Não era alarme falso, era grito de socorro

Em depoimento emocionado, o presidente da instituição que representa as pequenas lojas dos shopping centers, a Ablos – Associação Brasileira dos Lojistas Satélites, Tito Bessa Júnior, fundador da rede de lojas TNG, alertava a todos os gestores e proprietários de shoppings, e a sociedade em geral, no início do ano passado, que a maior parte dos pequenos lojistas que resistiram bravamente, poderiam quebrar naquele trágico mês de janeiro de 2021.

Resistiram mais alguns meses…

E além da pandemia, claro, causa maior, e que os colocava completamente debilitados naquele momento, ainda terem que se defrontar com duas e monumentais agravantes. Um 13º aluguel que por contrato teriam que pagar até o final de janeiro, e o reajuste do valor das locações, que era regulado pelo IGPM e que bateu nos 23,14%.

Em artigo na Folha, e onde procurava transmitir a situação dramática que viviam os pequenos lojistas dos shoppings, Tito Bessa Júnior, dizia, “As chamadas lojas satélites representam 82% dos estabelecimentos encontrados em todos os shoppings. São as pequenas lojas, em sua maioria, e não as lojas âncoras que sofrem menos porque sempre tiveram condições contratuais mais favorecidas. Porque, supostamente, as grandes lojas atraem mais pessoas aos shoppings. Pesquisa recente que encomendamos revela que 85% das pessoas que frequentam os shoppings sentem-se atraídas pelo mix de opções e não apenas pela presença das chamadas âncoras…”.

Naquele momento, os consultores da Madia, no Business Trends que enviamos a todos nossos amigos e clientes, escreveram, “É isso, amigos. Impensável os shoppings sobreviverem só com cigarras, e sem as centenas de formigas… Que as duas partes envolvidas consigam uma solução que possibilite, minimamente, preservar a esperança de sobrevivência dos pequenos lojistas…”.

E aí chegou o final de 2021. Não era alarme falso. Era uma espécie de último, derradeiro e lancinante grito de socorro!

Como é do conhecimento de vocês, e nos últimos meses, e não resistindo a pressões de todos os lados, mais que agravadas pela pandemia, TNG, Cavalera, Le Postiche, Dudalina, Via Uno e Le Lis Blanc recorreram ao instituto e derradeiro recurso da RJ – Recuperação Judicial.

Meses depois de sua previsão mais que confirmada, e falando sobre a recuperação judicial de sua empresa, a TNG, Tito disse, “De um total de 400 dias trabalhamos 200. Absolutamente impossível trabalhar-se dessa maneira. Vamos precisar de um a dois anos de fôlego. É uma reconstrução, um recomeço…”.

Definitivamente, amigos, resistir é preciso, mas, não está fácil. Nossas homenagens a esses bravos empresários que, mesmo debilitados, recusam-se a jogar a toalha…

Dias melhores virão. É o que todos esperam, torcem, rezam, e os faz resistir.

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