Em sentença patética, a Gol foi condenada a pagar maquiagem e depilação de suas profissionais. Mais adiante, e com esse tipo de estupidez monumental, a Justiça vai exigir de todas as empresas que paguem pela água do banho, sabonete e desodorante de seus funcionários.

Amigos, a Justiça do Brasil ensandeceu. O mínimo que se espera de um ser humano com um mínimo de autoestima e alegria de viver, é apresentar-se, para os demais humanos, da melhor forma possível.

Segundo a Justiça do Trabalho do Brasil, quando uma pessoa ingressa numa empresa, o contrato de trabalho cobre apenas a pessoa como chegou ao mundo. E é o que vai acontecer seguindo-se a decisão patética da Justiça.

As empresas a partir de agora contratam as pessoas ao natural, como chegaram ao mundo. Nuas e sem as mãos nos bolsos. Peladas. Tudo o que trouxerem consigo quando chegarem na empresa para o primeiro dia de trabalho, a empresa precisa pagar ou ressarcir.

A Justiça brasileira vai conseguir o que outra nenhuma justiça do mundo conseguiu. Convencer as empresas que o melhor a fazer é só contratar robôs… Claro, até o momento em que os robôs não descubram a patética e escatológica Justiça do Não Trabalho, e comecem a ganhar ações para a compra de óleo lubrificante, troca de chips, e outros penduricalhos mais.

Na sentença histórica que faz com que a Justiça do Trabalho do Brasil seja a maior inimiga das empresas, e a maior incentivadora da robótica, está escrito que a Gol terá que fazer o pagamento de indenização com despesas para apresentação pessoal, bem como fornecer meios para a observância de seu código de vestimenta e apresentação, inclusive quanto aos procedimentos estéticos… Assim estabelece o pagamento de uma indenização mensal de R$220 por mês a cada empregada aeronauta…

Ah, mas na sentença a Justiça concedeu uma saída para a Gol. Caso não queira pagar é só abrir mão do mínimo que se espera de um ser humano que trabalhe e atenda o público. Que venha trabalhar vestida, de dentes escovados, cabelos penteados, e desodorante dentro do prazo de validade…

Como disseram Malan, e outros economistas brasileiros, e definitivamente, o “Brasil é o país até onde o passado é incerto, o futuro imprevisível, e o presente, talvez…”.

Quando se falava em insegurança jurídica até anos atrás eram de questões mais importantes. Hoje a insegurança jurídica começa nos mais básicos dos comportamentos. A higiene mínima que confere dignidade e apreço ao ser humano. A Justiça brasileira defende e promove que os brasileiros sejam praticantes fervorosos da autoflagelação… Como diz Chico Buarque na canção, Meu Guri, “eu não disse, seu moço, que chegava lá”?

Chegamos! O Brasil e sua Justiça acabam de provar que o fundo não tem poço, ou melhor, que o poço não tem fundo… Ou melhor acho que dá primeira forma estava mais certo, o fundo não tem poço…

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One thought

  • Caro Mestre. Justiça? No Brasil? O que é isso? John Mario Simmel escreveu um livro que se chama “Ninguém é uma ilha”. Talvez tenha pensado isso porque não conhecia o Brasil. Aqui somos um agrupamento de indivíduos “individualistas”! Cada um querendo ser protagonista de algo inusitado, seja para o bem coletivo ou para o mal (invariavelmente para isso). O juiz que deu essa sentença não tem e menor ideia da abrangência de seu desvario. Das consequências a que isso pode levar.

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