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Negócio

Licença-paternidade, ou, de que mundo estão falando, onde moram essas pessoas…

Volta e meia nos surpreendemos, consultores da Madia, com manchetes do tipo, “cada vez mais empresas ampliam a licença-paternidade para até seis meses”. Levamos um susto. A realidade em que vivemos e investigamos todos os dias na maioria das empresas que contratam nossos serviços e em todas as demais que monitoramos para nos preservarmos atualizados, preparados e sensíveis enquanto consultores de empresas, a realidade, mais que diferente, é radicalmente diferente. Começa que os empregos estão terminando. A cada dia que passa mais empresas reduzem substancialmente o quadro fixo de seus funcionários, e passam a trabalhar cada vez mais e com uma maior intensidade com profissionais independentes, empreendedores autônomos, na chamada Sharing Economy. Economia por Compartilhamento. Não querem mais funcionários, e muito menos empregados. Querem e precisam de profissionais parceiros. Ou seja, se não existe emprego para esses profissionais empreendedores, não existe a tal licença-paternidade. Segundo, as poucas empresas onde ainda prevalecem em quantidade expressiva relações de trabalho convencional são nas chamadas empresas antigas, mais europeias que americanas ou asiáticas, e são minoria. Ou seja, licença-paternidade é a exceção da exceção. E nem bem chegou, em poucas empresas, já vai se despedindo pela simples razão que não existe mais o emprego. E aí, quando você lê a matéria, encontra como exemplo as mesmas empresas de sempre, como Volvo e Siemens, europeias, suecas, ou até mesmo algumas nacionais que adotam essa prática por curto período de tempo mesmo porque mais adiante terão que reconsiderar radicalmente. E aí, casais dão entrevistas, aparecem nas fotografias ao lado dos filhos, e todos os demais perdem tempo, e só os ingênuos alimentam o sonho impossível de que um dia, e para os que ainda conseguem manter-se empregados, isso venha a acontecer em suas empresas. Para 99,99% dos homens que ainda preservam seus empregos continua valendo o que prevê a legislação brasileira: cinco dias corridos a partir do nascimento do bebê… Tudo mais é delírio… E sempre tem um advogado de plantão nessas matérias para dizer que está mais que na hora de rever essa legislação, de dar mais dias de licença para os homens por ocasião da paternidade, ignorando ou fingindo ignorar que não é a licença-paternidade que é pouca para os que conseguem… É que a licença-paternidade brevemente será zero porque não existirão mais os empregos. Não se trata de ser contra ou a favor do sol, do vento, da chuva, da realidade… Apenas aprender e saber conviver com a realidade… Acorda, galera.