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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 24, 25 e 26/09/2022

Depois de 50 anos, sem jamais revelar consistência e vitalidade, de forma medíocre e irrelevante, o MAKRO despede-se do Brasil.
Negócio

Saber parar

Uma das virtudes de todos e sempre – pessoas e empresas – é saber parar. Jamais ultrapassar o limite. Por apetite desmesurado e apostando que os ventos sempre soprariam a favor, o Grupo Casino saiu de forma açodada e inconsequente às compras nas últimas duas décadas. Totalmente diferente do procedimento adotado por seu vizinho Carrefour, também francês, que ajuizadamente deu um passo depois do outro. Comprava, consolidava, e só depois partia para uma nova aquisição. Hoje o Carrefour segue próspero e capitalizado, e o Casino cambaleante e endividado, mesmo tendo dentre suas propriedades algumas pedras preciosas, como, e, por exemplo, a rede Pão de Açúcar. Nos dois últimos anos o Casino vem sendo pressionado por investidores e gestores dos fundos que proceda a uma revisão radical em sua estratégia. Mas, e com a lentidão natural que vem revelando na última década – por exemplo, cansou de ter prejuízo com a Via Varejo e só mediante pressão insuportável desfez-se do que foi incapaz de gerir – as previsões para seu futuro próximo definitivamente não são boas. Hoje o Grupo Casino no Brasil, Pão de Açúcar, Assaí, Extra, é uma megacorporação do varejo, com mais de 10 mil lojas pelo mundo, e com um faturamento de € 34 bi no ano passado. Mas com uma dívida líquida em 2020 de € 4,6 bi, desproporcional a sua capacidade de geração de caixa. Isso posto, tudo é possível de acontecer nos próximos meses. Em meio à crise celebrou uma parceria com a Accenture e o Google Cloud para rastrear melhor sua clientela. O que causa perplexidade, considerando-se que desde 2019 vinha desenvolvendo uma parceria com o Itaú e RaiaDrogasil no desenvolvimento de um ambicioso programa de loyalty, o Stix. O Programa foi lançado, o Stix Fidelidade, pelo comunicado divulgado no momento do lançamento pertencendo 67% ao Pão de Açúcar e 33,7% a RaiaDrogasil, e, depois de um barulho inicial, não se ouve mais nada. Considerando-se que o Pão de Açúcar era detentor do melhor e mais cobiçado programa de fidelidade dentre todas as organizações de varejo do País, o Pão de Açúcar MAIS… Sintetizando, o Grupo Casino revela-se absolutamente perdido. Gerando insegurança na clientela de suas bandeiras e perplexidade em seus parceiros e fornecedores. Por enquanto, para ninguém, quem sabe nem mesmo para seu comando, existe uma ideia mínima do que o Casino pretende fazer. Ao anunciar a estranhíssima parceria com Accenture e Google Cloud, Jean-Charles Naouri, presidente do Casino naquele momento, disse, “Isso nos possibilitará melhorar duas prioridades: melhorar continuamente nosso atendimento ao cliente por meio de inovações tecnológicas e acelerar o crescimento e a criação de valor de nossas atividades tecnológicas em dados e software…”. Melhor seria não ter dito nada, do que derramado, como o fez, meia dúzia de platitudes.
Negócio

Dossier Prioux

A morte por violência inaceitável e criminosa de um negro, e a morte de uma cadelinha, deram fim, ao menos no Brasil, a uma das mais brilhantes carreiras de gestores do varejo em nosso país. Noël Prioux, Carrefour, foi, literalmente, recolhido, e, retornou à França. É o protagonista de uma das mais que emblemáticas lições do ambiente corporativo de todos os tempos em nosso país. De nada adianta tomar as melhores decisões, realizar aquisições monumentais e emblemáticas, apresentar crescimento e lucro fabulosos, se não conseguir prevenir danos insuportáveis à imagem da marca. E assim, com seu Carrefour coberto de glórias e sucessos, mas sua marca sangrando, Noël Prioux, 62, arrumou as malas e voltou para a França, Paris, a tempo de passar o Réveillon de 2021 na cidade luz. Em seu lugar, Stéphane Maquaire, 47, ex-presidente do grupo na Argentina. Hoje, e depois de Prioux, o Carrefour consolida sua liderança em nosso país, no varejo alimentar. Muito especialmente e devido as aquisições de peso como as do Makro e BIG. Assim, Prioux despediu-se deixando a Carrefour Brasil como a unidade de maior importância de todo o grupo e em todo o mundo, e apenas atrás da França. Mas não foi e jamais será suficiente. Por decorrência, recolhido à matriz. Prioux chegou ao Carrefour anos atrás e para cuidar dos serviços financeiros do Grupo em Paris, e depois foi cumprir missões de comando na Turquia, Colômbia, Espanha, Sul da Ásia. Em 2017 foi nomeado presidente do Carrefour Brasil, e diretor-executivo do grupo para toda a América Latina. No momento em que se preparava para a despedida do Brasil, ou, retorno à França, concedeu entrevista à Folha, a Daniele Madureira, e onde fizemos as seguintes anotações: O que aconteceu com a clientela do Carrefour no Brasil durante a pandemia – “Menos visitas às lojas, e mais compras. As saídas passaram a ser mais planejadas, para comprar o máximo de cada vez. Foi uma responsabilidade e tanto implantar e manter regras de distanciamento, contar o número de clientes dentro da loja, e seguir todos os protocolos de segurança. Também mudamos nossas promoções. Antes concentravam-se nos finais de semana, agora são distribuídas por todos os dias. Não existe mais o dia certo, ou, o melhor dia. Nos tornamos mais presentes nas redes sociais para anunciar nossas promoções, e na medida em que tínhamos menos público nas lojas para receberem panfletos. Tivemos que melhorar nosso desempenho no online. Em 15 dias estávamos mais que preparados para responder as novas demandas dos clientes. Para toda a lista de compras, inclusive e principalmente comida. E fizemos parcerias com os aplicativos de entrega para abreviar o tempo das compras. O fenômeno Atacadão, criado para abastecer o pequeno varejo, e hoje, tomado pelas pessoas – “Hoje, diz Prioux, temos dois movimentos diferentes e orientados a preço. No primeiro, a busca pelo Atacarejo, as pessoas buscando maior quantidade pelo menor preço. E o outro a valorização da marca própria. Sintetizando, os clientes estão mais sensíveis ao preço”. Heranças ou mudanças institucionalizadas em decorrência da pandemia – “Os clientes passaram a ficar em casa duas ou três vezes por semana. Assim, e mesmo num cenário de pandemia sobre controle, as pessoas vão cozinhar mais vezes. Outra e nova componente é a busca crescente por produtos naturais, associando produtos mais baratos e mais saudáveis. Com bares e restaurantes fechados o consumo de bebida aumentou, muito especialmente o de vinho, 30%, e parte disso deve permanecer. Por outro lado, as pessoas preferem, no caso dos hortifrutis, tudo o que conte com produtores locais ou próximos. Nas lojas onde isso acontece, mais de 30% vêm dos produtores locais. Digital x Analógico – Direto aos números. Hoje, no Carrefour, nos produtos não alimentares, as compras pela internet já representam 34% do total. Já os alimentos, e por enquanto e apenas, 6%. E também falou sobre a tragédia de 2020. Disse Prioux, “Realmente foi uma tragédia um homem negro ter sido morto por seguranças contratados em uma das lojas do Carrefour de Porto Alegre. Assumimos nossa responsabilidade. Não podemos mais aceitar situações desse tipo. A primeira providência foi ajudar as famílias, fazer tudo o que fosse possível. Decidimos mudar por completo nosso sistema de segurança. Não queremos mais segurança, queremos pessoas ajudando e orientando pessoas. Assim, encerramos com a terceirização, e já a partir de setembro a segurança do Carrefour passou a ser feita pelo Carrefour, com equipe própria, com exceção dos estacionamentos, onde somos proibidos por lei de cuidar da segurança. Na medida em que a função muda, o perfil muda. Estamos recrutando pessoas para nossa segurança que sejam capazes de dialogar com o cliente, que não se estressem diante de qualquer situação, e que haja com tranquilidade, agressividade zero, mesmo diante de um furto… E sobre o Brasil e os brasileiros – “A cultura brasileira é espetacular: as pessoas, a música, a comida. É um tesouro nacional, temos que preservar…”. Assim, fez e foi, em sua permanência vitoriosa como negócio em nosso país, e trágica por dois acidentes de percurso, Noël Prioux. Alguns erros, ou, acidentes de percurso, são inaceitáveis.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 17/08/2022

SOOU O SINAL. Todos afiando diferentes objetos cortantes e adequando as despesas a uma nova realidade. Alguns novos produtos cancelados, e produtos esquecidos, ressuscitados…
Negócio

Nada acontece por acaso

Os resultados tem que ser em tudo e por completo. E não apenas, econômicos. É o que se conclui com a troca recente do comando no Carrefour no Brasil. Sai Noël Prioux, com uma gestão em termos de business no Carrefour Brasil simplesmente espetacular; e entra Stéphanie Maquaire, vindo da Argentina, em seu lugar. Dois acidentes de percurso marcaram negativamente o desempenho econômico espetacular de Prioux. A da cadelinha, e a do cliente morto por um segurança. Quando da morte do cliente, em Porto Alegre, o CEO Global do Carrefour, Alexandre Bompard, declarou, na França, o seguinte: “As cenas de agressão sofridas pelo cliente são insuportáveis”, e que as medidas tomadas no Brasil eram “insuficientes”. Mesmo na nota de semanas atrás anunciando a saída de Prioux e onde Alexandre enaltece a performance de Prioux, em termos de resultados econômicos, uma série de providências e iniciativas foram impostas pela matriz a Prioux no tocante a uma revisão radical no Compliance. É isso, amigos. Nos dias de hoje, um ótimo desempenho econômico segue sendo mais que desejável. Mas, e como os fatos vêm revelando, não mais suficiente.
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Diário de um Consultor de Empresas – 27, 28 e 29/11/2021

O dia em que WARREN BUFFETT reconheceu o erro, jogou a toalha, e vendeu todas as ações de empresas aéreas da BERKSHIRE HATHAWAY. Os riscos são insuportáveis, sempre. Com a pandemia, a devastação foi total. Imediatamente seguido por BERNARD ARNAULT e ABILIO DINIZ.
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Diário de um Consultor de Empresas – 06, 07 e 08/11/2021

OS MEGA LIVING CENTERS a caminho. O primeiro, no terreno da primeira loja do CARREFOUR em São Paulo. Gradativamente, todos os SHOPPINGS, com raras exceções, convertendo-se em LIVINGS.
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Diário de um Consultor de Empresas – 21/10/2021

ASCENSÃO, CONSISTENTE E VIGOROSA, E QUEDA, INSUSTENTÁVEL, DE UM DOS MELHORES GESTORES DO VAREJO NO BRASIL: NOËL PRIOUX. Fez, em seus poucos anos no comando, do CARREFOUR, uma gestão de grande e comprovado sucesso. Mas não conseguiu prevenir e evitar duas crises de imagem devastadoras. E hoje, isso é mortal.
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Julho

Vídeo da transmissão ao vivo do Business Trends, ciclo de palestras ministradas por Francisco e Fabio Madia, captado no dia 26 de julho de 2021. Confira os temas: – De repente, 697 healthtechs – 28 de maio de 2020 – Alibaba.com – O desafio da distância – Época – Os franceses no Brasil: Carrefour e Casino – Ciro Gomes contrata João Santana – Em busca dos carrinhos abandonados – O Brasil deveria ter feito a inclusão digital de todos os brasileiros há mais de 10 anos, mas como não fez… – Theodore Levitt “Marketing Myopia” – As novas empresas de locação e vendas do mercado imobiliário Quinto Andar / Loft… – A nova corrida espacial – Do digital para o físico – O fim do capitalismo – Yandex
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Diário de um Consultor de Empresas – 24/09/2021

DESEMPENHO ECONÔMICO É ESSENCIAL, MAS, NÃO MAIS, SUFICIENTE. Independente de uma gestão brilhante, NOEL PRIOUX foi recolhido à matriz. Dois acontecimentos da maior gravidade ofuscaram sua liderança de sucesso a frente do CARREFOUR.