamente para o ATACAREJO, era tarde demais. Novos e poderosos concorrentes já tinham tomado conta do mercado. Assim, e agora, prepara-se para seu último ato com a venda do que sobrou das lojas. E, se conseguir concluir o processo de venda, 2022 marca a despedida definitiva do MAKRO no BRASIL. Fundada no ano de 1968 pela SHV HOLDINGS, Amsterdã, investiu e cresceu no Brasil até 2020, momento em que decidiu jogar a toalha e dar-se por vencida. Chegou a ter 62 lojas por aqui, com presença em 23 estados, mas perdeu o tempo, errou o compasso, tropeçou no ritmo, e assim, e como mais que previsto, prepara-se para seu ato final, para sua despedida. 4 – VOO DE GALINHA Conforme mais que previsto, a ITA – ITAPEMIRIM TRANSPORTES AÉREOS – bateu asa, voou mediocremente como fazem as galinhas ­–, cancelou todos os voos previstos, ressarciu os que acreditaram em sua aventura no pior sentido, e agora informa ter sido vendida para uma empresa de consultoria, a BAUFAKER CONSULTING. Verdade, ou, “BAUFAKER?” Lembrando, CARNAVAL de 2020, JOÃO DORIA embarca com comitiva para DUBAI, enquanto a COVID invadia o Brasil, e na quarta-feira de cinzas, dia 12 de fevereiro, participa de uma reunião preparatória para a presença brasileira na EXPO DUBAI 2020 e que começaria no mês de outubro daquele ano, com uma duração prevista de 6 meses. Na volta da comitiva, e com as notícias da COVID já ocupando todas as plataformas, anuncia o maior negócio feito por sua comitiva. Um empréstimo de US$ 500 milhões para um empresário montar uma nova empresa aérea. SIDNEI PIVA, presidente da ITAPEMIRIM. Que ao chegar anunciou a ITA, com 35 aeronaves BOMBARDIER já encomendadas, prometendo a integração do transporte aéreo com o transporte rodoviário, e através dos ônibus da empresa. Permaneceu no ar com sua empresa aérea durante o período de 17 a 31 de dezembro de 2021, fazia 40 voos diários, e ao comunicar falta total e absoluta de caixa e determinando que seus aviões permanecessem em solo, deixou de honrar o compromisso das passagens vendidas a 47.887 passageiros. Ou seja, a ITA fez o mais trágico e lamentável VOO DE GALINHA jamais alçado por qualquer empresa aérea em toda a história da aviação. E agora, joga a toalha de vez, e informa ter sido vendida para uma empresa de consultoria, a BAUFAKER, — repetimos, será verdade, ou BAUFAKER? — é o que muitos se perguntam. Uma vez mais a ANAC, agência que regula o setor revela-se uma piada, e o negócio de AVIAÇÃO COMERCIAL, coisa pra empresários malucos e que adoram o risco total e definitivo. O índice de mortalidade de empresas aéreas, em 10 anos é de mais de 20%; em 20, mais de 40%. Em 30, mais de 60%; e em 50 anos, mais de 90%. E as que sobrevivem, definham… Mas tem empresário que ainda alimenta o sonho de ter uma empresa aérea. Vai entender? PS. Este comentário já estava concluído quando o ESTADÃO noticiou: “SEDE DA NOVA DONA DA AÉREA ITA ABRIGA NEGÓCIO DE CERCAS ELÉTRICAS…”. O ESTADÃO designou um de seus jornalistas para conferir e descobriu que a nova proprietária de uma “galinha” — suposta empresa aérea — é uma sala comercial de um cowork onde existe uma pequena empresa de segurança eletrônica. Mesmo assim, ainda tentou contato com a empresária responsável, ARETA HONDA BAUFAKER, e ouviu dos vizinhos da sala jamais terem visto essa senhora por lá. Prevalece, e agrava-se ainda mais, a conclusão que chegamos. A ANAC — Agência Nacional da Aviação Civil — criada para regular e fiscalizar as atividades da aviação civil e a infraestrutura aeronáutica no Brasil, instituída em 2005 e começando a atuar no ano de 2006 em substituição ao DAC — Departamento de Aviação Civil — é uma piada de péssimo gosto. Se os passageiros de avião do Brasil dependessem do rigor, competência e responsabilidade da ANAC jamais deveriam considerar subir em um avião. Em seu portal diz ser sua MISSÃO “garantir a segurança e a excelência da aviação civil”, e, autorizou, uma aventura no pior sentido. Autorizou uma empresa dizer-se EMPRESA AÉREA, e sair vendendo passagens para os desavisados, desprotegidos e enganados cidadãos brasileiros. Apenas lembrando, constrangidos e envergonhados todos nós brasileiros, e acima de tudo revoltados, ao se manifestar sobre essa piada supostamente empresa aérea, o presidente da ANAC, na sexta-feira, 17 de dezembro, JULIANO NOMAN, declarou: “Nós fomos pegos de surpresa. Não esperávamos que a companhia fosse parar…”. Quando o presidente de uma agência reguladora dá uma declaração patética e criminosa dessa, em tese uma instituição que jamais, em hipótese alguma, por sua missão e função, poderia SER PEGA DE SURPRESA, só resta aos brasileiros rezar e fazer promessas antes de cada embarque. Definitivamente, GOL, AZUL, e LATAM, não merecem ser regulada por essa instituição de quinta categoria. Que se autorregulem e gerenciem, em benefício de seus passageiros, e da continuidade do negócio. 5 – BOM DIA, SEKS A SEKS, finalmente, chegou e toma conta. SEKS. S de SHARING, E de ECONOMY, K de KNOWLEDGE, e S de Society. Economia SHARING, COMPARTILHA, NA FORMA. E, KNOWLEDGE, no CONHECIMENTO. Usamos, finalmente e mais, o que temos dentro de nossas cabeças, CONHECIMENTO — e nos somamos, mas aproveitando com graus maiores de eficácia os recursos disponíveis e dominados. Materiais e humanos. Por essa razão, que, JEREMY RIFKIN escreveu, e a M.BOOKS, do acadêmico do marketing, MILTON ASSUMPÇÃO, publicou e lançou no Brasil, no ano de 2015, o espetacular livro SOCIEDADE COM CUSTO MARGINAL ZERO – THE ZERO MARGINAL COST SOCIETY. Faltava um grande teste. E, doloroso em si, a PANDEMIA DA COVID, mais que comprovou que já ingressamos na SEKS. Economia que se organiza de forma compartilhada tendo como base o conhecimento. Se vivo, DRUCKER diria, A EFFICACY ECONOMY. A ECONOMIA DA EFICÁCIA. Finalmente chegamos lá. Semanas atrás TIM HARFORD publicou artigo da maior oportunidade no FINANCIAL TIMES, que VALOR e sua revista EU & FIM DE SEMANA teve a inteligência e generosidade de traduzir e publicar. Quem assina, a propósito, a ótima tradução, é a tradutora RACHEL WARSZAWSKI. O que nos revela TIM HARFORD. Vamos procurar fazer uma rápida síntese. HARFORD começa falando como era OXFORD, LONDRES, no apocalíptico mês de abril de 2020: “Não se encontrava nas ruas ensolaradas de OXFORD viva alma. Portas fechadas, um ou outro pedestre solitário ou desavisado ousava sair de casa… Esse era o clima, a cena. – O QUE EXISTIA POR TRÁS DAS PORTAS FECHADAS… Surpresa, “uma economia surpreendentemente resiliente. Na constatação dos economistas JANICE EBERLY, JONATHAN HASKEL, e PAUL MIZEN, a produção em termos de diminuição do que produzido nos locais de trabalho caiu em 23%; porém a produção real, caiu 13%! A constatação da existência de uma resiliência naturalmente embutida nas economias modernas. E onde reside e se fortalece essa resiliência? Na capacidade que milhões de pessoas encontraram de realizar suas tarefas — no todo ou em parte — de suas casas. A – Compartilhando suas conexões e competências via internet; B – Antes mais usadas para conversar, jogar e comprar, agora e também para trabalhar.- CAPITAL POTENCIALO trio de economistas definiu essa constatação e/ou descoberta de CAPITAL POTENCIAL. Que se manifestou 10 anos antes, onde as pessoas começaram a utilizar de forma inteligente e eficaz suas conexões em rede para melhorar o sistema e as formas de transporte, ocupar espaços ociosos, facilitando a vida de todos pelo compartilhamento. O fato de isso já ter acontecido, e encontrar-se em processo de escalabilidade e adesão, de certa forma, atenuou positivamente as decorrências mais que devastadoras que a pandemia teria. Não obstante a abordagem extremamente positiva dos três economistas e de TIM HARFORD, a pergunta que não quer calar, e que TIM coloca com alguma apreensão, é: Será que diante de um novo evento de semelhantes dimensões como vem sendo a COVID-19, a economia mundial ainda dispõe de algum CAPITAL POTENCIAL para resistir bravamente como acaba de acontecer? Muito especialmente agora que ingressamos no período de regulação de todas as infinitas e alvissareiras novidades da SEKS – Knowledge na/da Sharing Economy? É o que saberemos no correr desta década. 6 – TROPEÇOS NA LINHA DE CHEGADA Acidentes de percurso sempre podem acontecer. Revestem-se de maior gravidade quando acontecem próximos da linha de chegada. Onde empresas planejam-se, organizam-se e produzem praticamente durante todo um ano para uma data promocional, e, às vésperas da data, são flagradas como se costuma brincar, dizendo, com “batom na cueca”. Isso acabou de acontecer com a FERRERO, que dias antes da Páscoa teve que se defrontar com uma notícia procedente do exterior da contaminação de seus produtos infectados pela bactéria salmonela. Imediatamente a empresa veio a público para dizer que todos esses produtos, e que são fabricados em sua fábrica na Bélgica, jamais foram importados e comercializados no Brasil. Mas, e mesmo assim, a desconfiança mais que plantada na cabeça dos consumidores brasileiros, e prejuízos fortes muito especialmente em seu best-seller, os OVOS KINDER, que sempre brilharam mais na Páscoa, e que se caracterizam e diferenciam pela surpresa que trazem dentro, e que se revela no abrir. Mesmo sabendo que esses produtos jamais chegaram ao Brasil, como medida de segurança a ANVISA suspendeu a venda dos produtos KINDER importados. Ou seja, não suspendeu nada mesmo porque não são importados, mas foi a forma como a ANVISA encontrou para alertar as pessoas. Mesmo vindo a público e reiterando que os produtos KINDER vendidos no Brasil não procedem de sua unidade na BÉLGICA, os prejuízos ainda não contabilizados, certamente serão grandes. O que fazer-se em crises como essa, e que acontecem a poucos metros da linha de chegada? Grosso modo, nada em relação a efeméride e data promocional. Respirar forte e engolir o prejuízo, mas, na sequência e rapidamente aferir o grau de contaminação da MARCA, e executar um plano de recuperação e resgate da imagem e da marca. Tipo, operação, dependendo da dimensão dos estragos, tipo, BRANDING AFTERMATH, mais conhecida no Brasil como OPERAÇÃO RESCALDO… 7 – QUEM PRETENDE ESCALAR NÃO INVESTE EM MERCADO DE NICHO Lemos no ESTADÃO uma matéria de meia página falando sobre a adesão de novas marcas ao negócio de XAMPUS EM BARRA. Isso mesmo, como se fossem sabonete. Um dos primeiros movimentos com maior consistência, mesmo porque se fez presente em shopping centers e lojas de rua em lugares onde se constroem marca, como, e por exemplo, a OSCAR FREIRE, em São Paulo, foi a LUSH que se posicionava como FRESH HANDMADE COSMETICS. E que encerrou suas atividades no Brasil, no dia 31 de agosto de 2018, por uma suposta briga entre acionistas, mas que, e em verdade, o negócio não parava em pé economicamente diante da ambição de seus investidores e baixa receptividade pelo custo do produto no Brasil. No anúncio dizia: “Um enorme agradecimento a todos os nossos clientes apaixonados pela marca”. No título, e, no texto: “Desde que anunciamos o encerramento da LUSH no Brasil, recebemos muitas mensagens carinhosas e milhares de pedidos de compra em nosso site. Você poderá continuar comprando seus produtos favoritos e saber mais sobre nós pelo site uk.lush.com…”. Isso posto, xampu em barra segue sendo um negócio de nicho, e insere-se no território da chamada CAUDA LONGA. Assim, quando o ESTADÃO diz que “os xampus e condicionadores em barra já estão literalmente na cabeça dos brasileiros”, comete, no mínimo, um exagero. Deveria acrescentar a palavra poucos, na cabeça de poucos brasileiros e seguirá sendo um negócio de nicho. Onde pequenas empresas podem sobreviver. Prosperar e converter-se num BIG BUSINESS, jamais. 8 – RELÓGIO ERA PARA HORAS, CELULAR PARA VOZ… A forma, a localização, a portabilidade, redefiniu radicalmente a função. E assim, relógios que prestavam exclusivamente os serviços das horas, eventualmente contabilizando segundos e minutos, e celulares que eram para João falar com Maria, converteram-se em plataformas monumentais de prestação de serviços. Mas, os resistentes insistem e assim seguirão até o final. Assim como e ainda em algumas solenidades, tipo Academia, seus membros usam fardões, em algumas festas exige-se a presença do smoking e do vestido longo, de ternos, de roupa social, mas, na quase totalidade, mais de 90%, desde que não vá pelado, cada um vista-se da melhor maneira que julgar e decidir. Mas, as mais tradicionais marcas de relógios do mundo, tentam resistir não fazendo a menor concessão. Mergulham sem possibilidade de retorno e sobrevivência mais adiante, na chamada CAUDA LONGUÍSSIMA, e frequentada pelos milionários velhos — não apenas de idade, mas, e principalmente de cabeça. Na última feira de relógios de GENEBRA, SUÍÇA, a mais tradicional dos velhos e tradicionais relógios de pulso, isso mesmo, aqueles que continuam sendo vendidos por milhares de dólares para exclusivamente informarem as lojas contra os que são vendidos por US$ 20 a 30 e salvam vidas pelas infinitas informações que fornecem, além das horas, as novidades — todas — são na direção de um mergulho ainda mais profundo em direção ao fim. Em matéria de O GLOBO sobre o evento, com material fornecido pela FRANCE PRESS, o relato do evento diz, “Diamantes de laboratório, resíduos plásticos ou impressão 3D foram algumas das inovações apresentadas no mês de março no mais tradicional evento do setor”. Segue a matéria que termina dizendo, “A TAG HEUER, do grupo de luxo LVHM, dono da LOUIS VUITTON, usou diamante cultivados em laboratório num de seus modelos mais emblemáticos. As pedras obtidas em processos químicos, foram usadas para criar uma textura com formas únicas que permitem a criação de jogos de luz no centro do relógio. Preço, a partir de US$ 380 mil… Enquanto isso, no e-commerce da AMAZON BRASIL, o anúncio do relógio ZODVBOZ, inteligente, masculino, desportivo, à prova d’água, rastreador de atividades com monitor de frequência cardíaca, tela sensível ao toque, chamada de bluetooth nos sistemas iOS, Android, entrega grátis, por R$ 125. Um relógio que, mais que fornece os serviços das horas, salva vidas. Mais ou menos, US$ 25. Que mundo! 9 – DIVERSIFICAÇÃO CONSISTENTE Ao apresentar seus dados referentes ao ano passado, 2021, a MRV&CO revela sua principal virtude: DIVERSIFICAÇÃO CONSISTENTE. Rigorosamente dentro de um mesmo território. IMÓVEIS. Originalmente dependente exclusivamente de seu desempenho, hoje a MRV vê 49% de seus ótimos resultados decorrentes dos novos negócios originados e no mesmo território de atuação: AHS, URBA, LUGGO, SENSIA. Assim, e fechados os números de 2021, a MRV&CO não ostenta mais e apenas a coroa de MAIOR INCORPORADORA E CONSTRUTORA DA AMÉRICA LATINA, no território da habitação popular, mas converte-se na única plataforma habitacional multinacional e de origem brasileira. Uma empresa brasileira que foi em busca de novas conquistas em terras distantes, como faziam os navegadores portugueses, e, venceu. Na análise dos dados referentes a 2021, alguns pontos merecem especial destaque: – No conjunto das empresas, a MRV&CO alcançou um lucro líquido em 2021 da ordem de R$ 914 milhões; – PROGRAMA CASA VERDE E AMARELA, o programa original da empresa, foi responsável por 46% dos R$ 8,1 bi negociados pelo grupo de empresas; 66% maior que no ano anterior; – AHS RESIDENCIAL, incorporadora que trabalha o mercado dos Estados Unidos, presente em 19 cidades e 3 estados daquele país (Flórida, Geórgia e Texas), com um landbank avaliado em R$ 11,4 bi, teve um lucro de R$ 343,5 milhões, 19 vezes maior que o do ano anterior. – A URBA, loteamentos residenciais, vendeu 149% mais em 2021 em relação a 2020, totalizando um VGV de R$ 456 milhões. – E, ainda, a LUGGO, voltada para a locação de imóveis construídos especificamente com essa finalidade, que prepara-se para celebrar parcerias com grandes fundos estrangeiros. – E a SENSIA, com imóveis voltados para as faixas médias de renda… Ou seja, e hoje, para a surpresa de muitos, a MRV&CO é a grande referência do negócio de imóveis em nosso país, e um exemplo do que é uma DIVERSIFICAÇÃO ou AMPLIAÇÃO DE FOCO, sob total controle e com relevância. 10 – ESPECIALIZAÇÃO, E/OU, GENERALIZAÇÃO? Nos últimos três anos, onde o FESTIVAL DO “JÁ QUE” tomou conta de parcela expressiva de empresas em meio à euforia do DINHEIRO FÁCIL E EM GRANDE QUANTIDADE, boa parte, para não dizer a quase totalidade delas, perdeu o senso e saiu misturando especialização com generalização. Como nos ensinou e lembra nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, cair-se nessa tentação costuma não dar certo. Diz o mestre:“Uma organização é eficaz somente quando se concentra em uma tarefa. A diversificação destrói a capacidade de desempenho de um estabelecimento, seja comercial, sindical, de ensino, hospitalar, comunitário ou religioso. A sociedade e a comunidade devem ser multidimensionais: são ambientes. Uma organização é uma ferramenta — e como tal, quanto mais especializada, maior sua capacidade de desempenho numa função específica”.OU,“Diferentemente da comunidade, da sociedade, ou da família, as organizações são formadas com um propósito e sempre serão especializadas. A comunidade e a sociedade são definidas pelos vínculos que unem todos os seus integrantes, como, idioma, cultura, história, localidade. Uma organização é definida por sua missão. A orquestra sinfônica não tenta curar doentes; toca música. O hospital é quem cuida de doentes, mas não se arrisca a tocar Beethoven”. Num final de semana deste segundo semestre de 2022, JEANE TSUTSUI, presidente do mais que tradicional e respeitado GRUPO FLEURY, deu, numa mesma entrevista, as seguintes declarações. Ao ESTADÃO, e à jornalista FERNANDA GUIMARÃES: A – “Estamos fortalecendo nosso posicionamento em MEDICINA DIAGNÓSTICA…” Perfeito, esse é a gênese do FLEURY. Irretocável, nota 10 com louvor, Mas, na sequência, e não resistindo as tentações da “SÍNDROME DO JÁ QUE”, diz: “Estamos fortalecendo nosso posicionamento em MEDICINA DIAGNÓSTICA, e, indo além… criando outros serviços para o paciente se manter engajado em sua jornada de saúde…”. WHAT? Agora o FLEURY é, também, ortopedia, oftalmologia, e tudo o mais que se revelar ótima oportunidade de investimento…?! E a isenção, como fica? Como a mais importante marca de LABORATÓRIO do País, agora também faz diagnósticos — não estamos contestando a qualidade — que, se os resultados definirem necessidade de tratamento oftalmológico ou ortopédico podem ser também atendidos por outra empresa do GRUPO FLEURY? Pior ainda. Diz JEANE, como se isso fosse certo do ponto de vista convencional da medicina, e não fosse um monumental equívoco em termos de business. “No caso da clínica de ortopedia, o grupo passou a oferecer uma consulta integrada com o diagnóstico, para não haver “tantas idas e vindas’, além da própria fisioterapia e da cirurgia, quando necessária. Isso possibilita uma melhor experiência como reduz o desperdício do sistema…”. Se o mais que competente e legendário LABORATÓRIO FLEURY fizer um competente e acurado exame no próprio FLEURY detectará, de forma inequívoca, uma quantidade preocupante do vírus do “JÁ QUE” correndo em suas veias e invadindo seu cérebro. DRUCKER´S MONTHLY E finalizando, a lição e ensinamento deste mês, de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER: “Uma organização é eficaz somente quando se concentra em uma tarefa. A diversificação destrói a capacidade de desempenho de um estabelecimento, seja comercial, sindical, de ensino, hospitalar, comunitário ou religioso. A sociedade e a comunidade devem ser multidimensionais: são ambientes. Uma organização é uma ferramenta — e como tal, quanto mais especializada, maior sua capacidade de desempenho numa função específica”. É isso, amigos, uma organização é uma ferramenta. E mais eficazes revelam-se as ferramentas, quanto mais especializadas forem… Que muitas das empresas que comentamos neste BUSINESS TRENDS PRESS, reflitam sobre…
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Setembro 2022

BUT PRESS 016 – SETEMBRO 2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing — a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – NOVIDADES NO CONSUMO DOS DESTILADOS, DEPOIS DA PANDEMIA No comando da DIAGEO, presidente da divisão PUB – Paraguai, Uruguai, Brasil – Paula Lindenberg, sintetiza as mudanças de comportamento das pessoas em decorrência da pandemia. PAULA fez administração na FGV, MBA na AMBEV. Trabalhou por dois anos na UNILEVER, mais dois na PHILIP MORRIS, e 17 anos na AMBEV, na área de GLOBAL INSIGHTS, e, nos últimos anos, como vice-presidente de marketing. Terminou sua carreira na empresa comandando a operação no Reino Unido, Irlanda, Espanha e Ilhas Canárias, e hoje pilota a divisão PUB da DIAGEO. Depois de analisar todos os dados de sua empresa líder em algum dos territórios dos destilados, Paula conclui e se sente segura para afirmar não ver nenhum risco maior das pessoas que mudaram seu novo comportamento decorrente da pandemia. E que se traduz em BEBER MENOS, MAS, BEBER MELHOR. Assim, e segundo Paula, os consumidores das marcas da DIAGEO reduziram a quantidade de noitadas e passaram a beber de forma mais seletiva em suas casas e com os amigos. Sua síntese traduz-se na seguinte manifestação: “Não temos nenhum sinal de que as pessoas vão voltar atrás e deixar essa indulgência do consumo em casa”. É isso, amigos. No pós-pandemia, novos hábitos, novos comportamentos. 2 – MRV&CO – UMA EMPRESA ÚNICA Sob a luz dos números pode se afirmar sem nenhum risco de erro que a MRV&CO é uma empresa única no mercado habitacional brasileiro, e, gradativamente, começando a converter-se em referência, também, nos Estados Unidos. Fechado os números referentes ao ano passado, 2021, o programa básico de habitação e que deu origem a MRV, o PROGRAMA CASA VERDE E AMARELA, foi responsável pela quase metade do total de vendas. Na soma de todos os negócios o número contabilizado é da ordem de R$8,1 bilhões. E desses, 46% exclusivamente do CASA VERDE AMARELA. Porém, as novas linhas de negócios do grupo vêm apresentando resultados surpreendentes, considerando-se o pouco tempo de existência. Na leitura e análise dos números de 2021, conclui-se que, do lucro líquido de R$914 milhões, houve crescimentos significativos em diversas áreas, como 49% nos novos negócios, 44% nos lançamentos e 40% no banco de terrenos. Hoje, o braço americano da MRV, a AHS RESIDENCIAL, comprada no início de 2020, encontra-se presente em três estados americanos e 19 cidades. E seu land bank – banco de terrenos – tem uma receita potencial da ordem de R$11,4 bilhões. O excepcional desempenho da MRV, muito especialmente se confrontado com a performance de seus principais concorrentes, tem tudo a ver com o desenvolvimento permanente de seu sistema construtivo, e a busca obstinada pela inovação. Todos os concorrentes seguem com os olhos grudados nos movimentos da MRV&CO. 3 – OS EFEITOS DA DISCRIMINAÇÃO Discriminadas no correr da história da humanidade, e não obstante os tímidos avanços das últimas décadas, é recorrente em parcela expressiva das mulheres a incidência da SÍNDROME DA IMPOSTORA. Em algum momento começa a duvidar da própria capacidade que sabe ter, e reconhece-se impostora. Imaginava-se que nos negócios novos a presença da mulher seria mais expressiva, ou menos irrelevante. Os números dizem ao contrário. Continuam minoria absoluta. Dentre os novos negócios dos últimos 10 anos que mais se multiplicou e onde esperava-se encontrar no comando uma quantidade maior de mulheres, as FINTECHS, os números agora divulgados não revelam qualquer evolução. Em dois estudos que acabam de ser divulgados, e realizados com diferentes metodologias, chegou-se a semelhante conclusão. Mulheres no comando muito próximo de zero. No primeiro estudo – FINTECH DIVERSITY RADAR – apenas 1,5% das fintechs em todo o mundo têm mulheres como fundadoras. Já o segundo estudo, realizado no Brasil, o FEMALE FOUNDERS REPORT, constatou que menos de 5% das fintechs são iniciativas exclusivas de mulheres, e em outros 5%, participam do comando. Ou seja, de cada 10, em nove nenhum traço de mulheres no comando. Já nas estatísticas oficiais da ABFINTECHS – Associação Brasileira de Fintechs – a situação é crítica. Das 500 empresas associadas, apenas 5% têm mulheres fundadoras e em posições de comando. 4 – EM BUSCA DE UMA LUZ Todos os acontecimentos recentes, de certa forma, tontearam parcela expressiva das empresas. E assim, neste momento, quase todas, em busca de uma luz. Outras, como uma ETNA, jogando a toalha e desistindo. Dentre as que buscam uma luz, RI HAPPY. Que durante décadas converteu-se numa referência de lojas de brinquedos. Mas, o tempo que as crianças alocavam para os brinquedos convencionais foi diminuindo, e, a especialização começou a perder o sentido. Num final de semana, uma matéria em VALOR, assinada por Cibelle Bouças, com o presidente da RI HAPPY, Ronaldo Pereira. Que antes da RI HAPPY passou pelo CITIBANK, Banco Mercantil e Bic Banco. E, depois, presidiu por um curto período de tempo as ÓTICAS CAROL. A missão de Ronaldo, é atenuar e diminuir, de forma consistente, a dependência da RI HAPPY do negócio de brinquedos. E, neste momento, procura sociedades, parcerias e aquisições nos territórios do entretenimento, saúde e educação. O primeiro passo já definido e em processo de execução é a abertura de rede de casas de festas, voltadas para crianças, DIVERTUDO, o BUFFET INFANTIL DA RI HAPPY. O objetivo inicial é chegar a uma rede de 100 casas de festas em até 3 anos, e neste momento 17 já estão contratadas. Essas casas funcionarão no formato de franquia, e as primeiras estão sendo oferecidas a franqueados da própria RI HAPPY, e das ÓTICAS CAROL, que PEREIRA presidiu. Dentre os territórios devastados pela pandemia, seguramente o de eventos foi um dos três mais impactados. Segundo a ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos – apenas no ano passado, 2021, mais de 500 mil eventos foram cancelados. Uma quebra de mais de R$140 bilhões nas previsões da Associação. Isso posto, analisamos com muita atenção e simpatia o esforço da RI HAPPY para renascer, com outro formato, e novas investidas, mas, sua marca segue com forte conotação como varejo de brinquedos para crianças, um negócio em total e irreversível decadência. Ou seja, o desafio não é pequeno. É monumental. E, por outro lado, sabemos dos desafios que historicamente enfrentam os tais de BUFFETS DE FESTAS. Negócios de famílias, negócios da chamada cauda longa, jamais passíveis de merecerem um tratamento de franquia, como agora a RI HAPPY tenta colocar em pé. Primeiras impressões, não vai dar certo… 5 – UNILEVER LAVA E PASSA Esse é o título de uma nota na seção MOEDA FORTE, assinada pelo HUGO CILO, em ISTOÉ DINHEIRO. Traduz a alucinação que tomou conta da gigante multinacional, e não existe ninguém com um mínimo de sensibilidade para alertar seus executivos em parar com tamanha bobagem. OMO É OMO. A marca mais querida do Brasil, em todas as últimas pesquisas realizadas pelo TOP OF MIND da FOLHA. Depois, vem todas as demais marcas. OMO, sabão em pó, e derivados. Anos atrás decidiu a UNILEVER, não OMO, comprar uma rede de lavanderias. E nada errado tangibilizar no território profissional as virtudes de seu produto/MARCA. Mas daí a transferir a marca abençoada e canonizada, OMO, para uma rede de lavanderias, um despautério fenomenal, uma espécie de anátema que se abateu sobre a UNILEVER. Depois do melhor processo de construção de marca dos últimos 50 anos, DOVE, numa cochilada geral, um dia a UNILEVER decidiu, absurda e pateticamente, estender a marca para os homens, também. E desde então, uma tremenda interrogação paira sobre a marca e colocou todas as mulheres mais que seguidoras com os dois pés atrás. Agora repete a proeza e comete semelhante desatino. A nota do HUGO CILO, diz, “A grande aposta da UNILEVER, dona da marca OMO, é lavar e passar, literalmente.  Depois de adquirir a rede de lavanderias QUALITY, no ano passado, a rede está convidando os franqueados a mudar o nome para OMO LAVANDERIAS…”. SOCORRO! E, segue, “Com 200 unidades – 150 OMO e 50 QUALITY – a meta é assumir a liderança do mercado brasileiro em cinco anos, com mais de 500 lojas…”. Paramos por aqui. A Unilever não aprende e ponto. Segue matando suas principais marcas. 6 – BOLINHO DE FEIJOADA O que é a inovação. É juntar, somar, dividir, multiplicar, o que já existe, de uma forma nova e inusitada. Não é, definitivamente, criar do zero. Assim, e depois de 4 ou 5 décadas, pode estar nascendo uma revolucionária inovação no território da culinária brasileira, o BOLINHO DE FEIJOADA. Lá atrás, um dia, e ao entrar no PONTO CHIC no Largo Paissandu, na cidade de São Paulo, e pedir o sanduíche que queria, Casimiro Pinto Neto, filho da querida amiga Leonilda Pinto, da cidade de Bauru onde nasceu o Madia, descreveu como queria que o cozinheiro fizesse. O amigo que vinha atrás e perguntado o que queria disse, “ESSE AÍ DO BAURU”, como era chamado o Casimiro. Nascia aí o sanduiche hoje mais vendido em todo o mundo, embora vendido exclusivamente no Brasil, o SANDUÍCHE BAURU. Vende muito mais que um BIG MAC, presente em dezenas de países e milhares de cidades. Mais adiante, uma iguaria mineira, o PÃO DE QUEIJO foi descoberto pelo saudoso BELARMINO FERNANDEZ, passou a fazer parte do couvert de seu restaurante RUBAIYAT, imediatamente adotado pelas demais churrascarias, mais adiante restaurantes, depois industrializado, e reinou e reina de forma absoluta até hoje. E agora, e potencialmente, a criação da chef KATIA BARBOSA, do restaurante ACONCHEGO CARIOCA, o BOLINHO DE FEIJOADA, em versão industrial pela HARU´S tem potencial para invadir o Brasil, e depois, o mundo. É isso. Exemplos espetaculares de INOVAÇÃO que mudaram hábitos, costumes, e institucionalizaram na memória afetiva e degustativa das pessoas três novas e espetaculares delícias. INOVAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO, como talvez dissesse o maior poeta da língua portuguesa, Fernando Pessoa. 7 – GERAÇÃO PANDEMIA Não relacionada a data de nascimento, mas relacionada a todos aqueles que durante os dois anos de pandemia, não puderam frequentar as escolas, e tiveram que se conformar com o A DISTÂNCIA. Isso mesmo, o tal do ENSINO A DISTÂNCIA COMPULSÓRIO E INDESEJADO. Uma primeira amostra das consequências acaba de ser revelada pela Secretaria de Educação de São Paulo. Agora, e com o retorno, detectou que 69% dos alunos relatam sintomas inequívocos relacionados a ansiedade e a depressão. Essa espécie de PRIMEIRA OBSERVAÇÃO foi realizada junto aos 443 mil estudantes de 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Neles, manifestações fortes de dificuldade de concentração, esgotamento, e problemas como o sono. O estudo foi divulgado pela Secretária de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, no momento em que se desincompatibilizava de seu cargo para candidatar-se a uma vaga na Câmara de Deputados. Ao encerrar sua manifestação, Rossieli disse, “As perdas socioemocionais foram muito grandes durante a pandemia.  Não é verdade que empatia e responsabilidade não se ensinam na escola. Se ensinam, sim…”. Geração pandemia, marcas para sempre… 8 – CHEGAMOS LÁ, DEVERÍAMOS? Matéria na VEJA de semanas atrás, e decorrente das monumentais conquistas dos últimos 20 anos, e com a construção do GENOMA HUMANO e o de quase todas as demais espécies, anunciam a possibilidade de aqueles que viram partir, mais que emocionados, seus animais de estimação, os terem de volta mediante réplica, em tese, perfeita. Dentre as empresas que nasceram e prosperam a partir das conquistas da genética, só possíveis pela criação do microchip e da disrupção tecnológica de onde decorrem a capacidade quase que infinita de se fazer pesquisas e processar dados e informações, pontua a ViaGen. E, como os consumidores de droga costumam dizer, é o que sua denominação diz, uma VIAGEM… O que faz a ViaGen e outras empresas que oferecem semelhante serviço? Os cientistas dessas empresas coletam amostras do pet em vida, depois cultivam as células em laboratórios por meio de processos artificiais até que evoluem e convertem-se num embrião. Depois de algum tempo de gestação nasce uma cópia supostamente 100% igual ao pet que partiu. Para clonar um cachorro a ViaGen pede 8 meses. Já gatos precisam de 12 meses… Em tese, são mais inteligentes, e por isso, demoram mais para serem clonados… Ainda no início, e assim, tendo que suportar todos os custos das pesquisas, um pet clonado sai em torno de R$200 mil. Mais adiante, em 10 anos, menos de 10 mil… Isso posto, encaminhamo-nos para uma quase imortalidade do ser humano, e das demais espécies. Dentre os dois caminhos possíveis, este agora revelado que é o da clonagem, e o da MEDICINA CORRETIVA, que corrige os eventuais erros que a natureza comete, tornando as espécies imortais, nos agrada muito mais a segunda alternativa. Em meu sentimento, uma alternativa natural. A que acaba de ser anunciada, a clonagem, uma alternativa que, no mínimo, constrange e causa insuportáveis desconfortos éticos e emocionais. 9 – C&A RETORNANDO AO AZUL Depois de permanecer a venda por alguns anos, a C&A reconsiderou e retomou sua trajetória em direção ao sucesso. Empresa mais que centenária e a caminho dos 200 anos, fundada que foi em 1841 pelos irmãos holandeses Clemens e August Brenninkmeijer – daí o C&A – começou no Brasil com uma primeira loja na cidade de São Paulo no Shopping Ibirapuera, e inaugurada no dia 31 de agosto de 1976. Nesses 45 anos foi, voltou, subiu, desceu, aumentou, encolheu, e, mais recentemente, desistiu de ser vendida, repito. E agora, e aparentemente, reencontra o caminho e se volta para o futuro. Hoje, com mais de 300 lojas no Brasil, avançou em seu sistema de distribuição, e vem conseguindo entregar todas as compras a distância com uma pontualidade superior a 98%. Segundo Marcel Modesto, gerente sênior de logística da C&A, “Nosso sistema anterior não integrava com novas tecnologias de automação e nossos centros de distribuição do comércio eletrônico; com a plataforma MANHATTAN ACTIVE WM hoje temos escalabilidade, integração, produtividade e suporte necessários para cumprir o previsto no planejamento estratégico e o crescente volume de vendas no digital…”. Já e diante de uma nova realidade os resultados vão aparecendo. Encerrou 2021 com uma receita de R$5,15 bilhões – quase 30% superior ao ano anterior – e um lucro líquido de mais de R$320 milhões. Em 2020 tinha dado prejuízo. Aos poucos, C&A parando de olhar para trás e para os lados, na expectativa de um possível comprador, e acelerando em direção ao futuro. Mais que na hora. 10 – QUEM SABE CRIA, QUEM NÃO SABE E NÃO PODE, COPIA Infelizmente os investimentos em pesquisa no Brasil, independente de sermos um país abarrotado de princípios ativos a serem descobertos e revelados na imensidão da flora, e, também, da fauna de/em nosso país, são insignificantes. Em entrevista ao MEIO & MENSAGEM, João Adibe Marques, que comanda a empresa de sua família e uma das maiores farmacêuticas do País, traduziu com incomum propriedade e coragem a situação de nossa indústria farmacêutica, e que de certa forma valida o ditado: QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO SABE COPIA. Disse, “O Brasil não tem uma lei de patente, então, a indústria farmacêutica brasileira não trabalha com novos produtos. Espera a quebra da patente para poder desenvolver. Depois, pode optar por marca ou genérico. Os dois passam pelo mesmo processo de pesquisa. Nosso foco, CIMED, é no genérico e nos que vão quebrar a patente. Tivemos agora a quebra do XARELTO – anticoagulante da BAYER – em que tínhamos o produto pronto, mas não podíamos lançar enquanto não quebrasse a patente. É uma corrida. A CIMED tem 150 novos produtos em pipeline. Produtos que já existem e vão quebrar a patente. Aí depende se renovam, quando descobrem uma nova indicação ao produto, ou expira a patente. ESSE É O JOGO DO BRASIL…”. Quem sabe cria, quem não sabe copia. VELHO BRASIL. Mas que na hora de mudar em direção a um NOVO E MODERNO BRASIL, que terá a capacidade de criar e tirar proveito da natureza abençoada que temos. DRUCKER´S MONTHLY Na lição e ensinamento deste mês, de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, a importância vital das empresas jamais se esquecerem que, por maiores que sejam, sempre são manifestações especializadas. Cada empresa tem que ter, se quiser sobreviver, uma especialização. Diversificações só cabem em empresas holdings, e que nascem com esse objetivo específico, ou seja, também têm uma especialização. São especialistas em montar, supervisionar e controlar diferentes empresas e negócios. Diz DRUCKER, “Diferentemente da comunidade, da sociedade, ou da família, as organizações são formadas com um propósito e sempre serão especializadas. A comunidade e a sociedade são definidas pelos vínculos que unem todos os seus integrantes, como, idioma, cultura, história, localidade. Uma organização é definida por sua missão. A orquestra sinfônica não tenta curar doentes; toca música. O hospital é quem cuida de doentes, mas não se arrisca a tocar Beethoven”.
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Agosto 2022

BUT PRESS 015 AGOSTO2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing — a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – DAY USE No mundo da SaaS – Society As a Service – manifestações que eram pontuais e esporádicas, passam a integrar o cardápio de todas as demais pessoas, e não mais daquelas a quem o serviço originalmente se dirigia. Durante décadas, hotéis das principais cidades do mundo eram de uso exclusivo dos hóspedes. E assim, salões, espaços, campos de esporte, piscinas, passavam dias, semanas, meses e até mesmo anos sem receber a presença de um único frequentador. A partir dos anos 1980 começou a flexibilização, e alguns hotéis em todo o mundo, e nas principais cidades brasileiras decidiram flexibilizar e tornar acessíveis seus serviços, às demais pessoas e não mais e exclusivamente aos hóspedes. Os hotéis em torno do novo centro empresarial de São Paulo, ali nas proximidades do MORUMBI SHOPPING, do D&D, abriram suas piscinas e academias aos executivos vizinhos, por exemplo. E agora, praticamente todos os hotéis que dispõem desses serviços, e na necessidade de fazerem receita, estão adotando o DAY USE, como um item regular de seus cardápios. Semanas atrás a FOLHA fez uma grande e completa matéria sobre alguns dos hotéis que aderiram, institucionalmente, ao DAY USE. E na matéria figuram, como exemplos, o BLUE TREE TOWERS, o MORUMBI HILTON, o GRAND HYATT SP, o MELIÁ IGUATEMI, o INTERCITY PAULISTA, o MERCURE PINHEIROS, NOVOTEL MORUMBI, RENAISSANCE, PALÁCIO TANGARÁ, TIVOLI MOFARREJ, dentre outros, mergulhando de cabeça no DAY USE. Os preços pelo DAY USE oscilam entre R$100,00 e R$500,00, e cada hotel, de acordo com sua PRODUCT POLICE, oferece alguns mimos e vantagens. NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, pode ficar estático aguardando por eventuais clientes que algum dia virão. Tudo, absolutamente tudo, precisa ser monetizado. Ou… 2 – DANIEL PINK Daniel Pink é um dos mais criativos e sensíveis pensadores da administração moderna. Do estado de OHIO, ESTADOS UNIDOS, da pequena cidade suburbana de BEXLEY, nasceu no ano de 1964 e concluiu sua carreira acadêmica com o curso de Administração de Empresas da NORTHWESTERN UNIVERSITY. Autor de duas dezenas de livros de sucesso, muitos deles com reconhecimento e premiação de importantes instituições. Dentre esses livros, os que mais gostamos aqui na MADIA são, FREE AGENT NATION, onde anuncia o FIM DOS EMPREGOS, e o início da SHARING ECONOMY, habitada quase que na totalidade pelos FREE AGENTS, PROFISSIONAIS EMPREENDEDORES. Gostamos muito também de DRIVE, onde decifra o que verdadeiramente motiva os profissionais, muito mais que dinheiro. E agora lança seu novo livro, “THE POWER OF REGRET (O PODER DO ARREPENDIMENTO), como subtítulo, HOW LOOKING BACKWARD MOVES THE FORWARD (Como, muitas vezes, recuando, podemos  impulsionar nossas carreiras e negócios). Em entrevista a STELA CAMPOS, de EXAME, conta mais detalhes de seu novo livro que, muito provavelmente se converterá em merecido sucesso. “A ideia do livro – diz PINK – nasceu de meus próprios arrependimentos. A pandemia, talvez tenha sido o tempero que faltava… As pessoas revelaram-se profundamente reflexivas e se revelaram abertas para compartilhar…”. A TESE DO LIVROPINK decidiu pesquisar a força do arrependimento. Foi à luta e realizou uma pesquisa com 16 mil pessoas de 105 países na busca de qual teria sido o maior arrependimento de cada uma delas. Na vida pessoal e profissional. E conseguiu identificar alguns padrões. A CONSTATAÇÃOO maior dentre todos os arrependimentos das pessoas é o de não terem começado um negócio próprio. Pessoas que se conformaram ou acomodaram em empregos convencionais, sem o menor brilho. Na sequência, pessoas que acreditam terem escolhido a carreira errada, e, finalmente, não terem aproveitado o convívio na empresa para desenvolverem mais e melhores relacionamentos. O COMPORTAMENTO DOS LÍDERES PARA PREVENIR E ATENUAR ARREPENDIMENTOSDiz, Pink: “Equivocadamente pensamos que quando revelamos nossos arrependimentos as pessoas terão menor apreço pelas nossas pessoas. É exatamente o contrário, para elas passamos a valer mais. Assim, compartilhar arrependimentos é uma das melhores maneiras dos líderes criarem afinidade. Por outro lado, escrever sobre arrependimentos também é positivo porque o ato de escrever nos leva a uma reflexão mais profunda e a uma compreensão maior. RAZÕES DAS PESSOAS TEREM DIFICULDADE DE LIDAREM COM O ARREPENDIMENTODiz Pink: “Duas são as principais razões. Primeiro, fomos ensinados que devemos ter apenas emoções positivas – o que é irreal e perigoso – e que ter emoções negativas é um sinal de que existe algo errado conosco. E, segundo, não fomos treinados a responder às emoções negativas, e assim, e quase sempre que se manifestam, nos derrubam…”. HOMENS E MULHERESO arrependimento bate diferente em homens e mulheres, segundo PINK. “Homens têm mais arrependimentos relacionados à carreira, e mulheres, à família. Mas, as diferenças foram pequenas…”. E, SEGUNDO PINK, quatro são os arrependimentos centrais e mais comuns às pessoas: – Não terem sido responsáveis ou prudentes;- Não terem se arriscado;- Terem se comportado mal e procedido de forma contrária a seus valores;  – E, relacionamentos rompidos sem chegarem a uma conclusão…No fundo, e a partir desses quatro arrependimentos mais comuns, como se a dizer, “Gostaria de ter mais habilidades, uma nova chance de aprender; de crescer e levar uma vida psicologicamente rica, e de mais bondade e amor…”. PINK terminou sua conversa com STELA confessando seu maior arrependimento, “o de não saber da importância de ter um mentor – por ignorância e burrice minhas – e jamais ter admitido que precisava de um”. Arrependimento, em italiano PENTIMENTO, é o primeiro parágrafo de um livro que virou um filme maravilhoso, escrito por LILIAN HELMAN. Era a forma como os pintores se comportavam, diante de uma obra que não gostavam, se arrependiam, e pintavam outra por cima. Décadas depois, em processos de restauração, acabava se descobrindo o arrependimento escondido pela nova obra… De certa forma, e em nossas vidas, procedemos da mesma maneira. 3 – “NÃO DÁ MAIS PARA SEGURAR, EXPLODE CORAÇÃO” Era o que cantava GONZAGUINHA em sua canção… Milhões de profissionais em todo mundo, por timidez, desconhecimento, tirania dos chamados sindicatos e organizações profissionais que proibiam, nasciam e morriam calados, não comunicando suas competências e serviços, e assim, estavam condenados, e se condenavam, ao eterno esquecimento. Os mais expertos, minoria absoluta, sempre encontravam uma maneira de realizarem algum tipo de comunicação, e assim, com relativa facilidade, dominavam pequenos, médios e grandes territórios da prestação de serviços. E aí o milênio chega ao fim, eclode a DIGISFERA, multiplicam-se as redes sociais e plataformas de comunicação, tudo absolutamente acessível, e com o potencial pleno da autossuficiência. Os prestadores de serviços de comunicação correm para se reinventar, e enquanto não se revelam prontos e acessíveis, milhões de profissionais vão se virando. E assim, e hoje, anos 2020, todos se comunicando, intensamente, ainda que com pouca ou nenhuma qualidade, para todos. De advogados, que morrem de rir das supostas “proibições da OAB”, passando por médicos, arquitetos, engenheiros, cozinheiras, costureiras, psicólogos, escafandristas, numerólogos, cartomantes, cuidadores, sexólogos, prostitutas e prostitutos, religiosos, videntes, bandidos e golpistas, doceiras, verdureiros, massagistas… Nos últimos dois anos milhares de matérias e reportagens sobre as novas formas de se revelarem e fazerem vivos, de infinitos e diferentes profissionais liberais, e ou, autônomos. Semanas atrás, no ESTADÃO, matéria assinada por BIANCA ZANNATA, trazia exemplos e depoimentos. Dentre outros, de uma jovem psiquiatra que defendia a prática mais denunciava os exageros. Dizia: “Temos que aceitar que as mídias sociais dão visibilidade e atingem públicos que não eram atingidos antes. Mas, vejo médicos fazendo tudo da mesma forma e de um jeito muito marqueteiro como vídeos no TIK TOK”. Com a natural dificuldade das pessoas, e em seu depoimento, essa psiquiatra incidiu em algumas barbaridades, trocando “ACESSAR PÚBLICOS”, por “ATINGIR PÚBLICOS”, seguramente não tendo consciência das barbaridades e atropelos que ela mesma protagoniza. E, entusiasmada, aponta o dedo, “O marketing médico é permitido, mas há vários profissionais que extrapolam esse limite. Sorteio de produtos, informações sem evidências científicas. É um show de horrores…”. Já outras duas advogadas dão depoimentos na mesma direção. Uma diz que criou as páginas de seu escritório no “FEICE” e LINKEDIN com a intenção de facilitar o acesso de pessoas a seus serviços, e a outra que as redes sociais permitem a divulgação de serviços pouco conhecidos como alguns que presta: mediadora privada de conflitos, aplicativo para o gerenciamento da guarda compartilhada de filhos…”. Ou seja, amigos, cada profissional independente, cada prestador de serviços, tem agora, à sua disposição, infinitos microfones e podem falar com o mundo. E enquanto todos não fizerem suas tentativas, seguiremos no caos que hoje vivemos. Todos, sem exceção, e até os tímidos e comedidos, como repetia GONZAGUINHA em sua canção, “eu quero mais é me abrir, não dá mais para segurar, explode coração…”. Quando todos, milhões, se comunicam, urram, gritam, ao mesmo tempo, ninguém ouve nada. A menos, que alguns distingam-se da turba enfurecida, da manada barulhenta, e façam se diferenciar, e, por decorrência, ouvir. Esse o desafio que neste momento vivem milhões de profissionais e prestadores de serviços em todo o mundo. 4 – TUTELA, CONVERSA MOLE, ESPERTEZAS, ENGANAÇÕES… E aí, numa quinta-feira, 15 de abril de 2021, em plena pandemia, a Prefeitura Municipal de São Paulo transferiu a posse e gestão de um dos ícones da cidade e por 25 anos, o MERCADO MUNICIPAL, mais conhecido como MERCADÃO, para um consórcio batizado de CONSÓRCIO NOVO MERCADO MUNICIPAL. O consórcio vencedor, integrado por várias empresas, concordou em pagar R$112 milhões, um ágio de 266% em relação ao valor mínimo exigido e que era de R$30,5 milhões, além de se comprometer a investir mais R$83 milhões em restaurações e reformas. No momento a aposta era no final da pandemia, e que as milhares de pessoas que tinham por hábito frequentar, consumir e comprar no Mercadão retomassem esse hábito. Inaugurado no ano de 1933 foi tombado pelo patrimônio histórico. Até então, e durante quase 90 anos, jamais houve qualquer reclamação sobre a prática mais que institucionalizada por lá e em outros estabelecimentos de varejo, de oferecer amostras, degustação, aos visitantes e prováveis clientes. Foi suficiente privatizar e os mesmos vendedores de antes passaram a ser tratados como bandidos por seguirem com as mesmas práticas de sempre, de partir e oferecer frutas para a degustação. E não se fala em outra coisa. O tal do GOLPE DAS FRUTAS… Na VEJA SP, a VEJINHA, entrevista do profissional contratado pelo consórcio para cuidar da gestão do MERCADÃO, ALEXANDRE GERMANO. Dentre outras declarações ALEXANDRE disse: “Começamos a operar a concessão no mês de setembro. Orientamos os lojistas. Até que no dia 12 uma página no INSTAGRAM ganhou milhares de seguidores – @golpe…do…mercadão…sp – mais cobertura de imprensa e desde então temos procurado orientar os lojistas, antes de punir. Posso afirmar que o golpe acabou, os próprios lojistas descobriram que seriam as maiores vítimas, na medida em que o movimento caiu vertiginosamente nos últimos dias…”. E aí o MERCADÃO virou a bola da vez… E muitas pessoas revelando-se indignadas com o tal do GOLPE DA FRUTA. O TAL DO GOLPE DA FRUTA – oferecer-se uma amostra – é uma pratica secular, milenar, de todos os mercados, vendas, e comércio do mundo. Se existe uma prática que os consumidores estão mais que treinados e acostumados é essa e jamais ouvimos qualquer manifestação que isso significasse criar uma situação constrangedora, insuportável, que obrigasse pessoas a pagarem preços absurdos pelo que não querem comprar. E aí não se fala em outra coisa. Alguns dos supostos principais psicólogos e pesquisadores sociais foram convocados a manifestarem sobre o tema, e as explicações são incríveis, tipo, “O ambiente criado pelos vendedores dificulta que a pessoa negue a oferta e siga em frente…”. “Tudo começa quando o vendedor já oferece a fruta para que o cliente prove, de graça. Essa questão de oferecer a fruta é uma técnica – óbvio que pode ser que eles não saibam, mas isso tem um efeito psicológico muito forte. É uma técnica de persuasão… O nome disso na psicologia social é PÉ NA PORTA… Porque é exatamente começar introduzindo um comportamento no cliente…”. SOCORRO! Agora todo o comerciante em todas as barracas de todas feiras do mundo está se valendo da ingenuidade dos compradores e metendo o PÉ NA PORTA? Chega! Chega de tentarmos proteger as pessoas de supostos golpes – ou técnicas promocionais primárias – como se ainda fossem suficientemente ignorantes para não saber que ao oferecer uma amostra grátis, uma degustação, o comerciante quer mesmo motivar mais a realização da compra. Ou seja, o TAL DO GOLPE DA FRUTA, que muito provavelmente provocará uma convocação de uma reuniãoespecial da ONU para tratar do assunto, é uma bobagem monumental, e que, curiosamente, só começa a acontecer, embora secularmente exista e seguirá existindo, depois que o mercado municipal, o MERCADÃO, passou para a gestão privada. 5 – O LONGO CAMINHO NA BUSCA DE UMA POSSÍVEL IGUALDADE Não obstante todas as movimentações dos últimos anos, a redução da distância entre o que ganham os homens e o que ganham as mulheres, caminha a passos de tartaruga. A FGV acaba de divulgar os resultados de um novo estudo onde pesquisou a remuneração de homens e mulheres em posições semelhantes nas empresas. Na média dos ganhos, e procedidas todas as compensações que dão consistência a comparação, as mulheres ganham 36,4% menos do que ganham os homens. No ano de 2021, as mulheres tiveram um rendimento médio de R$2.255,00 comparados com os R$2.815,00 dos homens. No extrato específico de trabalhadores com ensino superior, a distância aumenta: R$6.647,00 homens, e, R$ 4.228,00 mulheres. Olhando a mesma amostra sob ótica diferente, a conclusão é que na ponta superior, dos mais bem remunerados, 65% eram homens, e na de baixo, os piores remunerados, 55% eram mulheres. Quando se analisa o contingente de desempregados com ensino superior completo, a situação é péssima para as mulheres. Do total – 1,5 milhão – 956 mil mulheres e 576 mil homens. Ou seja, no mínimo mais uma ou duas décadas para que a desigualdade se reduza a níveis toleráveis. Aceitáveis, jamais. 6 – CAMICADIZAÇÃO DA TOK&STOK Era uma vez a TOK&STOK, fundada na cidade de São Paulo, no ano de 1978, pelo casal RÉGIS e GHISLAINE DUBRULE. Durante 35 anos, mudou a história do negócio de decoração em nosso país. Com design, leveza, acessibilidade, embalagem, montagem, exposição. No meio do caminho ganhou uma concorrente – ETNA –, mas sem o brilho, a inovação, e o sucesso da TOK&STOK. No ano de 2012, o GRUPO CARLYLE comprou e assumiu o controle da TOK&STOK, e, em paralelo, a RENNER, um ano antes, concluiu a compra da CAMICADO, procedeu a uma releitura radical na rede de lojas de utensílios domésticos, multiplicou as lojas, e aparentemente conseguiu um formato, modelo e tamanho mais contemporâneo que o da TOK&STOK. Enquanto isso, outros e novos concorrentes chegavam ao mercado, muito especialmente os originários do ambiente digital. Diante de toda essa nova realidade, agora, 44 anos depois de sua abertura, a TOK&STOK se reposiciona, passa a privilegiar espaços menores de até 700 metros, e decide voltar a investir em novas lojas, muito na pegada do que a RENNER fez e faz com a CAMICADO. A partir deste ano, começa a multiplicar suas novas lojas no formato STUDIO, mais concentrada em utilidades domésticas, presentes e objetos de decoração. Em entrevista à EXAME, e falando sobre o reposicionamento, ou, segunda vida da TOK&STOK, seu diretor de expansão LUCIANO ESCOBAR disse: “O novo conceito tem como principal objetivo trazer velocidade ao programa de expansão para todos os próximos anos. Estamos agora também voltados às pessoas que saem de casa para fazer compras em shoppings e outros locais, diferente de como procedíamos anteriormente, privilegiando as pessoas que planejavam compras e vinham às nossas lojas. Tinham como destino a TOK&STOK. Agora queremos ser acessíveis aos compradores eventuais e de passagem…”. Objetivamente, e como comentamos no início, assistimos ao processo de CAMICADIZAÇÃO da TOK&STOK. E assim, prevalecem dúvidas e questionamentos sobre o eventual sucesso. 7 – ETNA: NASCIMENTO, VIDA E… DE UMA EMPRESA QUE JAMAIS REVELOU CONSISTÊNCIA A ETNA abriu as portas de sua primeira mega loja no dia 11 de agosto de 2004. Hoje, 18 anos depois, onde supostamente alcançaria a maioridade, é um organismo em decomposição… Sob a liderança de NELSON KAUFMAN, GRUPO VIVARA, que visitou sete países em busca de inspiração, durante poucos anos a ETNA deu algum sinal de vida. Depois estacionou e hoje ingressa em aparente e irreversível mergulho a caminho do fechamento. Talvez, as tais das megalojas, com a aceleração monumental do e-commerce, tenham perdido ainda mais a razão de ser. As grandes livrarias, todas, naufragaram – CULTURA, SARAIVA, LASELVA – e a TOK&STOK procede revisão radical em seu modelo e parte para lojas de porte médio, com menos de 1.000 metros quadrados. NO ESTADÃO, matéria da COLUNA BROADCAST, uma interrogação atrás da outra. Textos do tipo, “Fechando lojas desde o ano passado, a ETNA vive um momento melancólico de sua operação física. Em seu site uma relação desatualizada de suas lojas, sem canais de comunicação oficial…”, e por aí vai. Ou seja, o sintoma, ou, os sinais são, de abandono total. Aparentemente, a família KAUFMAN jogou a toalha e espera por alguém interessado em arrematar o que sobrou. A ETNA, se tivesse analisado o mercado a fundo, teria descoberto e constatado que o momento em que decidiu decolar, era o momento que os demais players consideram a retirada e revisão radical do modelo. Nem lições como as da FNAC que já agonizava quando a ETNA decolou, foram suficientes para chamar a atenção dos investidores para o desatino. Pela dimensão da loja, e o foguetório no lançamento, a ETNA em sua loja de 12 mil metros quadrados – equivalente a dois campos de futebol – era o grande comentário da cidade de São Paulo. De tão grande, muitas famílias deixavam para conhecer a nova loja no final de semana. Terminada a fatídica SÍNDROME DA EXPERIMENTAÇÃO, o esvaziamento aconteceu no mesmo ritmo e velocidade. No portal o MUNDO DAS MARCAS, a última atualização sobre a ETNA é de fevereiro de 2020, vésperas da pandemia. Naquele momento ainda mantinha 13 lojas e comércio eletrônico. Hoje, nem mesmo os funcionários remanescentes da ETNA sabem responder quantas são as lojas. Mas, e no máximo, restam cinco, com produtos faltando nas prateleiras… Dentre os grandes equívocos da história do varejo no Brasil, a ETNA merece um capítulo especial. E, triste. O otimismo dos fundadores era de tal ordem que decidiram escolher como denominação do novo negócio, a mesma do maior vulcão da EUROPA. ETNA. Originário do grego, da palavra AITNA seu significado é “EU QUEIMO”. Exatamente o que acontece com a ETNA neste momento. PS – No final do mês de março a ETNA anunciou, oficialmente, o encerramento de atividades. 8 – REFURBISHING MARKET Muitos acreditam. Nossa sensação, consultores da MADIA, é tratar-se de um dos mais de milhares de eventos da chamada CAUDA LONGA. Negócios econômicos de pouca expressão e significado, mas que fazem muito barulho e entusiasmam os ingênuos de toda a ordem. A IKEA, a empresa que reposicionou globalmente o business dos móveis, apostando no design e acessibilidade, anuncia ter aderido de coração e alma, de armas e bagagens o business dos reciclados, dos reformados, ou, como muitos chamam, do refurbishing business. Desde a virada do milênio vem avançando na recompra dos móveis que vendeu a seus clientes. Recupera, e põe para circular, ou seja, vende de novo. E aí, quando a conversa começa, muitos e outros exemplos de importantes empresas que estão apostando na recuperação e revenda dos usados como business. Repito, a MADIA, consultoria, acha tudo muito bonito, simpático, socialmente responsável, mas negócio de nicho, de cauda longa, e que não deveria tirar a atenção das empresas de verdade. Mas… as tentações, as luzes, e, assim, SAMSUNG e APPLE reformando e revendendo smartphones, GUCCI E BOTTEGA VENETTA, grupo KERING, apostando na VESTIAIRE COLLETIVE, um megabrechó instalado e flutuando na digisfera. Tudo muito bonito, tudo muito elogiável, mas, como business… 9 – A ESTRATÉGIA DE UMA EMPRESA VENCEDORA Está tudo publicado. No balanço anual de uma das empresas referencias de nosso país. A NATURA&CO. Vamos conferir: A – “O plano da NATURA&CO de estabelecer uma fortaleza regional na América Latina continua nos trilhos”. Segundo os gestores da empresa, “aprendemos com a NATURA importantes lições que nos ajudaram a construir um novo modelo comercial adaptado para a AVON no Brasil. E que também e agora está sendo implantado no EQUADOR, COLÔMBIA e na América Central…”. Segundo os gestores: “as vendas habilitadas digitalmente agora respondem por 50% das receitas totais da NATURA&CO, graças ao enorme foco que demos à digitalização, ao longo de 2020 e 2021…”. E, aqui, uma revelação: “A NATURA está liderando o caminho do SOCIAL SELLING no grupo, reinventando o tradicional modelo de venda direta para o mundo de hoje e para as novas gerações… Assim, o ano foi marcado pelo lançamento do aplicativo AVON ON em 51 mercados, permitindo que as revendedoras acessem conteúdo atualizado da marca, além de ajudá-las a gerenciar e promover seus negócios com eficiência…”. No relatório, e parte importante da estratégia, diz, “fizemos progressos cruciais em nosso planejamento de entrada na CHINA, com planos de lançamento da AESOP para o segundo semestre de 2022, vindo na sequência a THE BODY SHOP…”. E por aí vai. Houve um tempo em que os relatórios e balanços eram peças geladas, de pouco ou nenhum interesse, e através dos quais as empresas cumpriam uma obrigação legal. Hoje, as empresas modernas, conscientes e responsáveis sabem tratar-se de peça de comunicação da maior importância, analisada em profundidade e nos limites por todos os seus stakeholders, claro, e além dos concorrentes. 10 – A GUERRA DAS EMPRESAS AÉREAS Todas as demais empresas passam seus dias tentando corresponder às expectativas de seus clientes, conquistar novos, e defender-se de eventuais ataques dos concorrentes. As empresas aéreas fazem isso, e muito mais. Muito especialmente as que voam no Brasil. Passam parcela expressiva das horas, dias, semanas, meses e anos, defendendo-se da avalanche de processos na Justiça. Não existe nenhum outro país do mundo onde os serviços aéreos sejam monumentalmente levados à Justiça como no Brasil. E com a pandemia, com os cancelamentos recorrentes de voos, as estatísticas, enquanto os aviões permaneciam estacionados em terra, foram, literalmente, para o espaço. Além da queda desproporcional na demanda, e em decorrência da pandemia nos últimos dois anos, as três empresas aéreas brasileiras defendem-se nos tribunais do país de 216 mil processos, decorrentes das ações ingressas exclusivamente em 2020 e 2021. Anos atrás o Brasil tinha advogados de plantão nas imediações das carceragens. Os mais que conhecidos e famosos ADVOGADOS DE PORTA DE CADEIA. Hoje tem mais advogados nos saguões e terminais dos aeroportos do que na porta das cadeias e da Justiça. Em declarações ao jornal VALOR, EDUARDO SANOVICZ, presidente da ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas, disse: “o desafio que temos não está ligado à pandemia, mas ao ambiente legal brasileiro…. De acordo com EDUARDO, hoje existem no Brasil mais de 30 sites de escritórios de advocacia que compram o direito dos passageiros em processos, oferecendo os serviços de defesa em troca de um percentual… E assim, às milhares de espadas com que acordam, todos os dias, as três empresas aéreas brasileiras, segundo o EDUARDO, “dados do Instituto Brasileiro do Direito Aeronáutico, 98,5% das ações civis do setor em todo o mundo, tramitam no Brasil”. Em todos os demais países, 1,5%. No Brasil, 98,5%. Conclusão, os balanços das empresas aéreas brasileiras têm, como destaque, na rubrica provisão para processos judiciais, um valor absurdo. Na média das três empresas, cada uma vem trabalhando com uma provisão anual de R$200 milhões… Esse é o Brasil. E esse é o desvario de se ter uma empresa aérea em nosso país. Se nos demais países não é fácil, no Brasil, as chances de sucesso, e ainda assim por um período de tempo, é de no máximo, exagerando, 5%. Mas, volta e meia tem novos malucos empreendendo no território… DRUCKER´S MONTHLY Hoje nosso mais que querido mestre lembra a todos nós dos momentos cruciais e decisivos, onde a presença de um líder de verdade, muitas vezes, é questão de vida ou morte. De vitórias monumentais, ou de derrotas devastadoras… Ensina o mestre: “o líder mais bem-sucedido do século XX foi Winston Churchill. No entanto, durante 15 anos, de 1925, a Dunquerque, em 1940, estava completamente colocado à parte e desacreditado – pela simples razão de que as circunstâncias prescindiam de um Churchill. Só situações de rotina. Mas quando a catástrofe chegou, felizmente, Churchill estava próximo e disponível. Mais cedo ou mais tarde, em todas as organizações, chegará a crise. É nesse exato momento que você precisa de um líder de qualidade”. Sua organização tem um líder de verdade?
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Julho 2022

BUT – BUSINESS TRENDS – 06/2022 – JULHO/2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.1 – A VIDA TEM SONS Faltava um exemplo definitivo e arrebatador de um grande salto só possível através da inteligência artificial. Agora não falta mais. De alguma forma, a canção imortalizada pelo ROUPA NOVA, de autoria de LUIZ OTAVIO DE MELO CARVALHO, NEY ANTONIO D´AZAMBUJA RAMOS, E PAULO SERGIO VALLE, nos alertava sobre isso, Lembram… “A vida tem sons que pra gente ouvir Precisa aprender a começar de novo É como tocar o mesmo violão E nele compor uma nova canção” Ou, “A vida tem sons que pra gente ouvirPrecisa entender que um amor de verdadeÉ feito canção…” Mas, faltava o exemplo, a documentação, e isso aconteceu no ano passado, com o espetacular documentário, marco definitivo do antes e do depois, THE BEATLES: GET BACK. Obra monumental de PETER JACKSON, que decidiu enfrentar e superar o desafio, resgatando um momento único da vida dos BEATLES, mediante utilização de doses substanciais e generosas de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL. Poderíamos seguir neste comentário detalhando que tudo começa quando um maluco chamado MICHAEL LINDSAY-HOGG, decidiu guardar e preservar todo o material de quase 60 horas captado no ano de 1969, para um suposto documentário LET IT BE, que seria protagonizado pelos BEATLES. Estava tudo lá, guardado, intacto, mas faltava submeter todo esse material, vídeo e sons, a tecnologia e suas conquistas, à inteligência artificial. A mesma que possibilitou no início deste século o decifrar-se de um dos maiores mistérios da humanidade. O GENOMA HUMANO, e de todas as demais espécies, DE COMO SOMOS FEITOS! E daí nasceu a mais revolucionária de todas as medicinas, ainda engatinhando, a MEDICINA CORRETIVA… O material era, ao mesmo tempo, irretocável e caótico. Não querendo perder nada, pela premonição que teve que talvez fosse aquele encontro o último de Paul, John, George, e Ringo, espalhou microfones e captou todos os sons possíveis e imagináveis. E aí, e para não nos alongarmos muito mesmo porque é difícil de explicar e quase impossível de compreender, recorrendo à IA – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL e ao ML – MACHINE LEARNING, resgataram, descobriram, e revelaram, um conteúdo inédito e absolutamente desconhecido pelos seres humanos, incluindo todos os milhões de admiradores dos BEATLES. Curto e grosso. As sensações que GET BACK nos transmitem são únicas e absolutamente impossíveis de serem sentidas pelos recursos até então existentes. Para as pessoas que nos perguntam qual a mágica do GET BACK, que fascina e ensandece tanto as pessoas. E que, sem terem consciência, sem saberem, passam a sentir. Sensações absolutamente novas, mais de 50 anos depois. E todas, sem exceção, em maiores ou menores graus, e sem conseguirem explicar, terminam a série de episódios num estado de contentamento, de emoção, de euforia, inimagináveis. Talvez, e tentando explicar o inexplicável, como se todos nós, e aproveitando o título que Beatriz Vaccari, do CANALTECH, deu a sua crítica do documentário, como se todos nós, de repente, encontrássemos circunstancialmente uma carta de amor de oito horas de duração, que encontrava-se guardada em um cofre, esperando pela chegada da inteligência artificial para que pudéssemos abri-la e lê-la, por completo. Tudo bem, esqueçam querer entender como é e funciona a inteligência artificial, assim como não sabemos como funcionam infinitos objetos, produtos, sistemas. Vamos apenas e tão somente desfrutarmo-nos de seus espetaculares serviços e conquistas. Como, por exemplo, GET BACK. E nos deixar levar nos sons, que a vida tem, e ouvir no fundo, SHE LOVES YOU, YEAH, YEAH, YEAH… 2 – OS LIMITES DO AMOR Quais os limites das manifestações de amor e carinho pelos colegas de trabalho de uma empresa? Segundo decisão da 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, (AM/RR), e seguindo o parecer do relator, JOSÉ DANTAS DE GÓES, o limite são manifestações e comportamentos que caracterizem ULTRAJE AO PUDOR PÚBLICO… Isso posto, BEIJOS E ABRAÇOS entre colegas de uma mesma empresa, durante o expediente, pode e não é passível de caracterizar JUSTA CAUSA. Uma auxiliar de farmácia de um hospital foi filmada beijando um colega de trabalho durante o horário do expediente. E, em decorrência, foi demitida por justa causa. No julgamento, o hospital não teve sua defesa acolhida na ação que a funcionária ingressou na Justiça. O hospital recorreu, e voltou a perder. Segundo a 3ª Turma, a decisão foi absolutamente desproporcional. Era suficiente uma advertência. No máximo, uma suspensão… Ou seja, amigos, vivemos tempos de transição, de nervos a flor da pele, onde pessoas se manifestam de forma excessiva e exacerbada, criando um clima mais que trágico para decisões equivocadas, desnecessárias e inconsistentes. Tempos de transição, como o que vivemos, levam a isso. 3 – INFLUENCIADORES… Todo o cuidado e muito mais é pouco. Tudo bem, você quer confiar seu maior patrimônio, sua MARCA, a manifestações de influenciadores? É um problema seu. Mas, advertimos: loucura, devaneio, alucinação, temeridade. Vai dar merda, mais cedo ou mais tarde. Se quiser o testemunhal, o depoimento de alguém com conteúdo de verdade, risco próximo de zero, e que agrega valor a sua MARCA, claro, dependendo na maneira e do conteúdo a dizer, contrate um legítimo FORMADOR DE OPINIÃO. Esqueça essa bobagem chamada INFLUENCIADORES… Agora, cinco marcas que cometeram a temeridade, encantando-se com os números de visualizações e suposta audiência, correm atrás do prejuízo: IFOOD, BIS, RAGAZZO, PUMA e INSIDER STORE. Colocaram dinheiro, temerária e irresponsavelmente, em alguém que tinha por hábito fazer suas lives embriagado. Quem confessa e reconhece essa temeridade é ele, BRUNO AIUB, mais conhecido como MONARK (nada a ver com a fábrica de bicicletas). Quando alguma empresa procura a MADIA e vem com a conversa de utilizar INFLUENCIADORES agradecemos e pulamos fora. Absolutamente fora de controle. Como dar um punhal para uma criança brincar com seus amiguinhos… Não vai dar certo. Quer recorrer ao testemunhal, quer agregar valor à narrativa, contrate um FORMADOR DE OPINIÃO de verdade. E amarre esse FORMADOR DE OPINIÃO a cláusulas absurdamente rigorosas. E controle e vigie permanentemente seu comportamento. Para não correr o risco de esses influenciadores fazerem coisas, como, tatuagem no ânus. E ao invés de ficarem quietinhos, dão entrevistas orgulhando-se dessa barbaridade. Como fez ANITTA, membro do conselho do NUBANK. Segundo a influenciadora, ANITTA fez a tatuagem no ânus porque não tinha mais nenhum outro lugar em seu corpo onde fazer… E cobrada, declarou à imprensa: “Não tinha mais onde tatuar, não tinha mais espaço. Mas a tatuagem é muito linda, não tem nada demais…”. ANITTA tatuou a palavra LOVE em seu ÂNUS… Como declarou seu tatuador que ganhou R$300,00 reais para fazer: “Bem romântico…”.A marca é sua, a responsabilidade é sua, você decide. Depois não venha reclamar… 4 – QUEM TUDO QUER, TUDO PERDE Ditado dos mais antigos, repetidos à exaustão por nossas mães avós diante da voracidade e gulodice total de nós, enquanto crianças, acabou virando título, em português, de uma deliciosa comédia de BRIAN DE PALMA, no original, WISE GUYS (garotos espertos). Com DANNY DE VITO e JOE PISCOPO. Mais ou menos, e quase sempre, a razão de ser de debacles monumentais. Fundada no ano de 1914, no dia 13 de dezembro, pelo imigrante português JOAQUIM IGNÁCIO DA FONSECA SARAIVA, de TRÁS-OS-MONTES, 94 anos depois, 2008, detinha mais de 20% do total das vendas do Brasil. E foi nesse exato momento, empolgada com o sucesso, que os sucessores de JOAQUIM IGNÁCIO decidiram aceitar as ofertas mirabolantes dos shopping centers, e converterem a vitória rede de livrarias, em MEGASTORES. E, que, além de livros, e como o espaço era descomunal, passaram a vender os condenados à morte CDs, DVDs, e na onda do “JÁQUE” — já que vendo isso vendo aquilo — foi convertendo-se também em revenda de eletroeletrônicos, computadores, celulares, smartphones, e, e, e, começou a fraquejar, bambear as pernas e aproximar-se do abismo. Como a compulsão e ganância eram incontroláveis não se deu conta e mergulhou no abismo. Corta para fevereiro de 2022. Quatro anos depois de ter pedido RECUPERAÇÃO JUDICIAL, incapaz de suportar e honrar uma dívida de R$675 milhões. Numa luta desesperada e esperanças próximas de zero, tenta sobreviver, de alguma maneira, seja essa maneira a que for. No ano passado, o que sobrou da SARAIVA dos anos de glória, meados da década passada, um prejuízo de R$15,7 milhões. Das 113 lojas de seu melhor momento hoje restam 37. Devolveu e ou fechou todas as demais. E ainda a pandemia, e vendas caindo para quase a metade do Natal de 2020. Dentre suas maiores dívidas, a maior com o BANCO DO BRASIL, mais de R$120 milhões. Dívidas elevadas com seus tradicionais e queridos editores de livros que forneciam o produto principal da verdadeira e original Saraiva: o LIVRO. Sem contar os aluguéis em shoppings que não paga há um bom tempo. Assim, e ano após ano, mais prejuízos, menos compromissos honrados, menos lojas, a caminho, de mãos dadas com a CULTURA, ao mesmo destino reservado a LASELVA, que teve sua falência decretada no ano de 2013. Lembram, nossas mães e avós… QUEM TUDO QUER, TUDO PERDE… Mais ou menos por aí a triste e constrangedora história da SARAIVA, e de herdeiros que jamais entenderam as verdadeiras razões e motivos do imigrante português JOAQUIM IGNÁCIO DA FONSECA SARAIVA, de TRÁS-OS-MONTES, há mais de 100 anos. 5 – EQUILIBRANDO-SE NUM FIO DE ARAME FROUXO É essa a situação dos aplicativos de entrega — todos — muito especialmente, o mais conhecido de todos — transporte de passageiros e entregas de produtos e alimentação — o UBER. Que como todos sabem nasceu num dia em que nevava em Paris, 2008, e seu criador TRAVIS KALANICK não conseguindo táxi e vendo centenas de carros particulares passarem apenas com o motorista considerou a possibilidade de um aplicativo para uma espécie de “caronas pagas”. Milhares de processos em todo o mundo caracterizando RELAÇÃO DE TRABALHO existente entre UBER, demais aplicativos, e os motoristas. Ou seja, todo um meganegócio, envolvendo hoje parte da estrutura logística dos países, mais milhões de motoristas, mais dezenas de milhões de pessoas que compram no e-commerce e recebem a entrega da compra por essas plataformas, e muito mais, ou seja, uma manifestação absolutamente integrada e parte relevante do novo mundo em processo de construção. No ano de 2018, setembro, um motorista foi assassinado a tiros depois de dura discussão com um motoqueiro. A família, mulher e filho, ingressaram com ação alegando que o pai e marido trabalhava exclusivamente para o aplicativo. Na ocasião, e questionado, o UBER assim se manifestou: “Infelizmente, os incidentes de trânsito ainda são comuns nas cidades brasileiras. Esperamos que as autoridades avancem nas investigações para encontrar os responsáveis e levá-los à Justiça o mais rapidamente possível…”. Sintetizando e traduzindo, o UBER formalmente disse SINTO MUITO, MAS NÃO TENHO NADA COM ISSO. Mas não é exatamente assim que pensa parte da JUSTIÇA. E agora, e na medida em que a ação prospera, chegou a 3ª Turma do TST – Tribunal Superior do Trabalho, que decidiu pela responsabilidade do UBER e que terá que indenizar a família do motorista assassinado. Essa discussão vai longe, e durante toda essa década ainda essas plataformas caminharão sob o fio de arame bambo e inseguro decorrente de criarem, com as conquistas da tecnologia, uma nova forma de relacionamento não prevista pelas leis. Mais adiante o mundo será assim, não existirão mais empregados. Apenas exclusivamente, profissionais autônomos, empreendedores, na condição de prestadores de serviços, e trabalhando sob o regime da PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Porém, mais adiante. Ainda teremos uma longa jornada para que ESSA NOVA REALIDADE, que já se faz presente nos países mais adiantados, torne-se uma NOVA e GLOBAL REALIDADE. E, enquanto isso não acontece, centenas, milhares, quem sabe milhões de processos na Justiça, merecendo decisões de toda a ordem. Todo processo de mudança é assim. O atual, mais que mudança, é de rompimento. Do mundo velho para um mundo absolutamente novo, em decorrência do tsunami provocado pela tecnologia. Assim, e mais que mudança, vivemos momentos de demolição, e construção absolutamente novas no lugar. Novas, e, completamente diferentes. Absolutamente nada a ver como era antes. Como nos ensinaram LULU SANTOS e NELSON MOTTA: “Tudo o que se vê não éIgual ao que a gente viu há um segundo…”.Lembram, e começavam já alertando, “Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia…”. É ISSO. APENAS ISSO! 6 – CEDO PARA FORMAR-SE, MAS, E FINALMENTE, UMA MUDANÇA NA CURVA DA TENDÊNCIA Brasileiros gostam de cerveja e ponto. Não se discute mais. Era verdade. Desde que nasceu, em todas as esquinas, reuniões de família, festas, batizados, aniversários, dominava a cerveja. Pela simples razão que era acessível em todos os sentidos. Portabilidade, preço, distribuição. E para os não iniciados, absurdamente acessível porque empunhada por seus pais, tios, avós. E enquanto isso, o vinho devagar quase parando, absolutamente ignorado. Pior ainda, maltratado pelos produtores que se recusavam a fazer o essencial. E aí chegaram os CLUBES DE VINHO. Que, pacientemente, pegaram as pessoas pelas mãos e foram explicando o TIM-TIM POR TIM- TIM da fabricação, do consumo, da história, da elegância, sensibilidade, paladares, cores do vinho. Mais que isso, convenceram as pessoas a fazer assinaturas de vinho. WAAS! WINE AS A SERVICE! Mais que comprar, assinar o recebimento mensal de uma cota básica de vinho. Duas, três ou quatro garrafas. E junto com as garrafas, em embalagens primorosas, sempre um brinde, um folheto, uma revista, pegando os novos consumidores pela mão e alfabetizando todos na arte, ciência, ritual e prazeres do vinho. Da cidade de ITABUNA (BA), ROGÉRIO SALUME, 1973, adorava a prática da natação. Participava de competições em VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO, para onde se mudou em 1989. Mais adiante fez jornalismo e MBA na FGV. Começou a vida profissional como vendedor — de bicicleta vendia balas e doces para bares e comércio da Grande Vitória. Um dia foi trabalhar com a empresa do maior dos mestres do ATACADO do País, ALAIR MARTINS. Cuidava das vendas do MARTINS na cidade de VITÓRIA. Antes de seu encontro com vinhos, e para permanecer próximo da família e de VITÓRIA, sua primeira filha, abriu uma pequena empresa de distribuição de produtos. Não deu certo. Numa viagem a SÃO PAULO reencontra ANSELMO, um velho amigo, de tecnologia, e constroem um primeiro site para a empresa dos dois. Para vender vinhos. O negócio prospera, em 2004 converte-se na ESTAÇÃO DO VINHO e recebe seu primeiro aporte. Em 2008, ROGÉRIO e ANSELMO despendem-se da ESTAÇÃO DO VINHO e criam o WINE. No primeiro ano vendem 250 mil garrafas para 14 mil clientes, e, então, nasce o CLUBE W, o WINE, que mudou para melhor e para sempre a história do vinho em nosso país. Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? No caso do vinho a resposta é única e unânime, quem mudou a história do vinho em nosso país foi o CLUBE WINE, e, depois, os demais clubes que pegaram carona na nova e poderosa onda. Corta para o início do ano, e depois de quase 2 anos de pandemia completos. Dados das últimas pesquisas referentes ao ano de 2021 revelam. Enquanto a venda de cervejas caiu 11%, a de vinho avançou mais de 50%. É isso, amigos. Uma lição definitiva e magistral de como se muda o comportamento de pessoas, e se dá inicio a uma revolução. Com paciência, disciplina, gentilezas, carinho, respeito, pegando as pessoas pelas mãos, ensinando, acessibilidade total, e, gradativamente, o aparente milagre acontece. Quem quiser chamar de milagre que o faça, mas, de verdade, trabalho exaustivo, no correr de mais de uma década, e de excepcional qualidade. Quando isso acontece, dá certo. Deu. ROGÉRIO SALUME, seus sócios, companheiros de WINE, mais que todos os produtores, muitos centenários, mudaram para sempre e para melhor a história do vinho no Brasil. 7 – SÍNTESE DAS SÍNTESES Em todos os últimos anos muito se tem discutido sobre a possibilidade do excesso de tecnologia estar fazendo mal para as pessoas. Tornado todos mais acomodados, e, de quebra, alterando a maneira como raciocinamos. Por esse pensamento, todas as inovações dos últimos séculos e milênios, precisariam ser reconsideradas porque determinaram mudanças profundas no comportamento dos seres humanos. Em decorrência das inovações, no correr os séculos, passamos a produzir dezenas de vezes mais, e, na outra ponta, comer sentados em cadeiras e em volta de uma mesa, com pratos de louça, faca e garfo, mais guardanapos. Caso contrário, continuaríamos nos alimentando com as mãos… Porém, as fantásticas facas, que nos possibilitaram um salto civilizatório monumental, nas mãos de desequilibrados provocam as maiores barbaridades. É exatamente isso que testemunhamos acontecer com a tecnologia e seu uso. DANIEL SCHACTER, psicólogo americano e professor da Universidade de Harvard, autor do clássico THE SEVEN SINS OF MEMORY: HOW THE MIND FORGETS AND REMEMBERS, do ano de 2001, relançado agora em versão atualizada e mais completa, em entrevista à GIOVANNA WOLF do ESTADÃO, explica: “A tecnologia pode ser útil para nossa memória, como as agendas digitais que nos notificam sobre compromissos… O perigo reside na desinformação que povoa a internet que, e sem que as pessoas se deem conta, vai se incorporando às suas memórias…”. Ainda em sua entrevista SCHACTER falou sobre uma espécie de SÍNDROME DO FOTÓGRAFO. E que é mais ou menos a seguinte: a pessoa que numa viagem de família cuida dos registros fotográficos, não guarda nem uma melhor recordação, e nem uma maior lembrança da foto que tirou. Pela simples razão que sua atenção concentra-se na luminosidade, no foco, no ângulo, de todas as fotos que tira no correr da viagem. E ainda SCHACTER reflete sobre uma espécie de SÍNDROME DE GPS. Com o GPS, tudo ficou mais fácil, e raramente erramos a direção. Em compensação, nos tornamos dependentes, e se no passado guardávamos e sabíamos os caminhos, hoje se precisarmos refazê-los sem GPS será praticamente impossível. De verdade, SCHACTER apenas nos recorda do sentido da evolução. Diante de uma alternativa melhor em todos os sentidos, teríamos imensa dificuldade em retroceder, em recorrer a uma solução antiga, substituída magnificamente por uma solução melhor. Para isso, é que fomos feitos, como diria o poeta VINICIUS DE MORAES… Para isso, e, principalmente, para AMAR E SER AMADOS… Evolução passa, também, por esquecimentos. Pelo não lembrar-se mais do que se tornou desnecessário. 8 – TORTURA Gradativamente vai se disseminando a prática de algumas empresas, muito especialmente com a chegada das centenas de FINTECHS, de concederem empréstimos às pessoas, e recebendo como garantia o aparelho celular. Algumas plataformas e aplicativos possibilitam essa modalidade absurda de garantia, na medida em que, para parcela expressiva das pessoas, o celular é a voz, o transporte, o dinheiro, a vida. Além de e absurda, essa prática, atenta contra o MARCO CIVIL DA INTERNET, na medida em que, ao impedir as pessoas de se comunicarem, confiscam a liberdade de expressão, e ainda, o direito à propriedade. Ou seja, amigos, e depois de décadas, voltamos a viver numa selva. Onde no desespero de tomar uma parcela qualquer de mercado, comércio e fintechs ultrapassam todos os limites. O que, além de uma estupidez, é de uma burrice monumental. Para boa parte das pessoas a quem concederam crédito, o CELULAR é a única esperança e meio de conseguirem alguma receita, para depois poderem colocar em dia suas contas. 9 – PERPLEXIDADE De repente, e diante de números de supostas pesquisas que voltariam a colocar no comando do País um bandido julgado e condenado como ladrão e chefe de quadrilha, vozes das catacumbas voltam a falar em reformar e retornar para trás as poucas conquistas da reforma trabalhista do governo TEMER. O que levaria nosso país para um lugar mais distante ainda, e num passado do qual muitos países já se livraram a mais de duas décadas. Parece que ainda convivemos com pessoas no Brasil que parecem habitar uma outra e distante realidade, absolutamente insensíveis com o que vem acontecendo com o mundo muito especialmente nas últimas duas décadas. No ano de 1995, isso mesmo, 1995 — quase 30 anos atrás — JEREMY RIFKIN lançava nos ESTADOS UNIDOS seu best-seller THE END OF WORK, publicado no ano seguinte no Brasil com o título O FIM DOS EMPREGOS. Na página 5 do livro em sua tradução para o português, RIFKIN diz: “Enquanto as primeiras tecnologias industriais substituíram a força física do trabalho humano, trocando a força muscular por máquinas, as novas tecnologias prometem substituir a mente humana. Colocando máquinas inteligentes no lugar dos seres humanos em toda a escala de atividade econômica. Mais de 75% da força de trabalho na maior parte das nações industrializadas estão desempenhando funções que são pouco mais que simples tarefas repetitivas. Máquinas automatizadas, robôs, computadores cada vez mais sofisticados podem desempenhar muitas, se não a maioria, talvez, a totalidade dessas tarefas… Isso significa que, apenas nos ESTADOS UNIDOS, nos próximos anos, mais de 90 milhões de empregos de um total de 124 milhões serão ocupados por máquinas… WASSILY LEONTIEF, economista e prêmio NOBEL, advertiu a todos, que, “o papel dos humanos, como o mais importante fator de produção, está fadado a diminuir, do mesmo modo que o papel dos cavalos na agricultura foi diminuindo e depois eliminado com a chegada dos tratores…”. Mas, e independente dessa verdade monumental, irreversível e definitiva, continuamos lendo nos jornais do Brasil, em 2022, dar uma marcha-à-ré na tímida REFORMA TRABALHISTA de poucos anos atrás. SOCORRO! 10 – FALTOU COMBINAR COM O MUNDO Tudo bem, o tsunami tecnológico é uma realidade absoluta e definitiva e irreversível. Que no médio e longo prazo só terá sido responsável pelo progresso, desenvolvimento e qualidade de vida. Mas, e antes de melhorar e muito, piora, muito especificamente determinados territórios, e, repito, piora muito. Assim, e diante de um novo mundo em processo de construção que muda radicalmente todos os processos de compra, que desloca os eixos de toda a produção global, os sistemas de logísticas e distribuição mais que perfeitos para um mundo antigo, e onde pouco se comprava a distância, carecem de sucateamento radical e urgente. Claro, desde que exista uma nova solução pronta e acabada hoje, o que de verdade não acontece. E em meio a essa disrupção, a pandemia, e o caos generalizam-se. Conclusão, no território da logística global, o preço dos fretes vai às nuvens. Especificamente em nosso país, onde nos tornamos um grande comprador de praticamente tudo a distância, muito especialmente de países do outro lado do mundo, a gravidade da situação é maior ainda. Não apenas para nós, consumidores finais, mas e principalmente para as empresas, carentes de componentes e matérias-primas. E que, óbvio, vai repercutir no preço final dos produtos, e determinando um agravamento no processo inflacionário que vive o mundo. Especificamente no território dos fretes, os preços partiram em direção ao céu. Escalaram! Para se ter uma ideia da dimensão do desafio, é suficiente atentarmos para o módulo básico de transporte marítimo entre empresas e empresas de diferentes países. Antes da pandemia, um container básico e universal, que mede 20 pés, e que jamais se aproximou do valor de US$3 mil, sempre entre US$2 e US$2,5 mil, hoje custa US$11,2 mil. Uma alta de praticamente cinco vezes. Mais ou menos como se de janeiro de 2021 para janeiro de 2022, aquela mesma corrida de táxi que pagávamos R$20,00, passasse a custar, R$100,00. É isso, amigos. E se o transporte custa 5 vezes mais, de alguma forma, parte desse aumento irá bater obrigatoriamente no preço dos produtos. E quanto a isso, não há o que fazer. Respirar fundo, esperar o mundo recuperar seus níveis de abastecimento para só então, e gradativamente, os preços retornarem próximos dos preços de janeiro de 2020, e a inflação mergulhar em declínio. Até lá, respirar fundo, repito, e procurar sobreviver. DRUCKER´S MONTHLY Hoje, nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER faz importantes considerações sobre os chamados LÍDERES CARISMÁTICOS. Diz o mestre:“Ter carisma está na moda. Fala-se muito sobre, e uma grande quantidade de livros a respeito de líderes carismáticos vem sendo publicada. Na política, a ânsia pelo tal de carisma tem se revelado fatal. Nenhum século viu mais líderes carismáticos do que o século XX. E nunca os líderes políticos fizeram um mal maior que os chamados gigantes do século XX: Stalin, Mussolini, Hitler e Mao. Em verdade, não é o carisma que importa. O que importa é se o líder conduz na direção certa, ou na direção errada. As conquistas construídas no século XX foram obras de pessoas absolutamente sem carisma. Os dois militares que conduziram os Aliados à vitória na Segunda Guerra Mundial foram Dwight Eisenhower e George Marshall. Ambos altamente disciplinados, altamente competentes e brutalmente chatos; carisma zero… Entre capazes e carismáticos, opte pelos primeiros”. E, nós, consultores da Madia, completamos, e repetimos, “Entre capazes e carismáticos, opte pelos primeiros; SEMPRE!”
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Junho 2022

BUT – BUSINESS TRENDS – 05/2022 – JUNHO/2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – PORTEIROS E PORTEIROS Dentre os filmes de sucesso de crítica dos anos 1970, o dirigido pela cineasta LILIANA CAVANI, “O PORTEIRO DA NOITE”. Marca o reencontro de uma sobrevivente de um campo de concentração e seu torturador, agora trabalhando como porteiro de um hotel na cidade de Viena. Encabeçando o elenco, CHARLOTTE RAMPLING e DIRK BOGARDE. Nas principais cidades do mundo, naquele momento, crescia de forma avassaladora a quantidade de pessoas mudando-se para prédios de apartamentos, e, em todos eles, e na medida em que aumentavam de tamanhos, com dezenas de apartamentos, passou a ser necessária a figura do porteiro. Assim, e nas últimas três décadas, vimos crescer a quantidade de prédios, de porteiros, e trabalhando em três turnos. As despesas de condomínio foram escapando do controle. Nas locações, situações patéticas onde o rateio das despesas de condomínio significavam desembolso maior que o próprio aluguel, e aí, condôminos reunidos decidiram dar um basta a essa situação, recorrendo aos avanços e recursos da tecnologia, e começou a desgraça da então próspera profissão de porteiro. Pesquisa divulgada em matéria da VEJA SÃO PAULO, da plataforma SINDICONET, revela que quase 20% dos síndicos entrevistados relataram que as assembleias de condôminos decidiram demitir porteiros e substituí-los por um sistema eletrônico. Em 3 anos, essa tendência mais que dobrou. Ou seja, e gradativamente, mais uma atividade ou profissão caminhando em direção ao desaparecimento. Na matéria da VEJINHA sobre o assunto, um dos entrevistados, o síndico profissional ALEXANDRE PRANDINI, que cuida de 16 condomínios, e na metade dos quais não existe mais o porteiro, trouxe uma segunda e importante razão. Disse: “Não estamos mais conversando se o prédio vai ou não colocar portaria digital, mas, quando. Só quem conhece uma portaria entende quão insalubre é o ambiente… O porteiro passa o dia tendo de atender presencialmente, receber entregas, olhar através de câmeras, abrir o portão da garagem, tudo isso por horas e dentro de um cubículo…”. Assim, e como mais que previsto, determinadas profissões perderam a razão de ser diante dos recursos e possibilidades decorrentes dos avanços e conquistas das novas tecnologias. Tudo o que o mundo e a sociedade tem que fazer é reconhecer que acontecimentos como esses são inevitáveis e inadiáveis, e, cuidar da requalificação dos profissionais tipo porteiros de prédios… 2 – AS INFINITAS DIMENSÕES DA CHAMADA MULTICANALIDADE Mais que multicanais, a multicanalidade, em todas as dimensões e sentidos vai tomando conta dos negócios. Dentre os exemplos que melhor revelam essa tendência crescente e irreversível, as mudanças contidas na estratégia do BOB’S para os próximos anos. Claro, tudo tem a ver, começa, e ganha o empurrão necessário e suficiente com a pandemia. Mas, e como nos ensinam a física e a natureza, depois que mudamos alguma coisa de lugar e assim permanece por um determinado tempo, começa a gerar raízes e vai se institucionalizando, num primeiro estágio, e crescendo, nos estágios seguintes. Assim, o BOB’S constatou que suas vendas através de delivery antes da pandemia e que eram de 7%, claro chegaram a 100% durante a pandemia, na reabertura das lojas não voltou aos 7% mas, estabilizou-se em 22%, ou seja, cresceu três vezes. Brigar com a nova realidade definitivamente não era a melhor solução, e assim, o BOB’S decidiu aderir a essa nova realidade. Passou a oferecer a solução “CLIQUE E RETIRE”. O cliente faz seu pedido através do app, CHAMA O BOB´S e retira o pedido num LOCKER instalado nas lojas – armários individuais e trancados, abertos mediante a aplicação do QRCODE que o cliente recebe via celular. Esse mesmo sistema passou a funcionar para os entregadores, dentro do processo de eliminar ao máximo todos os contatos físicos possíveis ― novos hábitos de tempos de pandemia ―, e, também e principalmente, ganhar tempo. E, para tangibilizar e sintetizar todas essas inovações, está abrindo uma LOJA CONCEITO na cidade de campinas, OMNICHANNEL, batizada de BOB´S CONECTA. Em paralelo, e considerando outra mudança no comportamento das pessoas, criou o KIT BOB’S FAÇA EM CASA. Já disponível em algumas redes supermercadistas desde meados de 2021. Uma caixa composta de seis unidades de hambúrgueres 100% de carne bovina, seis conjuntos de pães, fatias de queijo, e 200g do molho BIG BOB… É isso, amigos. Se nas batalhas, os vencedores e conquistadores acabam assimilando alguns hábitos dos derrotados e conquistados, em momentos de excepcionalidade em que as circunstâncias determinam mudanças extremas de hábitos e comportamentos, alguns permanecerão para sempre. Assim caminha a humanidade, hábitos, costumes, e a isso se rende o marketing de excepcional qualidade. 3 – PREVISÕES E PREVISÕES Durante anos, dezenas de supostos videntes viviam da previsão sobre eventos futuros que faziam para seus clientes. Até hoje, um número grande de pessoas tem por hábito consultar seus videntes nos finais de ano. E dentre essas pessoas, alguns empresários e profissionais. Em diferentes lugares do planeta. A galera da tecnologia é adepta de consultar videntes, e um dos mais demandados pelos habitantes do VALE DO SILÍCIO, é o palestrante, autor, empreendedor e professor da Escola de Negócios STERN, da Universidade de Nova York, SCOTT GALLOWAY, 57 anos. De suas previsões para o ano passado, 2021, acertou em cheio ao prever que o BITCOIN em algum momento superaria o valor de US$ 50 mil ― no momento em que fez a previsão o valor era de US$ 25 mil. Mas errou ao afirmar, com convicção, que em algum momento do ano passado, a APPLE compraria uma das empresas que decolaram com a pandemia, a PELOTON, uma das novidades em fitness que virou mania nos Estados Unidos. Já em suas previsões para este ano de 2022, talvez a de maior impacto é a que prognostica para a META, do METAVERSO, FACEBOOK, MARK ZUCKERBERG, um fracasso igual ou maior do que aconteceu com o SECOND LIFE. Em contrapartida, e num raciocínio que faz todo o sentido, tal a adesão dos APPLEMANIACOS, acredita que, se existe uma empresa no mundo capaz de construir um universo paralelo, essa empresa é a APPLE, com o que também concordamos, nós consultores da MADIA. No Brasil, e dos últimos videntes, o mais famoso foi a MÃE DINÁH. BENEDICTA FINAZZA, nascida em São Paulo, no bairro do Paraíso, em 1930, onde também morreu no ano de 2014. Antes de morrer, passou a vender suas previsões em massa, por um valor mais que acessível, mas que de verdade eram produzidas pelo computador. De cada 1000 previsões que fez garantindo que os consulentes teriam longa vida, sempre dois ou três morriam antes mesmo de receberem a previsão. 4 – A CACAU SHOW É UM SHOW PÁSCOA de 1988. ALEXANDRE TADEU DA COSTA, 17 anos, decide produzir e vender chocolates, e, numa das primeiras tentativas, recebe uma encomenda de 2 mil ovos. Como não produzia, procurou alguém para. Bateu na porta da fábrica que disse não ter condição de atender ao pedido. Comprou matéria-prima, contratou uma senhora que produzia chocolate na sua casa. Aceitou e atendeu ao pedido. Janeiro de 2022. ALEXANDRE e a CACAU SHOW converteram-se em referências mundiais. ALEXANDRE integra a Academia Brasileira de Marketing pelo marketing de excepcional qualidade que injetou em seu negócio, uma empresa que fechou 2021, 33 anos depois da primeira encomenda, com um faturamento de R$ 2,9 bilhões, 40% maior que o do ano anterior. Assimilado o baque inicial da pandemia, que determinou pisar no breque da expansão da rede de lojas, no ano de 2020; já em 2021, voltou a acelerar encerrando o ano com 2.828 unidades. Hoje ALEXANDRE finaliza os últimos detalhes de sua invasão ao mundo, abertura de capital, e aponta, “No médio e longo prazo teremos mais de 5 mil lojas em todo o Brasil”. Em paralelo, a CACAU SHOW de anos para cá ingressou no território das VENDAS DIRETAS, e hoje já conta com um pequeno exército de 100 mil vendedores. Durante décadas, o Brasil conviveu com uma única marca de chocolate de ótima qualidade, mas inacessível pelo preço ― KOPENHAGEN ― e duas dúzias de produtos individuais fabricados pela indústria de alimentos, tipo, BIS, SONHO DE VALSA, PRESTÍGIO, DIAMANTE NEGRO. ALEXANDRE, em seus sonhos, decidiu democratizar o acesso ao chocolate. Entre KOPENHAGEN e as demais marcas existia a maior oportunidade de mercado, em todos os sentidos, direções e tamanhos desse território. ALEXANDRE decidiu ocupar esse território ignorado pelos demais fabricantes. E o fez de maneira primorosa adotando um MARKETING POR INTEIRO. Trabalhando de forma irretocável os 13 Ps da MADIA MARKETING MATRIX, a MATRIX do MARKETING dos NOVOS TEMPOS. Sem esquecer-se de um único detalhe. Identificou, dimensionou a oportunidade, PERCOGNITIOM; analisou todas as condições do ambiente político, econômico, social e tecnológico, PEST; definiu seu PHOCUS; posicionou sua empresa, POSITIONING; elegeu o mix de produtos, PRODUCT; estabeleceu a estratégia de distribuição e vendas, PLACE; jamais se descuidou do pós-venda e relacionamento, POST-PLACE; foi impecável na comunicação, PROMOTION; sensível e criterioso no estabelecimento do preço, PRICE; cuidou de todas as componentes legais do negócio, PROTECTION, e foi primoroso no trato com os três públicos que hoje constituem o CAPITAL HUMANO das empresas verdadeiramente modernas: PEOPLE, os que trabalham dentro da empresa, PROVIDERS, todos os fornecedores diretos e indiretos, e, por último, mas não em último lugar, os PARTNERS ― parceiros de toda ordem/horas, e especializações. Não podia dar errado. Ele, ALEXANDRE TADEU DA COSTA, e sua CACAU SHOW. Um unicórnio analógico, em tempos de centenas de unicórnios digitais. 5 – WHERE IS THE BEEF? Segue a vida, covid vai convertendo-se, depois da devastação, numa gripe mais forte que deverá marcar presença de tempos em tempos, e as empresas, sobreviventes, retomando suas atividades. E dentre essas, os tais de UNICÓRNIOS. A quase totalidade deles, com uma ou duas exceções, e até agora, não conseguiu responder a uma espécie de pergunta clássica que se traduz no bordão da rede de lanchonetes WENDY’S, dos EUA, WHERE IS THE BEEF? Onde “beef” vira “lucro”. Onde está o lucro. Para os que não se lembram, uma campanha consagrada de uma pequena rede de lanchonetes, a Wendy’s, questionando as gigantes MC e BK, a respeito do tamanho dos “bifes”, que colocavam em seus lanches. Repetindo, e por enquanto, duas ou três exceções de UNICÓRNIOS que disseram ao que vieram, sobre o velho, consagrado e insubstituível critério do lucro. Caso contrário, convertem-se em instituições de caridade, e, imagino, não é exatamente isso que motivam seus investidores. Buscam resultados, ainda que a médio e longo prazo, e não converterem-se em doadores de instituições de benemerência. Para isso existem causas melhores e mais nobres. Por exemplo, lemos na revista DINHEIRO, com atenção e expectativa, uma grande matéria sobre um dos UNICÓRNIOS brasileiros, a GYMPASS, hoje se expandindo internacionalmente, e assinada pela jornalista BEATRIZ PACHECO. Quem fala pela empresa é PRISCILA SIQUEIRA, CEO da GYMPASS no Brasil. Segundo PRISCILA, os planos para este ano, superada a crise da pandemia, é de um crescimento de 30% apenas no Brasil, de aumentar a presença nos Estados Unidos, aumentar a equipe em 36%, e ultrapassar a casa do 1,5 mil funcionários até o final do ano. Segue a matéria/entrevista com números exuberantes. GYMPASS contabiliza 3 mil clientes corporativos ― recusa-se a informar o número de usuários da plataforma ―, mas dentre seus clientes figuram BANCO DO BRASIL, PETROBRAS, SANTANDER, UNILEVER, que, somados, totalizam quase 200 mil usuários potenciais da GYMPASS, mas, quantos de verdade o são? Segredo de estado, ou, constrangimento em revelar o verdadeiro número? É isso, amigos. Ah? WHERE IS THE BEEF? Qual o lucro, ou quando poderá se considerar algum tipo de resultado, ou até mesmo qual o faturamento… zero. Não dizem absolutamente nada. Fundada no ano de 2012 e tendo como missão acabar com o sedentarismo no mundo, a partir das dificuldades de um dos fundadores que viajava muito a trabalho de encontrar academias com um preço razoável. Hoje, e após novo investimento do banco dos sonhos das startups, SOFTBANK, e mesmo sem jamais falar em lucro,  já vale, pelos critérios da moda, mais de US$ 2,2 bilhões. Independente dos mistérios e falta de explicações consistentes de alguns dos UNICÓRNIOS sobre seus desempenhos, existem questões mais graves a respeito de seus futuros e viabilidades. No caso da GYMPASS, será que ser um NÔMADE DE ACADEMIAS é o que executivos, profissionais e empresários mais sonharam para suas viagens e vidas? Ou querem mesmo é continuar usando a academia de suas preferências? Como um dia GARRINCHA disse a FEOLA: “Professor, o senhor perguntou aos russos?”. 6 – BRASIL INACEITÁVEL No Carnaval de 2020, enquanto a pandemia começava em nosso país, o governador do Estado de São Paulo, JOÃO DORIA, comandou uma caravana de empresários brasileiros aos EMIRADOS ÁRABES. Estavam presentes representantes de 50 empresas, ocasião em que o Estado de São Paulo inaugurou um escritório de representação em DUBAI. Na volta da caravana, com a pandemia acelerando, o destaque foi a declaração do empresário SIDNEI PIVA, que comandava a ITAPEMIRIM em processo de recuperação judicial, ter anunciado um empréstimo de US$ 500 milhões para montar uma empresa aérea, a ITA. No dia 29 de junho de 2021, 16 meses depois da volta, a ITA fez seu primeiro voo. Anunciando que iria operar com 35 destinos, e que teria 50 aviões integrados à frota até junho deste ano, 2022. Próximo do final do ano, com poucos meses de vida, e num exuberante VOO DE GALINHA, a ITA anunciou a suspensão de todos os voos por falta de caixa para pagar combustível, aeroportos e funcionários. Deixando milhares de passageiros com o bilhete na mão. A imprensa foi cobrar da agência reguladora do negócio da aviação no Brasil, a ANAC, porque tinha dado autorização para uma empresa em recuperação judicial, sem nenhuma experiência, e que deixara de cumprir algumas das exigências mínimas para se constituir. E ouviu perplexa, do presidente da ANAC, JULIANO NOMAN, literalmente, a seguinte explicação… “NÓS FOMOS PEGOS DE SURPRESA. NÃO ESPERÁVAMOS QUE A COMPANHIA FOSSE PARAR”… Ou seja, a tragédia é completa. A agência reguladora que deveria regular e que é responsável por todas as autorizações declarou-se SURPRESA… Se faltava um exemplo tétrico de um Brasil que definitivamente não queremos mais, essa aventura que começa no Carnaval de 2020, no início da pandemia, e que termina menos de dois anos depois, é mais que reveladora que essa situação é insuportável e que não pode nunca mais acontecer. Independente da imediata troca de comando e enquadramento de uma agência que não se envergonha de dizer ter sido PEGA DE SURPRESA de alguma coisa que, em tese, estava debaixo de seu nariz e sob seu suposto comando e controle. Seis meses depois do primeiro voo, a falecida que jamais deveria ter nascido, a ITA, começa a devolver todos os aviões de sua frota, arrendados, e às empresas proprietárias. Não precisávamos de mais um escândalo dessa dimensão. Mas já que ocorreu, que sirva como último e derradeiro exemplo de um País que não queremos mais. Nunca mais. 7 – INOVAR É PRECISO E SEMPRE Mas… não tem mais o que inovar?! Sim, sempre tem… Sempre é possível inovar-se.  O mundo não é estático, a vida muda, as circunstâncias mergulham em transformações, e assim, se todo o entorno muda, não é possível aceitar o lenga-lenga que “não há mais nada a fazer ou inovar”. Sempre há! Se você e sua empresa não conseguem é outra coisa, mas que sempre é possível inovar, sim, é. No ano de 1968, o mais que emblemático ano em que eclodem os acontecimentos decisivos e revolucionários que moldariam o Admirável Mundo Novo agora em processo de construção, nascia, na cidade de MARSELHA, FRANÇA, a “5ÀSEC”. Mais adiante uma rede de lavanderias pelo mundo, especializada, e com cinco alternativas de serviços e preços, e onde prevalece a lavagem a seco. 5ÀSEC! Mais ainda. Recordista no tempo de prestação dos serviços. 1 hora! Em pouco tempo, a empresa mediante franquia cobria toda a França e começou a sua expansão internacional. Começando pelos países vizinhos à França, os de língua francesa, muito rapidamente invadiu a América. Chegou ao Brasil no ano de 1994. Corta para 2020. Hoje a 5ÀSEC tem no Brasil uma de suas principais operações. E deverá bater em 500 lojas em nosso país ainda neste primeiro semestre. Em todo o mundo são 1.730 lojas. Mas, e não obstante, e até por isso e como condição de manutenção e crescimento segue inovando. No final de 2021, lançou um plano por assinaturas, que já responde por 10% do faturamento das lojas. Garantindo um preço melhor para os clientes que se dispuserem a contratar esse serviço por um determinado período. Está instalando LOCKERS em edifícios comerciais e condomínios residenciais. Onde os clientes deixam e retiram as roupas sem precisar ir a uma loja ou pagar pela entrega. E, para tornar-se acessível a um público muito maior, acaba de criar a LAVPOP, mais voltada para jovens e profissionais em início de carreira. Mas não tem mais no que inovar, costumam dizer preguiçosos e pessoas sem imaginação. Tem, sempre tem, sempre é possível, mais que possível, vital. Inovar, ou, morrer. 8 – 25 DE SETEMBRO DE 2008. O DIA EM QUE A SADIA MERGULHOU EM CRISE IRREVERSÍVEL. Nas colunas mais bem informadas do País, no final de janeiro, a informação de que a MARFRIG encontrava-se a um passo de assumir o controle da BRF ― SADIA + PERDIGÃO. E que acabou acontecendo. No fatídico ano de 2008, algumas empresas, ou por desespero, incompetência, ganância, imprudência, decidiram apostar alto. Apostaram no REAL contra o DÓLAR. “Hedgiaram”, fizeram um hedge, como se diz, e se deram mal. Apostaram na ponta errada. Assim, no dia 25 de setembro de 2008, e reconhecendo a tragédia, a SADIA anunciou ter decidido liquidar operações no mercado financeiro, e realizar um prejuízo de R$ 760 milhões. Como acontece nessas situações, e para livrar a cara de todos que foram coniventes de uma decisão temerária ao realizar o hedge, culpou-se o gestor financeiro que, e assim, foi despedido com humilhação. Foi a tal da gota d´água. A empresa que já vinha padecendo de uma gestão débil, nunca mais conseguiu sair da crise com as próprias pernas, teve que se submeter a uma compra por sua principal concorrente, mas sempre segunda colocada, a PERDIGÃO, dando origem à BRF, que nasceu da pior forma possível. Como curativo para duas empresas com problemas de gestão, e a partir de uma decisão irresponsável. Anunciada em 2009, a BRF, soma das duas empresas, foi aprovada pelo CADE em 12 de junho de 2013. Nesse período algumas tentativas foram realizadas, muito especialmente por ABILIO DINIZ que chegou a comprar um bloco representativo de ações da BRF através de sua holding, PENÍNSULA, conseguiu o comando executivo da empresa, mas, sem perspectivas de melhores resultados, preferiu assumir o erro da decisão e do investimento, e assim, vendeu sua posição de ações constituída entre 2012/2013, pagando por ação um valor médio de R$ 40,00, e vendendo para a MARFRIG, poucos anos depois, por R$ 28,75, contabilizando um forte prejuízo. Abilio foi durante 2013 e 2018 presidente do conselho da BRF. E agora, com os 3,8% que comprou de ABILIO, somada à posição que já detinha totalizando 31,66% do controle, mais o que comprou no meio do caminho, a MARFRIG tornou-se a sócia majoritária da BRF. Poucos anos antes do injustificável escorregão de especular com hedge, SADIA e PERDIGÃO jamais imaginavam que entregariam seu controle a MARCOS MOLINA DOS SANTOS, um “sem-faculdade”, empreendedor intuitivo, que trabalha 21h por dia, casado com MARCIA SANTOS. Em depoimento à ÉPOCA NEGÓCIOS, MARCIA descreve seu sócio e marido MARCOS MOLINA: “As coisas acontecem muito rapidamente na cabeça dele. Pensa sempre antes, e na frente. A MARFRIG era focada quase que exclusivamente em CARNE BOVINA. E aí o MARCOS decidiu comprar o PATAGONIA, frigorifico especializado em cordeiros, na TERRA DO FOGO, extremo sul do CHILE. Orgulhoso me convidou para conhecer o local. Chegamos lá num dia gelado, abaixo de zero. Marcos, eu disse, o que tem neste fim de mundo? E ouvi como resposta, 250 MIL CORDEIROS POR ANO… Cordeiros especiais, considerados orgânicos porque pastam. Têm mercado garantido…”. Enquanto a SADIA especulava com moedas, um pequeno e ousado distribuidor de carnes comprava um frigorífico na TERRA DO FOGO. O resto é história, e aula magna do que se deve, e do que jamais se deve fazer. 9 – O BRASIL INVENTA O CONTRABANDO REVERSO Anos atrás, o mercado de cigarros do Brasil ― o tóxico e criminoso mercado de cigarros ― era dominado pela SOUZA CRUZ, com 70%, e demais empresas, 30%. Veio a Philip Morris, comprou todas as demais empresas e passou a deter os quase 30% restantes. E assim seguia a vida. E aí o PARAGUAI decidiu fabricar cigarros, e “exportar” ― contrabandear ― para o Brasil. Por aqui, o imposto ultrapassa os 90%, por lá, 18%. Conclusão, SOUZA CRUZ e PHILIP MORRIS hoje somadas, que detinham a quase totalidade do mercado, hoje detêm apenas 51%. 49% já é dos contrabandeados do Paraguai. O Governo Paraguaio, feliz que os brasileiros se matassem cada vez mais pelo vício do cigarro, e não fazendo absolutamente nada para impedir a fabricação de uma fraude em seu território. E assim seguia a vida. Porém, outros e mais espertos contraventores, inventaram o CONTRABANDO REVERSO. Fabricam no Brasil o cigarro paraguaio até então contrabandeado daquele país. E escapam do imposto de mais de 90% do Brasil, dos 18% do PARAGUAI, e isso mais que compensa os riscos envolvidos. Nos últimos meses algumas sofisticadas fábricas de cigarros paraguaios fabricados no Brasil foram “estouradas”, revelando o CONTRABANDO REVERSO. Desse jeito nosso velho e carcomido País não chegará a canto algum. PEDRO MALAN disse, tempos atrás, que “No Brasil até o passado é incerto”. Hoje a frase decorrente da prática é que “No Brasil, até os verdadeiros e bravos contrabandistas são passados para trás”. Ou, um País onde o crime não compensa. Não em decorrência da lei. Em decorrência de criminosos mais espertos… 10 – CADA UM VÊ E ENXERGA O QUE QUER O Brasil, através de seus governantes, vê o advento dos NÔMADES DIGITAIS como uma excepcional oportunidade para atrair para o País, milhares ou milhões de jovens que trabalham pelo mundo, de qualquer lugar do mundo, com mochila, celular, laptop e cérebro. A tal da mobilidade. No passado, na Revolução Industrial, todos sob um mesmo galpão trabalhando na linha de montagem e esmerando-se em tempos e movimentos. Mais adiante, e com a revolução dos serviços, pessoas trabalhando em escritórios, de forma mais confortável, melhores vestidas, e com algum tempo para confraternização. E aí veio a disrupção tecnológica, e o emprego como o conhecemos, tanto na indústria como nos serviços, começou a arrumar as malas para partir e nunca mais voltar. Corta para a virada do milênio. No país mais desenvolvido do mundo, ESTADOS UNIDOS, e olhando pela janela, e advertindo o mundo pelo que vinha pela frente, JEREMY RIFKIN em um de seus livros emblemáticos sentencia, O FIM DOS EMPREGOS, ano de 1995, e, dois anos depois, em artigo premonitório que em seguida converte-se em livro, DANIEL PINK anuncia o nascimento da FREE AGENT NATION, constituída pela quase totalidade dos novos profissionais, profissionais empreendedores que dão início à SHARING ECONOMY ― economia por compartilhamento, e onde o capital é o CONHECIMENTO MOBILE, que carregam consigo para todos os lugares, devidamente guardados e protegidos em suas cabeças. Enquanto Isso, chefes de família americanos contratavam contadores indianos, na Índia, aproveitando-se também da vantagem do fuso horário, do domínio do inglês pelos indianos, e por sua competência contábil, para prepararem suas declarações de rendas. Contadores indianos fazendo a declaração de renda dos americanos para posterior entrega ao fisco. E simultaneamente, esses mesmos chefes de família americanos contratavam professores indianos para dar aulas particulares de matemática a seus filhos. Melhores professores, e pela metade do preço. Corta para 2022 e a presença dos NÔMADES DIGITAIS ― se bobearmos, toda uma nova geração ―, mais que disputados por países e cidades. Todos querem merecer suas preferências e que escolham essas cidades e países como base para os serviços que prestarão em todas as partes do mundo, e, a distância. E aí, países começam a criar condições especiais para conseguir suas preferências. E o Brasil, não fica atrás, e está certo. Essa é a nova realidade. O Conselho Nacional de Imigração do Ministério da Justiça acaba de criar uma regulação para um visto especial de permanência por um ano, prorrogável por mais um ano, sem a necessidade de vinculação de trabalho com empresas no País. Podem e devem trabalhar para empresas de fora. Quantas mais, mais valorizados serão… Faltou apenas enxergar o outro lado de toda essa linda e deliciosa história é que NÔMADES DIGITAIS de todo o mundo e em todo o mundo estão acelerando o fim dos empregos que fatalmente aconteceria, em decorrência da nova forma de trabalhar e organizar das empresas. Mas não vejo uma única linha na imprensa, muito menos nas declarações de autoridades e políticos sobre o outro lado dos NÔMADES DIGITAIS. A confirmação, a aceleração, a certeza, de que os empregos tal como conhecemos um dia chegaram ao fim, e todos os governos de todos os países, em maiores ou menores proporções não se prepararam para esse momento. Detalhe, hoje o Brasil já contabiliza um total de quase 10 mil nômades digitais brasileiros reversos. Que moram em outros países – Portugal, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, China, Coreia do Sul, França, e que prestam serviços para as empresas brasileiras, acelerando o fim dos empregos para os que aqui moram… DRUCKER’S MONTHLY Hoje, recordamos uma das lições mais importantes de nosso adorado mestre PETER DRUCKER, e todos os que se referem as mesmas falam da lição dos CUMES E VALES. Nosso adorado mestre lembra da impossibilidade de se encontrar pessoas fortes em tudo. Que pessoas fortes também têm fraquezas. Vamos ao ensinamento do mestre, “Escolher pessoas sempre envolve riscos. Escolher pessoas certas e eficazes impacta positivamente em todas as forças da empresa. Mas pessoas fortes também têm fraquezas. E quase sempre, fraquezas também fortes. Onde há cumes, há vales. Por outro lado, não existe a pessoa ‘boa’. Boa pra quê? Dentre as fraquezas, a de integridade e caráter é inaceitável. Mesmo que a integridade e o caráter não realizem tarefas, sua inexistência faz com que tudo, mais cedo ou mais tarde, falhe. Nesse sentido, a falta de caráter e integridade é uma fraqueza absoluta.” Recordando, e no que assinamos com ênfase e emoção a lição do mestre, dentre todas as fraquezas, a pior de todas, é a de CARÁTER. Lembro-me de um trabalho que fizemos para uma das maiores agências globais de propaganda, que nos pediu para encontrarmos um sócio brasileiro para sua operação em nosso país. Fizemos uma primeira lista dos principais nomes, devolveram, recomendando seguir com todos menos um. E nas palavras deles, e pelas informações que tinham, aquele profissional era completamente desprovido de caráter. Ao riscar seu nome, lembraram de uma frase do fundador da agência. BILL BERNABACH: “Uma empresa consegue até mesmo sobreviver a incompetentes, mas, jamais suportará e sobreviverá a um… desculpe pela palavra, FILHO DA PUTA…”. Sem caráter, por mais gênio que seja, nada a fazer.
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Maio 2022

BUT – BUSINESS TRENDS – 04/2022 – MAIO/2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – O ATAQUE De repente todos se assustam com a quantidade absurda de pessoas que passaram a acessar os e-mails e redes sociais tentando vender tudo, de tudo, e para todos. De onde surgiu esse exército de vendedores da noite para o dia? Do movimento que vem fazendo quase todas as empresas da chamada VENDA DIRETA, leia-se AVON, NATURA e todas as demais, no sentido de preparar, treinar e qualificar seus exércitos de milhões de vendedores para que usem todos os armamentos da tecnologia. Lembra, costumávamos, ou durante décadas, chamávamos essas vendas de PORTA A PORTA. Agora, computador a computador, a smartphone, a tablet, a notebook e muito  mais sem tirar a bunda da cadeira, economizando sapato, roupa, transporte, alimentação. Em recente entrevista a JOÃO SORIMA NETO de O GLOBO, ADRIANA COLLOCA, presidente da ABEVD – Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas trouxe uma rápida fotografia sobre essa nova realidade. “Hoje”, diz ADRIANA, “54% do total das ex-VENDAS PORTA A PORTA são feitas a distância pelos canais digitais. Apenas as entregas que seguem porta a porta…”. Se na medicina, agora o desafogo e solução foi a chamada telemedicina, na chamada “terapia individual” que eram as visitas mensais que as vendedoras AVON faziam as suas fiéis clientes todos os meses em suas casas, agora uma espécie de teleterapia individual é realizada pelas mesmas vendedoras. Hoje, e segundo a ABEVD, a situação das vendas diretas no Brasil é a seguinte: – O BRASIL é hoje o sexto colocado no negócio de VENDAS DIRETAS em todo o mundo. – Dentre todos os canais onde ocorrem as VENDAS DIRETAS, a INTERNET já ocupa a primeira colocação com 20,6%, seguido pelo WHATSAPP empatado com as vendas nas casas dos clientes com 18%. O país líder em vendas diretas segue sendo os ESTADOS UNIDOS, com CHINA em segundo e a ALEMANHA na terceira posição. – No ranking dos produtos mais vendidos, a liderança segue com os Cosméticos e Produtos de Cuidados Pessoais com 52%, seguidos por Roupas e Acessórios, e depois, e bem distante, Alimentos e Bebidas, e outros produtos. 2 – 5G, OU, ALTA VELOCIDADE E BAIXA LATÊNCIA Prepare-se, em meses nossas vidas vão mudar. Começa a chegar o 5G. Pelas principais cidades do País, e se você mora numa delas, sua vida vai mudar. Para melhor, para muito melhor. E a síntese do 5G é essa. ALTA VELOCIDADE, BAIXA LATÊNCIA. ALTA VELOCIDADE baixar um vídeo de 2 horas em menos de 1 minuto. BAIXA LATÊNCIA é apertar um botão e o acionamento acontecer no ato. Esses dois exemplos clássicos sobre as duas situações combinadas são os mais dados. E que cada um reflita sobre esses exemplos para todas as demais situações. Assim, em termos de transmissão, os chamados CARROS AUTÔNOMOS viabilizam-se. Sem o 5G seria um assassinato em massa. Até o automóvel responder aos sensores algumas pessoas teriam sido atropeladas. E na baixa latência, um cirurgião aciona o bisturi em Tóquio, e um paciente, em Taubaté vê aparecer um corte em sua barriga. O exemplo é meio tosco, mas talvez o que traduza com maior clareza a importância do 5G. Em decorrência, viabilizam-se milhares de novos negócios, dependentes de alta velocidade e baixa latência. De todas as novidades decorrentes, a que mais me atrai e motiva é a possibilidade da chamada AUDIÊNCIA IMERSIVA. De continuarmos de nossa casa, acessando o mundo inteiro por gadgets, mas com a possibilidade de ingressarmos nos ambientes e termos uma experiência muito próxima da presencial. Com a ajuda de um óculos específico. Com o 5G, veremos o mundo como jamais vimos até agora. Apenas isso, e aí infinitas possibilidades de novos negócios, e de velhos negócios devidamente renovados, saltarão a nossos olhos. Vamos aproveitar. 3 – NÃO SERÁ COMO O IMAGINADO, MAS SERÁ DIFERENTE. E aí veio a WEWORK, e o negócio de COWORK foi ganhando consistência e dimensão. Mas, de verdade, ninguém estava convencido que seria nesse sentido. Faltava um empurrão, uma lufada de ar, uma ventania, um tsunami, e veio… A pandemia! E aí, querendo ou não querendo, na falta de alternativa, milhões de pessoas no mundo todo e de forma urgente e improvisada passaram a trabalhar em casa. Um mês, 2,3,4,5 18 meses, e o questionamento é geral. Conclusão, JANEIRO 2022, uma nova realidade. E que nova realidade é essa? – Com exceção de ocupações onde a presença física é da essência da atividade, tipo linha de montagem, empacotamentos, fulfillment, e demais, o trabalho presencial assim seguirá com pequenas variações. Já em todas as demais, modulações. Pessoas trabalhando o tempo todo a distância e circunstancialmente a distância, e vez por outra encontrando-se para confraternizações, convenções, e outras atividades mais de cunho social ou componente social do que de trabalho propriamente dito. Isso posto, é possível traçar-se um primeiro esboço do próximos anos. Parcela expressiva das empresas, a maioria, seguirá trabalhando a distância. E toda uma cultura de trabalho a distância será aperfeiçoada e amadurecida, incluindo o desenvolvimento de novos espaços e equipamentos, assim como sucessivas e novas gerações de plataformas para trabalhos a distância. Os WEWORKS da vida, genericamente COWORKS, que nasceram para abrigar parcela expressiva dos profissionais de uma empresa, na maior parte das situações, locarão exclusivamente duas ou três salas para empresas e para as funções melhores desempenhadas pessoalmente, com direito às empresas de promoverem reuniões semanais ou mensais com parte ou a totalidade de seus colaboradores, nos espaços dos coworks, para assuntos mais que relevantes. Ou seja, a crise nos imóveis corporativos, é irreversível e definitiva. Durante uma ou duas décadas as incorporadoras e construtoras deveriam dedicar-se mais a retrofits e adequações de espaço do que a construção de novos espaços. Novos espaços serão a exceção da exceção. Esse quadro hoje é tão óbvio que passou a ser recorrente, em todas as atividades onde os profissionais têm a chance de novos empregos, colocarem em primeiro lugar as empresas que  possibilitam e oferecem o trabalho a distância. E todos os dias, em quase todas as empresas que forçam o trabalho presencial, até mesmo oferecendo promoções, tudo o que testemunhamos é uma debandada de colaboradores. Isso posto, conclusões, o COWORK seguirá prosperando, mas num novo formato e devidamente adaptado. Os profissionais darão preferência às empresas que ofereçam a possibilidade do trabalho a distância. E os imóveis comerciais, prédios, andares, salas para escritórios, pelos próximos 10 anos deveriam ser esquecidos pelas incorporadoras em termos de novos lançamentos… Aconteceu. Sem a pandemia não seria assim. Mas, a pandemia veio e mudou tudo e para sempre. 4 – À LUZ DOS NÚMEROS, UM PÉSSIMO NEGÓCIO Fundada no início da década passada, o DR.CONSULTA constituiu-se numa auspiciosa novidade no território da saúde. Finalmente, um plano acessível e que garantia um atendimento básico com um mínimo de qualidade. Causou impacto, conseguiu acionistas de peso e reconhecimento público, mas, na prática, jamais deixou de ser uma promessa distante de se concretizar. Agora anuncia a aquisição de uma participação minoritária na startup CUIDAR.ME, que também atua no território do baixo custo, convertendo-se, também, em PLANO DE SAÚDE, e passando a atuar no território dos planos individuais, onde, e neste preciso momento, e para cair fora de um negócio que quase todos consideram um MICO, a UNITEDHEALTH, que comprou a AMIL, pagou mais de R$300 milhões a uma outra empresa para poder cair fora. Ou seja, os planos do DR.CONSULTA seguem confusos. Aparentemente, um importante insight, 10 anos atrás, mas que segue à deriva, e na busca de uma tábua de salvação. Lemos os números divulgados na imprensa e ficamos mais perplexos ainda.  Seguramente, a conta não fecha e segue operando no prejuízo. Dizem as publicações: “Este ano, a empresa diz ter atendido 900 mil pacientes únicos, registrado 2,2 milhões de visitas em suas unidades, e realizado 2,4 milhões de exames. Alcançando uma receita líquida, em 2021, de R$315 milhões. 20% a mais que em 2020”. Dividindo-se esses R$315 milhões pelos 2,2 milhões de visitas e 2,4 milhões de exames, já constatamos um valor unitário, simplesmente pífio. Objetivamente, e não obstante a ótima receptividade inicial, o DR.CONSULTA segue na busca de um caminho, na esperança de uma luz… E ainda e agora, com a adesão aos planos individuais, essa perspectiva fica mais distante, ainda. 5 – 4,2 MILHÕES JOGARAM A TOALHA. POR ENQUANTO, PROVISORIAMENTE. Batendo todos os recordes, brasileiros decidiram deixar o País em busca de melhores oportunidades, ambientes mais amigáveis para negócios, e classe política minimamente mais honesta e competente. É o maior número de brasileiros pulando fora dos últimos 10 anos: 4,21 milhões. E aí o CENTRO DE POLÍTICAS SOCIAIS da FGV decidiu conferir se existem mais brasileiros pensando ou considerando partir. E aí a constatação, ou susto, para alguns, foi maior ainda: 47% dos brasileiros entre 15 a 29 anos não veem a hora de fazer as malas e saltar fora. Ou seja, conseguimos, somos um país onde metade dos mais jovens não mais acredita e pretende partir. Há 20 anos, esse número era inferior a 20%. PEDRO BRITES, professor de Relações Internacionais da FGV, assim comentou o resultado do estudo: “Esse movimento nos últimos anos é inédito e representa, de fato, a maior diáspora da história brasileira para nossos padrões, um país que, historicamente, sempre recebeu imigrantes”. Nos tempos da chamada “revolução” tinha uma frase patética e absurda que dizia, BRASIL, AME-O OU DEIXE-O. Muitos, agora, dizem, AMO, mas, DEIXO. Triste realidade de um momento da história onde preservar seu capital de jovens, em plena disrupção tecnológica, é decisivo para a construção de um novo e melhor futuro. Neste momento o Brasil perde os jovens, e seus pais, também. Em alguns casos, e até mesmo, seus avós. 6 – ARREPENDIMENTO, SIM E SEMPRE É POSSÍVEL, DESDE QUE HONRANDO E ASSUMINDO EVENTUAIS PREJUÍZOS CAUSADOS. Em dois momentos, nos 42 anos da MADIA, vivemos uma mesma e constrangedora situação. Contratados por empresas, em decorrência de processos de consultoria, fomos encarregados de buscar novos executivos para o comando de determinadas áreas. Todo o processo seguiu normalmente, todas as entrevistas foram realizadas, os candidatos escolhidos demitiram-se das empresas onde trabalhavam, e a data de início do trabalho nas novas empresas definida. Numa das situações, tratava-se de uma profissional mulher, assumidamente homossexual, e assim que a notícia chegou na nova empresa foi alvo da revolta explícita de parcela de outras mulheres que ocupavam posição de liderança. A empresa, constrangida, desculpou-se pela situação, e procedeu a todos os pagamentos decorrentes de uma contratação que não se consumou. Numa outra situação tratava-se da contratação de um profissional de atendimento para uma agência de propaganda. Depois de demitir-se do emprego, e já preparando-se para começar na nova empresa, seu nome foi apresentado ao cliente que recusou ser atendido por aquele profissional. O mesmo aconteceu. Foi indenizado e saiu em busca de uma nova posição. Em outra dimensão isso acabou de acontecer na ESPANHA, com o SANTANDER. A toda poderosa do banco, ANA BOTIN, convidou ANDREA ORCEL, presidente do UBS, a assumir o comando do SANTANDER, globalmente. Depois de sucessivas reuniões, o convite foi formalmente feito através de correspondência de três páginas com os termos principais do contrato, setembro de 2018. ANDREA aceitou, demitiu-se, e, no início de 2019, ANA arrependeu-se e retirou o convite. ANDREA ingressou na justiça. Semanas atrás, o SANTANDER foi condenado a pagar uma indenização de € 67,8 milhões, julgando ter havido quebra de contrato de forma unilateral e arbitrária, causando “danos morais inaceitáveis” ao profissional. Isso posto, todas as decisões de contratações devem sempre ser revestidas de todos os cuidados. E todos os riscos avaliados criteriosa e sensivelmente antes da palavra final. Para que equívocos semelhantes não voltem a acontecer… 7 – “O BRASIL ESTÁ JOGANDO BEACH TÊNIS!” GASTÃO VIDIGAL era um banqueiro amado e odiado por seu gênio, personalidade, e destemperos. Afagava – raras vezes – e ia direto ao ponto outras. Nos poucos encontros que tivemos com ele sempre foi cordial e extremamente educado. Mas não deixou de alfinetar seus adversários, concorrentes e algozes. Dentre muitas das histórias a seu respeito, uma das mais conhecidas conta sobre o dia que uma das agências de propaganda levou uma nova campanha para sua aprovação, com o respectivo plano de mídia. Adorou a campanha, mas pediu uma mudança radical no plano de mídia. A agência recomendava spots de radio na parte da manhã – entre 8h e 10h – procurando sensibilizar as mulheres donas de casa e algum empresário preguiçoso que só trabalhava depois do almoço. Gastão recusou, dizendo: “Nessa hora está todo mundo jogando golf…”. Agora leio a correria dos ineptos e despreparados estupidamente atrás de patrocínios do “BEACH TÊNIS” – a suposta nova moda dos poderosos. Foram suficientes meia dúzia de quadras na Avenida Rebouças, em São Paulo (SP), para que alguns profissionais entorpecidos pelo açodamento e burrice proclamassem a suposta novidade, ou, segundo, eles, a nova realidade, ou, novo esporte da moda. Durante décadas, empresas investiram fortunas para falar com as mesmas 5 mil pessoas da cidade de São Paulo que se fartavam nas bocas livres, davam a sensação de sucesso para essas empresas, e todos iam dormir felizes como se esse comportamento correspondesse a alguma realidade, tivesse pífios 1% de consistência. Assim, e perplexos, lemos nos jornais empresas supostamente preparadas aconselhadas por suas empresas de “não consultoria” recomendando mergulharem de cabeça na suposta nova onda dos brasileiros: o beach tênis… Bancos, cartões, cervejas, tênis, construtoras, agora, patrocinando quadras de BEACH TÊNIS… O BRASIL INTEIRO, DO DIA PARA A NOITE, JOGANDO BEACH TÊNIS… Por uma questão de discrição e respeito deixo de citar marcas e executivos que trombeteiam nas principais publicações de negócios do País que, e finalmente, OS BRASILEIROS DESCOBRIRAM O BEACH TÊNIS. WHATTTT?????!!!!!!!! 8 – PETZ, OCUPAR ESPAÇO Um dos melhores exemplos de estratégia corajosa, decidida e vencedora dos últimos anos em nosso país é a de SERGIO ZIMERMAN e sua PETZ. Uma história clássica do LEVANTA, SACODE A POEIRA, DÁ A VOLTA POR CIMA. ZIMERMAN possuía um atacadão – SUPER BRASIL – que, literalmente, faliu. Sobre as cinzas da falência plantou, no mesmo espaço e local, seu PET CENTER, no ano de 2002. Em 18 anos, saltou do nascimento à maturidade e liderança. De uma primeira loja em 2002, e desde o início seguiu seu mantra: “expandir sua atuação fortalecendo cada vez mais a conexão com todos os apaixonados por pets”. E assim sucedeu. 11 anos depois da decolagem, recebeu um aporte do private equity WARBURG PINCUS que ficou com 50,01% das ações, claro, desde que SERGIO continuasse no comando. Hoje são mais de 100 lojas, em 13 estados, e cada unidade da rede com mais de 1000m², incluindo loja, centro de veterinária, mais banho e tosa. Agora, menos de 20 anos depois de renascer das cinzas, SERGIO anuncia os planos para os próximos anos. Investimentos da ordem de R$500 milhões, 50 lojas em 2022, seguindo na compra de empresas do mesmo território, com total sinergia e complementariedade. Na PETZ analógico + digital. Um terço de todas as vendas, hoje, acontece no digital, mas e a partir daí, 90% flui até a entrega a partir da base de lojas. Dentre as curiosidades do negócio da PETZ, diferente das demais organizações de varejo, é que nesse território não existem as marcas regionais. Assim, o ingresso de uma nova marca, independente da procedência, encontra resistência praticamente zero. Em entrevista à RAQUEL BRANDÃO de VALOR, e sobre os planos pós-pandemia da PETZ, SERGIO ZIMERMAN fez a seguinte declaração: “Tem uma tempestade, o céu está com nuvens pretas e, em 2022, vem trovoadas, mas fizemos estoque de guarda-chuvas. Estamos mais que bem preparados para aguentar as pancadas de chuvas…”. Isso significa que o caixa está mais que fortalecido, e a PETZ pretende aproveitar a oportunidade dos milhares de imóveis e pontos comerciais de qualidade disponibilizados no País pela pandemia, para avançar e ocupar espaço. Totalmente diferente da postura de todos os seus concorrentes… 9 – SÓ NO BRASIL Batendo todos os recordes da aviação comercial em todo o mundo, uma empresa aérea protagonizou um mais que clássico VOO DE GALINHA. Em poucos meses, de julho a novembro, decolou e tentou manter-se no ar, mas, não resistindo, espatifou-se no chão, jogou a toalha e declarou-se incompetente. Assim, e o NATAL de 2021 entra para a história em que 45 mil passageiros, com as devidas passagens em suas mãos, ficam a ver navios porque as do avião que compraram, nem sinal. E pensar que existe uma agência reguladora, a ANAC, responsável por autorizar novas empresas aéreas, novos voos e rotas e tudo mais. Presidida pelo economista JULIANO NOMAN, e em entrevista à imprensa, declarou, “Fomos pegos de surpresa…”. Meu Deus, se a agência responsável, que tem por obrigação fiscalizar à exaustão e só conceder autorizações quando não existe a menor dúvida considerando-se a natureza do negócio e que é a aviação, o transporte de passageiros, justifica-se alegando que “foi pega de surpresa“ – AGÊNCIAS REGULADORAS JAMAIS, EM HIPÓTESE ALGUMA PODEM RECORRER A ESSE ARGUMENTO, SEREM PEGAS DE SURPRESA – em quem confiar? Deveríamos continuar comprando os serviços das demais empresas aéreas fiscalizadas, controladas e reguladas por uma agência que se diz PEGA DE SURPRESA???!!! A entrevista de JULIANO, falando em nome da ANAC é um desastre total. Seus argumentos, pela omissão inaceitável, ultrapassam a ingenuidade, tipo, “a empresa que veio aqui na ANAC pedir o certificado é de transporte aéreo, um CNPJ diferente da empresa rodoviária que se encontra em recuperação judicial…”. Não passou pela cabeça dos diretores da ANAC e de seu presidente que existia alguma coisa a mais nos ares, além de aviões, na “incrível” coincidência de denominação – as duas chamam-se ITAPEMIRIM… Se essa é a forma de proceder da ANAC, se assim fiscaliza e controla a aviação em nosso país, recomendamos a todos triplicar as orações… 10 – RUBENS MENIN, A ENERGIA EMPREENDEDORA Poucos empresários brasileiros registram uma energia empreendedora da dimensão e vitalidade da de RUBENS MENIN. De Belo Horizonte (MG), 1956, está sempre à cata de novas e boas oportunidades. Que agreguem, além de negócios, o prazer e a felicidade de realizá-los. Desde o apoio que vem emprestando a seu clube do coração com enorme sucesso, o ATLÉTICO MINEIRO, passando pela sua admiração pelas notícias – CNN –, e o prazer dos vinhos de qualidade. Hoje, preside o Conselho da empresa de engenharia líder em seu território de atuação, a maior incorporadora da AMÉRICA LATINA, a MRV, além do BANCO INTER, mais a franquia da CNN para o Brasil, mais a empresa de galpões logísticos LOG COMMERCIAL PROPERTIES, e mais recentemente, 2018, decidiu investir em uma de suas paixões, o vinho. Nos últimos 3 anos, fez uma série de aquisições na região do DOURO, PORTUGAL – duas quintas vizinhas, e mais recentemente a vinícola Horta Osório, marca de duzentos anos na produção de vinhos. Segundo as pessoas próximas de MENIN até agora já investiu mais de €30 milhões em seu novo negócio, onde pretende alcançar, até a metade desta década, e em propriedades, um total de 400 hectares. Assim, e hoje, além de todas as demais empresas sob sua liderança e inspiração, MENIN vai ingressando de forma consistente no negócio de vinhos, com sua MENIN WINE COMPANY… Em tempos de dificuldades, pessimismo, apreensões, é sempre importante contarmos com exemplo de vida e energia como o de RUBENS MENIN… DRUCKER´S MONTHLY Nosso adorado mestre, quando perguntado sobre determinados temas, sempre gostava de recorrer a outras situações da vida, e fora do ambiente de negócios. Quando perguntavam a ele sobre os diferentes tipos de equipes que traduzem a média da grande maioria das empresas, a resposta que costumava dar era a seguinte: “Há somente três tipos de equipe. O primeiro envolve poucas pessoas como nas duplas de tênis. Em equipes pequenas, cada integrante adapta-se a personalidade, habilidades, pontos fortes e fracos dos demais membros. Em seguida vêm as equipes um pouco maiores, como as do futebol. Cada jogador tem uma posição fixa, e o time procura movimentar-se em conjunto, com exceção do goleiro. Por fim, equipes como as de beisebol, nos Estados Unidos, ou uma orquestra em que todos têm uma posição fixa. Dependendo do momento e das circunstâncias, uma organização pode atuar apenas com um tipo de equipe. De qualquer maneira, decidir qual esquema usar é uma das decisões mais arriscadas na vida de uma organização”. Assim, organize e disponha sua equipe, sempre, dependendo das características, circunstâncias e especificidades de seu negócio, e, claro, das competências e habilidades de cada um de seus membros. As referências de modelos de equipes são como roupas semiprontas. Sempre precisarão de um ajuste final, de uma customização, para dizer o mínimo. Hoje, nosso adorado mestre nos ensina e estimula a refletir, tomando como referência o esporte, e dentre os diferentes tipos e formatos e esquemas de se organizar uma empresa, três em especial. Vamos a eles. “Como disse anteriormente, nas empresas existem três tipos de equipes. Pequenas, como nas duplas de tênis, maiores, como nos times de futebol, e maiores ainda, como são as orquestras. Na primeira, cada um dos membros adapta-se às competências e habilidades de seu parceiro. Na segunda, cada um tem uma posição fixa, mas se movimentam em conjunto. E na terceira todos possuem posição fixa e têm nas partituras o momento certo de agir. As empresas norte-americanas atuaram durante décadas como orquestras. Já as empresas japonesas decidiram seguir o modelo dos times de futebol. Movimentam-se a partir da tarefa em execução, assim como o fazem os jogadores de futebol. Levaram uns 15 anos para dominarem essa forma de trabalhar, mas, uma vez dominado, conseguiram reduzir os tempos necessários em 2/3. Dos cinco anos que precisavam para o desenvolvimento de um automóvel, a TOYOTA, NISSAN e HONDA criaram novos modelos em 18 meses…”. E é isso, amigos. Sempre procurando adotar o melhor modelo em função do campo de atuação de nossa empresa, das características do mercado e atuação dos concorrentes, procurando formar a melhor equipe possível para desempenhar ao máximo dentro do modelo escolhido. Nada mais simples que, no entendimento. Nada mais desafiador, que, na prática.
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BUT – BUSINESS TRENDS 03/2022 – ABR/2022 Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos e registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing – a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – RESSUSCITAÇÃO, EM BUSINESS, É POSSÍVEL? Não, uma impossibilidade absoluta. Mas, como toda a regra tem exceção, vale a pena acompanhar e conferir. Durante meses, um recém-nascido, com poucos anos de vida, assumiu a liderança do mercado imobiliário do País. A PDG. No final de 2017 deu seu último suspiro, ingressou em estado dramático na UTI dos negócios, e, aparentemente, alcançou a tal da morte cerebral, a que verdadeiramente conta. Anos atrás, no início da década passada, era a empresa que mais brilhava. Fundada em 2003, lançou 709 projetos, 155 mil unidades habitacionais, alcançou a liderança de mercado em 2010 e chegou a manter simultaneamente 285 canteiros de obras. E, a partir desse cume, foi degringolando, perdendo o controle, caminhando em direção ao mais fundo do abismo. No final, tinha pendência ainda com 17 empreendimentos. Conseguiu compor-se com oito durante todo o processo de recuperação judicial, e agora segue em negociações finais com os nove restantes. E as perspectivas de resolver essas questões, em determinados mercados como o do RIO DE JANEIRO, agravaram-se, onde o preço dos imóveis literalmente veio a baixo praticamente eliminando qualquer possibilidade de composição. Em alguns empreendimentos, o preço hoje é a metade do momento em que foram lançados e comprados. Falando à ISTOÉ DINHEIRO, AUGUSTO REIS, CEO da PDG, pontua a empresa, no final de 2021, “Tivemos, inicialmente, de estancar a grave crise, realizando ajustes internos, promovendo duras negociações com credores e fornecedores. Tudo na tentativa de estabilizar a empresa e garantir sua sobrevivência… Agora, o desafio é retornar a atividade operacional e voltar a crescer…”. Se tudo der certo, e a PDG conseguir uma sobrevida, será como se nascesse, novamente. E assim, a volta será engatinhando. Para quem chegou a ter um VGV de uma dezena de bilhões de reais, se tudo der certo, repetimos, recomeça com um lançamento no bairro do TATUAPÉ, em São Paulo (SP), num dos terrenos que sobraram, torre única, com unidades de dois ou três dormitórios, e um VGV de R$ 60 milhões… Mas, e repetimos, se tudo der certo… 2 – CRISTO REDENTOR, BRAÇOS ABERTOS SOBRE A GUANABARA AOS 90 ANOS DE IDADE E aí, o CRISTO REDENTOR comemorou 90 anos e recebeu uma mensagem do PAPA FRANCISCO, no dia 12 de outubro, uma terça-feira. Mensagem enviada ao cardeal ORANI JOÃO TEMPESTA, arcebispo do RIO DE JANEIRO. Onde diz: “Esta imagem, com seus braços abertos num incessante apelo à reconciliação, retrata o convite à fraternidade que Nosso Senhor lança à cidade e a todo o País. Para que seja formada uma comunidade onde ninguém se sinta sozinho, indesejado, rejeitado, ignorado ou esquecido e onde todos se empenhem por um mundo mais justo, mais solidário e mais feliz”. O CRISTO REDENTOR é propriedade reconhecida da ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO, que responde por sua conservação e manutenção. Hoje CRISTO REDENTOR é uma importante fonte de arrecadação de recursos para obras e iniciativas ligadas a Arquidiocese. Sob a responsabilidade do padre OMAR RAPOSO, reitor do SANTUÁRIO CRISTO REDENTOR que se declarou, ao jornal O GLOBO: “Alinhado à defesa do PAPA FRANCISCO, de uma economia socialmente justa, economicamente viável. Ambientalmente sustentável e eticamente responsável…”. Nesse sentido, e para apoiar obras dentro do espectro da Igreja, hoje existe um FUNDO DE INVESTIMENTO do CRISTO REDENTOR, com registro na CVM, e que já conta com R$ 30 milhões de 26 cotistas. Segundo o padre OMAR RAPOSO, da TAXA DE ADMINISTRAÇÃO do fundo, 80% serão destinados às obras sociais. Mas o padre gestor anuncia para brevemente a criação da criptomoeda de Cristo, assim como já, por iniciativa do padre, licenciou a marca REDENTOR para uma cachaça. Segundo o padre, a inspiração em licenciar a cachaça decorre de uma brincadeira feita pelo PAPA FRANCISCO que disse sobre os brasileiros: “Vocês não têm salvação, é muita cachaça e pouca oração”. E aí, explica o padre: “A cachaça é uma bebida genuinamente nacional. Existe um contexto e o produto precisa seguir critérios estéticos e sacros que, e segundo ele, já levou uma garrafa de presente ao Papa. Cachaça Redentor fabricada em Quissamã, pelos 7 engenhos…” Estudo realizado pela FGV concluiu que o CRISTO REDENTOR é responsável por movimentar mais de R$ 1,4 bilhão na economia por ano e por gerar e manter 22 mil empregos diretos e indiretos, em 68 setores de atividades. Esse elevado valor parte do seguinte raciocínio: a existência do CRISTO faz com que os turistas que visitam o RIO permaneçam, no mínimo, um dia a mais para visitar a imagem… PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE e uma das maravilhas do mundo moderno… 3 – FAÇAM O QUE EU DIGO, NÃO FAÇAM O QUE EU FAÇO Está lá, na Bíblia Sagrada, Mateus 23, Jesus, diz: “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”. Essa é a melhor tradução e retrato dos dias que vivemos, e em especial da patética COP 26. Enfiam o dedo na cara do Brasil, cobram a todos nós pela devastação da floresta, e pela emissão de carbono. São ótimos, cínicos, canalhas para cobrar. Mas fazer, não só não fazem como ignoram e tripudiam. A emissão de gás carbônico não para de crescer. E o culpado, definitivamente, não é o Brasil. O maior poluidor do mundo é a CHINA, com 28% do total das emissões globais. Em segundo lugar, os ESTADOS UNIDOS, que ocuparam a primeira posição durante 160 anos, e hoje perdem para a CHINA. Os ESTADOS UNIDOS respondem por 15% das emissões. E depois, e na sequência, vêm: ÍNDIARÚSSIAJAPÃOIRÃALEMANHAINDONÉSIACOREIA DO SULARÁBIA SAUDITACANADÁÁFRICA DO SULe o BRASIL aparece na 13ª posição. Mas, pelo destaque que a maior parte da imprensa nacional garante e dá, ficamos com a sensação de sermos os maiores poluidores do mundo.Até quando vamos conviver com essa injúria, calúnia, difamação? Para que se tenha uma ideia do absurdo que é vendido pela imprensa brasileira aos brasileiros, os três maiores poluidores do mundo, CHINA, ESTADOS UNIDOS e ÍNDIA, recusam-se a conversar sobre qualquer tentativa de reduzir-se a emissão de carbono. Mas, para os idiotas do Brasil, somos os culpados. Um dos poucos países que preservou mais, ou destruiu menos, suas florestas. Como lembra com incomum propriedade, o jornalista JOSÉ ROBERTO GUZZO: “A conferência mundial do clima não é apenas um fracasso, mas uma exibição incomparável de hipocrisia, vigarice e arrogância de país rico. A realidade é que os grandes geradores de poluição recusam-se a poluir menos, não abrindo mão de seus hábitos de consumo e bem-estar. Só o Brasil precisa ser parado. Porque produz carne demais, soja demais, comida demais, e isso vai acabar com o planeta…”. Lembrando, a CHINA emite 10 bilhões de toneladas de gás carbônico/ano. Os Estados Unidos, 5,2 bilhões. A Índia 2,6 bilhões. A Rússia, 1,6 bilhão. O Japão 1,1 bi. E o Brasil, na 13ª posição, menos de 500 milhões. Mas, o Brasil é o culpado. E, pior, a imprensa brasileira sabe-se lá por quais razões enfia a carapuça e nos asfixia de culpa. Inacreditável! Chega de patifaria. 4 – NASCE UM BIG PLAYER O novíssimo negócio de carro por assinatura acaba de ganhar um BIG PLAYER.  Uma joint venture entre PORTO SEGURO e COSAN que, e segundo as partes, nasce lastreado em “fortes sinergias”, segundo declarações do presidente da COSAN, ROBERTO SANTOS. O business é batizado de CARRO FÁCIL, incorpora o braço de assinaturas já existente da PORTO SEGURO e a COSAN entra com um investimento de R$ 300 milhões. Explicando as “tais sinergias”, ROBERTO disse: “As duas empresas são muito fortes em mobilidade. A PORTO foi a pioneira em assinaturas de automóveis em 2016, e desde então o negócio tem crescido muito. Assim, chegou a hora de somar forças.” A soma, segundo PORTO SEGURO e COSAN, acontecerá em três etapas. Na primeira, foco total no negócio de assinatura.  Na segunda, gestão de frota de  veículos leves e pesados. E, na terceira, locação. 5 – PÉS, MÃOS, CABELOS, PELE, E, AGORA, A CABEÇA Muito brevemente, em todos os shopping centers do País, que como temos comentado com vocês, vão virar LIVING CENTERS, além dos tradicionais espaços para tratar dos pés, das mãos e dos cabelos, agora, espaço para o tratamento da cabeça, das emoções. A iniciativa pioneira é da MULTIPLAN, em seu shopping center de RIBEIRÃO PRETO (SP). A nova empresa foi batizada de MULTISER, e que tem como positioning statement: “o primeiro centro de gestão da emoção”. O comando da operação é do psiquiatra e escritor AUGUSTO CURY, tem 500 metros quadrados de área e nove salas de atendimento, mais uma sala interativa para até 70 lugares. Mais mezanino e praça de convivência. Equipamento obrigatório, daqui para frente, e na medida em que os SHOPPINGS vão deixando de ser SHOPPINGS e vão se convertendo em LIVING CENTERS. 6 – A FANTASMIZAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO CORPORATIVO DA CIDADE DE SÃO PAULO Conforme mais que previsto, aconteceu. E vai agravar-se ainda mais. A pandemia era o vendaval que faltava para assoprar de vez as empresas na direção de repensar suas estruturas e espaços. Ainda muito distantes do fundo do poço, o abandono e esvaziamento de imóveis comerciais na cidade é, simplesmente, devastador. Algumas das principais ruas com esses imóveis, hoje, tem quase a metade dos espaços vazios. Os números médios e no geral são os seguintes, e que foram aferidos em pesquisa realizada pela CANUMA CAPITAL. No universo de escritórios da cidade de São Paulo, a vacância comprovada no terceiro trimestre de 2021 foi da ordem de 22,7% e segue crescendo. No final de 2019, antes da pandemia, a vacância era de 8,9%. Detalhando a pesquisa, e procurando traduzir da forma mais precisa possível essa nova e desafiadora realidade, MARCELO VAINSTEIN, sócio e fundador da CANUMA, explicou: “No ano de 2019 os melhores prédios de São Paulo tinham 160 mil metros quadrados de área em oferta. Hoje são 477 mil, e, crescente…”. Semanas atrás, numa reunião com um querido amigo, mestre e líder absoluto em prestação de serviços de INTELIGÊNCIA COMERCIAL, os consultores da MADIA ouviram o seguinte depoimento: “Há um ano decidimos partir para o que chamaria de uma SHR – SOLUÇÃO HÍBRIDA RADICAL. Nossa empresa, com mais de 100 profissionais, ocupava três andares num prédio da BERRINI. Isso representava custos diretos e indiretos/ano superiores a R$ 1 milhão. Decidimos entregar todos os imóveis, todos se equiparam e trabalham de casa. E alugamos uma sala num prédio de escritórios compartilhados. Isso nos dá direito a sempre que precisarmos, de alugarmos, também, por horas, salas de reuniões de diferentes tamanhos. Assim, hoje trabalhamos da seguinte maneira. Uma reunião semanal presencial de diretoria, e uma mensal com a equipe. Tudo o mais acontece a distância. Todos estão mais felizes, produzem mais e melhor, as reuniões são no mínimo o dobro mais ricas e criativas, e estamos economizando – embora essa não fosse a razão – mais de R$ 800 mil/ano…”. Deu para entender? Deu para entender porque não existe volta ou retorno à situação anterior à pandemia…???!!! 7 – FAKE NEWS, MANCHETE DO CADERNO IMÓVEIS DE VALOR Nem todas as pessoas, por maiores cuidados e advertências, sabem que matérias produzidas por equipes do estúdio comercial das plataformas de comunicação, são publicidade. Que essas aparentes e supostas matérias não fazem parte do editorial. Lembram da música, cantada pelo QUATRO ASES E UM CORINGA, “EU VI UM LEÃO”? A história é a seguinte. No ano de 1930, chega à cidade de Fortaleza (CE) um novo funcionário da Alfândega, PONCE DE LEON, transferido de Manaus (AM). Grande folião carnavalesco. Em 1936 é eleito, por aclamação, REI MOMO DO CEARÁ. E, para o Carnaval de cinco anos depois, 1941, é homenageado com uma canção composta por LAURO MAIA, cujo título era EU VI UM LEÃO… Na letra, “Hoje eu vi um leãoLeão, leãoMas não era um leãoNão era um leãoE o que era então?Não digo, nãoTinha corpo de leãoTinha jubaJuba de leãoTinha caraCara de leãoTinha boca de leãoTinha pataPata de leãoTinha unhaUnha de leãoTinha cheiroCheiro de leãoTinha roncoRonco de leãoRooooooommmm!!!Então era um leãoNão, não era não,Mas então o que era?Não digo, nãoDiga, diga, diga, diga,Pois era o Ponce de Leão,Ai, era o Ponce de Leão”A parte final da música foi mudada, gravada e se tornou um grande sucesso pelo conjunto QUATRO ASES E UM CORINGA. E, na gravação, ficou: “O que era, então,Era a mulher do leão”.A música fez sucesso não apenas no Brasil como em outros países… Retornando ao VALOR e seu caderno IMÓVEIS DE VALOR. A maior parte das pessoas imagina que seja editorial de verdade, e assim, a manchete, supostamente verdadeira, converte-se em grave FAKE NEWS. Diz a manchete: “CASA EM CONDOMÍNIO É O NOVO OBJETO DE DESEJO DO PAULISTANO…” E o texto completa: “A busca por condomínios horizontais em São Paulo cresceu 102% entre os 10 primeiros meses de 2021 e o ano inteiro de 2020. Imóveis acima de 300 metros quadrados foram os mais procurados por 59% dos paulistanos…”. É o que aponta levantamento exclusivo da DATAZAP+, indicando a preferência dos paulistanos por mais espaço e conforto no pós-pandemia…”. Perceberam, 59% dos paulistanos, segundo a aparente matéria editorial, procurando por imóveis acima de 300 metros… SOCORRO. VALOR, em seu publieditorial ou caderno de BRANDED CONTENT, fez da população de São Paulo, claro, apenas por algumas páginas e minutos, a população mais rica e com maior poder aquisitivo do mundo… Essa falta de cuidado, mesmo em se tratando de caderno publicitário, é inaceitável. 8 – O REPOSICIONAMENTO RADICAL E COMPLETO DO GRUPO ACCOR ROBERTA VERNAGLIA, está há oito anos no GRUPO ACCOR. Hoje é vice-presidente de marketing e estratégia digital do grupo na América do Sul. Nos últimos anos, o GRUPO ACCOR – empresa líder global em hospitalidade – já vinha passando por um reposicionamento radical. E que, e com a pandemia, acelerou. Em entrevista à TAIS FARIA de MEIO & MENSAGEM, ROBERTA detalhou esse reposicionamento e que agora compartilhamos as principais mudanças com os devidos comentários. – O GRUPO ACCOR – diz, ROBERTA, “Tem mais de cinco mil hotéis em todo o mundo. Mas, e não apenas, hotéis. Temos diversificado nossa atividade agora incluindo bares, restaurantes e outros negócios. Nosso portfólio hoje é constituído por 40 marcas globais. ACCOR segue sendo o nome do grupo, mas, no ano de 2019, adotamos uma nova denominação, ALL – ACCOR LIVE LIMITLESS – e que passa a ser nossa marca B2C, além de rebatizar nosso programa de loyalty. Deixa de ser LE CLUB ACCOR HOTELS, e converte-se em ACCOR LIVE LIMITLESS. O LIMITLESS – sem limites ou fronteiras – na medida em que a ACCOR não mais se limita a quartos e hotéis. Estamos oferecendo uma infinidade de experiências e esse é o universo da ALL – ACCOR LIVE LIMITLESS. Bares, restaurantes, vida noturna, wellness com spas, coworking, e muitas outras iniciativas mais…”. – OFERECER SEGURANÇA DIANTE DE UM AMBIENTE, AINDA, DE INSEGURANÇA “Flexibilidade é outro ponto da maior importância. Garantir que o cliente tenha segurança por conta de toda a parte de biossegurança, claro, mas também a segurança de poder mudar de planos. Com tamanha instabilidade nos últimos tempos, é importante garantir ao cliente no caso de eventual necessidade de mudanças de planos que possa fazê-lo. Precisamos adaptar nossas ofertas para adequá-las a este momento tão específico que estamos vivendo…”. – 2022 “Depois de um momento peculiar, com os hotéis fechados, onde todos os players sofreram muito, nosso maior desafio é, de um lado, colocar as viagens como um sonho possível, e, em paralelo, e na medida em que a ocupação cresce, acelerar no processo de treinamento dos times. Garantindo o padrão ACCOR de entregas. Estamos otimistas, um bom terceiro trimestre, um quarto surpreendente. Assim, nosso foco é garantir a todos os nossos hóspedes os produtos certos e bem comunicados. O que mudou na jornada do viajante pós-pandemia, e o que é relevante e conta, daqui para frente, para nossos clientes…”. Dois comentários. Sensacional o reposicionamento do GRUPO ACCOR para ALL – ACCOR LIVE LIMITLESS – e muito decidida e corajosa a postura do grupo no processo de retomada das atividades. A única observação é que ao adotarem o tudo, ou, o limitless, assumem um compromisso mais que desafiador de ser cumprido. Mas, devem ter discutido esse tema exaustivamente, e sentindo-se seguros, adotaram esse novo POSITIONING STATEMENT. 9 – AS ÚLTIMAS DÉCADAS DA AGROPECUÁRIA DE GRANDES EXTENSÕES DE TERRA, OU, O QUE VAMOS FAZER COM NOSSAS TERRAS Semanas atrás a JBS comprou a startup espanhola BIOTECH FOODS. Dando sequência a seus planos de assumir a liderança do território da chamada CARNE CULTIVADA, isso mesmo, como se fosse uma planta. Mas, é carne! Mesmo ainda não conseguindo a chamada escala comercial, a CARNE CULTIVADA é mais que uma certeza e vem atraindo investidores de diferentes territórios e em todo o mundo. Dentre outros, personalidades como BILL GATES, RICHARD BRANSON, LEONARDO DI CAPRIO. A JBS é hoje a maior indústria global da chamada carne bovina, com um faturamento, em 2021, muito próximo dos US$ 70 bilhões. Falando à imprensa a propósito do investimento e aquisição, EDUARDO NORONHA, executivo responsável pela área de inovação da JBS e que já provou o hambúrguer da BIOTECH FOODS e mais que aprovou, disse, “é exatamente a mesma coisa que um hambúrguer de carne”. Como sempre, o maior desafio de uma inovação como essa é alcançar uma escala econômica. A preços de hoje, o quilo de um produto como esse não sai por menos de US$ 600. Mas, e há 10 anos, quando um primeiro lote foi produzido, o custo de 1 quilo era da ordem de US$ 280 mil. Isso posto, precisamos decidir com urgência o que faremos com nossa imensidão de terras, a partir de 2030/2040… 10 – CENAS DO PASSADO, NO PRESENTE, OLHANDO PARA O FUTURO Não tem jeito. Leva tempo, e muitas vezes é quase impossível, para empresas e empresários, conviverem e aceitarem uma nova realidade. Ainda é comum assistirmos discussões infindáveis no plano de negócios que estão sendo atacados pelo digital 24X24X12. Como acontecia no passado, onde as pessoas brigavam no corpo a corpo, e, um dia assustaram-se com índios que venciam batalhas disparando flechas a distância. No ESTADÃO, entrevista de ROLF BUDDEMEYER na seção PRIMEIRA PESSOA. ROLF comanda o conselho da tradicional e respeitada fabricante de roupas de cama, mesa e banho BUDDEMEYER. ROLF fala do desafio que é manter lojas nos shopping centers, muito especialmente em decorrência da devastação provocada pela pandemia. E anuncia os planos de sua empresa de ter mais lojas de rua. Diz ROLF, “Vamos continuar ampliando nossa rede de lojas, mas substituindo unidades de shoppings por lojas de rua em função dos custos. A correção do aluguel foi muito forte e, por mais que se negocie, é difícil para os shoppings abrirem mão do que se encontra nos contratos. Hoje temos 14 lojas sendo oito em shoppings. Das oito, vamos levar duas para as ruas.” E ROLF justifica, “Ainda que o custo da operação na rua seja maior – tem de ter mais segurança, por exemplo –, corresponde a 35% do total de uma loja de shopping. É claro que a loja de rua demora mais tempo para fixar ponto. Em shopping, em dois anos você está estabelecido. Na rua, são três ou quatro. O difícil da rua é achar o ponto, mas ainda vale a pena”. Com total respeito, nós, consultores da MADIA, discordamos. Em primeiro lugar, e na entrevista, ROLF esqueceu-se dos chamados “índios”, o tal do comércio eletrônico, as vendas pela internet, que mereceriam alguma consideração e atenção maior pela empresa. E, em segundo lugar, existem shoppings e shoppings e ruas e ruas, e o desafio é rigorosamente o mesmo. A qualidade da escolha do ponto – em shoppings ou em ruas. O que importa não é o percentual de custo de uma loja em shopping ou na rua. É o resultado que deixa, independente do custo. DRUCKER´S MONTHLY Chegamos ao final desta edição com a oração e aprendizado deste mês, segundo nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER.         Quando já tinha cruzado os 80 anos, e olhando para frente, DRUCKER se perguntou e perguntou a todos nós, diante dos 40 anos a mais de vida que todos ganhamos, com raras exceções, nos últimos 100 anos, se tínhamos consciência dessa realidade, e se estávamos preparado para. Disse: “O que fazer com a segunda metade de nossas vidas? CLAUDE MONET, o maior dos impressionistas, ainda pintava obras-primas aos 80 anos e trabalhava 12 horas por dia apesar de já ter perdido a visão quase que por completo; PABLO PICASSO, o maior dos pós-impressionistas, pintou da mesma forma até morrer aos 90 e, aos 70, partiu para um novo estilo. O violoncelista PABLO CASALS programou-se para tocar uma nova peça musical e o fez no próprio dia de sua morte aos 97 anos”. Hoje, esse pensamento e reflexão é da maior importância, na medida em que caminhamos de forma consistente para ultrapassarmos a barreira dos 100 anos, e quem sabe, mais adiante, o ser humano caminhe para a imortalidade…