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Negócio

Rodízio de bolo

Lemos na revista Exame, ano retrasado, hoje a revista é uma publicação que pertence ao Banco BTG Pactual, comprada que foi em dezembro de 2019 por R$72,3 milhões, a última novidade de uma empresa de sucesso. A Sodiê, cuja história já comentamos com vocês, uma história de garra, suor, sangue, lágrimas, e competência, de uma empreendedora que criou seu nome depois de perder na justiça uma causa movida pela Nestlé, e ter em sua advogada a inspiração para a criação da marca – Sofia e Diego, Sodiê, filhos da empresária Cleusa Maria da Silva, e converteu-se na maior franquia de bolos do país. Pois bem, a última novidade da Sodiê é uma bobagem, que jamais deveria ser divulgada, ainda que faça sucesso nas 341 lojas da rede – Rodízio de bolo. Um horror, sugestão de um cliente, e que segundo a empresa é um sucesso. Repito, por maior que seja o sucesso, a Sodiê deveria não promover, deixar que o consumo aconteça naturalmente nas lojas. Rodízio de bolo, no tocante a Branding, é um suicídio. Se a empresa tem uma percepção de qualidade, muito rapidamente vai se converter em mais uma empresa de rodízios de pizzas e churrasco, tipo Grupo Sergio, lembram-se. Pior é a revista Exame colocar em sua seção Primeiro Lugar essa iniciativa como exemplo de Inovação de Qualidade. Não é. É um horror.
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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 20/07/2023

A VERDADE DOS NÚMEROS, ou, brasileiros malucos para abrir contas em banco…
Negócio

O Sonho do Dr. Olavo Setúbal

Como sempre acontece todos os anos, existe uma grande expectativa em relação a balanço dos grandes bancos do País referente ao primeiro trimestre do ano, uma espécie de bússola ou astrolábio do que vem pela frente nos demais trimestres. E assim, os balanços foram publicados, e, sob a ótica do desempenho econômico, o Itaú, mais do que consolidar, disparou na liderança. Antes dos números, e buscando todas as notícias sobre o assunto, na quase totalidade das manchetes, o Unibanco desaparecendo da Marca. Nas manchetes, todos se referem ao Banco como Itaú. Em um ou outro texto das matérias aparece, excepcionalmente, o Itaú Unibanco. Em 1970, um pequeno exército Brancaleone foi contratado – 9 pessoas – para construir e dar início ao plano da conquista da montanha, leia-se, a liderança do mercado de bancos no Brasil. A primeira equipe de marketing de um banco no País. Coube a mim, Madia, o privilégio de montar e liderar, tendo como parceiros Alfredo Rosa Borges e Walter Geraldo Bueno. Respondíamos ao Diretor Geral de Desenvolvimento do Banco, nosso querido chefe, Alex Cerqueira Leite Thiele. Depois de me aprovar como pessoa e profissional para a missão, o Dr. Olavo me disse: “Madia, quero ver o Itaú América um dia fincar sua bandeira no topo da montanha…”. Em 30 dias apresentamos o Plano. Aprovado integralmente. 1 – Criar uma unidade num banco construído mediante fusões e incorporações. Ações, uma primeira convenção de gerentes, agosto de 1970, para os 300 gerentes das 300 agências no Cine Regina, da Avenida São João. Comunicação informal e regular para criar um human amalgam entre todos os profissionais do banco – solução, Itaú Semanal – publicação interna. Rever a marca Itaú América em um único movimento. Eliminar a marca – design – de autoria de Aloisio Magalhães, cortar o América, e deixar exclusivamente Itaú, sob a responsabilidade da DPZ e, em especial, de Francesc Petit. Impactar com uma primeira grande campanha publicitária: “AJUDE O ITAÚ A SER O PRIMEIRO, UM DIA O ITAÚ PODERÁ AJUDAR VOCÊ”. Chocar da maneira mais forte e positiva possível o capital humano, dando uma dimensão fenomenal a um banco de 300 agências, patrocinando pela primeira e única vez – nunca mais a Globo aceitou –, a mensagem de final de ano, “HOJE, É UM NOVO DIA”… E por último, mas não em último lugar, fincando a bandeira e a marca no topo da montanha. Tirando o Willys do relógio da Paulista, Conjunto Nacional, e colocando o Itaú para ser visto e admirado de todos os cantos da cidade. 53 anos depois, o Itaú registrou um lucro líquido de R$8,4 bilhões, 14,6% a mais que o primeiro trimestre de 2022, enquanto seus três principais concorrentes precisaram se somar para chegar a um quase empate: Bradesco R$4,2bilhões, BTG Pactual R$2,2 bilhões e Santander R$2,1 bilhões. De alguma maneira, esse desempenho consagra a nova gestão do Itaú, desde 2 de fevereiro de 2021, sob o talento e competência de Milton Maluhy. Se o mesmo se confirmar nos próximos semestres, e se não houver uma consistente reação do Bradesco, a disputada daqui para frente será mais em relação à segunda colocação, do que à liderança. O sonho de Olavo Setúbal, a liderança, consolidando-se. Em setembro de 1970, quando o Dr. Olavo decidiu criar uma área de marketing no Itaú, e me contratou, Madia, para montar a primeira área de marketing de um banco no Brasil, me disse de seu sonho de ser o maior banco do País, e que precisava de um planejamento estratégico sob a ótica do mercado – Marketing – que um dia possibilitasse alcançar esse objetivo. O plano foi feito, a marca revista e reposicionada, e, deu certo. Mas, levou mais de 50 anos para aquele banco de 300 agências, o Itaú América, chegar lá. Esse lá, tudo leva a crer, e finalmente, é hoje.
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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 30/11/2022

O QUE SOBROU DA MAIOR EDITORA DE REVISTAS DA AMÉRICA LATINA E UMA DAS MAIORES DO MUNDO: QUASE… NADA! De 300 para meia dúzia de revistas, e olhando para o futuro e não vendo… nada…
Negócio

A vazante nos edifícios de escritório

Centro Velho, Paulista, Faria Lima, Berrini, Nova Faria Lima… O ciclo chegou ao fim. A pandemia apenas acelerou a chegada da crise mais que anunciada. Milhares de imóveis corporativos abandonados pela mudança na forma de trabalhar das empresas, e pelos profissionais empreendedores trabalhando de casa. Ou, em espaços compartilhados próximos. Se Euclides da Cunha dizia que “O sertão vai virar mar”, uma nova realidade diz que muitos prédios corporativos vão virar hortas. Conforme previsto, a devolução de escritórios na cidade de São Paulo vai ganhando proporções descomunais. E ainda, e segundo os especialistas, ainda estamos bem distantes do pico das devoluções. Que deverá acontecer a partir do primeiro semestre de 2022, com o avanço da 4ª ou 5ª vacinação, e as diferentes tentativas de retomadas das empresas sobreviventes, e o inventário final das que fecharam as portas para sempre. Mesmo assim, e já hoje, dezenas de prédios onde viviam 20, 40 empresas, habitados por apenas três ou quatro. No correr do primeiro ano da pandemia, o número de escritórios vazios dobrou, e não existe nenhuma perspectiva de curto e médio prazo que essa situação vá mudar, ou esboçar qualquer recuperação. A sharing economy, economia por compartilhamento, que vinha em processo crescente de construção, onde acabam os empregos, e os profissionais convertem-se em empreendedores individuais, em microempresas, e que vinha acelerando nos últimos 10 anos, agora escalou de vez. De acordo com a JLL, empresa especializada em imóveis, o mapa da vacância de imóveis para escritórios na cidade de São Paulo meses atrás já tinha os seguintes números. Imóveis na Marginal, 55% de vacância. De cada 20, 11 desocupados. Imóveis na Chácara Santo Antônio, 42% de vacância; Berrini, 29%; Alphaville, 27%; Paulista, 13%; Faria Lima, 10%. Na Avenida Angélica, onde a vacância há dois anos era de 18%, em um ano aproxima-se de forma acelerada aos 40%. Todos os dias caminhões de mudança passaram a integrar a paisagem da rua… Segundo matéria de capa do caderno de economia do Estadão de semanas atrás, “A onda de devoluções é generalizada. Inclui grupos tradicionais – como a Latam, Itaú, Banco do Brasil – e se espalha em efeito cascata por todos os negócios de médio e pequeno porte…”. Hoje, não são raras as situações que diante da devolução do imóvel, alguns proprietários pedem que os locatários permaneçam mediante e exclusivamente o pagamento do IPTU e do condomínio, com aluguel zero… Quem imaginou que a combinação da pandemia, com o home office compulsório, levasse a essa situação? Por outro lado, e mesmo assim, algumas empresas continuam fazendo o que se poderia intitular de aposta arriscada. Às vésperas da maior crise do mercado de imóveis corporativos na cidade de São Paulo, um grupo de instituições financeiras formado pelo BTG Pactual, Safra, e Kinea, gestora de private equity do Itaú, comprou no ano passado duas torres do Rochaverá, empreendimento corporativo Triple A. Pagou a bagatela de R$1,255 bi. A aposta realizada pelos três grupos investidores não se refere a uma forte e consistente recuperação do mercado de imóveis para diferentes tipos de empresa. É a convicção que, e mesmo com uma queda expressiva na ocupação desse tipo de imóvel, e como são poucos os imóveis Triple A, o Rochaverá muito brevemente será uma raridade, e, por essa razão, e diferente do que acontecerá com outros imóveis, a tendência é de valorização. Por enquanto e apenas, uma tese a ser considerada, mas, de elevado risco. Assim, amigos, a avalanche de incorporações dos anos 2000 e 2010 destinadas à pessoas jurídicas de todos os portes e dimensões chegou ao fim. Conviveremos, durante esta década, e nas grandes cidades do Brasil, muito especialmente São Paulo, com centenas de prédios corporativos literalmente às moscas; praticamente abandonados. Muitos deles, convertendo-se em hortas urbanas… Alface, chuchu, berinjela, brócolis…