Hoje vamos conversar a propósito de uma manchete de jornal…

Dia desses, matéria da Folha com a seguinte manchete: “Por jovens, vinho nacional veste roupa nova”. E no texto a explicação. “Startups e vinícolas tradicionais apostam em latas, caixas e linguagem moderna para mudar a imagem da bebida”.

Ato imediato, nós, consultores da Madia nos reunimos, e, concluímos, perda de tempo total. Vinho é em garrafa de vidro e ponto. Com rolha de cortiça. E a necessidade, sempre, de um bom sacarrolha. O resto é derivativo pífio, gambiarra medíocre, bobagem desprezível.

Matéria assinada pela jornalista Flávia Pinho, que se rendeu aos argumentos dos que brincam de fazer vinhos e abre sua matéria afirmando, “Quem encara os vinhos em lata ou em caixa bag-in-box como modismo passageiro precisa urgentemente rever o conceito. A tendência que começou pela mão das novidadeiras startups e já está consolidada no exterior, começa a ser adotada por tradicionais vinícolas brasileiras – e promete ter vindo para ficar…”.

Começa que essas trágicas novidades não têm absolutamente nada a ver com as startups. São tentativas e ações de mais de 50 anos. Por outro lado, e ingressando no mérito, vinho que não seja em garrafa de vidro, com rolha de cortiça, e todos os demais fundamentos que caracterizam a bebida é qualquer outra coisa menos vinho: é refrigerante, refresco, sangria, tubaína…

Alguém poderá perguntar, “Mas vocês entendem de vinho”?

Não, não entendemos. Quem entende são nossos amigos Boni e Milton Assumpção, mas, e para não perder muito tempo discutindo essa brincadeira de péssimo gosto – deveriam batizar essas coisas com outra denominação menos vinho…

Vamos nos ater a um dos pequenos detalhes que fazem grande diferença. A Rolha. Segundo uma das publicações especializadas em vinho, a revista Adega:

“Boas rolhas são insubstituíveis. Nos espumantes, por exemplo, podem durar por décadas preservando o vinho estável e, principalmente, tendo a elasticidade necessária para serem colocadas numa máquina e empurradas para dentro do gargalo e imediatamente se ajustarem a ele não deixando nenhum espaço livre…”. E o sacarrolhas e as rolhas são apenas uns dos itens que fazem do vinho, vinho!

Isso posto, sinto muito, – por jovens, e demais pessoas –, vinho que é vinho de verdade veste-se e abriga-se em garrafas de vidro com rolha de cortiça, rótulo de qualidade, narrativa tangível, e jamais, eu disse, jamais, tem vergonha de sua cor, e se esconde atrás de cartonados ou latas.

Que tal um jantar à luz de velas com vinho servido nas absurdas latas ou em bag-in-box…?

Beber vinho em lata, ignorando taças adequadas e recomendadas para aquele tipo de vinho, é pior que xingar a mãe…

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