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Negócio

A última grande festa, a despedida

Por uma série de circunstâncias, o velho e decadente mercado de automóveis despede-se em meio a foguetórios e comemorações. Em uma das poucas vezes de toda a sua história, e com falta total de carros zero-quilômetro por uma debacle no sistema de fornecimentos e produção, o preço dos carros usados alcançou, meses atrás, a cotação relativa máxima de toda a história: uma alta de 20%. Uma espécie de “Baile da Ilha Fiscal”, também conhecido como o último baile do império, realizado no dia 9 de novembro de 1889, um sábado. Seis dias depois, na sexta-feira seguinte, 15 de novembro, caia a monarquia. O negócio de automóveis, como temos comentado à exaustão, está, neste momento, sendo reinventado. Desde as características dos automóveis, que vão se despedindo dos combustíveis tradicionais e migrando para a energia elétrica, até a forma de organização de toda a cadeia, e culminando com pessoas que não mais compram e sim assinam, fazem assinaturas de automóveis. E é nesse exato momento, às vésperas do fim de um grande ciclo de quase 100 anos, que o negócio de automóveis em nosso país, vive seu último momento de glória. Uma merecida despedida. E os números do sucesso dos automóveis usados falam por si. O recorde até então na venda de usados no período janeiro/agosto de cada ano pertencia a 2019, com 7,12 milhões de vendas. No mesmo período de 2021, o volume superou os 7,59 milhões. Enquanto isso, e em paralelo e gradativamente, os principais modelos de carros elétricos, disponíveis no Brasil mediante assinatura. Uma das principais empresas do território dos chamados carrões, os carros top e de luxo, a Osten, oferece alguns modelos da Tesla de Elon Musk, para entrega imediata mediante assinatura. O modelo mais acessível em termos de preço é o Model 3 Standard, disponível mediante assinatura por R$12.942/mês. Se, por dois anos o contrato de assinatura, cai para um valor mensal de R$12.112. Já o Model Y sai por R$13.593/mês, 1 ano, ou, R$12.721, dois anos. É assim, amigos, um ciclo de mais de 100 anos chegou ao fim. A cadeia de valor toda em processo de reinvenção. E você, já decidiu como será sua relação com automóveis daqui para frente. Vai continuar tendo? E, se sim, comprando, alugando, ou, assinando? Eu, Madia, tomei essa decisão há 10 anos. Enterrei minha carta definitivamente no fundo de uma gaveta e hoje só uso o velho e bom táxi. Sinto-me mais seguro em táxi do que em qualquer dos chamados novos e modernos aplicativos. E dirigir, muito especialmente em São Paulo, ou irrita, ou entedia e corre-se o risco de dormir na direção. E minha maior felicidade hoje é descobrir-me dentro de um táxi nas grandes avenidas, com uma fluidez absoluta, nas faixas exclusivas de táxis e ônibus, enquanto os que insistem com os automóveis ou aplicativos levam, mais de 20 minutos para subir, apenas, uma Rebouças, por exemplo. Mas, defendo acima de qualquer outra consideração, o sagrado direito das pessoas decidirem como querem consumir seus minutos, dias, horas, vida.
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Diário de um Consultor de Empresas – 05, 06 e 07/08/2023

Emudecem e perdem o brilho as velhas marcas de automóveis, que julgávamos definitivas e imortais. No lugar… TESLA, HYUNDAI e outras ilustres desconhecidas…
Negócio

Car: The dream is over

O sonho, se ainda não acabou por completo, reduziu-se e em muito. Durante décadas o sonho do brasileiro era ter seu fusquinha, seu Fiat, sua Kombi. E ainda, Romiseta, Gordini, Chevette, DKW, Monza… E assim, meses antes de completar 18 anos já tomava todas as providências para tirar a carteira de motorista. Com 18 anos, alguns segundos, minutos, dias. Há 10 anos a constatação nos Departamentos de trânsitos das capitais de Estado que os 18 foram virando 19,20,21,22,23,24 e hoje aproximam-se dos 27 anos. Na média, não mais de tirar carta aos 18 e sim, e quase, ou, a partir, dos 27… No início da década passada, e feito todos os planos, baseados na retrospectiva dos últimos anos e décadas, é que o Brasil alcançaria em 2019/2020, a produção e venda de sete milhões de unidades. Essa previsão foi realizada precisamente no mês de dezembro de 2013, mas, a cada dezembro seguinte foi revista para baixo, e chegamos ao final de 2020 produzindo, segundo a ANFAVEA – Associação Nacional de Fabricante de Veículos – 2.014 milhões de veículos – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – ou seja, menos de 1/3 do que estimado em 2011… E desde o início desta década, antes e depois da pandemia, novos hábitos vão se consolidando, o que joga mais para baixo ainda as perspectivas da indústria automobilística brasileira. Desde uma atitude mais racional e objetiva do brasileiro que não sonha mais com o automóvel como acontecia 20/30 anos atrás – Automóvel ocupava a primeiro lugar disparado no sonho de consumo dos jovens, e hoje já não figura nas 10 primeiras posições – os que sonham em meio a pesadelos tiram carta com 27 e mais anos, e no pós-pandemia e com a adesão crescente das empresas ao home office, trabalho a distância, o carro vai despencando na prioridade das famílias… Ou seja, por razões conjunturais e estruturais o automóvel vai despencando na lista das prioridades e sonhos, e o Brasil, que um dia disse ter um potencial de produção e vendas de sete milhões de veículos ano, quem sabe agora, nem mesmo 2 milhões seja esse potencial. Por essa razão, e outras mais, e não obstante a falta de componentes eletrônicos, os pátios das montadoras que sobreviveram estão abarrotados, e muitas concedendo antecipação de férias… 12 das 17 fábricas decidiram interromper a produção por um prazo ainda não definido, e de olho numa eventual melhora nas vendas… Que nunca mais irá ocorrer de forma consistente… Fim de um ciclo. Os automóveis, como sonho de compra e uso dos brasileiros segue despencando na lista dos sonhos e prioridades. E quando excepcionalmente uma pessoa ou família sentirem necessidade, muito provavelmente não comprarão. Alugarão por um final de semana ou uma semana, no máximo 10 dias, ou se por alguma necessidade com alguma eventualidade, recorrerão ao CAAS – Car As A Service – carro por assinatura… Isso posto, Car, The Dream Is Over. Hoje, as indústrias de automóveis analógicas e do tempo da gasolina, encontram-se na situação descrita pelo poeta e compositor Paulo Leminski, “Acordei e me olhei no espelho ainda a tempo de ver meu sonho virar pesadelo”. Em verdade, verdade mesmo, temos uma única e derradeira exceção. Aquela que dá sustentação à regra. O ser humano mais criativo da face da terra, em termos de business, Elon Musk, e sua Tesla. Que fechou o ano de 2021 com um valor de mercado de US$800 bilhões – mais que todas as demais montadoras “analógicas” – da geração gasolina – somadas: Volks, Toyota, Honda, GM, Fiat, Chrysler, Mercedes, Nissan, Peugeot, Renault e Kia. Tesla que vai completar 20 anos no dia 1º de julho próximo, e que promete produzir e vender a partir de 2030, 20 milhões de carros por ano… Da geração dos elétricos…
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Diário de um Consultor de Empresas – 09/03/2023

ELE, ELON MUSK Talvez a mais instigante e surpreendente personalidade de nossos tempos. Quem sabe, o último verdadeiramente criativo. Todos os demais, inovadores.
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Diário de um Consultor de Empresas – 17/01/2023

Outro dia, para a alegria dos nostálgicos, um anúncio de oportunidade. Décadas atrás, todos os dias, muitos anúncios de oportunidade.
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Diário de um Consultor de Empresas – 11/03/2022

A DESPEDIDA COBERTA DE GLÓRIAS. O último grande ano do negócio de automóveis e antes da disrupção radical em nosso país, marca os recordes dos usados. Em volume de vendas e valorização. Mas, e como sempre foi, despede-se; nunca mais…
Negócio

O “baile da ilha fiscal” das big techs, ou, os dias de “Wine and Roses” chegaram ao fim…

No dia 9 de novembro de 1889, um sábado, decidiu-se prestar uma homenagem aos oficiais do navio chileno Almirante Cochrane. Decidiu-se por um grande baile na Ilha Fiscal. Mal sabiam os homenageados, e todos os demais que participaram que aquele seria o Último Baile da Monarquia. Dias depois, 15 de novembro, sexta-feira seguinte, veio a Proclamação da República Brasileira. De certa forma 2020, o ano da pandemia, foi uma espécie de Baile da Ilha Fiscal das Big techs. Pode ser até que ainda demore mais de um ano, mas, dois, três… Em hipótese alguma. Assim, e como era de se esperar, as big techs, mais abençoadas ainda pela pandemia, racharam de ganhar dinheiro em 2020. Google, Amazon e “Feice”, para ficarmos apenas em três, juntas, fizeram um lucro em 2020, de mais de US$ 200 bilhões. Apenas a título de ilustração o desempenho de algumas das big techs. A Amazon ganhou – lucro líquido – US$ 21,33 bi, o equivalente a 84% a mais que no ano anterior. Uma Netflix, ainda uma das menores big techs, mas representativa do território que não para de crescer e que é o streaming, alcançou um lucro de US$ 2,76 bi, contra US$ 1,87 bi do ano anterior, 2019. E até a mais emblemática e mais recente das big techs, a empresa de Elon Musk, a Tesla, que em 2019, ainda nadava num vermelho vivo, com um prejuízo de US$ 862 milhões, saiu do vermelho e encaminha-se para um lindo azul: um lucro de US$ 690 milhões. O Google bateu num lucro de US$ 40,51 bi, 25% a mais que o lucro de 2019. E o “Feice” chegou nos US$ 29,15 bi, um crescimento de 18%. A Microsoft, a vovó das big techs, pelo espetacular desempenho de suas nuvens, alcançou um lucro de US$ 44,28 bi, 13% a mais que em 2019. E fechamos com aquela que ainda e com total merecimento, por sua beleza, é a mais cortejada dentre todas, a Apple, com um lucro de US$ 57,4 bi, 20% a mais que em 2019. É isso, amigos, a farra de crescer e prosperar num território de pouca ou nenhuma regulamentação, e dar mordidas generosas e substanciais em cadeias de valores tradicionais, possibilitou às big techs uma década de fartura e riquezas. Muito provavelmente seguirão ganhando um bom dinheiro nesta nova década. Mas jamais como nos dias, como dizia a música, de Wine and Roses, de alegrias, felicidade, prosperidade e sucesso. Lembram, “The days of wine and roses Laugh and run away Like a child at play Through the meadowland toward a closing door A door marked “Nevermore” That wasn’t there before…”. “Dias de vinhos e rosas, de felicidades e alegrias, como de crianças a brincar… Agora uma porta fechando, Com uma placa escrita nunca mais… E que não estava ali antes…”. Ou como respondia o Corvo na poesia monumental de Edgard Allan Poe… Quando as big techs voltarão a rachar de ganhar dinheiro…? E o corvo responde, nevermore… Acabou. Ou melhor, está acabando…
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Diário de um Consultor de Empresas – 09, 10 e 11/01/2021

Francisco Madia comenta sobre A ÚLTIMA DÉCADA DO PETRÓLEO O reinado do petróleo chega ao fim. Por razões econômicas, pela existência de melhores alternativas ambientais. TESLA de MUSK vale mais que as maiores montadoras somadas. MUSK acaba de passar BEZOS como o maior bilionário do mundo. NextEra, uma promessa, vale mais que a EXXON. E a PETROBRAS, vai esperar virar CORREIOS?