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Negócio

Histórias da pandemia: Contigo En La distancia só é bom no bolero

No Estadão de um domingo de meses atrás, e assinada pela jornalista Luciana Dyniewicz uma história simplesmente macabra. De um CEO prestes a completar um ano de empresa e até aquele momento permanecia distante fisicamente das pessoas que o contrataram, assim como da maior parte da equipe que comanda. É o pior melhor exemplo da situação patética que vivemos nos meses de pandemia. Então alguns poderão perguntar aos consultores da Madia, qual seria a outra solução? Não existe, é essa mesma, mas isso não impede de preservarmos nosso senso crítico e sensibilidade. A contratação de um novo líder é, seguramente, um dos três maiores desafios por que passa qualquer empresa ou organização. Quais são os outros dois? As opiniões divergem, mas sobre a contratação do líder é uma unanimidade. É um processo que leva meses, passa por duas dúzias de entrevistas, convivências profissionais, pessoais e sociais. Está se escolhendo a pessoa a quem se entregará a chave, o presente e o futuro, tudo. Tudo o que a empresa construiu, realizou e é, no correr de sua trajetória. E fazer-se isso exclusivamente através do vídeo, no tal do “Contigo En La Distancia” … só é bonito na música e no bolero… “Amada Mia, Estoy…” uma aberração. Mas, repetimos, em determinadas circunstâncias e condições da história e da humanidade, em muitos momentos só nos restam aberrações. Pedro Zannoni, conta a matéria, assumiu o comando da Lacoste no Brasil no mês de maio do ano retrasado, 2020. Diz ele, “Fazia parte do processo de integração uma viagem à sede da empresa, Paris, e na sequência, aos principais países da América Latina. Essa era a cartilha ou o combinado. Todas as apresentações foram feitas de forma online com os executivos da França e de países vizinhos, além dos funcionários do Brasil…”. Ainda Pedro, com educação e descomunal vontade, tentando encontrar alguma vantagem no processo. Diz, “O lado bom é que nesse período trabalhando de casa consegui dedicar mais tempo do que o usual para conhecer bem a forma de trabalho e a cultura da empresa…”. Tudo bem, mais que entendemos e valorizamos a tentativa do Pedro de encontrar algum sentido nesse processo. Mas cultura empresarial só se começa a ter um primeiro sentimento, ainda muito distante da compreensão, mergulhando de cabeça, corpo a corpo, num processo de meses, talvez anos… Presencialmente, corpo a corpo, olhos nos olhos, mãos dadas… Lembra, que nem no bolero. Em síntese. Perfeito. Se não tem zé vai com zé, ou, o ótimo é inimigo do bom, mas, acreditar-se minimamente que isso é bom é demais. É uma aberração, um lixo. Repito, não existia e ainda não existe outra alternativa. Mas, quando os tempos voltarem a um mínimo de realidade, determinadas coisas, quase todas, só tem uma única forma de serem realizadas garantindo todas as perspectivas de sucesso: presencialmente. Ao vivo e em cores. Pessoa a pessoa, lembram, como cantavam Tim Maia e Gal Costa. Juntos, presencialmente, “Eu preciso respirar / O mesmo ar que te rodeia / E na pele quero ter / O mesmo sol que te bronzeia / Eu preciso te tocar… / Eu preciso descobrir / A emoção de estar contigo… /E deixar falar a voz do coração… A propósito, e mesmo no bolero Contigo En La Distancia, se denunciava a impossibilidade absoluta de qualquer amor verdadeiro namorando por binóculos, lembram… “Es que te has convertido / En parte de mi alma, / Ya nada me consuela, / Si no estás tú también… Repetindo, “en la distancia”, nem mesmo na canção…
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Diário de um Consultor de Empresas – 03/08/2022

MERCADO LIVRE, NÚMEROS ESPETACULARES. Se a médio e longo prazo, o segredo de sucesso e longevidade é ocupar espaço, o MERCADO LIVRE, é, de longe, a mais completa e consistente empresa da AMÉRICA LATINA.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 09/12/2021

O TRÁGICO E DEVASTADOR BALANÇO DAS TENTATIVAS SOCIALISTAS NA AMÉRICA LATINA. Só são um sucesso para duas dúzias de artistas e intelectuais a quilômetros, muitos quilômetros, de distância.
Negócio

Lições e aprendizados do presidente da Mercedes

Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz Brasil e América Latina, chegou ao Brasil para assumir o comando da empresa às vésperas da maior crise de todos os tempos da indústria automobilística. No ano de 2013. Nos dois anos seguintes o negócio todo de automóveis, caminhões e ônibus em nosso país mergulhou em direção ao abismo. Em muitos momentos, nos anos de 2016 a 2017 a ociosidade nas fábricas chegou a bater nos 80%! Depois de muito trabalho, Philipp retorna à Alemanha, onde, e a partir do meio do ano, assume a chefia mundial de marketing, vendas e serviços ao cliente do negócio de ônibus da empresa. Assim, e ao partir e retornar à base carrega consigo uma experiência extraordinária sobre nosso país, e que, seguramente, entender o Brasil, é tarefa das mais difíceis, até mesmo para nós que aqui nascemos e vivemos. Assim, e sempre que um presidente ou CEO de uma empresa retorna à matriz ao seu país de origem, procuramos ler, ouvir e analisar suas entrevistas dos últimos meses no Brasil, e onde vai arrumando as malas, e passando informações da maior relevância para todos nós. Numa espécie de – Brasil sob a ótica de profissionais estrangeiros mais que qualificados. Separamos de algumas de suas entrevistas comentários que, em nosso entendimento, são da maior importância e aprendizado para todos. De como somos e como é nosso país, sob o olhar isento de um viajante ou morador temporário, ainda que por aqui tenha permanecido, no caso do presidente da Mercedes, 7 anos. Sobre os desafios de uma empresa estar no Brasil – “É muito complicado produzir e vender no Brasil. Começa que é um país caro. Muito caro. A infraestrutura é um problema e acarreta em custos adicionais. O sistema tributário, então, arcaico e não competitivo. O único país que conheço onde exporta impostos junto com seus produtos. Assim, só desvantagens do início ao fim do processo…”; Custo da incompetência e burocracia – “Talvez um exemplo ilustre melhor a situação patética do País. O frete de um produto da Índia para o Peru, para um determinado produto, sai por US$ 900. O mesmo produto, do Brasil para o Peru, US$ 1,5 mil. E tudo agravado pela dimensão da burocracia que acarreta necessidades de mais tempo para fazer desde as coisas mais simples…”; Sobre o crescimento dos últimos dois anos – “Que ninguém se iluda. O crescimento, claro, é positivo. Mas, em verdade, mais que crescer, estamos saindo do buraco. Pela dimensão e potenciais do País, num ano normal de mercado, entre 150 a 200 mil caminhões deveriam ser vendidos. No ano passado esse número foi de 100 mil unidades. Mesmo melhorando bastante…”; Motivação para a renovação das frotas – Até isso no Brasil é contrário ao que acontece em outros países. Nos outros, quanto mais velho o produto, mais impostos paga porque polui mais e danifica mais as estradas. No Brasil quanto mais velho menos paga. Assim, chegamos lá: uma frota com uma idade média de 20 anos, contra os 6 anos de média na Europa; O melhor do Brasil neste momento – A infraestrutura ainda é um problema, mas é onde vemos mais avanços. Mesmo não totalmente perceptível, mas, de verdade, as estradas estão melhorando. O governo está investindo e o Ministério da Infraestrutura está conseguindo fazer grandes obras… Como por exemplo, o corredor que liga Rio Grande do Sul ao Pará. A BR-163. Onde boa parte da safra é escoada e agora se encontra asfaltada. “Uma viagem de cinco dias está se reduzindo a metade…”; O que leva do Brasil – “Mudar, depois de sete anos numa mesma posição, é relativamente normal dentro de uma grande empresa. De tudo o que levo, a experiência decorrente de um mercado absurdamente volátil, e que mais que qualifica um profissional. E o credencia a novos e maiores desafios”. Philipp Schiemer, despedindo-se da presidência da Mercedes-Benz Brasil, e a caminho da liderança mundial do marketing de ônibus da empresa. Mais que na hora de darmos um jeito em nosso país. Claro, assim que começar a baixar a poeira da coronacrise.