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As mulheres e a moda; novidades a caminho?

Não nos acusem de machistas e preconceituosos. Não é que os homens, na média, tenham um comportamento exemplar em relação à moda. Não só não têm como parcela expressiva é negligente, preguiçosa, tosca. Não cuidam como deveriam de suas roupas, pequenos buracos são ignorados, esquecem-se das trocas, guardar então… Mas claro, nem todos, existem algumas exceções onde certamente alguns de nossos amigos se incluem. Para evitar vexames maiores o Madia, por exemplo, simplificou seu “dress code” na cor preta, da cabeça aos pés com exceção de muitos fios de cabelo que embranqueceram… Calça preta, camisa preta com alguma alusão a NYC, meias pretas, tênis preto e… Claro, cueca preta… Mas o Madia está longe de ser uma boa referência. Mas, e retomando o comentário. Será que as mulheres estão mesmo dispostas a reconsiderarem sua relação com a roupa e a moda? Se isso acontecesse seria, no mínimo, surpreendente. Dentre as mudanças de comportamento de consumo e uso registrados nos últimos anos, os resultados de um estudo realizado nos Estados Unidos, por um dos maiores comércios eletrônicos de roupas usadas, a Thredup. Segundo esse estudo, devidamente impactado pelo clima da pandemia, e realizado com 3,5 mil consumidoras habituais da Thredup, em função da mudança gradativa do comportamento das mulheres, a expectativa é que esse mercado global – o de roupas usadas – hoje estimado em US$ 28 bi, chegue em 2030 nos US$ 80 bi. Alguns analistas acreditam não ser impossível que ultrapasse os US$ 100 bi. O business de roupas usadas, que tem suas raízes nos velhos e tradicionais brechós – todas as grandes cidades do mundo têm dezenas – evoluiu com o digital, e hoje converteu-se em negócio de porte. No mês de junho de 2019, a The RealReal abriu seu capital e um ano depois convertera-se em unicórnio e avaliada em mais de US$ 1 bi. Diante dessa novidade, os grandes e decadentes players do negócio de lojas de departamento, e em busca de uma tábua de salvação, arregalaram os olhos e correram atrás. A Nordstrom, por exemplo, separou espaço em algumas de suas lojas, postou-se estrategicamente na internet, com uma nova unidade, batizada de See You Tomorrow. E dentre as estratégias da Thredup, uma parceria com algumas das principais lojas de departamento, como Macy’s e JCPenney. Que abriram espaços em suas lojas para a comercialização de roupas usadas, desde que, claro, passem pelo crivo dos gestores de qualidade dessas redes. De qualquer maneira, e além de escalada pela pandemia, essa mudança no comportamento das mulheres insere-se no que alguns denominam de uma nova mulher. Mais empoderada, saindo no tapa por seus direitos e igualdade, mas reconhecendo que precisa rever alguns de seus hábitos. A consciência ambiental e social também faz parte, e importante, na pauta social e ambiental dessa nova mulher. Embora seja do conhecimento de poucos, fazer-se roupa é uma das maiores causas do absurdo consumo de água no mundo. Uma única camiseta para ser feita consome, em média, 264 litros de água. Vamos repetir, e é isso mesmo: uma única camiseta para ser feita consome, em média, 264 litros de água. E, por outro lado, e conforme 70% das mulheres confirmaram em diferentes pesquisas, não é incomum comprarem uma roupa para um único uso. E, depois, dão, esquecem no armário, ou, descartam… Fotografias tiradas de aterros sanitários revelam o quanto dessas roupas é descartado. A produção anual de peças de vestuário é da ordem de 32 bilhões. E desses 32 bilhões, um ano depois 35% – mais ou menos 12 bilhões – são encontradas nos tais aterros… O que vocês acham? Essa mudança encontra-se em curso?
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O fim das grandes lojas de departamento

Num processo de redução e quedas sucessivas que já dura quase duas décadas, as lojas de departamentos seguem derretendo nos Estados Unidos. Dentre outras, Neiman Marcus, J.Crew, Stage Stores, JCPenney, agonizam. Semanas atrás comentamos com vocês sobre a Neiman Marcus e seu pedido de concordata. No final do ano passado, quem seguiu o mesmo caminho foi a JCPenney. Conclusão, apenas nos cinco primeiros meses de 2020, Neiman Marcus, J.Crew, Stage Stores, e JCPenney mergulhando na crise. Apenas lembrando, há 20 anos a JCP esteve por aqui, Brasil e fez importante aquisição de participação na Renner. Anos depois, 2005, e por crises nos Estados Unidos, vendeu sua participação e tentou concentrar-se por lá. Fez mudanças radicais, mas nada deu certo. Recorrendo ao fechamento de 850 lojas nos Estados Unidos e Porto Rico. Em poucas palavras. Se a covid-19 vem se revelando fatal para pessoas que já padeciam de outros problemas de saúde, o mesmo acontece nos negócios. Muitas empresas que também estavam “doentes” por outras causas e razões veem essas outras doenças exponenciarem-se pela coronacrise. E, muitas dessas, de forma definitiva. Irão a óbito. Assim, primeiro nasceram às lojas de departamento. A que mais marcou esse tipo de comércio nos Estados Unidos foi a Sears, do ano de 1886. Antes mesmo da virada do milênio, foram revelando-se obsoletas, diante do prevalecimento dos shoppings. Os shoppings passaram a oferecer tudo o que as lojas de departamento ofereciam. E ainda, mais e melhor. E aos poucos foram sendo expulsas dos shopping centers, como aconteceu no Brasil. E agora são aniquiladas pelo comércio eletrônico e pela especialização. Faltava o empurrão final. Com a coronacrise, não faltava mais. As lojas de departamento e agora, despedem-se para sempre. E pensar que durante duas décadas as famílias abastadas da cidade de São Paulo tinham por hábito tomar o chá da tarde no salão de chás do Mappin. Isso mesmo, ali, em frente ao Teatro Municipal…