Os “respórios”, ou, núcleo de resistência, ou, tábua de salvação

Como é do conhecimento de todos, com raríssimas exceções – põe raríssima nisso – os restaurantes que ainda não fecharam suas portas, vivem na penúria, rezando, e tentando enxergar alguma luz no final do túnel.

Muitas iniciativas foram adotadas, mas, dentre todas, a que vem alcançando algum sucesso e revela bom potencial e perspectivas, é converter restaurantes, também, em empório, e a partir do chamado Núcleo de Resistência – aqueles 30, 40, 50, 100 clientes, agora não mais com a mesma frequência pré-pandemia, e que, independente da pandemia, ainda dão sinal de vida. Vez por outra aparecem para saber como vão as coisas… Continuando a frequentar, claro, com menor intensidade, ou recorrendo aos serviços de delivery.

Assim, e sentados e pensando no que fazer da vida, em busca de alguma luz, muitos donos de restaurantes concluíram, como sempre se deve fazer, que a recuperação passa obrigatoriamente pelos que não desistiram, e que não obstante tudo, seguem clientes, e amigos.

E aí, conversa vai, conversa vem com esses clientes, decidiram colocar à disposição dos mesmos, as massas que preparam, os molhos que colocam nos pratos, e para alguns em especial que tinham dificuldade em ir até o CEASA ou ao Mercadão, oferecem-se para fazer algumas compras.

Conclusão, em seis meses, muitos restaurantes de São Paulo converteram-se, também, em empórios.

Vizinho do Madia, Higienópolis, Praça Buenos Aires, o Vicapotta, do seu querido amigo e ex- publicitário Tomate vem seguindo esse caminho com sucesso. Além das pizzas e outros pratos prontos, agora também fornece o pão de calabresa, diferentes molhos, massas, condimentos, doces, sorvetes, e até mesmo orienta nas receitas.

A solução vai ganhando consistência, e num final de semana, a Folha fez uma grande matéria, assinada pela Marina Consiglio, e onde conta uma relação de restaurantes que procuram sobreviver convertendo-se em empório, também.

Assim, e dentre os filhos da pandemia, uma das novidades, são, agora, os “respórios”, restaurantes-empórios.

Dentre os que estão apostando na solução o Aizomê, Albero de Gelati, Zena, Torteria, Estela Passoni, Generoso Burger, Isla, Casa do Porco, Charlô, e muitos outros mais…

Se a solução institucionalizar-se, daqui a 100 anos os historiadores registrarão em suas crônicas que os “respórios” nasceram na pandemia de Covid-19 do ano de 2020…

Lembram, sabedoria chinesa, ideograma, crise é igual oportunidade. Continua sendo, ainda que com muita dor e sofrimento.

Tags:

Deixe uma resposta