O início de muitas das grandes e endividadas startups de hoje, e que jamais deram lucros, foi uma festa. Lucro? Esquece…

Quem ocupasse o terreno mais rápido seria o vencedor e mais adiante cuidaria de reverter os prejuízos, recuperar os investimentos, e tentar voltar a uma situação de normalidade.

Mais ou menos. No desespero de ocupar espaço sacrificando preços, pagando para prestar serviços, muitas novas empresas ficaram pelo caminho. E agora, diante da inquietação, desconforto, incômodo, revolta, dos acionistas, as novas empresas que jamais passaram perto de um azul, que navegam num oceano vermelho, tentam sobreviver procedendo a reajustes regulares e crescentes nos preços.

Na opinião de Kevin Hoose, em artigo no New York Times, de 2012 até 2020 capitalistas ricos do Vale do Silício financiavam e bancavam muitas das atividades das grandes cidades. Aplicativos como Uber e Lyft, por exemplo, arcavam com parte do valor das corridas que faziam.

Em seu artigo, Kevin lembra de um dia que decidiu fazer um passeio, no início da década passada e chamou um Uber. Na hora de pagar, o que na sua cabeça e experiência custaria entre US$ 60 ou US$ 70 custou-lhe US$ 14…

Nos Estados Unidos existiu uma empresa que era uma espécie de assinatura que valia para o ingresso em todos os cinemas, a MoviePass. Os que assinavam seus serviços poderiam ver um filme por dia no cinema que quisesse por um preço inicial de assinatura de US$ 50 e que no final, e no desespero, caiu para US$ 10. Quebrou feio sem jamais ter chegado próximo de qualquer manifestação de vida saudável.

Conclusão, a hora da verdade, acelerada pela pandemia, chegou.

Os acionistas não aceitam esperar mais para que as empresas em que investiram saiam do vermelho e assim, nos próximos meses e anos, assistiremos uma escalada nos preços.

Nos Estados Unidos, e em alguns outros países, os preços das corridas por Uber ou outros aplicativos subiram em média 40% do ano passado para este ano.

Assim, amigos, curto e grosso, a temporada de festas terminou. E só agora teremos a possibilidade de conferir se muitos desses negócios eram e são pra valer, ou apenas flutuavam em bolhas descomunais de descontos e prejuízos.

Ou, como diz o Ratinho, e se de verdade, a maioria deles eram de negócios que não tinham e jamais tiveram café no bule…

Tags:

Deixe uma resposta