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Chanel 5, 100 anos depois

Quanto dura um produto? Depende exclusivamente da sensibilidade e competência de seus gestores em preservá-lo vivo, pela qualidade recorrente de sua Branding Police. Apenas isso. Por exemplo, Chanel 5. Se competentes, e felizes nos caminhos escolhidos, e em tese, produtos e marcas não morrem jamais. Mas, um dia acabam morrendo porque ser competente e feliz nos caminhos escolhidos sempre e todas as vezes é – o mundo tem demonstrado – uma impossibilidade absoluta. Mais cedo ou mais tarde um erro será cometido. Mas, enquanto isso… Até agora, a sensibilidade e competência tem garantido ao perfume Chanel 5 vida plena e próspera. Tudo começou no ano de 1920. Coco Chanel, Gabrielle Chanel – 1883/1971 – acreditava não existir melhores setas e indicadores de direção que cheiros. Dizia, “Pelo cheiro um corpo se comunica com o outro”. E assim e um dia, pediu uma reunião com o mais renomado perfumista da época, Ernest Beaux, para conversar e passar um “briefing” sobre um perfume em que sonhava batizar, por sua marca Chanel. Ernest Beaux tinha seu laboratório na pequena cidade de Grasse, na Riviera Francesa, cidade mais conhecida como a Capital dos perfumes na França, menos de 50 mil habitantes hoje, e onde um dia, e além de Ernest Beaux, pontificaram e perfumaram a vida e o mundo outros mestres da perfumaria, como, Fragonard e Galimard. Depois de um brinde com Absinto, Chanel disse a Beaux que não fazia mais sentido todos os perfumes terem e exclusivamente uma única flor como referência e matéria-prima, como se todas as mulheres fossem a mesma, única e uma. Queria um assemblage de flores. Dias depois, um novo encontro, e Beaux apresentou a Chanel 8 alternativas. As primeiras quatro foram rejeitadas. Na quinta, Chanel disse, “voilà!” Pode descartar as outras. E assim, e desde então, todas as novas coleções da fashion designer passaram a ser apresentadas nos dias 5, e em meio a uma nuvem comedida e pontual do perfume Chanel 5. 40 anos depois, em entrevista para Georges Belmont, editor da revista Marie Claire, e perguntada sobre o que usava para dormir, Marilyn Monroe, respondeu, “Perguntam o que uso para dormir? A parte de cima do pijama? A de baixo? Uma camisola? Eu respondo Chanel 5 porque é verdade. Acho que não preciso dizer que durmo nua…”. Era o que faltava para a decolagem espetacular do Chanel 5. Um dos primeiros casos de escalabilidade pré digital! Jamais a Chanel descuidou-se do perfume que emprestou dimensão e significado a sua marca. Pontuando sua presença nos principais eventos do último século. E para não deixar a bola jamais cair, ano após ano recorreu ao testemunho de mulheres lindas e poderosas: Catherine Deneuve, Gisele Bündchen, Nicole Kidman, e neste centenário, a Marion Cotillard… E quando completou 43 anos, a embalagem ficou sobre a responsabilidade de Andy Warhol. Quando Chanel 5 mergulhará no abismo e no esquecimento? Nunca! Se a Chanel, respeitando a competência, energia e carisma de Coco Chanel, cuidar permanentemente de sua atualização e presença na cabeça e coração de todos. Apenas isso. E não poderia deixar de comentar sobre a genial Coco Chanel sem recordar algumas de suas lições e ensinamentos. Escolhi 10! 1 – “A moda passa. O estilo permanece”; 2 – “Vista-se mal e criticarão o vestido. Vista-se bem e todos os elogios irão para a mulher”; 3 – “A natureza é a responsável pelo rosto que uma mulher tem aos 20 anos. Nos 30 a responsabilidade é da vida que tem e leva. A partir dos 50 é você quem decide que rosto quer ter…”; 4 – “Se não for confortável, não é luxo”; 5 – “Há pessoas que têm dinheiro, e pessoas que são ricas”; 6 – “Não importa de onde você vem. Apenas o que você é”; 7 – “Toda mulher só precisa de duas coisas na vida. Um vestido preto, e um homem que a ame”; 8 – “Não conheço nada mais corajoso que pensar com a própria cabeça”; 9 – “Não faz o menor sentido jogar-se fora uma roupa apenas porque a primavera chegou”; 10 – “Precisamos saber a hora certa de sair de cena. Por mais doloroso que isso seja”.
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Se um dia, alguém conseguiu construir uma marca de inquestionável e reconhecido valor, não é, definitivamente, e em tempos de crise, por maior que seja, que tem que buscar sua sobrevivência mediante descontos no preço. Ou como se diz na linguagem chula e vulgar, “abaixando as calças”. É nessa hora que se comprova, se, e verdadeiramente é uma marca forte e de qualidade, e, se tem gestores à altura de todas as suas conquistas. Semanas atrás a redação do Financial Times de Paris produziu importante matéria sobre uma das marcas mais emblemáticas dentre todas; a Chanel. Ainda uma empresa familiar e controlada pelos Wertheimer, divulgou seus resultados referentes a 2019, o primeiro ano sem o comando de seu legendário estilista Karl Lagerfeld. A empresa fundada pela genial Coco Chanel, na cidade de Paris no ano de 1910, registrou receitas de quase US$ 13 bilhões, com um crescimento próximo dos 15% e um lucro de US$ 3,5 bilhões. Ao comentar os resultados com a imprensa, Philippe Blondiaux, diretor financeiro da grife, e dentre outras declarações, disse: A – “Não pretendemos sair desembestados vendendo nossos produtos – roupas, bolsas, relógios – pela internet, ainda que alguns de nossos principais concorrentes, como Gucci e Vuitton tenham mergulhado de cabeça. Só vendemos alguns de nossos produtos de beleza ou no chanel.com, ou no Tmall da China e exclusivamente…”. B – “Continuamos convencidos de que as relações pessoais entre o consultor de moda e o cliente continuarão como o ponto central da experiência em artigos de luxo…”. C – “Jamais concederemos descontos de preço. Ajustamos as encomendas aos nossos fornecedores e não teremos problemas. Descontos e liquidações não fazem e jamais farão parte da filosofia de Chanel…”. É isso amigos. A importância essencial de se ter, sempre, uma política de preços consistentes. Mesmo tendo partido no dia 10 de janeiro de 1971, os fundamentos da marca, criados por Gabrielle Bonheur Chanel, permanecem vivos e inabaláveis. Em seu legado e pensamento, Coco Chanel ensinou que: 1 – “Um homem será o que quiser ser, mas jamais deixará de ser o acessório da mulher”. 2 – “A melhor cor do mundo é a que fica bem em você”. 3 – “As melhores coisas da vida são de graça. As segundas melhores custam uma fortuna”. 4 – “Esquece esse negócio de que moda é passageira. Não conheço ninguém que jogue roupa fora só porque aproxima-se a primavera”. 5 – “A escolha é sua. Você pode ser bonita aos 30, charmosa aos 40, e deslumbrante e irresistível pelo resto da vida. Ou não”. 6 – “Se a moda não chega às ruas é qualquer outra coisa menos moda”. 7 – “Vista-se sempre, como se fosse ao encontro de seu pior inimigo”. 8 – “Luxo não é o antônimo de pobreza. Luxo é o antônimo de vulgaridade”. 9 – “A verdadeira elegância acontece quando o interior é tão bonito quanto o exterior”. 10 – “A moda passa. O estilo, jamais”. Ela, Coco Chanel, eterna referência. Sua última citação, ou lição, – “A moda passa. O estilo, jamais” – talvez seja a mais essencial em todos os processos de branding: a importância definitiva de estilo e da personalidade. A verdadeira essência de todas as marcas de excepcional qualidade. Exemplo? Chanel!