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Agropecuária urbana

De forma lenta, mas consistente, as primeiras fazendas urbanas vão se multiplicando na cidade de São Paulo. Em 30 anos, lá por 2050, parcela expressiva do que os habitantes das grandes cidades do mundo comerão, será produzido nas esquinas próximas. Isso mesmo. Parece um exagero e é. Mas, em hipótese alguma, uma impossibilidade. Já comentamos com vocês sobre a urbanização da agropecuária. De forma muito lenta, mas, acontecendo. Mais especialmente na agricultura, mas, e mais adiante, na pecuária, também. Bois, galinhas e porcos produzidos no prédio ao lado. Na agricultura, com mais e novas fazendas urbanas. Na pecuária, com a edição genética da bicharada. Na cidade de São Paulo, algumas fazendas urbanas já instaladas, produzindo, vendendo e alcançando resultados surpreendentes. Na pecuária, um pouco mais adiante, e com todas as conquistas da edição genética, repito. Diferentes espécies animais produzidas em laboratórios urbanos. A urbanização da agricultura começa pelas denominadas “folhosas” – alface, couve, rúcula, espinafre – e uma das primeiras e mais emblemáticas referências é uma fazenda de 56 metros quadrados, no bairro de Pinheiros, cidade de São Paulo. A fazenda Cubo. Realizou sua primeira colheita no mês de junho de 2019. Nos primeiros meses trabalhou exclusivamente com duas folhosas, e hoje já conta com 13 cultivos diferentes sendo seis tipos só de alface. Em 56 metros quadrados, uma sucessão de paredes, estantes, calhas e painéis de led, fornecendo luz para o cultivo. Vem produzindo uma média de 800 quilos por mês, e a quase totalidade da produção é vendida diretamente para os moradores da vizinhança. Os que têm mais curiosidade, quando da compra presencial, podem através de uma janela conhecer todo o sistema. Além de manifestações como a da Cubo, muitas outras vão se multiplicando. Alguns restaurantes decidiram tornar-se autossuficientes em algumas matérias-primas e estão utilizando espaços disponíveis ou mortos de suas instalações, incluindo tetos, para a adoção e cultivo de hortas. Claro, tudo ainda muito no início, mas, com o esvaziamento das lajes corporativas em todos os próximos anos, em decorrência da mudança na forma de trabalho das empresas, muitos edifícios comerciais de hoje, até o final da década dos 2020, estarão convertidos para FVUs – Fazendas Verticais Urbanas. Os primeiros registros manifestam-se em outras cidades de todo o mundo, passando pelo Rio de Janeiro, e ganhando maior adesão e consistência no Japão onde já existe um total de 200 fazendas verticais. É o admirável mundo novo revelando suas mais emblemáticas e revolucionárias manifestações. Em 100 anos as florestas do mundo resgatarão os espaços perdidos para bois, vacas e alface.