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Negócio

Às moscas, ou, abarrotados de fantasmas

Conforme mais que previsto, aconteceu. E vai se agravar ainda mais. A pandemia era o vendaval que faltava para assoprar de vez as empresas na direção de repensar suas estruturas e espaços. Ainda muito distantes do fundo do poço, o abandono e esvaziamento de imóveis comerciais na cidade é, simplesmente, devastador. Algumas das principais ruas com esses imóveis, hoje, tem quase a metade dos espaços vazios. Os números médios e no geral são os seguintes, que foram aferidos em pesquisa realizada pela Canuma Capital. No universo de escritórios da cidade de São Paulo, a vacância comprovada no terceiro trimestre de 2021 foi da ordem de 22,7% e seguiu crescendo. No final de 2019, antes da pandemia, a vacância era de 8,9%. Ou seja, um ano depois, quase 3 vezes mais. Detalhando a pesquisa, e procurando traduzir da forma mais precisa possível essa nova e desafiadora realidade, Marcelo Vainstein, sócio e fundador da Canuma, explicou, “No ano de 2019 os melhores prédios de São Paulo tinham 160 mil metros quadrados de área em oferta. Hoje são 477 mil, e, crescente…”. Meses atrás, numa reunião com um querido amigo, mestre e líder absoluto em prestação de serviços do verdadeiro, moderno e eficaz Loyalty, o Pelé da inteligência comercial, João Zicard, ouvi o seguinte depoimento. “Madia, há dois anos decidimos partir para o que chamaria de uma SHR – Solução Híbrida Radical. Nossa empresa, com mais de 100 profissionais, ocupava 3 andares num prédio da Berrini. Isso representava custos diretos e indiretos/ano superior a R$1 milhão. Decidimos entregar todos os imóveis. Todos os mais de 100 profissionais equiparam-se e trabalham de casa. E alugamos uma sala num prédio de escritórios compartilhados. Isso nos dá direito a sempre que precisarmos, de alugarmos, também, por horas, salas de reuniões de diferentes tamanhos. Assim, hoje trabalhamos da seguinte maneira. Uma reunião semanal presencial de diretoria, e uma mensal com a equipe. Tudo o mais acontece a distância. Todos estão mais felizes, produzem mais e melhor, as reuniões são no mínimo o dobro mais ricas e criativas, e estamos economizando – embora essa não fosse a razão – mais de R$ 800 mil por ano…”. Deu para entender? Deu para entender porque não existe volta ou retorno à situação anterior a pandemia…???!!! Porque uma Berrini está se convertendo num corredor fantasma…