Meses atrás a Folha, em sua edição de um domingo, publicou uma matéria mais que desafiadora para uma marca, para o McDonald´s.
Título, “Fast-Food é a última refeição de pacientes”, e no texto, “internados de até 50 anos em setor de cuidados paliativos do hospital da Unicamp costumam optar por McDonald´s”. A afirmação não se refere a pesquisa e sim ao depoimento dos profissionais do Hospital das Clínicas da Unicamp, da cidade de Campinas.
Segundo uma das enfermeiras ouvidas pela jornalista Andreza de Oliveira, “Percebo que quando vão chegando na fase mais crítica do tratamento, querem alguma coisa como um Grand Finale… na faixa dos 50 anos focam em comida e solicitam o Mc.
Há casos em que assim que acabam de comer o lanche, os pacientes mais debilitados já se encontram na fase final. Assim, o Mc acaba sendo a última refeição de muita gente… Nessas situações nunca pedem suco de laranja… são sempre refrigerante e Mc.
Em verdade, e não obstante as declarações, o Mc não deveria fazer o que quer que fosse. Apenas registrar os depoimentos em respeito aos pacientes, e, internamente, celebrar o fato de o quanto sua marca encontra-se presente na cabeça e no coração de muitos de seus clientes de décadas.
Apenas isso. Não há como se tentar tirar proveito de um registro como esse. Nenhuma marca, em qualquer hipótese ou circunstância, deve pegar carona na morte, por mais sensível e consistente que seja a abordagem. O resultado, final, ainda que e eventualmente silencioso, mais cedo ou mais tarde trará problemas mais que desafiadores, no território do branding.