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Negócio

Cenas do passado, no presente, olhando para o futuro

Não tem jeito. Leva tempo, e muitas vezes é quase impossível, para empresas e empresários, conviverem e aceitarem uma nova realidade. Ainda é comum assistirmos discussões infindáveis no plano de negócios que estão sendo atacados pelo digital 24X24 nos 12 meses do ano. Como acontecia no passado, onde as pessoas brigavam no corpo a corpo, e, um dia assustaram-se com índios que venciam batalhas disparando flechas a distância. Lemos no Estadão entrevista de Rolf Buddemeyer na seção Primeira Pessoa. Rolf comanda o conselho da tradicional e respeitada fabricante de roupas de cama, mesa e banho Buddemeyer. Rolf fala do desafio que é manter lojas nos shopping centers, muito especialmente em decorrência da devastação provocada pela pandemia. E anuncia os planos de sua empresa de ter mais lojas de rua. Diz Rolf, “Vamos continuar ampliando nossa rede de lojas, mas substituindo unidades de shoppings por lojas de rua em função dos custos. A correção do aluguel foi muito forte e, por mais que se negocie, é difícil para os shoppings abrirem mão do que se encontra nos contratos. Hoje temos 14 lojas sendo 8 em shoppings. Das 8, vamos levar duas para as ruas.” E Rolf justifica: “Ainda que o custo da operação na rua seja maior – tem de ter mais segurança, por exemplo –, corresponde a 35% do total de uma loja de shopping. É claro que a loja de rua demora mais tempo para fixar ponto. Em shopping, em dois anos você está estabelecido. Na rua, são três ou quatro. O difícil da rua é achar o ponto, mas ainda vale a pena”. Com total respeito, nós, consultores da Madia, discordamos. Em primeiro lugar, e na entrevista, Rolf esqueceu-se dos chamados “índios”, o tal do comércio eletrônico, as vendas pela internet, que mereceriam alguma consideração e atenção maior pela empresa. E, em segundo lugar, existem shoppings e shoppings e ruas e ruas, e o desafio é rigorosamente o mesmo. A qualidade da escolha do ponto – em shoppings ou em ruas. O que importa não é o percentual de custo de uma loja em shopping ou na rua. É o resultado que deixa, independente do custo.
Negócio

C&A à venda?

Lembram dessa notícia? Por tudo o que vem acontecendo deve ter desistido… No dia 19 de outubro de 2020, e pela enésima vez, a notícia de que a C&A encontrava-se à venda no Brasil. Segundo as notícias, e depois de se desfazer de suas operações na China e no México, a família Brenninkmeijer, controladora da C&A, também considerava vender sua operação no Brasil. Naquele momento eram 288 lojas, 550 mil metros quadrados de áreas de vendas, receita líquida de R$1,2 bi, e um valor de mercado, tendo como base a cotação de suas ações, de R$4,0 bi. E como é do conhecimento de todos, e desde então, as notícias esmoreceram, e a C&A não para de trabalhar, e vem sobrevivendo a pandemia com galhardia, competência e muita inovação. A C&A no Brasil é presidida por Paulo Correia Junior, 56 anos, engenheiro pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e com MBA pela Duke University. Em 17 de setembro de 2021 concedeu longa entrevista para Daniele Madureira da Folha, fazendo uma espécie de balanço da C&A durante a pandemia. Sua manifestação é da maior importância na medida em que traduz a direção para onde o varejo de moda vai caminhando no Brasil, e pelo que temos comentado com vocês e de que, muito brevemente, os Shopping Centers deixarão de serem Shoppings, e se converterão em Livings. Livings Centers. Dentre os registros da C&A durante a pandemia, a migração de parcela expressiva das compras para, e no mínimo, começar a partir do celular, muito especialmente dos heavy users da rede, a classe média. Paulo disse, “Até antes da pandemia prevaleciam consumidores de maior renda no comércio eletrônico. Desde então o conforto em realizar compras pelo digital vem se generalizando. As pessoas conferem nas redes sociais o que as demais pessoas estão usando, e quando descobrem uma linda calça ou blusa começa a tal da jornada de compra. Digita alguma característica da peça e verifica se cabe em seu bolso. Tanto pode fazer um print, como ir direto para um carrinho de compra. Depois dão um pulo na loja para experimentar e concluir a compra”. E completa, “É impressionante o número de nossas clientes que chegam na loja com um print em suas mãos…”. ‒ O antes e o agora ‒ “Antigamente, comprar roupa era dar uma voltinha no shopping. Hoje as formas são várias e diferentes. Shoppings seguem importantes como lazer, mas as compras agora podem até não acabar, mas, começam, invariavelmente, no digital, nas redes sociais, no site, no WhatsApp…”. ‒ A grande mudança ‒ “Desde 2010 estava mais que claro para nós sobre a mudança a caminho, e que já aconteceu, e que é o cliente no comando. As empresas precisam se redesenhar, criar canais, produtos, ofertas, promoções, baseadas numa jornada que independe delas, e é exclusiva do cliente. Tudo o que tem que fazer é revelarem-se disponíveis na forma e no momento certo com o produto certo…”. ‒ Minha C&A ‒ “Durante a pandemia criamos a Minha C&A. Onde nossas clientes tornam-se donas de uma loja C&A hospedada em nosso site. Tem autonomia para personalizar a loja com até 24 produtos, e que divulgam da forma que quiserem. Ganham uma comissão de 8% a 10% sobre o preço final. Mesmo que a pessoa não compre um dos 24 produtos, mas compre outro produto qualquer e informe o código da nossa cliente, independentemente do valor, será devidamente comissionada”. ‒ Exército digital C&A ‒ Segundo Paulo Correa, apenas no segundo trimestre deste ano a C&A investiu 62% de toda a sua verba de comunicação no digital, totalizando um investimento no período de R$87,3 milhões. E emprega 620 profissionais nessa missão e tarefas. dentre as plataformas, no segundo trimestre deste ano, o WhatsApp representou 35% de todas as vendas online. É isso amigos, todas as organizações, em maior ou menor dimensão, de forma mais rápida ou demorada, todas sem exceção, mudaram por completo sua forma de realizar vendas, e aderindo a multicanalidade. Outro dia, quem anunciou a mudança foi a Pernambucanas, a última das grandes organizações a mudar e atualizar radicalmente seus sistemas de vendas. Mais que na hora.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 19/04/2022

PÉS, MÃOS, CABELOS, PELE, E, AGORA E TAMBÉM, CABEÇA. Nos SHOPPINGS de hoje, e LIVINGS, de amanhã, centros de apoio e tratamento para as pessoas, e suas emoções. Muito especialmente em tempos de digital, e pandemia. O primeiro já existe.