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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 14/09/2023

No teste cego do Estadão, LINDT, disparado, o melhor chocolate. 3 vezes mais caro que a média dos demais chocolates.
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Ovo tem marca?

Aparentemente, o pior que pode acontecer, caso o negócio não dê certo, é o Ovo ganhar uma marca. A marca da Granja Faria. Vou desde logo dizendo que eu, Madia, e que escrevi este comentário, detesto ovo. Não como ovo. Ainda na juventude, e para matar a fome, quando ia às aulas do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, no centrão velho da cidade, comia um bolinho de ovo, hoje mais conhecido como Bolovo, ou, numa versão mais sincera verdadeira, uma espécie de ovo empanado. Era o que cabia no dinheiro curto. Mas, vamos ao comentário e análise de uma decisão. Uma das maiores Granjas do país, a Granja Faria, que fechou 2022 com um faturamento de R$1,2 bi na venda de ovos, decidiu apropriar-se da proteína. Está lançando a primeira unidade de um restaurante cujo tema é o ovo, o Eggy, primeira unidade já funcionando e localizada no bairro do Itaim, em São Paulo, pretende abrir mais 30 lojas nos próximos cinco anos, e muito rapidamente colocar-se em campo para enfrentar as hamburguerias de todos os gêneros e marcas. Pelas declarações de amor que ouço de muitas pessoas minha primeira sensação ou tentação é dizer, tem tudo para dar certo. Mas, minha experiência de consultor, fala mais alto e corrige, claro, desde que planejado e realizado com qualidade. Em entrevista ao Estadão, a André Jankavski, Denilson Derigoni, declarou, “Queremos colocar o ovo como protagonista e também pretendemos entender os hábitos de consumo para criar novas receitas…” É essa a novidade. Uma novidade obvia, que até agora ninguém ousou, e que a Granja Faria toma a frente. Mas sempre lembrando que nem tudo são flores – claro, apenas ovos – na produção de ovos. No último ano, enquanto os produtores de ovos conseguiram aumentar os preços em 30%, os custos de produção, em decorrência de uma série de motivos e em especial a pandemia, subiram, 200%. Conseguirá, finalmente, a Granja Faria, colocar o negócio de Eggs Restaurants em pé, como um dia conseguiu Colombo? Difícil, mas não improvável e jamais impossível. Mas, um baita desafio…
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Esmola, bacia das almas, cala boca…

Sem pompas e muito menos circunstâncias, 20 organizações da imprensa brasileira fecharam, meses atrás, parceria com o Facebook. Briga que vinha de longe termina num troco de R$13,7 milhões a serem divididos entre as 20 organizações, e o que resulta num valor pífio para cada uma delas. Dentre outras organizações, no acordo onde “literalmente entregam a alma ao demo”, figuram, Estadão, Folha, Abril, Bandeirantes, RBS e UOL. Três explicações para: A primeira é que com acordo ou sem acordo o “Feice” continuaria a se apropriar do conteúdo editorial dessas empresas, e assim, melhor um mau acordo que uma interminável e péssima contenda. A segunda é que em tempos de seca, qualquer dinheiro ajuda. E a terceira é que se trata de uma trégua provisória, enquanto se aguarda por um maior e melhor acordo. Seja como for, é simplesmente patético testemunharmos organizações centenárias acordarem com redes sociais que nasceram anos atrás, e pela simples razão que foram míopes, em todas as dimensões, possibilitando que as novas plataformas de comunicação chegassem à importância e relevância que têm hoje. Especificamente em relação ao valor acertado, e diante dos números de um Facebook, por exemplo, repetimos, uma singela e patética esmola. Dinheiro de pinga… Quem acreditava que um dia testemunharíamos tamanha decadência?
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Vergonha. Assim jamais seremos um país de verdade

A cada dois ou três anos nos estarrecemos com a relação mais que promíscua que existe entre algumas empresas, e alguns juízes, e alguns territórios deletérios, tóxicos e pornográficos da Justiça brasileira. E, de novo, constata-se que nada mudou. Não obstante todos os escândalos mais que escancarados nos últimos 10 anos, parece que as empresas e um determinado tipo de magistrado acreditam que nada irá acontecer com eles, porque sempre foi assim aqui no Brasil e assim seguirá sendo. Muitos dos juízes que hoje integram o Supremo foram patrocinados em eventos de toda a sorte por algumas das grandes e corruptoras empresas. Que encontram nesses juízes corruptos – corruptos sim, na medida em que aceitam trocos – o caminho mais rápido, econômico e eficaz, para conseguirem decisões que contemplem seus interesses. Desgraçadamente, a corrupção culposa ou dolosa, ainda segue sendo a característica preponderante em parcela expressiva da Justiça do Brasil. Inclusive, e talvez principalmente, nas decisões das instâncias superiores… Acordamos no domingo, 5 de março, com a seguinte manchete no Estadão, em matéria assina por Luiz Vassalo: “Empresas com causas que somam R$158 bi pagam eventos a juízes…”. Vergonha!!! Cadeia neles. Corruptores e corruptos. Diz, Luiz Vassalo, “O Estadão levantou 30 grandes processos que têm patrocinadores com partes nos autos ou interessados nos julgamentos. Empresas e entidades com interesses em causas que tramitam na Justiça e envolvem, pelo menos, R$158,4 bilhões em multas, indenizações e dívidas, e patrocinam seminários e fóruns no Brasil e no exterior. Eventos com shows de artistas renomados, jantar em cassinos, baladas, e passeios de lanchas…” Os poucos magistrados que atenderam a Vassalo ponderaram tratar-se de “atividades acadêmicas…”. É isso, amigos. não existe justiça no Brasil! Ponto. E se não existe Justiça não existe segurança jurídica. Dentre as farras, bebedeiras e comilanças, expondo de forma escatológica o desprezo que tem pelos demais brasileiros, membros do Supremo deixaram se patrocinar, por exemplo, pela Febraban – Federação Brasileira de Bancos – em eventos em Portugal e Estados Unidos. Onde, estiveram presentes com todas as despesas pagas, e jetons, os seguintes ministros do STF: Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, e o chorão, Gilmar Mendes. O ministro do STF que se comoveu com o advogado do maior bandido e ladrão da história da política de nosso país. Ou damos um jeito na justiça, ou a justiça vai condenar nosso país à miséria total e definitiva. Em tempo, e segundo o autor da matéria histórica, Luiz Vassallo, apenas dois juízes do Supremo – Rosa Weber e Edson Fachin recusam-se a comparecer nesses eventos. E todos os procurados, Ministros do STF, e STJ, preferiram manter-se calados. O tal do direito de permanecerem em silêncio, diante de tanta escatologia. O odor é insuportável. No dia 1 de maio de 62a.C, a segunda esposa de Júlio Cesar, Pompeia Sula, jovem, bonita, realizou uma festa em seu palácio exclusivamente para mulheres. Apaixonado por Pompeia, Publius Clodius não resistiu e disfarçou-se em tocadora de lira e entrou de forma clandestina na festa. Foi descoberto, maior escândalo, e Júlio Cesar, no dia seguinte, divorciou-se de Pompeia Sula. No final de sua petição de divórcio, termina dizendo, “a mulher de Cesar não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Exatamente o oposto e de como procede parcela expressiva dos magistrados do País.
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A descoberta, finalmente, das scooters

Meses atrás, uma revelação do gerente de marketing da Honda Brasil, causou perplexidade a quase todas as pessoas que continuavam alimentando-se de crenças nascidas a partir de realidades que vão ficando pelo caminho. Desde o início da pandemia, a venda de motocicletas não parava de crescer. Apenas no primeiro semestre de 2021, o setor de duas rodas apresentou um crescimento de 47,7% em relação ao mesmo período de 2020. Mas, e por trás desses números, a surpresa: o grande destaque, face ao pouco apreço que os brasileiros revelavam até então por essa alternativa, eram as scooters. O volume de vendas dessa alternativa de duas rodas, desde então, vem crescendo a uma velocidade maior que o do mercado em geral. Assim, e para a surpresa de todos, do total das motocicletas emplacadas no ano passado, as scooters já responderam por mais de 10%. A segunda surpresa é que muitas pessoas imaginavam que os responsáveis por esse crescimento eram os entregadores. Não, não eram e não são. Segundo entrevista do gerente de marketing da Honda ao Estadão, Odair Dedicação Jr., “trata-se, majoritariamente, de um comprador que vem do automóvel. O consumidor brasileiro descobriu as scooters como uma opção de mobilidade fácil e econômica…”. Hoje, segundo Odair, e na Honda, as scooters registraram um crescimento de 55% nas vendas. A concentração das vendas é nas grandes cidades do País, e onde pontifica a cidade de São Paulo com 50% de todas as vendas de scooters. Ou seja, e até mesmo para as scooters, a pandemia constituiu-se no empurrãozinho que faltava para que mais pessoas aderissem a essa modalidade de transporte, e alternativa de veículo. E a cidade de São Paulo, que era conhecida em passado distante como terra da garoa, agora vai se convertendo em terra das scooters.
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Gafisa, agora, ‒ e assim se diz e declara ‒ fazendo tudo para todos

Conforme comentamos com vocês, e dando sequência a sua espécie de reinvenção, a mais tradicional das construtoras e incorporadoras brasileiras, a ex- Gomes de Almeida Fernandes, hoje Gafisa, deixa de ser apenas construtora e incorporadora, e passa a fazer literalmente … Tudo! Objetivamente, atropela todas as empresas de vendas do mercado imobiliário, e se posiciona como concorrente também, dos novos portais e empresas que compram e vendem imóveis, como uma Loft, por exemplo. Em final de semana recente, em capa promocional no Estadão, reitera seu novo posicionamento, como já havíamos compartilhado com vocês. A Gafisa diz, e se diz, “Trabalhamos para nos tornarmos o maior marketplace do mercado imobiliário. E é assim que estamos construindo o futuro. Mais que construir prédios, criamos encontros, fazemos história”. Socorro! E no do posicionamento, conclui, e repete, e reitera. Alguém deve ter achado bonito… “Mais que construir prédios, criamos encontros, fazemos história” é simplesmente patético, e contradiz o que a Gafisa se diz no início do mesmo parágrafo, “Trabalhamos para nos tornarmos o maior marketplace do mercado imobiliário…”. Gafisa, assim como a maior parte das empresas de hoje, definam-se, posicionem-se de uma forma clara e lúcida, ou as pessoas continuarão não entendo quais são suas propostas. Gafisa, não transfira e escancare sua incapacidade de compreensão de uma nova realidade, sua esquizofrenia, para o mercado. É, isso amigos. De causar perplexidade todas as instituições do mercado imobiliário, revelarem-se amarradas, muda e caladas, diante de um mercado que radicalmente vai se desregulando, e dando fim a todas as tais regulações que essas mesmas instituições, durante anos, lutaram para conseguir. Não estamos de forma alguma defendendo as regulações. Apenas revelando nossa perplexidade diante da passividade das associações e demais players… Já quanto a Gafisa, aguarda-se muito brevemente que defina, com consistência e verdade, o que ‒ repetimos, verdadeiramente ‒ pretende ser…
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“Não dá mais para segurar, explode coração” … Lembram?

Era o que cantava Gonzaguinha em sua canção Explode coração… Milhões de profissionais em todo mundo, por timidez, desconhecimento, tirania dos chamados sindicatos e organizações profissionais que proibiam, milhões de profissionais nasciam e morriam calados, não comunicando suas competências e serviços, e assim, estavam condenados, e se condenavam, ao eterno esquecimento. Pior que esquecimento, ilustres desconhecidos e ignorados. Os mais expertos, minoria absoluta, sempre encontravam uma maneira de realizar algum tipo de comunicação, e assim, com relativa facilidade, dominavam pequenos, médios e grandes territórios da prestação de serviços. E aí o milênio chega ao fim, eclode a digisfera, multiplicam-se as redes sociais e plataformas de comunicação, tudo absolutamente acessível, e com o potencial pleno da autossuficiência. Os prestadores de serviços de comunicação correm para se reinventar, e enquanto não se revelam prontos e acessíveis, milhões de profissionais vão se virando. Tentam ser autossuficientes na comunicação. E assim, e hoje, anos 2020, todos, se comunicando, intensamente, ainda que com pouca ou nenhuma qualidade, e, para todos. De milhares de advogados, que hoje morrem de rir das supostas “proibições da OAB” de que advogado não pode se promover, passando por médicos, arquitetos, engenheiros, cozinheiras, costureiras, psicólogos, escafandristas, numerólogos, cartomantes, cuidadores, sexólogos, prostitutas e prostitutos, religiosos, videntes, bandidos e golpistas, doceiras, verdureiros, massagistas… Nos últimos dois anos milhares de matérias e reportagens sobre as novas formas de se revelarem e fazerem vivos, de infinitos e diferentes profissionais liberais, e ou, autônomos. Meses atrás, no Estadão, matéria assinada por Bianca Zanatta, trazia exemplos e depoimentos. Dentre outros, de uma jovem psiquiatra que defendia as chamadas novas práticas de se realizar a comunicação, mas denunciava os exageros. Dizia, “Temos que aceitar que as mídias sociais dão visibilidade e atingem públicos que não eram atingidos antes. Mas, vejo médicos fazendo tudo da mesma forma e de um jeito muito marqueteiro como vídeos no TikTok”. Com a natural dificuldade das pessoas não verdadeiramente qualificadas no planejamento e execução da comunicação, e em seu depoimento, essa mesma psiquiatra, por exemplo, incidiu em algumas barbaridades, trocando, e ao invés de “acessar públicos”, por “atingir públicos”, seguramente não tendo consciência das barbaridades e atropelos que ela mesmo protagoniza. E, entusiasmada, aponta o dedo: “O marketing médico é permitido, mas há vários profissionais que extrapolam esse limite. Sorteio de produtos, informações sem evidências científicas. É um show de horrores…”. Já outras duas advogadas dão depoimentos na mesma direção. Uma diz que criou as páginas de seu escritório no “Feice” e LinkedIn com a intenção de facilitar o acesso de pessoas a seus serviços, e a outra que as redes sociais permitem a divulgação de serviços pouco conhecidos como alguns que presta: mediadora privada de conflitos, aplicativo para o gerenciamento da guarda compartilhada de filhos… Ou seja, amigos, cada profissional independente, cada prestador de serviços, tem agora, a sua disposição, infinitos microfones as tais redes sociais — e podem falar com o mundo. E enquanto todos não fizerem suas tentativas, seguiremos no caos que hoje vivemos. Todos, sem exceção, e até os tímidos e comedidos, como repetia Gonzaguinha em sua música, “eu quero mais é me abrir, não dá mais para segurar, explode coração…”. Quando todos, milhões, se comunicam, urram, gritam, ao mesmo tempo, ninguém ouve nada. A menos, que alguns se distingam da turba enfurecida, da manada barulhenta, e façam se perceber, diferenciar, e, por decorrência, ouvir. Esse o desafio que neste momento vivem milhões de profissionais e prestadores de serviços em todo o mundo. Encontrar uma única pessoa, dentre milhões, que lhe dê um segundo que seja de atenção… Mas, muito melhor, mais justo, verdadeiro, ter a possibilidade de tentar ainda que sem sucesso, do que permanecer condenado ao anonimato e ignorância, como era o mundo até anos atrás.
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Ele, Rubens Menin

Talvez Rubens Menin seja hoje o empresário brasileiro que mais mexe com a cabeça de outros empresários, e de profissionais de uma forma geral. Extremamente bem-sucedido em seus negócios ‒ construção, banco ‒ e, de dois anos para cá “caindo em tentação” e tornando-se um franqueado da CNN, com a sua CNN Brasil, e, ainda, produção de vinho. Não é de muito falar, mas, meses atrás, e quando as crises eram poucas, concedeu entrevista a André Jankavski do Estadão. E, como não poderia deixar de ser, a entrevista, mais que merecidamente, alcançou grande repercussão. De toda a entrevista separamos os pontos que consideramos da maior importância para comentar e compartilhar. ‒ O capitalismo envelheceu – “Acredito no livre mercado, mas o capitalismo foi ficando velho. Ao mesmo tempo em que se fala que o excesso de governo é ruim, quando você tira isso tem de suprir do outro lado. As corporações mundiais estão ficando muito grandes. De um lado você está tendo menos governo, mas as corporações estão tendo de fazer a parte delas. O G de GOVERNANÇA é uma evolução natural e uma obrigação das empresas…”. ‒ Entre o E e o G… “Respeito muito o E de ambiental, mas gosto muito do S de social. Se morássemos na Dinamarca, me preocuparia mais com o ambiental. Porém, a capacidade do governo de resolver o social é cada vez menor. Já o S de Social veio para ficar e é pra valer…”. ‒ O estágio do Brasil ‒ “Não dá para acabar com os problemas do Brasil em um ano, mas se conseguirmos acabar em 20 é lucro. No Brasil é preciso dar o peixe, além da vara de pescar. Se não dermos o peixe, não vai funcionar…”. Concordamos em termos com Menin, mas sempre importante ouvir as ponderações e reflexões de um empresário de sucesso. Completando o que o Menin disse, dar-se o peixe e não dar a vara de pescar é perpetuar-se uma situação inaceitável, insuportável, injustificável. E no mundo que vivemos, dar o peixe é garantir as condições mínimas de sobrevivência para todos os brasileiros, mas, dar a vara de pescar, ontem, é integrar 100% dos brasileiros através de internet de alta velocidade. Vamos demorar para dar todas as demais condições que os brasileiros precisam, mas se concedermos a todos o acesso à internet, e pelos milhares de exemplos que hoje colecionamos, parcela expressiva não continuará esperando, correrá atrás, e muito rapidamente deixará para o passado a condição de miséria e falta de dignidade. Dar o peixe, sim, mas, e simultaneamente, garantir a todos os brasileiros acesso pleno e por igual ao Admirável Mundo Novo em processo de construção. Em tempo, nos últimos meses os negócios de Menin vêm sendo impactado por resultados que merecem cuidados maiores. A MRV, ainda um megassucesso e referência em seu território de atuação, atravessa uma primeira e consistente crise. E a CNN Brasil, até agora, um fracasso monumental. No final deste mês, janeiro de 2023, três hipóteses vinham sendo discutidas por Menin e seus principais assessores. Revisão radical na CNN Brasil, com um novo posicionamento, vender para um outro grupo, e, em não prevalecendo essas duas hipóteses, realizar o prejuízo e encerrar as atividades. E as incursões de Menin no Atlético Mineiro e por enquanto, com resultados pífios diante do que foi investido.
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Manchete patética e conclusão equivocada

No Estadão de alguns domingos atrás, a manchete de uma suposta grande matéria e defesa de tese. Dizia, “Digitalização da economia leva diretores de tecnologia a assumir cargos de CEOs…”. Simplesmente absurdo. Bobagem descomunal. Nenhum diretor de qualquer uma das ferramentas ou áreas da gestão, pelo suposto domínio da ferramenta, está capacitado a liderar qualquer empresa. A condição maior, suprema, definitiva, única, acima de qualquer excelência numa das diferentes especializações, continua sendo, e sempre, a capacidade de liderar e comandar seres humanos. Sem essa qualificação, nem os Pelés da tecnologia, estão preparados e têm a competência mínima necessária para comandar quem quer seja. Muitas vezes, nem mesmo a área onde é craque, especialista, nem mesmo para ser CTO. Apenas isso. Para liderar, pessoas capacitadas a fazer com que seus comandados, empolgados, comprometidos, entusiasmados, e felizes, naturalmente, sigam seu direcionamento e comando. Não acreditem nessa bobagem de entregar o comando de empresas a profissionais da especialização da moda. Não vai dar certo.
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Aziz Jabur Maluf

Chegou ao Brasil no início do século passado. Libanês, de origem humilde, Aziz decidiu abrir uma pequena loja no mês de outubro de 1917, na cidade de São Paulo, no chamado hoje centro velho: esquina da rua Direita com Líbero Badaró. Vendia gravatas italianas, camisas finas, e ternos feitos de tecido importado da Inglaterra. A chamada elite da cidade vestia-se na Colombo. Durante décadas a Colombo permaneceu nesse mesmo ponto. Os homens mais elegantes da cidade vestiam-se na Colombo, e políticos famosos só compravam seus ternos, camisas e gravatas por lá. Dentre outros, Jânio da Silva Quadros. Nos anos 1990, os netos e herdeiros de Aziz decidiram multiplicar o negócio. Aproveitaram-se da abertura do Shopping Ibirapuera, em 1976, e nos anos 1990, abriram uma segunda loja. E de lá mais lojas pelo interior do Estado, pelo Brasil, e converteu-se numa rede nacional. Deixou de ser uma loja de artigos importados e preços caros, e passou a ser uma loja de preços populares e artigos básicos com qualidade. Mergulhou da classe A para a classe C. Pouco depois da virada do século, e ao completar 90 anos, em 2007, já era uma rede de 198 lojas em 23 estados brasileiros. Passou a trabalhar com roupas, calçados e acessórios para crianças e mulheres, também. A partir do início dos anos 2010, mergulha em forte crise recorre a recuperação extrajudicial e começa a fechar lojas. E chega a nova década, vem a pandemia, e a Colombo mergulha mais fundo na crise. Meses antes, os irmãos tentaram mais uma vez vender a Colombo, mas não foram bem-sucedidos. Meses atrás e com a perda de renda dos principais clientes da Colombo – classe C – as perspectivas sobre o futuro da tradicional e centenária organização são mais que difíceis. Em matéria no Estadão, e assinada por André Jankavski uma fotografia irretocável do momento que vive a Colombo. Diz André, “Os últimos anos da Colombo voltada para a venda de ternos e roupas para a classe C têm sido bastante difíceis. Mesmo antes da pandemia, a empresa já vinha sofrendo com quedas nas vendas e redução no número de lojas. Mas aí veio a crise do covid-19, e piorou tudo. Com os shoppings fechados, a empresa viu seu faturamento despencar 50% no ano passado. Das 434 lojas que a companhia tinha, sobraram 117 franquias. Diante do problema a empresa ingressou com pedido de recuperação judicial no ano passado…” É isso, amigos. Todos os negócios que tinham forte dependência das classes C e D vivem momentos de imensa dificuldade. Alguns de recuperação impossível. Foram as classes mais devastadas ou pela perda de emprego, ou pela redução dos salários, ou pelo fechamento dos pequenos estabelecimentos comerciais que tinham.
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