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Façam o que eu digo, não façam o que eu faço

Está lá, na Bíblia Sagrada, Mateus 23, Jesus, diz: “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”. Essa a melhor tradução e retrato dos dias em que vivemos, e em especial da patética COP 26. Enfiam o dedo na cara do Brasil, cobram-nos pela devastação da floresta, e pela emissão de carbono. São ótimos, cínicos, canalhas para cobrar. Mas fazer, não só não fazem como ignoram e tripudiam. A emissão de gás carbônico não para de crescer. E o culpado, definitivamente, não é o Brasil. O maior poluidor do mundo é a China, com 28% do total das emissões globais. Em segundo lugar, os Estados Unidos, que ocuparam a primeira posição durante 160 anos, e hoje perdem para a China. Os Estados Unidos respondem por 15% das emissões. E depois e na sequência vem Índia, Rússia, Japão, Irã, Alemanha, Indonésia, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Canadá, África do Sul, e o Brasil aparece na 13ª posição. Mas, pelo destaque que a maior parte da imprensa nacional garante e dá, de uma forma burra e patética, ficamos com a sensação de sermos os maiores poluidores do mundo. Até quando vamos conviver com essa injúria, calúnia, difamação? Para que se tenha uma ideia do absurdo que é vendido pela imprensa brasileira aos brasileiros, os três maiores poluidores do mundo, Estados Unidos, China e Índia, recusam-se a conversar sobre qualquer tentativa de reduzir-se a emissão de carbono. Mas, para os idiotas do Brasil, somos os culpados. Brasil, um dos poucos países que preservou mais, ou destruiu menos, suas florestas. Como lembrou outro dia, com incomum propriedade, o jornalista José Roberto Guzzo, que escreveu, “A conferência mundial do clima não é apenas um fracasso, mas uma exibição incomparável de hipocrisia, vigarice e arrogância de país rico. A realidade é que os grandes geradores de poluição se recusam a poluir menos, não abrindo mão de seus hábitos de consumo e bem-estar. Só o Brasil precisa ser parado. Porque produz carne demais, soja demais, comida demais, e isso vai acabar com o planeta…”. Lembrando, a China emite 10 bilhões de toneladas de gás carbônico/ano. Os Estados Unidos, 5,2 bilhões. A Índia 2,6 bilhões. A Rússia, 1,6 bilhão. O Japão 1,1 bi. E o Brasil, na 13ª posição, menos de 500 milhões. Mas, o Brasil é o culpado. E, pior, a imprensa brasileira sabe-se lá por quais razões enfia a carapuça e nos asfixia de culpa. Inacreditável! Chega de patifaria.
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O magneto irresistível

Se há 30 anos alguém dissesse que passaríamos a maior parte do dia olhando para a palma de nossas mãos, onde levaríamos um objeto irresistível, não conseguiríamos imaginar do que aqueles malucos estavam falando. Aconteceu, existe, chama-se celular ou smartphone, e ano após ano passamos mais tempo olhando em sua direção e fixados em sua telinha. A maior parte das horas de cada dia é o que acontece e como se comporta parcela expressiva dos humanos. Estudo que acaba de ser divulgado pela App Annie Inteligence, revela que apenas nos últimos três anos o tempo que as pessoas passam grudadas ao celular aumentou em 45%, e o Brasil ‒ e os brasileiros ‒ e de forma destacada assumem a primeira posição do ranking global, ultrapassando os indonésios. Em 2019, os brasileiros passavam 3,8h por dia no celular. Em 2020 esse número subiu para 4,8h, e em 2021 totalizou 5,4h. Neste final de ano de 2022 aproxima-se das 6h… Depois, e pela ordem, Indonésia 5,3h; Índia, 4,9h; Coreia do Sul, 4,8h; México 4,7h; Turquia 5,4h; Japão 4,4h; Canadá 4,1h; Estados Unidos 3,9h, e, Reino Unido 3,8h. E, como não poderia deixar de ser, o celular é hoje disparado a causa número um de acidentes, trombadas, atropelamentos, quedas, mortes em nosso país. Incluindo, e como já comentamos com vocês, uma quantidade inimaginável de “selfcídios”. Pessoas que na ânsia descontrolada e irracional de tirar um selfie memorável, ultrapassam todos os limites, despencam, e morrem… Alcançamos o clímax da estupidez.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 13, 14 e 15/08/2022

No Japão, muitas pessoas não saem de casa sem um Poste ao lado. Você já considerou essa possibilidade?
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Uma visão equivocada sobre a China

O festival de tolices de um mestre de Harvard, com graduação e pós em Oxford, Cambridge, e, Stanford. Uma daquelas pessoas acostumadas a olhar para o futuro através do retrovisor… Difícil… Meses atrás, a revista Veja publicou em suas páginas amarelas uma entrevista com Niall Ferguson, que, e nas palavras da entrevistadora, Luisa Purchio, “é dono de um curriculum invejável”. E é, frequentou as melhores escolas – Oxford, Cambridge, Stanford, hoje membro sênior da Harvard, ele, Ferguson, o historiador escocês, da cidade de Gasglow. Mas, esqueceu-se de frequentar um bom oftalmologista, e corrigir seus olhos que permanecem parados no passado. Dentre as impropriedades que disse, a maior dentre todas é a visão equivocada, esclerosada, míope que tem em relação à China. Perguntado sobre o fato de que até o final desta nova década e em termos de PIB a China vai superar os Estados Unidos e assumir a posição número 1 dentre todos os países do mundo, Ferguson respondeu: “Em termos de PIB a China está alcançando os Estados Unidos pela simples razão que sua economia cresce mais rápido que a americana. Mas difícil prever-se onde estaremos em 10 anos. Em algum momento veremos uma redução na taxa de crescimento chinês. País tem problemas sérios como envelhecimento de sua população e a grande dívida do setor privado…”. Melhor não ter dito nada. Definitivamente não entendeu o modelo chinês de crescimento, e que sua base está totalmente consolidada na medida em que converteu-se no maior fornecedor do mundo de componentes de tecnologia, e a dependência dos demais países e economias – especialmente a americana – é total… Mas, não parou aí sua mente embolorada e carregada de ranços e preconceitos. Perguntado se com o avanço do dinheiro digital, se a hegemonia do dólar estava ameaçada, respondeu, “O dólar é a moeda dominante do planeta, não só em termos de reservas dos bancos centrais, mas também em termos de transações internacionais. A maior parte do comércio é feita em dólar e não existe uma moeda rival por enquanto…”, e destilando sua miopia, Festival de Lugares Comuns, e, preconceito, referiu-se ao que disse o amigo dele, Lawrence Summers, ex-secretário do tesouro americano: “Você não pode substituir algo por nada”. Assim, não há nada para substituir o dólar quando o Japão é um lar para idosos, a Europa é um museu, e a China uma prisão. “E o bitcoin ainda é um experimento…”. Definitivamente, o lamentável e degradado Niall Ferguson, um poço de ignorância e insensibilidade, não tem a mais pálida ideia do que aconteceu no mundo. Não levou em consideração a disrupção e o tsunami tecnológico. E assim, segue projetando o futuro a partir de uma linha que começa no passado, passa pelo presente, e… Não vai a canto algum. Continua enxergando o velho futuro que morreu sem mesmo ter nascido. Em menos de 10 anos constatará os absurdos que disse. E a sua absoluta incompreensão da consistência e velocidade das conquistas da China, assim com da energia adormecida na Europa, e da competência do Japão. Não percam tempo na leitura da entrevista. É surpreendente chocante como pessoas supostamente esclarecidas caminham pela vida absolutamente insensíveis e negando as novas realidades.
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Adeus, Sony! Ou, Akio Morita, seu nome é saudades

Quando Akio Morita partiu a Sony ficou órfã. Continua até hoje. Meses atrás, despediu-se do Brasil. Para os jovens a Sony não quer dizer absolutamente nada. Para os mais andados, apenas alguma saudade sem grandes e fortes emoções… Vamos aos fatos. Um dia, Akio Morita, físico pela universidade de Osaka, ouviu falar de um tal de transistor. Visitou o criador do transistor, Laboratório Bell, que acreditava ter em suas mãos importante inovação, mas que não sabia o que exatamente fazer. Comprou a invenção por US$ 25 mil no ano de 1953, e 4 anos depois lançou os primeiros rádios transistores. Produtos menores, e mais baratos. Sua empresa tinha um nome grandão, “Tokyo Tsushin Kogyo Kabushiki Kaisha”, e decidiu-se por um naming pequeno, que começasse com uma consoante forte, e que remetesse a sonoridade: Sony. Um dia, visitando lojas nos Estados Unidos, entendeu que o “Made in Japan” significava produtos quinquilharias. Emblematicamente representados pelo guarda-chuva de papel colocado para enfeitar e decorar sorvetes. “Era o que de melhor o Japão fabricava e vendia para os americanos, no sentimento dos americanos”, escreveu Morita. Decidiu mergulhar de cabeça no design. Fez produtos lindos mais que ficavam perdidos em lojas multimarcas, e assim optou por lojas próprias e exclusivas com produtos Sony. Onde, e um dia, inspirou-se Steve Jobs anos depois para a suas Apple Stores. Morita partiu em 1999, e, definitivamente, não conseguiu enraizar o suficiente sua cultura de design e inovação em sua Sony. E aos poucos, ano após ano, a Sony foi perdendo o brilho, enfraquecendo-se, e sendo superada pelas empresas da Coreia do Sul. No ano passado anunciou o fechamento de sua fábrica no Brasil, na cidade de Manaus. Na declaração oficial, disse que depois de 48 anos iria fechar sua fábrica em Manaus no mês de março de 2021. Reconhecendo ter perdido competitividade em televisores, áudio e câmeras. E passando a concentrar-se nos demais territórios: games, música, soluções profissionais e entretenimento. Em depoimento ao jornal Valor, um varejista que vendia os produtos da Sony foi taxativo, “A Sony não tinha preço, competitividade zero. Só compravam um Sony os adoradores da marca – em número cada vez menor – e um público sempre numa faixa de idade acima de 40 anos. Não exercia nenhuma atração nos jovens…”. A perda de magneto e atratividade da marca, os sintomas escancarados de envelhecimento galopante traduzem-se nos números globais da empresa. Há 10 anos a Sony detinha, por exemplo, no mercado de televisores, uma participação de 10,5%. Fechou 2019 com 4,2%. De quem brigava pela liderança hoje disputa a rabeira do ranking. Disparando na sua frente Samsung com 18%, TCL com 13% e LG com 11%. Em seu livro Made in Japan, de certa forma Akio Morita teve uma premonição do que levaria a Sony à decadência. Escreveu, “Quando você comanda uma grande indústria precisa manter o time da produção permanentemente informado e orientado sobre o que é relevante para o mercado, sobre o que os clientes valorizam. Não existe nada mais importante que isso. Trabalhar a cabeça de seus engenheiros…”. De certa forma, dizendo, se começarem a isolar-se e concentrar-se no produto desenvolverão ótimos produtos – apenas e exclusivamente para vocês mesmos – e totalmente distantes do mercado e das demais pessoas. E arrematou, “Não vejo futuro para as empresas que não consigam inovar permanentemente. E existem três momentos e lugares onde a inovação é vital. Em tecnologia, no planejamento e desenvolvimento de produtos, e no marketing. Não é suficiente inovar em dois dos três. Tem que inovar nos três, sempre…”. E assim, e por não conseguir preservar esse ensinamento definitivo de seu criador, Akio Morita, a Sony mergulhou, de 10 anos para cá, num processo até agora irreversível de encolhimento. A Sony nunca mais foi a mesma depois da partida dele, Akio Morita. Akio Morita, seu nome é saudades.
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