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Negócio

Quem diria, as inconvenientes lojas de conveniências

É isso, amigos. Faltava uma pandemia para questionar a viabilidade econômica das lojas de conveniência. Veio a pandemia, e o que era mais que evidente escancarou-se. Só a Rede de Postos Ipiranga fechou, em meses, mais de 500 lojas de conveniência da bandeira AmPm. As lojas de conveniência nasceram nos Estados Unidos, no ano de 1927, no Texas, por iniciativa de um empregado de uma empresa que fabricava gelo. Um artigo de primeira necessidade naquele momento da história do mundo, onde as geladeiras ainda não se encontravam presentes na maioria das casas. Num posto de gasolina que permanecia aberto das 7h às 11h da manhã, e como o gelo era essencial, revelou-se o lugar ideal para uma lojinha em anexo. E que aproveitou o fluxo para vender leite e pão. E como permanecia aberta das 7h às 11h incorporou o horário ao naming e virou Seven Eleven. No Brasil, chegaram nos anos 1980. Um pouco mais adiante a AmPm, rede de franquias de lojas de conveniência, chega ao Brasil na rede de postos Atlantic. Mais tarde comprada pela Ipiranga – as duas operações – e antes da pandemia acelerava seu crescimento imaginando chegar a 2500 lojas. E aí veio a pandemia, pisou no breque, fechou, das 2.345 já instaladas, mais de 500 e hoje totaliza, arredondando, 1.800 lojas. De qualquer maneira a Rede Ipiranga – controlada pela holding Ultrapar – acredita que passada a pandemia as coisas vão melhorar, e corre atrás fechando todas as lojas que acredita não terem a menor perspectiva, e revendo as que valem a pena seguir adiante, proceder mudanças, e investir mais. Em depoimento ao Valor, Marcello Farrel diretor da AmPm, disse: “Foram meses estudando onde cabe ou não o formato. Nos locais que fechamos o revendedor poderá abrir uma loja dele, mas que não será mais AmPm. Criamos um novo formato, com a disposição das áreas, e a forma como os clientes circulam pela loja. Na frente, itens para consumo imediato. E nos fundos, e forçando o fluxo, itens de compra quase compulsiva como cigarros, e que fazem o cliente caminhar pela loja…”. Em paralelo, e de certa forma – não afirmando, mas sinalizando pela movimentação – temendo pelo futuro das lojas de conveniência em postos de gasolina, a Ultrapar segue abrindo outras lojas de conveniência em outros locais, que mais se parecem com minimercados, e com uma quantidade de produtos bem maior. Conclusão, neste momento a Ultrapar procede a uma revisão rigorosa em sua estratégia, tentando antever e prognosticar com a maior precisão possível, o que continua fazendo sentido pós-tsunami tecnológico, e acelerado pela pandemia. E o que ficou no passado e só falta ser apagado.