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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 15/06/2021

PROTEÇÃO A MARCA, OU, UM NOVO NEGÓCIO? Por necessidade alguns dos melhores restaurantes tiveram que recorrer ao delivery. Agora decidiram deixar claro para seus clientes que, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
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Abraço a distância

Muitas pessoas, equivocadamente, acreditando que daqui para frente, como cantavam Roberto e Erasmo, tudo vai ser diferente, e que o trabalho a distância prevalecerá. Esqueçam. Temos certeza que vocês não caíram nessa fake news tosca. Seguindo na música dos Carlos, Roberto e Erasmo, Daqui para Frente, e passado esse pesadelo da pandemia, tudo será diferente, Vamos mesmo é reaprender a ser gente. Trabalhar fisicamente próximos, juntos, decodificando olhares, gestos, sentimentos, pausas, expressões, não apenas e exclusivamente através de uma telinha gelada que não comunica absolutamente nada. E, vez por outra, cai… Que revela, mal e parcamente, como somos pescoço pra cima. E ainda, de vez em quando alguém grita, “Mané, você desligou o botão do som… Liga aí…”. Pessoas inteiras e íntegras continuam tendo cabeça, tronco e membros. Coração e mente. Olhos e mãos. Corpo. Vida. Ao vivo, Live. Presencial! Por razões que só a cegueira decorrente do vírus explica, muitos passaram a imaginar que as empresas são dirigidas por profissionais do capital humano incompetentes e estúpidos. Que só insistiam e teimavam no trabalho presencial por burrice, sadismo ou masoquismo. Não, insistiam e assim continuarão porque não existe nenhuma outra maneira de se trabalhar tão produtiva, inovadora, e que alcance resultados excepcionais quanto o trabalho presencial. Fogo é fricção, atrito. Inovação luz acende no conflito de posições e ideias. Contrapontos, discordâncias, presenciais, sempre! Trabalho em equipe, coletivo. Juntos! Fisicamente juntos. A vida é plural. Pessoas têm propósito, empresas e equipes, missões. Propósito se cultiva e pesquisa a distância. Pode ser. Missão cumpre-se, presencialmente, coletivamente, de mãos dadas, gritos de guerra e sob intensa emoção. Enganam-se os que acreditam que a distância é bom e melhor. Pergunte pras pessoas que vêm trabalhando assim nos últimos anos, o que acham, e o quão tristes e ignorados se sentem. Você já conversou com um faroleiro, isso mesmo, aqueles solitários que passam a vida morando num farol e dentro do mar… Ou com o porteiro da noite de seu prédio, guarda-noturno… Tudo o que era possível de ser feito a distância, e diante da impossibilidade física ou econômica de se fazer pessoalmente já vem funcionando dessa maneira há anos e décadas. A pandemia não muda a essência do que quer que seja. Nem do trabalho, nem das pessoas, nem da vida. Cria dificuldades e constrangimentos, impõe restrições, mas, em partindo, todos correndo para o abraço. Concordamos com Erick Jacquin. O mesmo que ele manifesta em relação a restaurantes assino embaixo em relação às empresas. Com a reabertura dos restaurantes, o tal do delivery de luxo, tende a voltar, em no máximo um mês, ao que sempre foi e era antes da pandemia. A zero! Não existe restaurante a distância, não existe delivery para restaurante. Bobagem. Esqueçam. Assim como não existe educação a distância para crianças. O sentimento geral dos chefes de cozinha é que tiveram que fechar os olhos e adotar as marmitas por uma questão de desespero e o sentimento de ilusão de uma precária sobrevivência. Quantos, durante as madrugadas, consideraram o suicídio a continuar fazendo um trabalho de merda transformando suas competências e expertises em patéticas gororobas. Perguntaram a um dos mais consagrados chefes de cozinha do Brasil, Erick Jacquin, se pretende manter o delivery, depois da pandemia. Quase voou na jugular do jornalista. Urrou, “Não! Chega! Isola! É o momento de resgatar o restaurante, um negócio verdadeiro e único. Tive prejuízos durante todo esse período, e o delivery, cá entre nós, é a maior dor de cabeça. Quando a embalagem chega revirada ninguém liga para o aplicativo de entregas pra reclamar. Ligam para o Jacquin… Era só o que me faltava…”. Além de assassinar verdadeiras obras de arte, delicias, prazeres, o tal do delivery é qualquer outra coisa, menos, restaurante. Isso posto, acordem. O mundo levou séculos para criar o descanso do domingo. Outros 50 anos para muitos negócios, muito especialmente com o prevalecimento da sociedade de serviços, a tal da semana inglesa, semana de cinco dias. É isso. Quem sabe alguns negócios, depois de anos ou décadas, possam considerar algumas semanas de quatro dias por ano. Quem sabe a última do mês. Não existe trabalho a distância. Existem atividades que só podem ser realizadas a distância, e a tecnologia facilitou e em muito todas essas. Mas essas pessoas que não têm outra alternativa são, no mínimo, tristes. Parcela expressiva, depressivas. Universalizar trabalho a distância é o mesmo que dar fim a todos os restaurantes e institucionalizar como forma única de alimentação o gororobas delivery. Nós, consultores da Madia, pedimos demissão desse tipo de vida, e vamos procurar outros humanos que também tenham a estranha mania de gostar de pessoas. Enquanto é tempo, e a sandice não tomou conta do mundo. Todos correndo para o abraço, amanhã. Ou você acredita ser possível o abraço a distância?
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Boa pra viagem

Dentre as expressões que ganharam vida e se institucionalizaram na coronacrise, uma das que mais vem sendo utilizadas, é, e por donos de restaurantes, boa para viagem. No início da crise, os supostamente melhores restaurantes da cidade, recusavam-se a oferecer seus melhores pratos a distância, e em embalagens de papel cartão ou alumínio. Pensavam, em poucas semanas a crise passa e voltaremos ao normal. Não passou e tiveram que recorrer ao delivery, ao menos na tentativa de manter a equipe da cozinha. E assim, passaram a oferecer seus melhores pratos entregues nas casas de seus clientes. No final das primeiras semanas descobriram, com a reclamação de alguns desses clientes, que aquele mesmo prato que já conheciam e adoravam e comiam nas mesas desses restaurantes, quando embalados e entregues e consumidos em casa, não era a mesma coisa. Conclusão, descobriram que alguns desses pratos eram bons para viagem, ou comida boa para viagem; e outros, nem tanto. E assim, deixaram de oferecer, ou tiraram dos cardápios do delivery, os pratos não bons para viagem. Portanto, e enquanto durar a coronacrise, e talvez para sempre, e em todos os cardápios, existirá a anotação ao lado do prato, “bom para viagem”, ou, “não recomendado para viagem”. Conclusão, e na necessidade de continuarem escrevendo suas colunas sobre restaurantes, os críticos dos principais jornais também decidiram avaliar os pratos bons para viagem. E assim, meses atrás, no Estadão, no caderno “A Quarentena”, a avaliação das feijoadas que se saíram bem na marmitinha, as tais das “boas para viagem”. Como era de se esperar, o grande vencedor foi o restaurante que há décadas vive de fazer e vender feijoadas, em suas instalações todos os dias, e também, craque na feijoada a distância, o Bolinha! Daquelas marcas que quando você ouve pronunciar seu nome já vem o gostinho do feijão preto, paio, linguiça, pururuca, couve e até mesmo da caipirinha na boca. E nós nos perguntamos, somos bons para viagem? Acho que somos. Não conheço uma única pessoa que não seja boa para viagem. E quando tudo passar, todos, claro, que puderem, correndo arrumar as malas…