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The days of Wine and Roses

Uma das mais bonitas canções de Henry Mancini, Dias de Vinhos e Rosas, é o melhor fundo musical para caracterizar a década que se encerra, anos 2011, e anunciar a década que se inicia, anos 2021. Na canção de Mancini, a saudade dos tempos de vinhos e rosas, de alegrias e comemorações, onde tudo era permitido, e que agora fazem parte e exclusivamente das recordações. Mas esses dias de vinhos e rosas só valeram para um tipo de empresa. As da nova economia. Para todas as demais, foi a pior década das últimas 20. Assim, foi “A Década” que agora se encerra, e como temos comentado com vocês, e exclusivamente, para as empresas da nova economia. Aquelas que já nasceram tecnologicamente modernas, surpreendendo o mundo e o ambiente formal. E, como para essas empresas, nada era proibido, supostamente, tudo era permitido. Com todos os olhos, energia, pensamento, voltados exclusivamente para o futuro, e sem contas a acertar nem com o presente, e muito menos com o passado. Pé no acelerador com tudo! Enquanto as empresas da velha economia mergulhavam em profunda crise, as da nova cresciam e prosperavam, e ainda, a maior parte delas, roubando uma fatia substancial das empresas da velha economia, sem nenhum recurso próprio ou legal para se defenderem ou reagirem. Na síntese da origem das leis e regulamentos, dois caminhos distintos. As leis que são produzidas nas câmaras legislativas dos países, que muitas vezes nascem da cabeça de representantes do povo e de setores de atividade, e que procura atender as reivindicações desses grupos. É o chamado direito positivado. E o chamado direito consuetudinário, que vai se formando naturalmente a partir do comportamento da sociedade no correr dos anos, décadas, séculos. Nenhum dos dois caminhos contemplou e considerava a ruptura que ocorreu no mundo, a partir de 1971, com a chegada do microchip, e dando origem ao 4º ambiente, a Digisfera. O primeiro pelo despreparo dos legislativos diante de uma nova e desconhecida realidade. E o segundo, o dos costumes, porque faltavam e ainda faltam anos ou décadas para que se revelem de uma forma mais compreensível e melhor. Conclusão, nas duas últimas décadas, todas as novas empresas que se apoiaram nas conquistas do novo ambiente, não se defrontaram com qualquer tipo de barreira legal ou regulatória. Tudo era e ainda segue permitido. Como comentamos com vocês, semanas atrás, esses dias de vinhos e rosas estão aproximando-se do fim. Do lado de cá do mundo, com o cerco que as chamadas big techs começam a sofrer das diferentes esferas e mecanismos regulatórios que, e finalmente, acordaram. E agora, vem a notícia, o mesmo está acontecendo do lado de lá, na China. Semanas atrás, e às vésperas daquele que seria talvez o maior IPO de todos os tempos, as autoridades chinesas suspenderam o ingresso nas bolsas de Shangai e de Hong Kong do Ant Group, o braço financeiro do Alibaba. Depois de sucessivas acusações e reclamações dos concorrentes, finalmente as autoridades da China também decidiram dar uma ordem na bagunça e no tal do “pode tudo”. Durante anos o Alibaba exercia uma política de monopólio exigindo que quem quisesse vender através de seu marketplace teria que conceder exclusividade e não vender por outros portais. E agora, uma série de outras acusações começam a ser investigadas. No início da década que se encerra, as big techs e outras empresas internacionais que prosperavam no mercado chinês sofreram severas restrições, e muitas decidiram pular fora. Claro, não todas, diante da dimensão do mercado. Agora, e sentindo que as maiores ameaças a economia da China vem sendo cultivadas pelas big techs chinesas, as autoridades locais decidiram dar um basta à orgia. Em editorial publicado meses atrás, o Partido Comunista dizia, “se monopólios forem tolerados, e empresas expandirem-se desordenadamente, a indústria não se desenvolverá de maneira saudável…”. É isso, amigos. Chegou a hora da verdade. E assim, a primeira metade da década que agora começa será dedicada a ajustes e regulações da nova economia, muito especialmente das responsabilidades e possibilidades das big techs. Do lado de cá, e do lado de lá do mundo. Para elas, empresas da nova economia, os dias de vinhos e rosas, finalmente, chegando ao fim.
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Diário de um Consultor de Empresas – 07/10/2021

Finalmente revelados alguns números do maior MARKETPLACE do mundo, o ALIBABA. E a importância do Brasil frente aos demais países.
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China, a grande vencedora

Para todos aqueles que acreditam e difundem uma espécie de teoria de conspiração, e de que a China teria provocado propositadamente de forma consciente e planejada a pandemia, o resultado final é o tal do argumento perfeito. Antes de continuarmos com este comentário, reiteramos não acreditar nessa hipótese de forma alguma. Acreditamos, inclusive, tão ruim como considerá-la, por um único instante que seja, admissível. Agora vamos aos estudos que o Fundo Monetário Internacional acaba de concluir e divulgar. Independente de tudo o que aconteceu no terrível ano de 2020, a China ainda conseguiu terminar o ano com um crescimento positivo. O último estudo do FMI apontava para um crescimento de 1,9%, uma merreca em relação aos anos anteriores, mas um crescimento espetacular face ao que aconteceu com os demais países, muito especialmente os Estados Unidos. E que, pelo mesmo estudo retrocedeu, voltou para trás. Conclusão, a distância entre as duas economias do mundo encurta-se ainda mais, e a previsão que a China só passaria os Estados Unidos em meados da década dos 2030, agora, e em decorrência da pandemia, e alcançar essa proeza impossível sobre todos os ângulos análise e projeções realizadas na virada do milênio, vai acontecer nesta década dos 2020. Mais especificamente, no ano de 2028. Apenas recordando, quando a China taxiava na pista preparando-se para a uma recuperação vigorosa e decolagem, sua economia era 15 vezes menor que a dos Estados Unidos. E, também recordando, o PIB da China naquele momento era menos de 2% do que é hoje. Existe uma outra medida para se aferir o progresso e desenvolvimento de um país. E que é o que os economistas globais chamam de PPC – Paridade do Poder de Compra – um índice que pondera o poder de compra de seus cidadãos, levando-se em consideração os diferentes câmbios dos países. Pelo PPC a China não ultrapassará os Estados Unidos em 2028. Já ultrapassou em 2017… É isso, amigos. Cá entre nós, e como a dimensão do PIB de um país se enaltece e consagra-se na medida em que se traduza no progresso e desenvolvimento de seus cidadãos, preferimos o PPC, do que o PIB; de certa forma, o PIB é uma medida genérica e burra. Assim, a economia da China não vai superar a economia americana em algum momento do futuro. Já superou! Pelo PPC, e não pelo PIB, a China é de longe a principal economia do mundo. Desde dias atrás… Mais precisamente, 2017…
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Diário de um Consultor de Empresas – 13/07/2021

ACORDA BRASIL. O futuro que nos aguarda será duvidoso e precário se continuarmos na dependência da CHINA e dos EUA, e dos produtos da terra.
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A última fotografia, ou, nada é para sempre…

A última e derradeira fotografia é a pergunta que se faz sobre a frota de veículos dos países, incluindo o Brasil, e muito especialmente, em relação aos automóveis. Última foto de um período da história, desde que Henry Ford, há mais de 100 anos, conseguiu fazer seu Fordinho preto rodar em termos econômicos. Especificamente em relação ao tamanho da frota, o Brasil hoje possui 38 milhões de automóveis em circulação. E no conjunto dos veículos de quatro ou mais rodas – automóveis, caminhões e ônibus –, a frota é de 46 milhões, a sexta maior do mundo. E a grande mudança no tocante à relação entre veículos e pessoas acontecerá com os automóveis, mesmo porque caminhões, caminhões leves e ônibus, as mudanças serão muito mais na melhoria e aperfeiçoamento dos veículos do que na relação. Repetindo, batendo nos 46 milhões, o Brasil tem a 6ª maior frota mundial. Perdendo para os Estados Unidos – 264 milhões, China – 172 milhões, Japão – 77 milhões, Rússia – 51 milhões, e a frente de uma Alemanha – 8 milhões. O melhor momento desta década que está terminando, foi o ano de 2012. Talvez a derradeira fotografia de uma suposta prosperidade, onde as montadoras construíram seus planejamentos e investiram muitas dezenas de bilhões de reais, e que foi quando Dilma decidiu escancarar as porteiras, reduzindo juros e aumentando prazos artificial e irresponsavelmente, na patética e constrangedora nova matriz econômica, fazendo com que se vendesse 3,7 milhões de automóveis no Brasil. E assim, e naquele momento, as empresas olharam para 2020 e cravaram, vamos produzir e vender sete milhões de automóveis. E desde então quedas atrás de quedas até culminar com 2020, onde se pensava em sete milhões de unidades, e bateu nos três milhões. Menos da metade do previsto… Assim, os sete milhões dos sonhos ficaram para trás, e até mesmo os 3.160 milhões da previsão de março não foram alcançados… Portanto amigos, não seria exagero afirmar-se ser essa de agora, a derradeira fotografia de uma indústria automobilística que cumpriu um longo ciclo de mais de 100 anos, e que agora mergulha em uma revisão, mais que revisão, reinvenção radical em busca da sobrevivência. Em maiores ou menores proporções, e na medida em que ingressamos num mundo absolutamente novo e desde a criação do microchip, no ano de 1971, todos os setores de atividades, todos os negócios, todas as empresas, mais dia ou menos dia, mergulharão inexoravelmente num processo de renovação, reposicionamento, ou reinvenção mesmo, radical. É o tal do ciclo da vida, como nos ensinou O Rei Leão…
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Diário de um Consultor de Empresas – 09/02/2021

Francisco Madia comenta sobre THE DAYS OF WINE AND ROSES. Os dias de “vinhos e rosas” só valeram para poucas empresas da nova economia; no Brasil e no mundo, também. Já para a quase totalidade ou maioria das empresas vivemos a pior década dos últimos 200 anos em nosso país.
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Diário de um Consultor de Empresas – 02/02/2021

Francisco Madia comenta sobre o festival de tolices de um mestre de Harvard, com graduação e pós em Oxford, Cambridge, e, Stanford. Uma daquelas pessoas acostumadas a olhar para o futuro pelo retrovisor…
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A invasão chinesa, não obstante o coronavírus

Nosso país, passou, no correr de cinco séculos por sucessivas invasões estrangeiras. Até mesmo os chineses pontificaram de forma mais consistente por aqui, nos anos 1950, mas eram… Os velhos chineses da velha China. Nada a ver com os novos chineses da nova, instigante e revolucionária China, que se converteu no maior parceiro comercial do Brasil. Da virada do milênio para cá, os novos chineses começaram a chegar. Muito especialmente na cidade de São Paulo. Hoje já são mais de 300 mil chineses só na capital paulista, que vieram para fincar raízes e participar da reconstrução de nosso país. Gradativamente vão se organizando, somando, e querendo pontuar sua presença em nosso país, a partir de São Paulo, mediante gestos e movimentos institucionais. Assim, e por ocasião do aniversário da cidade no último 25 de janeiro, e que coincidiu com a celebração do ano novo chinês, o ano do rato, uma série de manifestações aconteceram. Muito especialmente, a de plantar as raízes de uma Chinatown na cidade, e como acontece em algumas das principais cidades do mundo. Em todos os próximos anos sentiremos, e superada a coronacrise, e a cada novo mês, uma presença maior de imigrantes chineses entre nós. E com a chegada pra valer, dos grandes players chineses do território da tecnologia, a “invasão” ganhará nova e maiores dimensões. Dos integrantes da primeira leva, início dos anos 1950, e em matéria de O Globo, a manifestação do médico Wong Chiu Ping, cardiologista de 83 anos, que aqui desembarcou em 1951, com a família, e após uma viagem de 83 dias de navio, fugindo da revolução comunista. O Dr. Wong é um dos expoentes e pioneiros da comunidade chinesa no Brasil, tendo comandado a área de cardiologia do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, e depois de trabalhar no Sírio Libanês… Diz o Dr. Wong: “Finalmente, a comunidade está muito mais aberta e participativa… e isso é bom para os brasileiros e para os chineses…”. Isso posto, amigos, nunca estivemos tão próximos da China, embora geograficamente muito distantes, do que nos encontramos hoje. E quem sabe, o que nasceu mais como uma brincadeira de economistas e jornalistas, décadas atrás, e formalmente encampada pelo Goldman Sachs, o Brics, acabe se revelando na prática, e definindo a segunda ou primeira força da economia mundial. Brics, que começa com B de Brasil, segue com R de Rússia, I, de Índia, e C de China… E com a admissão recente – 14 de abril de 2011 – da África do Sul, e com muitos e outros importantes candidatos na fila aguardando para aderirem. Como, Coreia do Sul, e México. Assim, amigos, os 2021 dentre outras novidades e revelações, institucionalizarão uma aproximação inimaginável, e finalmente, entre Brasil e China. E fazem muito bem as instituições que deixaram de esperar e passaram a agir. Como um Colégio São Bento que hoje é o preferido de parcela expressiva dos filhos de chineses que moram em São Paulo. Muitos, que já nasceram aqui. Quem diria, 30% dos alunos do tradicional São Bento são de origem chinesa. Há 20 anos, se alguém dissesse que um de seus filhos levantou a possibilidade de estudar mandarim, você provavelmente recomendaria uma consulta médica. Hoje, milhares de famílias correm atrás de escolas de mandarim, e milhares de crianças da cidade de São Paulo iniciam-se no aprendizado. 2021, Brasil-China. China-Brasil. Podem apostar, uma das principais características e componentes que reconheceremos, no futuro, quando olharmos e pesquisarmos sobre como foram os anos 2021. Os anos que agora começamos a viver. Brasil-China, China-Brasil.