E o banco 24 horas, sobreviverá?

Essa é a pergunta que todos se fazem de dois anos para cá, e com a popularização das novas formas de pagamentos, muito especialmente o pix. Hoje o chamado Banco 24 Horas, é um serviço administrado pela empresa Tecban, que cuida dos 24 mil caixas eletrônicos tipo ATM, espalhados por todo o país.

A Tecban teve como CEO Jaques Rosenzvaig, até meses atrás, formado pela Universidade do Rio de Janeiro em Administração, mestre em marketing pela Puc Rio, e especialização em negócios pela London Business School. Com passagens pela A T Kearney, iXL, VP Web, Mandriva Conectiva, desde novembro de 2006 no comando da Tecban como CEO, sendo substituído meses atrás pelo chileno Patricio Santelices.

Nos meses que antecederam sua despedida concedeu uma série de entrevistas, na medida em que se começava a questionar a sobrevivência dos chamados caixas eletrônicos. Vamos conferir.

  • Sobre a chegada dos novos meios de pagamentos
    “Novos meios de pagamentos sempre surgem e sempre estarão em vigência. Estamos vendo a aceleração de transferências e isso é positivo. Mas tem muitos lugares do país onde essa tecnologia não chega. Assim, tem espaço para todos. No setor de meios de pagamentos não existe um vencedor. Ainda existem milhões de cheques em circulação. É o direito de escolha do consumidor. E ele escolhe tendo como critérios conveniência e praticidade. Assim, cerca de R$369 bilhões foram sacados no Banco 24 horas em 2021…”.
  • Se o dinheiro vai sumir no futuro…
    “Vemos a importância muito forte que o dinheiro ainda tem como meio de pagamento. O volume monetário em circulação no país equivale a 3,7% do PIB enquanto em outros países chega a 20%…”.
  • O fechamento das agências e o 24 horas…
    “Trata-se de uma grande oportunidade. Quando um banco decide fechar uma agência e direcionar aquele ponto exclusivamente para negócios recorre ao 24 Horas. Assim, os bancos podem fazer esse movimento sem prejudicar a população. Enquanto os bancos voltam-se para o digital, para nós quanto mais transações no analógico melhor. Hoje, por exemplo, toda vez que uma fintech fecha uma folha de pagamento em um determinado município nos consulta para saber como estamos estruturados naquela localidade…”.
  • O Banco 24 horas é mais que um banco…
    “Sim, temos mais de 90 serviços. Você, por exemplo, pode mandar dinheiro para alguém que não é bancarizado, através de um token enviado para um número de celular. E a pessoa pode sacar. Oferecemos uma plataforma aberta e cada banco define suas normas. E ainda, qualquer cartão do mundo pode chegar aqui e transacionar, temos soluções de saque para o comércio, agora estamos incluindo a função depósito, temos recarga para celular…”.

É isso, amigos. Claro que em todos os próximos anos a Tecban registrará em seu Banco 24 horas uma sensível diminuição de saques, mas, em contra partida, e neste momento, aproveitando sua gigantesca base instalada, corre atrás de reinventar-se e poder dizer, mais adiante, que a crise provocada pelo Pix, revelou-se numa tremenda oportunidade.

O tempo dirá se essa visão é correta, ou apenas, uma reação natural ao desespero da espada sobre o negócio, a partir de todas as inovações no território dos bancos em nosso país.

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