
Sentar, o novo fumar…
Em seu editorial de meses atrás, e na revista Você RH, a editora Marcia Kedouk escreve, fazendo um importante alerta.
Diz Marcia, “Gurus da saúde dizem que Sentar é o novo Fumar. A comparação é um tanto injusta, pelo menos do ponto de vista da gravidade dos danos ao corpo. O tabagismo aumenta em 180% o risco de morte prematura por qualquer causa – já com a inatividade, o agravamento é de 20%. Sem contar ainda que o cigarro prejudica outras pessoas, conhecidas como “fumantes passivos…”.
A revista confiou à jornalista Bárbara Nór a missão de fazer uma grande matéria sobre o tema Sedentarismo. Comportamento crescente na sociedade, e no ambiente corporativo.
Segundo Bárbara, se todos vinham trabalhando nos últimos anos cada vez mais parados, com a pandemia esse comportamento escalou. E segundo pesquisa realizada pela Universidade de Pelotas, mesmo depois da pandemia, e ao invés de voltar aos níveis anteriores, a inatividade física aumentou em 46%.
Segundo Luciana Vasconcelos, assessora técnica em saúde pública e epidemiologia na Vital Strategies, parceira da Universidade de Pelotas na pesquisa, o problema apontado por esses dados é da maior seriedade: Diz, “teremos uma população de doentes crônicos… E o Brasil está envelhecendo, o que torna o cenário mais difícil ainda…”.
Segundo as principais instituições de saúde do mundo, “o sedentarismo é um dos maiores fatores de risco por trás das doenças crônicas que mais matam em todo o mundo, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão, além de estar relacionado ao Alzheimer e Parkinson… sem falar em manifestações de estresse, e até depressão…”.
Na matéria de Você RH, também o depoimento de Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP, que lembra que os seres humanos não foram feitos para ficar parados.
Diz Bruno, “Em nossa história evolutiva sempre estivemos em movimento – fazíamos atividades moderadas ou vigorosas em boa parte do dia ao plantar, colher, andar, caçar… temos um conjunto de genes que funciona bem em movimento, e nosso ambiente moderno não nos dá condição para isso…”.
É isso, amigos. Se nas duas últimas décadas, fomos nos tornando seres mais estáticos, convergindo nossa atenção para as telas, que quase sempre acionamos sentados, e por decorrência eliminando substancialmente os movimentos que de forma natural fazíamos antes, sem nos darmos conta aumentamos nosso grau de sedentarismo.
Em recente manifesto divulgado por importantes instituições de diferentes nacionalidades, a informação de que o Sedentarismos é, segundo a OMS, responsável pela morte de 3,2 milhões de pessoas em todo mundo. E que deverá chegar a 5 milhões/ano nos próximos anos.
E a forma mais eficaz e angustiante de verificarmos nosso grau de sedentarismo é aferirmos o quanto passamos de nossos dias parados. Segundo essas instituições, o risco de morte aumenta em 20% para todas as pessoas que passam mais de 8 horas por dia sentados.
É isso, amigos. O sedentarismo ainda não alcançou os índices de risco do tabagismo. Mas, a distância vem diminuindo, e assim, neste e em todos os próximos anos, conviveremos com campanhas globais tentando motivar as pessoas a tirarem a bunda da cadeira, os olhos das telas, e caminharem mais.
Em busca de atenuar os riscos, e na busca de uma vida mais saudável e produtiva.