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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 06, 07 e 08/01/2024

Todo cuidado é pouco, se, e não obstante todos os avisos, uma MARCA/EMPRESA/PRODUTO decidir contratar um INFLUENCIADOR…
Negócio

As voltas que a vida dá

Uma marca datada em produto novo funciona? Esse é o desafio que uma das mais tradicionais fabricantes de relógio decidiu enfrentar. A Technos é de origem Suíça, criação da família Gunziger, 1900, portanto, empresa mais que centenária. Desde 1956 a marca é distribuída no Brasil pela importadora Centauro do empresário brasileiro Mario Goettems. Nos anos 1970, os relógios analógicos batem todos os recordes de venda, manifestações novas como a do Swatch eclodem, novas marcas surgem em paralelo, e o Brasil passa a ser o principal mercado para a marca em todo o mundo. O que leva a construção de uma fábrica em Manaus, inaugurada em 1984. Dez anos depois Goettems compra os direitos da marca, transfere a sede para o Brasil, e assim, Technos, converte-se em marca brasileira, por naturalização. Em 2008, seu controle é transferido para um fundo, em 2013 abre subsidiária na China, decola com novas marcas como Dumont e Condor, distribui marcas globais como Fossil, Diesel, Marc Jacobs, Armani, DKNY, Adidas, Michael Kors. Mas desde a década passada vê seu domínio ser contestado pelos smartwatches – relógios inteligentes ‒ ligados às empresas de tecnologia, além dos fabricantes chineses. E assim, e do dia para a noite, ganha a concorrência da Apple, Samsung, e de dois anos para cá do Fitbit, hoje uma empresa do Google. Curioso é que a marca de certa forma, e mesmo centenária, contempla em sua denominação Technology, Technos, mesmo sendo percebida e reconhecida como uma marca analógica. De qualquer maneira e agora o jogo é outro, em 2017 joga a toalha e reconhece a nova realidade, e lança seu primeiro Smartwatch, com a marca Technos Connect 3.0. Assim, e completado todo o ciclo, e trazendo de volta para o comando das operações o executivo Joaquim Ribeiro, que de forma precoce restringia-se ao conselho da empresa, lança e volta-se totalmente para o futuro, com o modelo Connect Sport, para venda em larga escala e brigar principalmente com os chineses. É isso, amigos. Depois de uma longa e centenária caminhada, e quem sabe, num dos maiores e mais absurdos “cases” de “Branding Premonition” de toda a história, a empresa que nasceu Technos há mais de 100 anos para vender produtos analógicos, agora se reencontra com o nome e tenta convencer todos que acreditaram em sua proposta, que a Technos é Technos no melhor, e mais abrangente e mais atual sentido da palavra. As voltas que a vida dá…
Negócio

Incompatibilidade cultural irreversível

E aí, no dia 3 de agosto de 2005 a tradicional, campeoníssima e legendária Adidas, para enfrentar os avanços consistentes da Nike, decidiu e comprou a Reebok. Ano passado, março de 2021, colocou a Reebok à venda. Pagou, em 2005, US$ 4 bi. Colocou à venda pela metade. Perdeu tempo, desconcentrou-se, revelou-se fraca para dar sentido à aquisição que fez, na medida em que foi absolutamente incapaz de tratar como negócio à parte, independente, com outra cabeça e gestão. Embora no e do mesmo território da Adidas, culturas radicalmente diferentes. Virou uma espécie de segunda marca. Não funcionou, e jamais funcionaria. Deveria ter tratado a Reebok como uma primeira marca de um novo território, onde pontificam pessoas com comportamentos totalmente diferentes dos que são adeptos e seguidores da legendária Adidas. Uma mesma tribo que antes da compra começava a dividir-se entre Nike, líder absoluta, e Reebok, forte segunda colocada. E no que a Reebok virou Adidas, para a maior parte dessas pessoas, os tênis e demais produtos da Reebok perderam a razão de ser, e converteram a Reebok em Cosplay da Adidas, e de péssima ou discutível qualidade. Exatamente o que estamos assistindo neste momento onde organizações tradicionais decidem ou rejuvenescerem, ou criarem empresas absolutamente novas para atrair os novos consumidores. Mas esquecem-se que deveriam preservar, blindar, as novas empresas, a quilômetros de distância porque a contaminação cultural é inevitável. Conclusão, a Adidas não ganhou nada com a Reebok, desconcentrou-se, perdeu mercado, dinheiro e tempo, e agora realiza um prejuízo, se conseguir alcançar o preço que está pedindo, prejuízo de mais de US$ 2 bi, e, repetimos, todos os anos, e energia perdidos pelo caminho. Um dia, nosso adorado mestre e mentor Peter Drucker, alertou a todos que de nada adianta comprarmos os gadgets mais modernos e revolucionários do mercado, e colocarmos na velha moldura que temos em nossas cabeças. Antes de comprar o que quer que seja, e se pretendemos cuidar dessa compra numa mesma cabeça, a providência zero a ser tomada é jogar a moldura velha que temos em nossas cabeças fora. Mas, fazer-se isso com razoável sucesso, é uma impossibilidade quase que absoluta. Assim, e se a Adidas lá atrás via na Reebok um ótimo negócio, e talvez potencialmente até fosse, tudo o que tinha que fazer era comportar-se como um investidor e ponto. E ter uma gestão totalmente separada e independente. E jamais fazer, como fez, o tempo todo, direta ou indiretamente, tratando a Reebok como uma segunda marca. Uma “adidinhas”… E acabou virando não uma segunda marca, mas, uma marca de segunda. Levou 15 anos para o presidente da Adidas, Kasper Rorsted, descobrir e afirmar, quando comunicou que a Reebok estava à venda, que, “Após uma avaliação cuidadosa chegamos à conclusão de que a Reebok e a Adidas serão capazes de realizar significativamente melhor seu potencial de crescimento de forma independente uma da outra…”. Simplesmente patético, depois de 15 anos, descobrir-se o maior dentre todos os óbvios… Mas, acontece… No dia da aquisição da Reebok pela Adidas, o financeiro da Adidas, Robin Stalker declarou, “Eu vejo as sinergias muito rapidamente ultrapassando os custos do negócio…”. Definitivamente, não entendeu absolutamente nada do que comprou e que, em termos de comportamento, sinergia zero entre os “Adiders”, e os “Reebokers”…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 25/08/2021

BRANDING PREMONITION. Há mais de 100 anos nascia uma marca com um naming dos dias de hoje. É o que se chama de “premonição em marca”. Raras vezes, acontece. Aconteceu…
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Diário de um Consultor de Empresas – 06/04/2021

Francisco Madia comenta sobre INCOMPATIBILIDADE CULTURAL IRREVERSÍVEL. No dia 3 de agosto de 2005 a tradicional, campeoníssima e legendária ADIDAS, para enfrentar os avanços consistentes da NIKE, decidiu e comprou a REEBOK. No mês passado, março de 2021, colocou a REEBOK à venda. Pagou em 2005 US$4 bi. Coloca à venda pela metade.