Tag: Itaú

Negócio

Oportunidades no caos

Às vésperas da eclosão de uma das mais potentes bombas de disrupção do mercado financeiro do Brasil, no dia 17 de novembro de 2020 com a chegada do PIX e do Open Banking, todos os players estavam mais que de olho numa espécie de mega dança das cadeiras. Em verdade, cinco cadeiras – Bradesco, Itaú, Santander, Brasil e Caixa – os cinco bancos que ocupavam mais de 90% de todo o mercado financeiro do país. Por que chegamos a essa situação e com a qual convivemos praticamente os últimos 30 anos? Porque antes, anos 1960, 1970, 1980, o sistema financeiro era múltiplo. Econômico, Auxiliar, Comind, Nacional, Mercantil, Banespa, Bandeirantes, BCN, Sudameris, América do Sul, Haspa, Geral do Comércio, Andrade Arnaud, Banco da Bahia, Banestado, BMC, Boavista, Cidade, Cruzeiro do Sul, HSBC, Lemon, Maisonnave, Meridional, Multiplic, Noroeste, Província, Sulbrasileiro, Zogbi, e mais duas centenas de pequenos bancos… O mercado era disputado por duas centenas de instituições. E dois tipos de comportamento sempre prevaleciam. Quando uma instituição financeira tinha problema de liquidez, recorria ao Banco Central. E outras, muito especialmente Bradesco, Itaú, e mais recentemente o Santander, descobriram que mesmo que eventualmente enfrentassem algum problema, era inteligente e uma megaoportunidade, apresentar-se ao Banco Central e dizer que poderia ajudar na solução do problema. Evitando que a instituição financeira em risco quebrasse. E com isso, além de incorporar a instituição financeira em crise, ainda ganhavam centenas de milhões ou bilhão pela ajuda a garantir o sistema íntegro. De ajuda em ajuda alcançaram a dimensão e tamanho que hoje têm, a ponto de dividir com a Caixa e o Banco do Brasil 90% de praticamente todo o mercado financeiro do país. Claro, além de outras competências e merecimentos. Terminada a etapa de ajuda e incorporações, há 20 anos, a música voltou a tocar com a consolidação e crescimento do ambiente digital, e há 12 anos começaram a brotar as primeiras fintechs – hoje são milhares –, há cinco anos as Big Techs grudaram todos os olhos nos sistemas de pagamento de todo o mundo, e por decorrência do Brasil, e no ano passado o Banco Central deu a paulada final pulverizando um mercado que durante décadas pertenceu a cinco organizações. Por outro lado, as fintechs pioneiras foram encorpando, crescendo, aumentando o apetite e ambição, e começaram a olhar em direção a novos territórios e fatias de mercado. O XP é o melhor e mais emblemático dos exemplos. Começou, a chamar atenção, como gestora de investimentos que era, detonando os bancos, e disseminando o discurso da Desbancarização. Isso durou pouco tempo, menos de cinco anos, na medida em que muito rapidamente decidiu esquecer ou renegar seu discurso, e virou banco, também. E depois, e a cada três ou quatro meses, foi agregando mais algum novo serviço e negócio. E a partir de 2020, decidiu olhar com todas as forças e maiores ambições para o território das pessoas jurídicas. Contratou para comandar seu Banco de Atacado, um dos melhores especialistas do país, José Berenguer, ex-presidente do J.P. Morgan e, um mês após a sua chegada, o XP Banco lançava seu grito de guerra, nas palavras dele, Berenguer: “Queremos ser o maior banco de atacado do Brasil em três anos…”. Lembram, há poucos anos era o mesmo XP quem execrava os bancos com a bandeira nas mãos e o grito na garganta da desbancarização e passou a dizer, de repente, que quer ser o maior banco do país… E aí muitos perguntam se Berenguer fez bem, em sua chegada, de revelar-se tão prepotente, ou, arrogante? Nem prepotente nem arrogante. Os tempos encurtaram-se, três anos hoje é uma eternidade, se não der certo pede desculpa e retira-se silenciosamente, mas, o momento exige audácia e manifestos dessa ambição e grandeza. A oportunidade existe, os líderes do território – os cinco grandes bancos estão aturdidos tentando ver como resolvem um lastro ruim que é o passado de milhares de agências que não têm mais qualquer utilidade. Assim, a hora é esta. De avançar e ocupar territórios. O máximo que pode acontecer, para quem não tem nada a perder como o XP, é alcançar apenas 50% ou 30% da meta. Mas 50% ou 30% já significará ser um Banco de Atacado de peso e relevância. Assim Berenguer fez o que tinha que ser feito. É isso, amigos, nesse clima ingressamos em 2021 e de lá para cá a temperatura só subiu. E agora, em 2022, o bule não para de soltar fumaça e cantar. Escolham a melhor e mais confortável poltrona possível. A tal da batalha final já começou e não tem data para terminar. Estamos muito próximos da disrupção formal do mercado financeiro do Brasil. Finalmente vamos ver, como diria o Ratinho, quem tem café no bule, ou, e como na canção, mais que “chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor…”.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 30/11/2021

A PANDEMIA DE GOLPES. FEBRABAN alertando, de forma superlativa, às autoridades. Mais que na hora de submeter todas as FINTECHS às mesmas exigências e regulações que das instituições financeiras tradicionais. Caso contrário, a quebradeira…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 24/11/2021

90% dos recursos sob administração do Itaú são de pessoas de mais de 40 anos. Mas tudo o que o ITAÚ quer, pela sua comunicação caótica, é conquistar os jovens. A concorrência agradece. E ainda seus ex-dirigentes escrevem artigos esquisitos, pra dizer o mínimo…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 04/11/2021

TODO CUIDADO É POUCO, SEMPRE. Por mais que as grandes empresas se cuidem, volta e meia algum desequilibrado pontua dentre seus milhares de colaboradores.
Negócio

Um novo Guilherme Benchimol

Do início para este final de década, Guilherme Benchimol, XP, não se reinventou, e, aparentemente, por seu comportamento, também não amadureceu. Evoluiu na medida em que seus planos deram certo, e agora passou a ter um discurso consistente com a posição e seguranças alcançadas. Durante anos ficou urrando aos quatro cantos que os bancos enganavam seus clientes, e recomendando que todos nós “desbancarizássemos”. Mais adiante, ele, Guilherme, e seu XP, contrariando e negando o que recomendou aos outros durante anos, ele e seu XP… Bancarizaram! De forma ostensiva e escandalosa, aceitando o dinheiro do Itaú. Façam o que falo, não façam o que faço… Ou, e quase que a dizer, “esqueçam o que disse e recomendei!”. Meses atrás o Itaú distanciou-se mais da XP, depois de vender uma pequena parcela de sua participação. Mas, e no meio do caminho, e compatível com suas conquistas, Guilherme Benchimol foi atenuando seu discurso, agregando graus de elegância e empatia, sem jamais perder de vista suas convicções. No início da década falava como guerrilheiro, agora fala como vencedor. E seu novo discurso, assim, fica mais palatável e merecedor de muitas, novas e poderosas adesões. Hoje Guilherme diz, “Não tenho nenhuma preocupação com a saída do Itaú. Minha preocupação única é com a XP. Fazer com que o negócio fique melhor, funcionários se sintam realizados, e clientes satisfeitos − nossos acionistas são consequência disso”. E é isso mesmo. Acionista de verdade é aquele que acredita que seus dividendos serão cada vez melhores e mais generosos, na medida em que o negócio vá bem, que os funcionários estejam engajados e comprometidos, e, por decorrência, clientes felizes e recompensados pela escolha. Quando isso acontece a empresa vai bem e os dividendos crescem. Mas, disse também, e continua apontando o dedo: “O Brasil ainda tem tarifas abusivas para clientes que investem da forma tradicional. É fácil falar que você é focado no cliente, mas quem é focado no cliente, de verdade, não explora o cliente cobrando taxas exorbitantes.” Sobre o futuro da XP – “Dá para fazer uma transformação muito maior nos próximos anos − e é isso que continuaremos buscando. Temos mais cientistas de dados do que banqueiros…”. Perguntado se a movimentação do Itaú surpreendeu, Guilherme Benchimol respondeu: “A única coisa que me surpreende é quando a empresa não vai bem. Qualquer outra coisa que não diga respeito a empresa não me surpreende. Não é o rabo que abana o cachorro. Não é um acionista entrar e sair que faz a empresa ficar melhor ou pior. O que me preocupa é se nossos números estão crescendo, as receitas evoluindo, e os clientes satisfeitos…”. Ele, Guilherme Benchimol, o novo banqueiro brasileiro, revelando maturidade, sem jamais perder ambição, energia e vitalidade. Aproximando-se do que um dia disse Che Guevara, claro em outra situação e realidade. “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamais”. Assim, Benchimol segue batendo forte e pesado, mas, e agora, com uma dose de ternura e maturidade. Sem exagero, claro. O sucesso melhora as pessoas? Talvez, alguns, excepcionalmente…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 22/09/2021

SABER PARAR, sim, e na maioria das situações, uma virtude. CASINO não soube parar, e agora tem que decidir-se sobre quais de suas propriedades irá se desfazer. Talvez, o Pão de Açúcar. Enquanto isso comete um desatino atrás do outro.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 31/08/2021

AS MANEIRAS MINIMAMENTE SUSTENTÁVEIS DE SE PROCEDER AO “VALUATION” DE EMPRESAS NA NOVA ECONOMIA. No mínimo surpreendente inferir-se, independente de critérios, que o NUBANK, mesmo sem jamais ter dado R$ 1 de lucro, valer mais que o BANCO DO BRASIL…
1
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 21, 22 e 23/08/2021

ASSIMETRIA REGULATÓRIA. A explicação plausível que as empresas da velha economia encontram para o sucesso de curto prazo das empresas da NOVA ECONOMIA.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 11/08/2021

A MONUMENTAL E INACEITÁVEL PISADA DE BOLA DO ITAÚ. Pior ainda, e reconhecida a absurda lambança, não apenas não pediu desculpas, como, tripudiou sobre desempregados e falidos… E, merecidamente, ouviu o que jamais gostaria de…
Negócio

200 em 20

Uma das caraterísticas do chamado Tempos Modernos, é a busca de atalhos de escalabilidade. Acelerar e ocupar espaço! Na cabeça da maioria dos novos empresários, mais importante que lucro, é tomar conta do território. Depois se ganha dinheiro… Escalabilidade que possibilite, grosso modo, que uma empresa partindo do zero, e em 10 a 20 anos assuma a liderança em território supostamente inexpugnável e sob o comando e domínio de empresas tradicionais e centenárias. Como já temos comentado com vocês, e até nos referindo a um ensinamento bíblico, nessa maluquice em que se converteu o ambiente empresarial, maluquice considerando-se o ritmo e as práticas que estávamos acostumados, lembram, “muitos serão os chamados, poucos os escolhidos”, ou a uma espécie de corrida de espermatozoides, onde e dentre milhares, apenas um cruzará a linha de chegada à frente e conseguirá a desejada fecundação. Dentre os exemplos de sucesso e que começou ontem, há exatos 21 anos e hoje se converte na empresa de maior valor da América Latina, o Mercado Livre. Fundado no ano de 1999, pelo empresário argentino Marcos Galperin, e em cima de um business plan que Marcos escreveu enquanto e durante o tempo em que fazia um MBA na Universidade de Stanford. Começou começando e com descomunal energia, ao menos nos propósitos. Começou grande no pensamento e na ação. E, assim, ao invés de começar num único lugar e mercado decolou no primeiro ano na Argentina, e, na sequência, Uruguai, México e Brasil. Diante de sua ambição e da consistência de seu business plan, em 2000 recebeu uma primeira injeção de capital da ordem de US$ 46 milhões. E jamais deixou de crescer um único ano que fosse até a abertura do capital, na Nasdaq, no ano de 2007. Naquele momento, Galperin, o fundador, disse, “somos a única empresa de tecnologia da Argentina listada na Nasdaq…”. Apenas lembrando, o Mercado Livre nasceu às vésperas da primeira bolha da internet, 2000, e, sobreviveu… Mesmo que, e segundo Galperin, em muitos momentos fosse dormir com a certeza que no dia seguinte teria que fechar a empresa. Quase na virada da década 2010, Marcos Galperin estava mais que convencido que construíra um negócio vencedor e feito para durar. Corta para hoje. A Economatica, empresa líder em informações financeiras na América Latina, divulgou o ranking das empresas mais valiosas da região. E pela primeira vez, e no topo, Mercado Livre. 21 anos depois de seu nascimento, e de degrau em degrau chegou ao topo ultrapassando a Vale. Assim e hoje, e segundo a Economatica, o Mercado Livre tem um valor de mercado de US$ 60 bi, seguido pela Vale com um valor de US$ 59 bi, Petrobras, US$ 57 bi, Itaú US$ 46 bi, e Walmart México US$ 42 bi. Ou seja, e como na corrida de espermatozoides, é raríssimo, mas um, ao menos um vencerá a corrida e chegará lá. E esse um, neste momento e por enquanto, chama-se Mercado Livre!