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Agropecuária? Sem ilusões!

Jamais poderemos negar e muito menos depreciar a importância da terra na vida de nosso país, mas, sem exageros, sem perder de vista que mesmo sendo grande sua importância, seu peso no conjunto é bem menor do que as manchetes e discursos que seus agentes econômicos repetem em suas falas de todos os dias. Dentre os economistas brasileiros, Luís Eduardo Assis é um dos mais consistentes, e que merece maior atenção e respeito, pelos fundamentos e qualidade de suas manifestações. Foi diretor de política monetária do Banco Central, e economista chefe do Citibank, HSBC, e presidente da Fator Seguradora. Professor de economia da PUC-SP e FGV. E segundo Luís Eduardo Assis, todas as tendências, pela forma como o mundo evolui, e como a tecnologia invade a agricultura e a terra, a tendência é que sua importância relativa caia, e extensões gigantescas de terra revelem-se antieconômicas. Não estamos distantes de, em determinadas culturas, a cidade virar campo – com o prevalecimento das culturas verticais. Em recente artigo no Estadão, e traduzindo com incomum propriedade a importância relativa da lavoura em e para nosso país, Luís Eduardo Assis chama a nós todos à realidade, e à luz dos números. Vamos repassar esses números agora… Segundo os últimos dados oficiais disponíveis, e do IBGE, a participação do setor agropecuário no PIB do Brasil no ano retrasado, 2019, foi de 4,4%. Com a evolução de todos os demais setores, essa participação, mais que cair, vem despencando. Há 60 anos, 1960, essa participação era de 17,7%, portanto reduziu-se em 4 vezes! Todos os países que deram um salto nesse período, que cresceram bem acima da média dos demais países, foram no início através do setor industrial, e mais recentemente, últimos 20 anos, através dos serviços. Assis faz outra comparação da maior importância. Os cinco países onde a agropecuária tem a maior participação no PIB, registram uma renda per capta média da ordem de US$ 1,6 mil. Já os cinco onde a agropecuária tem menor participação, a renda média é de US$ 80.242. Conclusão, a agropecuária é tão mais importante quanto mais pobre for um país. E com a invasão da tecnologia na agropecuária, até mesmo uma de suas maiores virtudes, a da geração de empregos, vem despencando no correr dos anos. Na última medida, oito milhões de brasileiros trabalhavam na agropecuária, 9,8% do total, em processo de queda sistemática em todas as últimas décadas. Assim, amigos, sem grandes ilusões. Vamos continuar agradecendo, homenageando e reverenciando a agropecuária do Brasil. Mas de forma sensível e conscientes que o futuro não necessariamente pode e deve ser, nem mesmo em nossas cabeças, ancorado nessa atividade. Agro é the best, mas longe de ser tudo e de conseguir ser a redenção do Brasil. Com as conquistas tecnológicas, e com os avanços dos aperfeiçoamentos e correções decorrentes da genética, muito rapidamente, até mesmo os países com pequena dimensão territorial terão, potencialmente, a possibilidade de tornarem-se autossuficientes na agropecuária. Da mesma maneira que as novas fontes de energia vêm alertando os países produtores de petróleo que os anos de ouro aproximam-se do fim. Ou seja, e repetindo, vamos continuar reverenciando a agropecuária, mas jamais colocarmos nosso futuro exclusivamente dependente de seus progressos e evoluções. Sob a luz de todos os números e análises, a importância relativa da agropecuária hoje para nosso país é bem menor do que já foi, e muito menor ainda do que muitos alardeiam. Menos emoção, mais pragmatismo, e melhores perspectivas futuras.
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Diário de um Consultor de Empresas – 23/06/2021

PICS – PLATAFORMAS IMPRESSAS DE COMUNICAÇÃO – EM SUAVE E GRADATIVA DECADÊNCIA. Em domingo recente a FOLHA publicou uma grande matéria, com a seguinte chamada de capa, “FOLHA É O JORNAL MAIS NACIONAL E O DE MAIOR AUDIÊNCIA E CIRCULAÇÃO…” A verdade atrás dos débeis números…
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Diário de um Consultor de Empresas – 10/06/2021

CONTIGO EM LA DISTANCIA SÓ É BOM NO BOLERO. Numa matéria de meses atrás no ESTADÃO a história do novo CEO de importante empresa global do território da moda que foi contratado à distância e assim permanece 12 meses depois… Ainda não disse “BOM DIA” pessoalmente, nem para o manobrista do estacionamento…
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Vídeo 10

Hoje o décimo episódio desta série de 41 ANOS da MADIA onde convoco a todos para a construção de nosso legado. Para deixarmos para os que darão sequência a história do BRASIL, um país moderno e infinitamente melhor. Hoje falo sobre a PRIORIDADE ZERO. Mais que possível, e que já deveríamos ter realizado há no mínimo 10 anos.
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Vídeo 08

Hoje o oitavo episódio desta série dos 41 anos da MADIA, onde, pretendo contar com adesão de todos vocês no processo de construção de nosso legado. De deixarmos para nossos descendentes, um BRASIL NOVO. Um BRASIL DE VERDADE. Hoje, infelizmente, voltamos a comentar sobre a pedra gigantesca e tóxica que impede termos um país melhor e mais justo. A lamentável, injusta e corrupta JUSTIÇA brasileira. Como lembrou a todos nós nesta semana o jurista e acadêmico JOAQUIM FALCÃO, “CHEGA DE ADIAR O BRASIL!”
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Diário de um Consultor de Empresas – 29/04/2021

Francisco Madia comenta sobre A TOLICE DOS “TESTES CEGOS”. Você coloca máscaras nos olhos para beber vinho? Você apaga as luzes para tomar vinho? Os tais dos críticos e supostos especialistas acreditam que sim…
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Vídeo 05

Hoje o quinto episódio da série MADIA41ANOS. Onde juntos refletimos sobre todas as possibilidades de construirmos, e, finalmente, um NOVO BRASIL. Hoje faço uma retrospectiva sobre o que aconteceu com nosso país depois da 2ª Grande Guerra, as mudanças na economia, o crescimento absurdo do Estado brasileiro, referindo-me a música COMO NOSSOS PAIS, de BELCHIOR.
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Caoa falou

Para muitas pessoas, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Dr. Caoa, é uma espécie de Nova Velhinha de Taubaté, lembram, personagem criada por Luiz Fernando Veríssimo, e que era, “a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo”. Pela energia que revela, pelos investimentos em publicidade que faz, parece ser a última pessoa no Brasil de hoje a acreditar no automóvel, na indústria automobilística, e em sua capacidade de convencer os últimos compradores de automóveis que os carros chineses são de excepcional qualidade. Hoje, nas principais plataformas impressas e sobreviventes, muito especialmente nos quatro grandes jornais do País, quase agonizantes: Estadão, O Globo, Folha e Valor é, de longe, o principal anunciante. Quase todos os dias duas ou três páginas duplas. Assim como é o grande anunciante das revistas sobreviventes, muito especialmente, a Veja. Imagino que as áreas comerciais dessas publicações rezem pelo Carlos Alberto Oliveira várias vezes, todos os dias da semana/mês/ano. É raro o Dr. Caoa conceder entrevistas, mas, semanas atrás, falou ao Valor e à jornalista Marli Olmos. De sua entrevista, separamos algumas de suas declarações. 1 – Planos de Exportação “Começamos a exportar um pequeno lote de automóveis para o Paraguai. E isso é apenas o início. Já recebemos autorização de nosso parceiro Chery para vender também para a Argentina e outros países. Incluindo toda a América Latina e, em especial, o México…”. 2 – Pandemia “Esse sistema de reuniões virtuais tem sido muito bacana. A gente fala com tranquilidade porque não se distrai. Temos tomado importantes decisões nessas reuniões virtuais…”. 3 – Otimista ou Pessimista? “Muito otimista. Por uma simples razão. Tenho percebido que os carros da China têm muita tecnologia. Quando estive na China em 2017, me levaram ao centro de pesquisa e desenvolvimento da Chery e me impressionei muito. Eles têm uma estrutura violenta. Um negócio gigantesco. 4 – Tecnologia Chinesa “A tecnologia chinesa sem dúvida vai superar a todas as demais. A Chery, por exemplo, tem uma marca de luxo, a Exeed, para brigar com Mercedes e BMW. Vou lançar essa marca no Brasil em janeiro… E, vamos fabricar aqui!”. 5 – Sobre Bolsonaro “O presidente tem um jeitão que muitas vezes penso que é tática dele. Mas não existe corrupção. Os escândalos em compras de materiais hospitalares foram debelados rapidamente. Antigamente isso não existia…”. Esse, o Dr. Caoa. O médico que se converteu num dos maiores vendedores de automóveis do mundo. Um empresário absolutamente fora da curva. Em seu comportamento, movimentos, decisões, e raras entrevistas. E que, e por enquanto, e não necessariamente seguindo os fundamentos, permanece alcançando grande sucesso. Uma espécie de principal e/ou último cliente das plataformas analógicas impressas sobreviventes.
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Estadão na liderança…

A grosso modo, de mais de três dúzias de importantes jornais impresso, do Brasil, sobraram quatro. Estadão, Folha, e O Globo. E no território específico dos negócios e do dinheiro, Valor. Há 40 anos, quando nasceu o MadiaMundoMarketing, todos os dias de manhã sobre a mesa de nossos consultores uns 10 jornais dos estados mais do Centro e Sul do Brasil. E no início da tarde, chegavam os do Norte e Nordeste, que nosso motoboy na época, o Vanir, ia retirar numa banca na Praça da República. Tínhamos na Madia, naquele momento, uma área de clipping com três pessoas lendo e recortando jornais o tempo todo. E no Brasil, 1980, e seguramente, mais de 30 jornais de peso e qualidade. Todos os do Diários  Associados. Mais o Estadão, Folha e O Globo. O Estadão tinha um irmão mais novo e moderno, o Jornal da Tarde, a Folha dois ou três, idem O Globo, mais Zero Hora, Correio do Povo, Diário Catarinense, A Tarde, Diário de Pernambuco, O Povo, Gazeta do Povo, Estado de Minas…  Os maiores estados e suas capitais tinham, no mínimo, três jornais. E minha cidade, Bauru, três! A grosso modo sobraram, de verdade, entre seis e 10. E, dentre os 10, a briga para ver quem derrete mais lentamente dentre os três principais: O Globo, Folha ou Estadão. Longe dos consultores da Madia torcer pelo desaparecimento dos três. Se acontecer, quando acontecer, para nós, uma perda irreparável. Continuamos assinando os três mais Valor, e todas as principais revistas que sobreviveram. No meio do ano passado, o Estadão, comemorou ter assumido a liderança entre os três principais jornais do país: Estadão, Folha e O Globo. Segundo dados divulgados pelo IVC, Instituto Verificador de Circulação, o Estadão apresentou uma circulação média de 89,2 mil exemplares em maio, contra 88,2 mil de O Globo, e 70,1 mil da Folha. Assim, tinha fundadas razões para comemorar. Mesmo tendo naquele momento uma circulação 30% do que teve um dia, reconquistara a liderança. Claro no impresso, onde são, os jornais e em papel, de verdade. Mas, e mesmo assim, a plataforma de informação e comunicação, jornais impressos, a situação é, simplesmente, desesperadora. Todos os dias perdem milhares de reais a cada nova edição que mandam para a casa dos assinantes, e para as bancas… Onde permanecem, aos montes, encalhados, e não compensando nem mesmo serem recolhidos de volta. Hoje são vendidos para uma triste utilização para uso de alguns dos melhores amigos dos homens e das famílias, pequenos animais domésticos, muito especialmente, os cães. Apenas lembrando, o Estadão comemorava naquele momento seus quase 90 mil exemplares de circulação. Vamos apenas recordar os números de dezembro de 2014. Estadão: 163.314 exemplares; O Globo: 204.780 exemplares; Folha: 211.933 exemplares. O Globo e a Folha viram suas circulações caírem em mais de 60% em seis anos. O Estadão, em quase 50%. Mas, e de qualquer maneira, o Estadão saiu da terceira para a primeira posição. Merecidos parabéns, mais que pela recuperação da liderança, pela resiliência. O Estadão, pela tradição, marca e relação consistente com seus assinantes e leitores, é, sem a menor dúvida, quem resiste mais à derrocada, dentre os impressos. De qualquer maneira, a situação de todos, é, simplesmente, desesperadora… A velocidade da queda vem sendo a seguinte: O Globo, de dezembro 2014 para maio 2020: 284 mil, 220 mil, 201 mil, 156 mil, 138 mil, 140 mil, e agora, 88 mil. Folha, 211 mil, 175 mil, 145 mil, 121 mil, 103 mil, 86 mil, e agora, 70 mil. E, Estadão, 163 mil, 149 mil, 126 mil, 114 mil, 107 mil, 97 mil, e agora, 89 mil. Os leitores do Estadão, pela velocidade da queda, de longe, são os mais leais ao jornal. E a grande derrocada é a da Folha. Viu sua circulação reduzir-se a 1/3 do que era seis anos atrás. Assim, e a partir de agora a Folha só revela sua circulação no digital.  E todos sabem o que é a tal de circulação no digital… É isso amigos. Infelizmente, estamos nos despedindo dos jornais impressos. Assim como um dia começamos a nos despedir das revistas. De uma editora Abril que nos tempos de esplendor e sucesso chegou a ter 300 revistas, e foi vendida por dinheiro de pinga – considerando-se o que um dia chegou a valer – com meia dúzia de revistas agonizantes… Nada é para sempre.
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Brennands, Farias, Cardosos… Ou, quando morrer será opcional

A longevidade, a maior conquista dos últimos 100 anos, segue em sua marcha em direção aos 120 anos… Mais adiante 150, 200, a caminho de uma endless life… E finalmente teremos o endless love, como na canção… Na madrugada do dia 25 de abril de 2020, um sábado, Ricardo Brennand morreu aos 92 anos de idade. Além de uma obra heroica e monumental no território das artes e que se constitui em importante legado para o Brasil, Ricardo foi um dos primeiros brasileiros a conhecer um tataraneto, ou seja, era um tataravô. A mais importante condecoração e graça que um ser humano pode receber em vida, tataravô! Por enquanto, claro… Oito filhos, 23 netos, 48 bisnetos, e uma tataraneta. O que era absolutamente impossível até quase o final do século passado agora vai se revelando uma realidade. No dia 16 de novembro de 2016, aos 102 anos de idade, Fernando Penteado Cardoso foi homenageado pela escola onde se formou 80 anos atrás, a Esalq – a Consagrada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, tendo feito parte da turma de 1936. Fernando, que criou uma das maiores e mais importantes empresas do território, a Manah, e vem dando uma contribuição inestimável para o fortalecimento e valorização das atividades ligadas à terra em nosso país. E ainda, em outubro do ano passado, Fernando foi uma vez mais homenageado pela Esalq, por ocasião do aniversário de 118 anos da instituição. Naquele momento, Fernando, caminhando e sorrindo, em seus 105 anos… Meses depois, quem voltou a cena e aos 99 anos foi Aloysio de Andrade Faria, uma das lendas empresariais de nosso país dos últimos 100 anos. Não conseguia parar. Porém, no mês de setembro, partiu. Apenas isso, ou, tão simples quanto… Mas, e antes de partir concedeu uma derradeira entrevista a Monica Scaramuzzo do Estadão. Quem melhor descreve Aloysio é outro longevo, Delfim Neto, “Aloysio é um dos mais sofisticados operadores financeiros do Brasil. É um banqueiro invisível que sempre fez questão de ficar longe de Brasília e das rodas do governo… Jamais alguém pegou Aloysio fumando charuto cubano ou bebendo Romanée-Conti. Sempre foi um banqueiro submerso…”. Aloysio talvez tenha sido um dos mais profícuos e efervescentes empresários de nosso país. Além do Banco Alfa ainda tinha em seu portfólio de empresas e realizações os Hotéis Transamérica, Emissoras de Rádio, Águas da Prata, C&C, Agropalma, La Basque. Um dia perguntaram a Aloysio porque ele fez uma fábrica de sorvetes finos, a La Basque… Sorrindo, respondeu: “Porque eu gosto de sorvete”. E nada mais disse e nem lhe foi perguntado. Filosofia de trabalho presente em sucessivas placas em suas empresas, “Ordem sem progresso é inútil”. “Progresso sem ordem é falso”. Brennands, Farias, Cardosos… Não temos mais a menor dúvida. Em 50, ou, no máximo, 100 anos, morrer será opcional.