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Negócio

Marcas em risco

Arezzo e Grupo Soma, decidiram somar-se. Tudo de bom?! Do lado da Arezzo marcas como Schutz, Anacapri, Carol Bassi e Reserva. Do lado do Soma, Animale, Farm, Dzarm e Hering. Segundo os dados disponíveis, a nova empresa nasceu com um faturamento de R$11,7 bi. Sinto dizer, nosso sentimento, consultores do MadiaMundoMarketing não é dos melhores. Praticamente impossível preservar e fazer crescer ainda mais MARCAS que deixam de ter um território específico e próprio, e passam a viver num coletivo, num espaço comum, por maiores que sejam os cuidados e providências. Nas primeiras horas o mercado reagiu positivamente, as ações das duas empresas subiram mais de 10%… Do ponto de vista financeiro, e no curto prazo um sucesso. Já no tocante ao Branding, riscos gigantescos e desproporcionais. Praticamente impossível conseguir oferecer, a cada uma das marcas, um cantinho, território, espaço específico, com todos os cuidados necessários, para, e no mínimo, preservá-las. Já vimos esse filme e o final é triste. Como um dia nos ensinou o arquiteto Ludwig Mies van der Rohe, “God is in the details”, ou, “Dieu est dans les détails, ou, no português, mesmo, “Deus está nos detalhes”, assim como a virtude, a sensibilidade, o respeito, o domínio, a gestão… Branding é ouriversaria. Bijoux de marque, ou, branded jewelery… O que uma Reserva, por exemplo, e depois de uma trajetória irretocável, vai fazer agora? Assim como uma Farm, ou a centenária Hering? Já a Boeing… Poucas vezes em toda a história da administração moderna e dos negócios assistimos uma Crise Cultural das dimensões que hoje vive a Boeing. Como diz a música gravada originalmente por Orlando Silva, e depois por João Gilberto, de autoria de Marino Pinto e Zé da Zilda, “Aos pés da Santa Cruz, você se ajoelhou, em nome de Jesus um grande amor jurou…” e foi o que fez a Boeing. Após a queda de dois Boeings 737 Max com centenas de mortos, e se ver obrigada a determinar às empresas aéreas clientes que mantivessem os aviões que compraram estacionados sem dar um pio e nem imaginar bater as asas, a Boeing prometeu que se emendaria e nunca mais submeteria seus queridos clientes a uma vergonha dessa dimensão, e prejuízos que certamente levaria muitas a falência. Juramento falso. Voltou a fazer o mesmo, e os compradores do novíssimo e supostamente a prova de todas as lambanças, Boeing 737 Max 9, todos, semanas atrás, foram obrigados a deixar seus pássaros estacionados, aguardando por uma solução. E que veio semanas depois, mas, com restrições!!! Socorro! A marca Boeing, nos últimos 6 anos, mergulhou de cabeça e segue perdendo sustentação. Desde a queda de 2 737 Max em 2018, e agora com os 170 737 Max 9 permanecendo muitos dias estacionados e a espera de inspeção. A credibilidade da Boeing se não chegou a zero está muito próxima de. E quando sabem que o voo é num Boeing as pessoas não conseguem sorrir. A Boeing, vive hoje a pior das crises que pode acometer qualquer empresa. Perdeu, o pouco que tinha de uma Cultura de Qualidade. A primeira vítima do 737 Max 9, a Alaska Airlines, que viu a porta de um de seus aviões despencar em pleno voo, e depois que a NBC noticiou ter a empresa encontrado muitos parafusos soltos em toda a frota de 737 Max 9, manifestou-se na pessoa de seu CEO, Ben Minicucci, “Minha pergunta para a Boeing é, o que pretendem fazer internamente para melhorar seus programas de qualidade?…”. E muitas empresas que compraram o Max 10, que por sinal está com seu cronograma de fabricação e entrega atrasado, reconsideram a decisão. E pensar que um dia, quando pretendíamos elogiar uma pessoa, ou um produto, dizíamos, ”É um Boeing…”.
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Diário de um Consultor de Empresas – 20/10/2023

Um novo, poderoso e desafiador fabricante no território dos grandes aviões. BOEING e AIRBUS de olho.
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Diário de um Consultor de Empresas – 18/05/2023

Depois de assimilar duros golpes, incluindo a devolução pela BOEING da parte que vendeu para a gigante americana, a EMBRAER, de forma gradativa e consistente, vai dando a volta por cima.
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Negócio

Cenas da pandemia, ou, brigando por migalhas

Na falta de passageiros, com aviões parados, e considerando que carga não usa máscara e nem precisa de distanciamento e álcool em gel, as empresas aéreas brasileiras tentaram ganhar algum tempo, enquanto não conseguiam vislumbrar nenhuma outra alternativa. E partiram para a dolorosa decisão de converter aviões magnificamente preparados para o transporte de passageiros, em… Cargueiros. Isso mesmo, aviões de carga! As três – Latam, Gol, Azul – recorreram a esse expediente não como única e derradeira alternativa para melhorar os ganhos, mas e apenas para… Tentar atenuar os prejuízos. A Latam encostou alguns de seus Airbus A321 com capacidade para 220 passageiros, e apenas duas toneladas de carga, e colocou para descansar, e, simultaneamente, reabilitou Boeings 767 com capacidade para até 238 passageiros, mais 20 toneladas de mercadoria. E ainda, transformou um avião maior, um Boeing 777 com capacidade para 379 passageiros, retirando todas as poltronas… Convertendo uma espécie de “joia”, exagerando, claro, numa carroça, ou, “galinheiro”. O mesmo procedimento adotou a Azul. De seus 40 A320, que utilizava para o transporte de passageiros, 12 viraram cargueiros… E a Gol, sem muita margem de manobra pela proibição de retomar os voos como os 737 MAX, procurou oferecer serviços complementares no transporte de animais, e na guarda de mercadorias. Mais ou menos assim. Ou, nem no mais terrível dos pesadelos poderiam imaginar que passariam por essa dor, por esse constrangimento. Sentaram-se numa mesa, choraram todas as lágrimas possíveis, e no momento seguinte entregaram além dos anéis, os dedos das mãos, os dos pés, um dos braços, uma orelha, e a ponta do nariz. Na tentativa lancinante de manterem o negócio vivo. Sem nenhuma perspectiva de verdade, de alguma recuperação consistente, pelos próximos três anos. Em tempos de pandemia, nem mesmo se sorri. Chora-se e lamenta-se. Com maior ou menor intensidade. Nunca, como hoje, expressões desgastadas e típicas de momentos de gravíssimas crises e desespero, tomam conta de toda a cena e são repetidas à exaustão como hoje… Expressões, como: “Derrota é uma bebida amarga apenas para os que se conformam em tomá-la”; Ou, “Mais vale acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão”; Ou, “A coragem e a fé removem montanhas”; Ou, “Coragem é enfrentar, e não permanecer parado fingindo resistência quando o que se tem, mesmo, é medo”; Ou, “Prefiro fabricar e vender lenços a permanecer parado chorando”; Ou, ainda, “Deus ajuda quem cedo madruga”; Ou, “É no momento mais escuro da noite que o sol prepara-se para nascer…”. Cada um dos players das diferentes cadeias de valor e especializações escolheu a sua preferida. Era, ou foi tudo o que tínhamos para os primeiros meses de pandemia. O caos era de tal ordem que ninguém sabia exatamente por onde começar. Muitos acreditaram ter aberto a porta de saída, mas… Estavam mesmo mergulhando mais fundo ainda.