60 anos depois caiu a ficha.

O ano era 1960. Mais uma edição da Harvard Business Review é enviada aos assinantes. Dentre os artigos da edição, um causa estranheza, dúvidas, perplexidades, inquietação e, passado o susto do inusitado e do instigante, e diante de tanta lucidez, é mundialmente aclamado.

De autoria de um economista judeu nascido na Alemanha, no dia 01 de março de 1925, e que se mudou jovem com seus pais para os Estados Unidos, Dayton, Ohio, com PHD pela Ohio State University, e professor na Harvard Business School.

No correr de sua vida, venceu quatro vezes o prêmio concedido pela McKinsey ao melhor artigo escrito a cada ano na Harvard Business Review, e dentre os quatro vencedores, o artigo que causou estranhezas, dúvidas e perplexidades, e, repito, passado o impacto inicial, foi aclamado:

“Marketing Myopia”. Miopia em Marketing!

Salta para hoje, 2022. E a constatação que 62 anos antes o genial Theodore Levitt teve uma intuição que só agora começa a ocupar a cabeça das pessoas e entender o alcance e dimensão de sua anunciação, da sua epifania, naquele artigo disruptor.

Levitt, ainda que não com essa denominação, mas com mesmo entendimento e sentido, estava anunciando a LAS – Life As a Service – com que hoje começamos a nos defrontar em intensidade cada vez maior.

Ao manifestar sua tese e sentimento, Levitt batizou de Miopia em Marketing a dificuldade que as empresas tinham em saber exatamente qual era o negócio delas. Se estavam no negócio de trens, ou de transporte. E se no de transporte, talvez devessem ter considerado ser, também, empresas de aviões e carros…

A essência desse raciocínio, agora e finalmente começando a ser compreendida por uma minoria, e que rapidamente será entendida por todas, é que Levitt estava a nos anunciar, sem usar essa denominação, a chegada e prevalecimento da LAS – Life As a Service.

Na medida em que as pessoas não compram produtos, compram os serviços que as empresas e seus produtos prestam.

E se só compram para desfrutar e usar os serviços que os produtos prestam, qual o sentido de comprar e, não apenas ter acesso, alugar, pagar pelo uso e durante o tempo de uso?

O produto não é uma abstração porque material e físico, mas não passa de um cabide, de um suporte, de um meio, ou como se chama hoje, de uma plataforma. É o que possibilita que as pessoas tenham acesso, e recebam, e usem os serviços que as empresas prestam.

Curto e grosso: Em termos econômicos, não existem produtos, apenas serviços.

E, à medida que com o passar das décadas, e as conquistas de tecnologia foi tornando isso mais claro, compreensível, e hoje óbvio, as pessoas gradativamente vão deixando de comprar o que, de verdade, só precisam e querem usar.

No passado, e pela impossibilidade de comprar alguns bens, alugavam, tipo habitação – casa ou apartamento – AS a Service. Tinham acesso aos serviços de morar… Mais adiante, isso passou para carros, equipamentos, softwares, aplicativos, e caminha, inexorável e irreversivelmente, para tudo!

Isso mesmo, tudo!

Assim, e com forte emoção e total justiça e merecimento, reverenciamos e homenageamos Theodore Levitt que intuiu 62 anos antes, a LAS – Life As a Service.

Repense sua empresa e negócios dentro desta nova ótica. E considere isso em todos os seus próximos planejamentos.

Ah, não se esqueça de dizer, “Muito obrigado, Theo!”.

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