Comunicação, a batalha perdida

Onde quase todos os países fracassaram na coronavírus crise? Alguns, como o Brasil, além de não adotarem desde o primeiro dia, o uso da máscara. Jamais por imposição, mas decorrente da motivação e convencimento das pessoas por uma comunicação com um mínimo de qualidade. Mas, os governantes preferiram tentar enfiar goela abaixo a salvadora máscara, com quase 3 meses de atraso, e na porrada: Use máscara, fique em casa, e só faltou encerrar com um palavrão…

E, lamentavelmente, foi o que testemunhamos e deu no que deu. Até hoje e ainda, a única vacina de efeitos comprovados, com uma efetividade entre 60% a 80%, e que significaria reduzir a dimensão da pandemia em todos os países que adotassem essa santa providência, para 1 ou dois contaminados, ao invés de cinco que acabaram contaminando-se, e agora não estaríamos considerando o patético e absurdo lockdown!

Mas a grande derrota, o não entendimento que a mais eficaz dentre todas as armas era e continua sendo a comunicação. Sempre, na vida e em tudo. A comunicação de qualidade salva. A comunicação medíocre mata. Os governantes, por incompetência, ignorância e medo, decidiram-se pela comunicação medíocre. E, assim, ainda que não fosse essa a intenção, mataram.

Comunicação que, e se bem-feita, poderia ter na máscara – sempre no lugar mais alto das pessoas, com mensagens de diferentes tipos – o símbolo da resistência. E da adesão decidida e empolgada das pessoas. E claro, da orientação motivadora, positiva, que enaltece e engrandece as pessoas, e não a tentativa tosca, medíocre, pueril, de tentar conseguir a adesão das pessoas pelo medo e pela porrada, repito. Definitivamente, o pior dos caminhos. E que foi o escolhido por boa parte dos países, sob o comando de políticos despreparados, incapazes e lamentáveis, também repito.

Assim, assistimos espetáculos degradantes no Brasil, fazendo com que policiais constrangidos prendessem mulheres que cometiam o crime de andarem ou correrem em praias desertas, ou cidadãos pacatos sentados em bancos de praças. Em outros países da América Latina a truculência foi então maior.

Em, Bogotá, Colômbia, e durante um certo momento, decidiu-se pelo rodízio de gênero. Nos dias ímpares só homens na rua; nos pares, só mulher. A respeito de todos os novos gêneros nada foi definido. E multiplicaram-se homens vestidos de mulheres e vice-versa pelas ruas de Bogotá, como acontecia nos carnavais antigos do Brasil. No Peru estabeleceram-se regras tão exóticas que as pessoas ou ignoraram, ou não entenderam, e assim, em poucos dias, e por violarem essas regras absurdas, mais de 60 mil pessoas foram presas. No Peru, e num determinado momento, passou-se a divulgar o número de contaminados, internados, internados em estado grave, e… Presos.

Ou seja, amigos, hoje, e próximos de completarmos 10 meses de coronacrise em todo o mundo, a síntese possível do amontoado de erros, é, o mundo não sabe comunicar-se, e, o mundo – a maioria – não entendeu que vacina é muito mais do que alguma coisa que se injeta no organismo. Vacina é o que protege e evita, ou, reduz, as chances de contaminação.

Capa de chuva, galocha, camisinha, e máscara! Sim são vacinas provisórias e temporárias. Mas são vacinas. Máscaras! E, também, comunicação de qualidade.

Duas cidades médias praticamente gêmeas nos Estados Unidos, optaram por caminhos diferentes e contrários. O da porrada, o da intimidação, uma; e a da comunicação de qualidade, sensibilização, convencimento, adesão.

A da porrada continua até hoje contando os mortos. A da comunicação de qualidade voltou à normalidade em duas semanas. Será que aprendemos a lição…?

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