Tag: Roberto Carlos

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O que seria de nossas vidas sem as canções…

O que seria de nossas vidas sem a música? A minha, Madia, certamente um vazio, um tédio, um nada. Tenho uma trilha musical tocando permanentemente em meus ouvidos, faça o que estiver fazendo. Outro dia, no YouTube, vi o mais que tradicional especial de final de ano do Roberto Carlos. E dentre as músicas, uma que diz, “Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim”, e é isso mesmo, as canções que os compositores fizeram para todos nós. Ainda no primeiro verso Roberto diz, “Não sei por que razão tudo mudou assim, ficaram as canções e você não ficou…”. E é isso mesmo, muitas canções seguem conosco até o fim de nossas vidas, mas não necessariamente nos lembramos de quem compôs, quem cantou, e em que circunstâncias ouvimos as canções pela primeira vez. Música é um business, também, e dos mais poderoso. E o que me animou a fazer este comentário é uma mudança de posição no ranking das músicas brasileiras mais gravadas. Durante anos a liderança tranquila pertencia a composição de Ari Barroso, “Aquarela do Brasil”. Mas, e a partir dos últimos dados divulgados pelo ECAD, órgão responsável pela arrecadação dos direitos autorais, a primeira posição não é mais de Ari, e sim de Antonio Carlos Brasileiro Jobim e Vinicius de Moraes: “Garota de Ipanema”. Gravações formais e oficiais, até hoje, totalizam o número de 423. Aquarela do Brasil na segunda colocação com 416, e depois, e pela ordem, Carinhoso, 414, Asa Branca, 361, Manhã de Carnaval, 293. O primeiro artista a gravar Garota de Ipanema foi Pery Ribeiro, no ano de 1961. Pery, filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Assim, e depois de décadas, Garota de Ipanema passa a ser, pelo número de gravações, uma espécie de Hino Nacional Brasileiro oficioso…
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Por que os applemaniacs amam a Apple?

Direto à resposta. A Apple, até hoje, tem sido a única empresa que se dispôs a pegar todos nós, seres humanos e ignorantes em tecnologia pelas mãos, e introduzir-nos, com educação, cuidados e beleza, na digisfera. Apenas, ou, tudo isso. A Apple é o melhor exemplo de marketing de excepcional qualidade dentre as empresas de tecnologia. Nasceu com os olhos, sentidos, coração, totalmente conectados com nossa ignorância, necessidades, desejos, e monumental insegurança e medo. E, assim, e se hoje convivemos com razoável tranquilidade diante de um mar de incontáveis e infinitas novidades, devemos muito à sensibilidade e inteligência social – embora fosse meio tosco – de Steve Jobs. Em marketing era um campeão. Já que esse novo mundo da tecnologia era inóspito para todos os demais mortais com exceção da galera de tecnologia, Jobs decidiu criar um mundo, produtos, e acima de tudo com e a partir da molécula “friendly”. E, fez! Dias atrás comemoramos os primeiros 25 anos de uma nova realidade. Essa realidade que hoje está totalmente integrada as nossas vidas, ou, ao contrário, nova realidade em que mergulhamos com prazer e de onde jamais sairemos. Ao contrário, cada vez e mais mergulhando mais fundo. Há 25 anos, e finalmente, fez-se a justiça. Devolveu-se ao comando de seu criador, Jobs, a empresa que criou e converteu, por uma cultura única, em empresa legendária. A Apple. Um dia, equivocamente de forma truculenta, mandaram Jobs embora. E em seu lugar, colocaram uma espécie de Salieri de Mozart, que o próprio Jobs tinha ajudado na contratação, John Sculley, que se notabilizou por algumas proezas na Pepsi. Para convencê-lo a vir para a Apple, e além do cargo de CEO que lhe foi oferecido e mais um monte de dinheiro, o argumento usado, foi, “Sculley, você pretende passar o resto de sua vida vendendo água com açúcar ou quer ter sua oportunidade de mudar o mundo?” Poucos meses depois Sculley deu o empurrão que faltava para demitirem da empresa seu criador, Steve Jobs, passando para a história da administração e do marketing como um novo Salieri. E aí, e finalmente, anos mais tarde, faz-se a justiça. A Apple reconhece a capacidade inovadora de Jobs, e o traz de volta. E o resto é história. Em sua volta, e como diz a música dos Carlos, Roberto e Erasmo: “Eu voltei, agora pra ficar, por que aqui, aqui é meu lugar”, Jobs lança um mais que amigável computador, em plástico azul e translúcido, o iMac que mudou para melhor, muito melhor, a digisfera, tornando-a mais acessível e amigável, na medida em que criou a mais humanizada dentre todas as ferramentas e gadgets. Melhor ainda, um computador mais que preparado para uma imediata conexão à www, rede mundial de computadores. E, depois e na sequência, foram nascendo os irmãos mais novos, até eclodir o iPhone. E, repetindo uma vez mais, desde então o mundo nunca mais foi o mesmo. Jobs acreditava, de verdade, que se fizesse a melhor ratoeira do mundo, o mundo faria uma fila para comprar. Desta vez de verdade, e não como na velha fábula do marketing da ratoeira Little Champ que era uma espécie de Belo Antonio. Bonita mais ineficaz, impotente. Mais que uma linda ratoeira, criou, para milhões de pessoas, seu novo e melhor amigo, claro, sem tirar o lugar nem desmerecer dos pets do coração. Assim e hoje, nos primeiros 25 anos do iMac, muito a se comemorar, por um lado. E de outro, que as demais Big Techs criem vergonha, agreguem a componente Humanity em todas as suas plataformas e produtos, e parem de fazer gadgets que levam a galera da tecnologia a orgasmos intermináveis, e ao tédio, decepção e tristeza, a maioria de nós, pobres mortais… Nos fazendo sentir, repito, ignorantes e incompetentes.
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Diário de um Consultor de Empresas – 12/08/2022

O que seria de nossas vidas sem as canções… Ou, e finalmente, Aquarela do Brasil cede a primeira posição para Garota de Ipanema.
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Cauda Longa vida breve

Agora e nos negócios uma série de manifestações que se inserem no chamado território da Cauda Longa, e numa subseção específica, a da vida breve. Aqueles negócios que as pessoas compram uma ou duas vezes, e nunca mais nem mesmo se lembram que compraram. Dentre os tais negócios Long Tail, short life, um aplicativo que nasceu para atenuar a crise de milhares de artistas em ter o que fazer pelo mundo e em função da pandemia. Trata-se do Cameo, hoje com mais de 40 mil celebridades escritas, e que por um valor entre US$ 100 a US$ 5.000 dispõe-se a criar e gravar uma mensagem sua para sua mãe, pai, esposa, filhos, amigos. Sob medida. Pedem apenas o prazo de uma semana, mandam gravado, e depois é só você fazer a surpresa. Dentre os artistas disponíveis, desde Lindsay Lohan, US$ 400, passando por Alice Cooper, US$ 300, até o jogador brasileiro que enfrenta muitos processos na justiça, o lateral esquerdo Roberto Carlos e que cobra US$ 200 por mensagem. Cameo, um ótimo exemplo da Long Tail Short Life. Não sobrevive três primaveras… Exagerando! Tão curto e breve quanto este nosso comentário.
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Abraço a distância

Muitas pessoas, equivocadamente, acreditando que daqui para frente, como cantavam Roberto e Erasmo, tudo vai ser diferente, e que o trabalho a distância prevalecerá. Esqueçam. Temos certeza que vocês não caíram nessa fake news tosca. Seguindo na música dos Carlos, Roberto e Erasmo, Daqui para Frente, e passado esse pesadelo da pandemia, tudo será diferente, Vamos mesmo é reaprender a ser gente. Trabalhar fisicamente próximos, juntos, decodificando olhares, gestos, sentimentos, pausas, expressões, não apenas e exclusivamente através de uma telinha gelada que não comunica absolutamente nada. E, vez por outra, cai… Que revela, mal e parcamente, como somos pescoço pra cima. E ainda, de vez em quando alguém grita, “Mané, você desligou o botão do som… Liga aí…”. Pessoas inteiras e íntegras continuam tendo cabeça, tronco e membros. Coração e mente. Olhos e mãos. Corpo. Vida. Ao vivo, Live. Presencial! Por razões que só a cegueira decorrente do vírus explica, muitos passaram a imaginar que as empresas são dirigidas por profissionais do capital humano incompetentes e estúpidos. Que só insistiam e teimavam no trabalho presencial por burrice, sadismo ou masoquismo. Não, insistiam e assim continuarão porque não existe nenhuma outra maneira de se trabalhar tão produtiva, inovadora, e que alcance resultados excepcionais quanto o trabalho presencial. Fogo é fricção, atrito. Inovação luz acende no conflito de posições e ideias. Contrapontos, discordâncias, presenciais, sempre! Trabalho em equipe, coletivo. Juntos! Fisicamente juntos. A vida é plural. Pessoas têm propósito, empresas e equipes, missões. Propósito se cultiva e pesquisa a distância. Pode ser. Missão cumpre-se, presencialmente, coletivamente, de mãos dadas, gritos de guerra e sob intensa emoção. Enganam-se os que acreditam que a distância é bom e melhor. Pergunte pras pessoas que vêm trabalhando assim nos últimos anos, o que acham, e o quão tristes e ignorados se sentem. Você já conversou com um faroleiro, isso mesmo, aqueles solitários que passam a vida morando num farol e dentro do mar… Ou com o porteiro da noite de seu prédio, guarda-noturno… Tudo o que era possível de ser feito a distância, e diante da impossibilidade física ou econômica de se fazer pessoalmente já vem funcionando dessa maneira há anos e décadas. A pandemia não muda a essência do que quer que seja. Nem do trabalho, nem das pessoas, nem da vida. Cria dificuldades e constrangimentos, impõe restrições, mas, em partindo, todos correndo para o abraço. Concordamos com Erick Jacquin. O mesmo que ele manifesta em relação a restaurantes assino embaixo em relação às empresas. Com a reabertura dos restaurantes, o tal do delivery de luxo, tende a voltar, em no máximo um mês, ao que sempre foi e era antes da pandemia. A zero! Não existe restaurante a distância, não existe delivery para restaurante. Bobagem. Esqueçam. Assim como não existe educação a distância para crianças. O sentimento geral dos chefes de cozinha é que tiveram que fechar os olhos e adotar as marmitas por uma questão de desespero e o sentimento de ilusão de uma precária sobrevivência. Quantos, durante as madrugadas, consideraram o suicídio a continuar fazendo um trabalho de merda transformando suas competências e expertises em patéticas gororobas. Perguntaram a um dos mais consagrados chefes de cozinha do Brasil, Erick Jacquin, se pretende manter o delivery, depois da pandemia. Quase voou na jugular do jornalista. Urrou, “Não! Chega! Isola! É o momento de resgatar o restaurante, um negócio verdadeiro e único. Tive prejuízos durante todo esse período, e o delivery, cá entre nós, é a maior dor de cabeça. Quando a embalagem chega revirada ninguém liga para o aplicativo de entregas pra reclamar. Ligam para o Jacquin… Era só o que me faltava…”. Além de assassinar verdadeiras obras de arte, delicias, prazeres, o tal do delivery é qualquer outra coisa, menos, restaurante. Isso posto, acordem. O mundo levou séculos para criar o descanso do domingo. Outros 50 anos para muitos negócios, muito especialmente com o prevalecimento da sociedade de serviços, a tal da semana inglesa, semana de cinco dias. É isso. Quem sabe alguns negócios, depois de anos ou décadas, possam considerar algumas semanas de quatro dias por ano. Quem sabe a última do mês. Não existe trabalho a distância. Existem atividades que só podem ser realizadas a distância, e a tecnologia facilitou e em muito todas essas. Mas essas pessoas que não têm outra alternativa são, no mínimo, tristes. Parcela expressiva, depressivas. Universalizar trabalho a distância é o mesmo que dar fim a todos os restaurantes e institucionalizar como forma única de alimentação o gororobas delivery. Nós, consultores da Madia, pedimos demissão desse tipo de vida, e vamos procurar outros humanos que também tenham a estranha mania de gostar de pessoas. Enquanto é tempo, e a sandice não tomou conta do mundo. Todos correndo para o abraço, amanhã. Ou você acredita ser possível o abraço a distância?
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Direitos e Direitos

No que se basear sobre negócios que jamais imaginávamos viessem a existir? Esse é um dos maiores desafios da transição do velho para o admirável mundo novo. Nos finais das tardes de domingo, na TV Record na subida da Consolação que era ainda uma rua e não uma mega avenida como hoje embora preserve rua no nome, e tentando ocupar um espaço decorrente da proibição da transmissão dos jogos de futebol, e, simultaneamente, encontrar um substituto para um dos programas de maiores sucessos junto à família brasileira na época, a Gincana Kibon, que estreou no dia 17 de abril de 1955, sob o comando de Vicente Leporace e Clarice Amaral, a agência de propaganda Magaldi, Maia & Prosperi decide criar o programa Jovem Guarda. Inspirado na frase de Vladimir Lenin, “O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada”. E como recheio e conteúdo do novo programa prevaleceu uma galera originária do Rio, que mudou-se para São Paulo, indo morar na rua Albuquerque Lins, Higienópolis baixo, e sob a liderança de Roberto e Erasmo Carlos, mais Wanderléa, e convidados: Ronnie Von, Eduardo e Silvinha Araújo, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Martinha, Vanusa, Leno e Lilian, Evinha, Deny e Dino, Paulo Sergio, Reginaldo Rossi, Antônio Marcos, Katia Cilene, Os Incríveis, The Fevers, e muitos e outros mais. E aí Roberto e Erasmo fortaleceram os laços de amizade e mergulharam em sucessivas composições de sucesso. Tudo o que existia naquele momento eram os 78 rpms, mais os Long Plays, e ninguém, absolutamente ninguém conseguiu imaginar que plataformas de distribuição de músicas seriam totalmente outras, e a partir da virada do milênio. Assim, nada, absolutamente nada do que existe hoje, encontra-se previsto nos contratos de direitos autorais celebrados na época. Conclusão, desde a virada do milênio para cá brigas e mais brigas referentes aos direitos de exploração comercial nas novas plataformas. Neste momento, por exemplo, Roberto e Erasmo tentam rescindir na justiça um contrato de edição de 73 músicas compostas entre 1964 e 1987, com a Editora Fermata. Na ocasião, todos os direitos foram transferidos pela dupla a Editora. Mas, sobre as possibilidades existentes naquele momento. O contrato de cessão jamais poderia contemplar o que não existia naquele momento… Paro por aqui e acho desnecessário entrar em mais e maiores detalhes. Vivemos uma ruptura. A cada dia que passa, cada vez mais, com maior intensidade, os formatos de utilização de propriedades e direitos autorais por novas formas e possibilidades serão contestados por todos os envolvidos. E isso alcança todos os negócios de todos os setores de atividade. Conclusão, no território da justiça e dos direitos das diferentes propriedades intelectuais, seguiremos caminhando nas trevas durante no mínimo duas décadas, a menos que algum tribunal consiga em alguns dos processos que chegue até o final, estabelecer algum tipo de Súmula Vinculante. Caso contrário, continuar caminhando, assumindo riscos, e diante de todos os possíveis acidentes de percurso, partir para um acordo entre as partes envolvidas. Um mau acordo que ponha fim a um conflito é infinitamente melhor que uma guerra sem nenhuma perspectiva de qualquer final. Em verdade, se era impossível imaginar-se o que viria pela frente, absolutamente impossível alguma das partes ter procedido de má-fé. Portanto, antes que o dia escureça, a noite chegue e a vida acabe, nada melhor do que um acordo salomônico entre as partes, 50 x 50, e todos que se deem por felizes pelo dinheirinho mais que extra que caiu do céu, graças e obras da tecnologia…