Jamais escolha para marca de seus produtos e serviços, muito especialmente para a sua empresa, uma palavra, por mais memorável, engraçada, impactante que seja, que tenha conotação negativa.

O castigo virá em dobro. A vítima será seu produto, serviço, empresa.

São marcas que pegam fácil, no dia seguinte todos já estão sabendo e ninguém esquece, mas carregam um sentindo que causará contrariedades, arrependimentos, e, muitas vezes, inviabilizando um negócio.

Isso posto, jamais, em hipótese alguma, brinque com seu naming, a vítima inexoravelmente será sua empresa.

Já contamos para vocês sobre dois filhos de um mesmo casal. Dois homens. A um foi dado o nome de Douglas, e ao outro, Orofonzio. Douglas é um médico bem-sucedido, Orofonzio era motorista de táxi, ridicularizado o tempo todo, e que acabou morrendo na pandemia.

Neste momento, todos os aplausos, matérias e celebrações para um marketplace de usados. E que decidiu batizar-se de Enjoei. Na mosca! Traduz exatamente qual sua proposta – venda de usados – e encantou mercado e investidores. Em pouco tempo conseguiu 614 mil vendedores ativos e 660 mil compradores ativos (boa parte dos vendedores também vira comprador), ações valorizando-se e subindo, e hoje, pelas cotações da semana passada, valendo R$ 3 bi.

Mas, chama-se Enjoei… E remete a enjoo, saturação, cansaço, eventualmente, náuseas… Não vai dar certo. Se conseguir se preservar, como negócio, o mais rápido possível deveria corrigir seu nome.

Não se trata de um bom lastro. É uma âncora pesada e mais que desproporcional e que, mais cedo ou mais tarde, levará todo o navio para o fundo. Muitos anos antes do que se espera, os atuais frequentadores e compradores do Enjoei, enjoarão…

Lembram-se do movimento de triste memória “Cansei…”?

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