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Profissão, poste

É mais ou menos por aí, no tal do mundo moderno em que vivemos, e claro, respeitadas as especificidades de cada cultura. Matéria de meses atrás no The Washington Post, realizada pela correspondente do jornal no Japão, fala de uma profissão que vem prosperando naquele país, de acompanhantes para situações sensíveis e de certa forma constrangedora, que podem, caso não evitadas, estimular pessoas a pensarem o que não deviam. Acompanhantes para não fazerem absolutamente nada, apenas para completarem o quadro ou paisagem. Pessoas espécies de adornos ou postes. Aqui no Brasil um derivativo desse tipo de acompanhante prosperou décadas atrás, quando alguns milionários desquitados, contratavam mulheres para acompanhá-los em festas. Dentre todos, os que se tornou mais conhecido foi Olacyr de Moraes. Dentre os chamados postes, e segundo a matéria, um tornou-se mais famoso de tanto que é contratado que hoje é conhecido e reconhecido: Shoji Morimoto, 38 anos, que nos últimos anos foi acionado mais de uma centena de vezes. Numa das vezes contratado por um maratonista para aguardá-lo na linha de chegada e comemorar com ele. Queria ver um rosto amigo quando vencesse o desafio que se impôs. Morimoto, celebridade, apelidado de Rental-San, inspirou uma série para uma das plataformas de streaming, e 3 livros já foram escritos com suas histórias. Durante a pandemia, e que foi também uma pandemia de carências de toda ordem, Morimoto bateu todos os recordes de contratação. No final de setembro de 2013 Olacyr de Moraes, o Rei da Soja, naquele momento divorciado há mais de 30 anos, e entrevistado por Jô Soares, explicou sobre suas acompanhantes, “Eu devo ter umas 30 ou 40 amigas, porque eu gosto de ajudar as pessoas…”. O saudoso e querido amigo Alex Periscinoto, notável publicitário brasileiro e membro imortal da Academia Brasileira de Marketing, costumava contar histórias de um seu cunhado, que para evitar constrangimentos, fazia-se acompanhar permanentemente em seu automóvel, com um manequim – isso mesmo, aqueles de vitrine – no acento do carona… E, ainda que com funções diferentes, não poderíamos nos esquecer da figura permanente das tais damas de companhia nas cortes… Ou seja, a novidade do Japão não é tão novidade assim. Apenas uma repaginação de um comportamento presente na história do mundo… E que, de certa forma, traz insights consistentes e poderosos para o processo de criação e desenvolvimento de novos produtos, com infinitos serviços agregados. Você gostaria de prestar serviços como Poste… Ou de se fazer acompanhado, sempre, por um Poste?
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Será que Bezos continua o mesmo…

Há 6 anos, nesta época, e ensandecido, o presidente dos Estados Unidos, Trump, tenta de todas as maneiras e procurava criar dificuldades e inibir a sanha empreendedora de Jeff Bezos. Sem a menor sombra de dúvida, um dos mais emblemáticos, consistente e bem-sucedido empreendedor dos chamados tempos modernos. Assim, e com total merecimento, a revista Exame, numa das suas edições de maio de 2018, colocou Bezos em sua capa. Naquele momento, Bezos, 54 anos, casado, quatro filhos, US$121 bilhões de patrimônio, e formado por Princeton em engenharia eletrônica. Antes de começar sua empresa de vendas de livros, a Amazon, trabalhou em 4 bancos diferentes. Em 2018, além da Amazon, maior marketplace do ocidente, era o dono da empresa de exploração espacial, a Blue Origin, do jornal The Washington Post, e ainda sócio do banco J.P. Morgan, e do fundo Berkshire Hathaway de Warren Buffett, em projeto específico no território da saúde. E insistia em comprar o Whole Foods… Apenas é a título de curiosidade, algumas das manias de Bezos e que hoje continuam. Imaginamos, sendo o behavior code – código de comportamento – de suas empresas: 1 – Proibido power point. Cada novo projeto ou proposta tem que caber no máximo em seis páginas de papel. Todos recebem uma cópia, tem 10 minutos para ler, e depois começa a discussão. 2 – Nenhuma equipe poderá ser maior que duas pizzas não sejam capazes de alimentar. 3 – Só mesa com tampos e em cavaletes. Nada é fixo. 4 – Desconto zero para todos. Quem quiser comprar da e na Amazon pode. Pagará rigorosamente o mesmo preço que os demais clientes. 5 – Cãos são bem-vindos. Todos os funcionários que quiserem podem carregar seu cão para o trabalho. Apenas têm que registrar antes. Na Amazon são 40 mil funcionários e 7 mil cães. 6 – Queixas dos clientes. São encaminhadas para os funcionários com um único comentário. Um ponto de interrogação. 7 – E todos, sempre, com a Carta Magna da Amazon, na cabeça, coração e alma… E que são Os 14 Princípios de Liderança… Os 14 princípios de liderança da Amazon 1 – Obsessão pelo cliente: Comece com o cliente e trabalhe para trás, no sentido de aprimorar processos e atividades para gerar encantamento. Trabalhe vigorosamente para ganhar e manter a confiança do cliente. Preste atenção aos concorrentes, mas continue obsessivamente focado nos clientes. 2 – Propriedade: Pense e aja como se você fosse – e é – proprietário do negócio, focando simultaneamente no longo e curto prazo; não sacrificando o valor de longo prazo por resultados de curto prazo. Aja em nome de todos da empresa, e não apenas em nome de sua equipe; jamais diga “esse trabalho ou tarefa não é meu”. 3 – Invenção e simplificação: Estimule e cobre inovação de sua equipe; sempre encontre maneiras de simplificar as coisas; seja consciente do que acontece a sua volta, sempre procure novas ideias sobre todos ângulos e não se deixe limitar por crenças do tipo “aqui não se inova”. Inova, sim. Muito e o tempo todo. 4 – Os líderes estão certos: Tenha um senso de julgamento embasado e bons instintos; procure observar as situações sob diversas perspectivas e lute exaustivamente para desconfirmar (isto mesmo não confirmar) suas crenças. 5 – Frugalidade: Realize mais com menos. As restrições geram engenhosidade, autossuficiência e invenção. Não existe prêmio pelo cumprimento das obrigações. 6 – Contrate e desenvolva os melhores: aumente o patamar de desempenho com cada contratação e promoção; reconheça talentos excepcionais e mova-os conforme suas vontades por toda a organização; desenvolva novos líderes e leve a sério o seu papel como coaching de outros talentos. 7 – Conquiste confiança: Ouça atentamente, fale com franqueza e trate os outros respeitosamente. Seja autocrítico em voz alta, mesmo quando isso pareça incômodo ou embaraçoso. Compare-se a si próprio e a sua equipe contra o que há de melhor no mercado. 8 – Insista nos mais elevados padrões: Tenha padrões implacavelmente elevados – muitos podem pensar que esses padrões são absurdamente altos, você permanecerá continuamente aumentando a barra e conduzindo seu time para oferecer produtos, serviços e processos de elevada e excepcional qualidade; Defeitos jamais prosperam e todos os problemas são resolvidos internamente. 9 – Foco na ação: – A velocidade importa nos negócios. Muitas decisões e ações são reversíveis e não carecem de estudo extensivo. Valorizamos a tomada de risco calculada. 10 – Aprenda e seja curioso: Você nunca acaba de aprender e sempre procura melhorar; tenha sempre curiosidade sobre novas possibilidades e aja para explorá-las; 11 – Líderes têm espinha dorsal. Discorde e se comprometa. Desafie respeitosamente as decisões quando você discorda, mesmo quando fazer isso seja incômodo ou cansativo; tenha convicção e seja tenaz; não fique comprometido pelo pretexto de coesão grupal; Uma vez que uma decisão é tomada, aí sim, comprometa-se com ela. 12 – Mergulhe fundo: Opere em todos os níveis, mantenha-se conectado aos detalhes, faça auditoria com frequência e seja cético quando métricas e relatos diferem. Nenhuma tarefa é maior e mais importante que você. 13 – Pense grande: Pensar pequeno é uma profecia autorrealizável. Crie e comunique uma direção ousada que inspire resultados. Pense de forma diferente e olhe em volta e em todos os cantos para encontrar novas e melhores formas de servir os clientes. 14 – Entregue resultados: Concentre-se nos inputs chaves para o negócio e entregue com a melhor qualidade e em tempo hábil tudo o que se espera de você; apesar dos contratempos naturais e pelo caminho preserve-se ereto e confiante; por maiores que sejam os desafios e dificuldades, não desista jamais. Jeff Bezos, simplesmente, sensacional!
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O fim das grandes sedes das corporações

Em grande matéria meses atrás, no The Washington Post, a dúvida que não para de crescer sobre qual o sentido e o futuro das sedes das grandes corporações. Não, a matéria não se referia a organizações da velha e tradicional economia. Grandes indústrias, varejo, bancos. Referia-se a sede dos gigantes do digital, das big techs, como e, por exemplo, a emblemática sede “big disco voador” da Apple. E, também, a sede das demais big techs. Essas empresas, novas no que fazem, dizem e comportam-se, erraram bisonhamente e revelaram-se mais medíocres que as empresas tradicionais, em pensarem em qual seria o melhor formato para suas instalações. Pensaram de forma tacanha, medíocre e ultrapassada – quem diria – em como fazer um terno ou um vestido para o corpo que têm, e não em como embalar minimamente aquilo que fazem, e os serviços que prestam. Revelaram-se preocupadas em fazer bonito e causar inveja aos concorrentes, e esqueceram-se do que é melhor para seu capital humano e clientes. Enfim, comportaram-se como crianças com cabeça de velhos. Esclerosados! Isso posto, não será surpresa se muito rapidamente o big disco voador da Apple converter-se em museu, ou coisa do tipo, assim como a sede das demais big techs. E o mesmo vírus faz-se presente em muitas empresas no Brasil. Como, por exemplo, o supostamente disruptor XP, e referindo-se a que Amador Aguiar e Lázaro de Mello Brandão fizeram há 66 anos – 1953 – anunciou no ano passado uma nova sede, construída sob medida, e fora da cidade de São Paulo. Para quê? Em síntese, amigos, as pessoas são capazes de pensar o futuro com mais facilidade, quase naturalidade, e se organizarem para, e no fluxo dos serviços que prestam, mas não na pele ou casca com que se embalarão, ou aprisionarão, na sequência. De novo, o não pergunte por que as pessoas são e pensam assim. São, pensam e agem assim mesmo. É de causar perplexidade, mas é assim mesmo.