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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 22, 23 e 24/07/2023

Um novo CONCORDE a caminho. Que desta vez, com os infinitos erros cometidos, a lição tenha sido aprendida.
Negócio

O pior momento da pandemia para as aéreas…

Enquanto em nosso país e na terra, todo um esforço era realizado no sentido de amenizar a dimensão da tragédia decorrente da coronavírus com desempregados, desalentados, e desesperançados, com meses de ajuda de R$ 600 e uma eventual réplica com um novo auxílio mensal, e que talvez se institucionalize no formato de renda social, lá em cima, nos céus do mundo, a ajuda necessária situava-se na faixa de muito a bilhões de dólares… Todos os dias! Na primeira fotografia tirada 90 dias depois do início da pandemia, esse era o tamanho do rombo diário nas contas das aéreas de todo o mundo, conforme relatório divulgado no início do mês julho/2020 pela Iata – Associação Internacional de Empresas Aéreas. Uma previsão inicial de um prejuízo naquele momento, somando todas as empresas da ordem de duas ou três centenas de bilhões de dólares. Das 20 maiores empresas aéreas do mundo, 17 já receberam ajuda financeira substancial dos governos de seus países. E na medida em que praticamente pararam, sem a ajuda do governo, todas, sem exceção, e até o final deste ano, seguem correndo o risco de quebrar espetacular e irreversivelmente… Mas, como integram a política de segurança dos países, na medida em que transportam pessoas e cargas, objetivamente não podem quebrar, sob pena de cortar meio essencial de conexão de cada país e suas economias, com os demais países e mundo. Naquela fotografia dos primeiros 90 dias, meses de abril a junho, a situação das 10 principais empresas aéreas do mundo era a seguinte, e por ordem de tamanho da frota de aeronaves: 1 – American Airlines – 105 mil funcionários, 942 aeronaves, 80% a menos de receitas. 2 – Delta Air Lines – 90 mil funcionários, 898 aeronaves, 90% a menos de receitas. 3 – United Airlines – 90 mil funcionários, 777 aeronaves, 92% a menos de receitas. 4 – Lufthansa – 140 mil funcionários, 763 aeronaves, 95% a menos de receitas. 5 – Southwest – 60 mil funcionários, 747 aeronaves, 70% a menos de receitas. 6 – Iag Group – British, Iberia, Vueling e Aer Lingus – 66 mil funcionários, 598 aeronaves, 85% a menos de receitas. 7 – Air France – KLM Group – 86 mil funcionários, 554 aeronaves, 82% a menos de receitas. 8 – Ryanair – 19 mil funcionários, 451 aeronaves, 99% a menos de receitas. 9 – Aeroflot Group – 24 mil funcionários, 359 aeronaves, 95% a menos de receitas. 10 – Emirates Group – 106 mil funcionários, 270 aeronaves, 82% a menos de receitas. Era essa a dimensão do desafio em todo o mundo. E no Brasil, a situação não era diferente. Com os maiores de 50/60 anos lembram-se, o cemitério das empresas aéreas em nosso país, e onde descansam em paz, dezenas de companhias de sucesso, como Varig, Vasp, Cruzeiro, Real, Panair, Transbrasil, meses atrás recebeu uma nova empresa. A Avianca Brasil. Na terça-feira, 14 de julho de 2020, a Justiça de São Paulo decretou a falência da empresa. No mês de dezembro de 2018, com dívidas da ordem de R$ 2,7 bilhões, a empresa ingressou com pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro. Meses depois teve seu certificado de transporte aéreo suspenso pela Anac por não comprovar as condições mínimas para continuar voando. Dos 55 aviões que um dia chegou a ter, em seus últimos meses de operação trabalhava com apenas cinco. Em sua melhor fase chegou a ter 5,3 mil funcionários, ser a quarta maior empresa aérea do País, com uma participação de mercado de 13,4%. Assim, e uma vez mais, e mesmo sabendo-se que nada é para sempre, o índice de mortalidade na aviação comercial continua sendo um dos maiores dentre todos os setores de atividades. E mesmo assim, por razões que a própria razão desconhece, muitos empreendedores continuam alimentando o sonho de um dia serem donos de uma empresa aérea. Neste exato momento, e em decorrência da pandemia, não existe, dentre milhares, uma única empresa aérea com qualquer outro resultado que não sejam prejuízos descomunais e diários. Todas. Mas, e mesmo assim, o sonho de voar e ter uma empresa aérea continua presente… E como dizia, Fernando Pessoa: “Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso…”. Conclusão, sempre continuarão existindo sonhadores que acreditarão na quase impossibilidade absoluta que é manter em pé uma empresa aérea, com todos os seus aviões decorando os céus do mundo e transportando milhões de pessoas – nós – e nossos sonhos de voar… Segue a vida. O embarque será feito pelo portão… As três principais aéreas do Brasil perderam muito dinheiro depois de 1 ano de pandemia. Gol e Azul R$ 10 bilhões, cada, e a Latam encontra-se em recuperação judicial nos Estados Unidos.